sábado, 9 de setembro de 2017

Colômbia: Papa destaca que é preciso caminhar juntos e ser construtores da paz


Viagem do Papa Francisco à Colômbia
Homilia da Santa Missa no Parque Símon Bolívar
Quinta-feira, 7 de setembro de 2017

O evangelista recorda que a chamado dos primeiros discípulos teve lugar nas margens do lago de Genesaré, onde as pessoas se reuniam para ouvir uma voz capaz de as orientar e iluminar; e é também o lugar onde os pescadores concluem a sua jornada fatigante, durante a qual buscam o sustento para levar uma vida sem penúrias, digna e feliz. É a única vez, em todo o evangelho de Lucas, que Jesus prega junto do chamado mar da Galileia. No mar aberto, confundem-se a esperada fecundidade do trabalho com a frustração pela inutilidade dos esforços vãos. Segundo uma antiga interpretação cristã, o mar também representa a vastidão onde convivem todos os povos. Finalmente, pela sua agitação e obscuridade, evoca tudo aquilo que ameaça a existência humana e que tem o poder de a destruir.

Usamos expressões semelhantes para definir multidões: uma maré humana, um mar de gente. Naquele dia, Jesus tem atrás d’Ele o mar e, à sua frente, uma multidão que O seguiu ao ver como Ele Se comove perante o sofrimento humano… e as suas palavras justas, profundas, seguras. Todos vêm ouvi-Lo; a Palavra de Jesus tem algo de especial que não deixa ninguém indiferente. A sua Palavra tem o poder de converter os corações, mudar planos e projetos. É uma Palavra corroborada pela ação, não são conclusões redigidas no escritório, expressões frias e distantes do sofrimento das pessoas; por isso, é uma Palavra que serve tanto para a segurança da margem como para a fragilidade do mar.

Esta querida cidade, Bogotá, e este belo país, a Colômbia, têm muito destes cenários humanos apresentados pelo Evangelho. Aqui vivem multidões que anseiam por uma palavra de vida, que ilumine com a sua luz todos os esforços e mostre o sentido e a beleza da existência humana. Estas multidões de homens e mulheres, crianças e idosos habitam uma terra de fertilidade inimaginável, que poderia dar frutos para todos. Mas também aqui, como noutras partes do mundo, há densas trevas que ameaçam e destroem a vida: as trevas da injustiça e da desigualdade social; as trevas corrutoras dos interesses pessoais ou de grupo, que consomem, egoísta e desaforadamente, o que se destina para o bem-estar de todos; as trevas da falta de respeito pela vida humana que diariamente ceifa a existência de tantos inocentes, cujo sangue brada ao céu; as trevas da sede de vingança e do ódio que mancha com sangue humano as mãos de quem faz justiça por sua conta; as trevas de quem se torna insensível ao sofrimento de tantas vítimas. Todas estas trevas, as dissipa e destrói Jesus com o seu mandato na barca de Pedro: «Faz-te ao largo» (Lc 5, 4). 

Colômbia: Ao Celam, Papa diz que missão se faz com paixão e no corpo a corpo


Viagem do Papa Francisco à Colômbia
Encontro com Comitê Diretivo do Celam na Nunciatura Apostólica de Bogotá
Quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Queridos irmãos!

Obrigado por este encontro e pelas calorosas palavras de boas-vindas do Presidente da Conferência do Episcopado Latino-Americano. Se o programa da viagem consentisse, teria preferido encontrar-vos na sede do CELAM. Agradeço-vos a delicadeza de estardes aqui neste momento.

Agradeço o esforço que fazeis para transformar esta Conferência Episcopal Continental numa casa ao serviço da comunhão e da missão da Igreja na América Latina; num centro propulsor da consciência de discípulos e missionários; num ponto de referência vital para a compreensão e aprofundamento da catolicidade latino-americana, delineada gradualmente por este organismo de comunhão durante decénios de serviço. E considero propícia a ocasião para encorajar os recentes esforços tendentes a expressar esta solicitude colegial por meio do Fundo de Solidariedade da Igreja Latino-Americana.

Há quatro anos, no Rio de Janeiro, tive a oportunidade de vos falar sobre a herança pastoral de Aparecida, último evento sinodal da Igreja da América Latina e do Caribe. Então destacara a necessidade permanente de aprender com o seu método, baseado essencialmente na participação das Igrejas locais e em sintonia com os peregrinos que caminham em busca do rosto humilde de Deus, que quis manifestar-Se na Virgem pescada nas águas; método que se prolonga na missão continental que pretende ser, não a soma de iniciativas programáticas que enchem as agendas e também desperdiçam preciosas energias, mas o esforço por colocar a missão de Jesus no coração da própria Igreja, transformando-a em critério para medir a eficácia das estruturas, os resultados do trabalho, a fecundidade dos ministros e a alegria que são capazes de suscitar. Porque, sem alegria, não se atrai ninguém.

Detive-me então nas tentações, ainda presentes, da ideologização da mensagem evangélica, do funcionalismo eclesial e do clericalismo, porque em jogo está sempre a salvação que Cristo nos traz. Esta deve chegar ao coração do homem com a força de interpelar a sua liberdade, convidando-o a um êxodo permanente da sua autorreferencialidade para a comunhão com Deus e com os irmãos.

Deus, quando fala ao homem em Jesus, não o faz com um apelo vago como a um estranho, nem com uma convocação impessoal como faria um notário, nem mesmo com uma declaração de preceitos para cumprir como faz qualquer funcionário do sagrado. Deus fala com a voz inconfundível do Pai que se dirige ao filho, e respeita o seu mistério pois foi Ele que o formou com as suas próprias mãos e destinou à plenitude. O nosso maior desafio como Igreja é falar ao homem como porta-voz desta intimidade de Deus, que o considera um filho, mesmo quando este renega tal paternidade, porque, para Ele, somos sempre filhos reencontrados.

Por isso, não se pode reduzir o Evangelho a um programa ao serviço de um gnosticismo na moda, a um projeto de promoção social nem a uma visão da Igreja como burocracia que se autopromove; e a Igreja também não pode ser reduzida a uma organização dirigida, com modernos critérios empresariais, por uma casta clerical.

A Igreja é a comunidade dos discípulos de Jesus; a Igreja é Mistério e Povo (cf. Lumen gentium, 5; 9), ou melhor dito: nela realiza-se o Mistério através do Povo de Deus.

Por isso, insisti sobre o discipulado missionário como uma chamada divina para este tempo de hoje, complexo e carregado de tensões, um permanente sair com Jesus para conhecer como e onde vive o Mestre. E, ao mesmo tempo que saímos na sua companhia, conhecemos a vontade do Pai, que sempre nos ouve. Só uma Igreja Esposa, Mãe, Serva, que renunciou à pretensão de controlar o que não é obra sua mas de Deus, pode permanecer com Jesus, mesmo quando o seu ninho e refúgio é a cruz.

Proximidade e encontro são os instrumentos de Deus, que, em Cristo, Se aproximou e sempre nos encontrou. O mistério da Igreja é realizar-se como sacramento desta proximidade divina e como lugar permanente deste encontro. Daqui a necessidade da proximidade do Bispo a Deus, porque n’Ele está a fonte da liberdade e da força do coração do Pastor, bem como da proximidade ao Povo santo que lhe foi confiado. Nesta proximidade, a alma do apóstolo aprende a tornar palpável a paixão de Deus pelos seus filhos.

Aparecida é um tesouro, cuja descoberta ainda está incompleta. Tenho certeza de que cada um de vós descobre quanto a sua riqueza se enraizou nas Igrejas que trazeis no coração. Como os primeiros discípulos enviados por Jesus no seu projeto missionário, também nós podemos contar com entusiasmo tudo o que fizemos (cf. Mc 6, 30).

Mas é necessário estar atentos. As realidades indispensáveis da vida humana e da Igreja não são jamais um monumento, mas um património vivo. É muito mais cómodo transformá-las em recordações, de que se celebram os aniversários: 50 anos de Medellín, 20 de Ecclesia in America, 10 de Aparecida! Trata-se, porém, de algo diverso: salvaguardar e fazer fluir a riqueza desse património (pater munus) constituem o munus da nossa paternidade episcopal para com a Igreja do nosso Continente.

Bem sabeis que a renovada consciência, de que no início de tudo está sempre o encontro com Cristo vivo, exige que os discípulos cultivem a familiaridade com Ele; caso contrário, ofusca-se o rosto do Senhor, a missão perde força, retrocede a conversão pastoral. Assim, rezar e cultivar o relacionamento com Ele é a atividade mais improrrogável da nossa missão pastoral.

Aos seus discípulos, entusiasmados com a missão cumprida, Jesus dizia: «Vinde, retiremo-nos para um lugar deserto» (Mc 6, 31). Nós precisamos ainda mais deste estar a sós com o Senhor, para reencontrar o coração da missão da Igreja na América Latina, nas circunstâncias atuais. Há tanta dispersão interior e também exterior! Os numerosos eventos, a fragmentação da realidade, a instantaneidade e a velocidade do presente poderiam fazer-nos cair na dispersão e no vazio. Reencontrar a unidade é um imperativo.

Onde se encontra a unidade? Sempre em Jesus. O que torna permanente a missão não é o entusiasmo que inflama o coração generoso do missionário, embora sempre necessário; mas sim a companhia de Jesus por meio do seu Espírito. Se em missão não sairmos com Ele, rapidamente perderemos o caminho, arriscando-nos a confundir as nossas vãs necessidades com a sua causa. Se a razão do nosso caminhar não é Ele, será fácil desanimar no meio da fadiga do caminho, perante a resistência dos destinatários da missão, face aos cenários mutáveis das circunstâncias que marcam a história, ou pelo cansaço dos pés devido ao desgaste insidioso causado pelo inimigo.

Não faz parte da missão ceder ao desânimo, quando porventura, passado o entusiasmo do início, chega o momento em que tocar a carne de Cristo se torna muito duro. Numa situação como esta, Jesus não acalenta os nossos medos. E, como sabemos muito bem que não há mais ninguém para quem possamos ir porque só Ele tem palavras de vida eterna (cf. Jo 6, 68), consequentemente é necessário aprofundar a nossa vocação.

Concretamente, que significa sair com Jesus em missão, hoje, na América Latina? O advérbio «concretamente» não é um detalhe de estilo, mas pertence ao núcleo da pergunta. O Evangelho é sempre concreto, nunca um exercício de estéreis especulações. Conhecemos bem a tentação frequente de perder-se em bizantinismos dos «doutores da lei», de saber até aonde se pode ir sem perder o controle do próprio território demarcado ou do suposto poder que os limites garantem.

Muito se falou sobre a Igreja em estado permanente de missão. Sair, partir com Jesus é a condição desta realidade. O Evangelho fala de Jesus que, saído do Pai, percorre, com os seus, os campos e as povoações da Galileia. Não é inútil este percurso do Senhor. Enquanto caminha, encontra; quando encontra, aproxima-Se; quando Se aproxima, fala; quando fala, toca com o seu poder; quando toca, cura e salva. Levar ao Pai aqueles que encontra é o objetivo do seu permanente sair, sobre o qual devemos refletir continuamente. A Igreja deve reapropriar-se dos verbos que o Verbo de Deus conjuga na sua missão divina. Sair para encontrar, sem passar ao largo; reclinar-se sem desleixo; tocar sem medo. Trata-se de ir dia após dia trabalhar no campo, lá onde vive o Povo de Deus que vos foi confiado. Não é lícito deixar-nos paralisar pelo ar condicionado dos escritórios, pelas estatísticas e pelas estratégias abstratas. É necessário dirigir-se à pessoa na sua situação concreta; não podemos afastar o olhar dela. A missão realiza-se num corpo a corpo. 

Colômbia: Aos bispos, Papa indica ouvir Voz de Deus para discernir incertezas


Viagem do Papa Francisco à Colômbia
Encontro com os bispos no Salão do Palácio Cardinalício de Bogotá
Quinta-feira, 7 de setembro de 2017

A paz esteja convosco!

Assim o Ressuscitado saudou o seu pequeno rebanho depois de ter vencido a morte; permiti que vos saúde do mesmo modo, no início da minha viagem.

Agradeço as palavras de boas-vindas. Estou feliz porque os primeiros passos que dou neste país me levam a encontrar-vos, Bispos da Colômbia, e, em vós, abraçar toda a Igreja colombiana e estreitar o vosso povo ao meu coração de Sucessor de Pedro. Agradeço-vos imenso pelo vosso ministério episcopal, pedindo-vos para continuardes a exercê-lo com renovada generosidade. Dirijo uma saudação particular aos Bispos eméritos, encorajando-os a continuarem a apoiar, com a oração e a presença discreta, a Esposa de Cristo à qual generosamente se entregaram.

Venho anunciar Cristo e, em seu nome, realizar um caminho de paz e reconciliação. Cristo é a nossa paz! Reconciliou-nos com Deus e entre nós!

Estou convencido de que a Colômbia possui algo de original que chama fortemente a atenção: nunca foi uma meta completamente realizada, um destino completamente alcançado, nem um tesouro totalmente possuído. A sua riqueza humana, os seus abundantes recursos naturais, a sua cultura, a sua luminosa síntese cristã, o património da sua fé e a memória dos seus evangelizadores, a alegria espontânea e sem reservas do seu povo, o sorriso impagável da sua juventude, a sua original fidelidade ao Evangelho de Cristo e à sua Igreja e sobretudo a sua coragem indómita de resistir à morte, não só anunciada, mas muitas vezes semeada. E tudo isto se subtrai – digamos que se esconde – àqueles que se apresentam como forasteiros ávidos de a subjugar, ao passo que se oferece generosamente a quem toca o seu coração com a mansidão do peregrino. A Colômbia é assim.

Por isso, como peregrino, me dirijo à vossa Igreja. Sou vosso irmão, desejoso de partilhar Cristo ressuscitado, para Quem nenhum muro é eterno, nenhum medo é indestrutível, nenhuma chaga é incurável.

Não sou o primeiro Papa que vos fala na vossa casa. Dois dos meus maiores Predecessores foram hóspedes aqui: o Beato Paulo VI, que veio pouco depois da conclusão do Concílio Vaticano II para encorajar a realização colegial do mistério da Igreja na América Latina; e São João Paulo II, na sua memorável visita apostólica de 1986. As palavras de ambos constituem um recurso permanente: as indicações que delinearam e a síntese maravilhosa que ofereceram sobre o nosso ministério episcopal constituem um património a preservar. Aquilo que eu vos disser, gostaria que fosse recebido em continuidade com o que eles ensinaram. 

No encontro com autoridades da Colômbia, Papa enfatiza caminho de paz


Viagem do Papa Francisco à Colômbia
Encontro com as autoridades no Palácio Presidencial de Bogotá
Quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Senhor Presidente,
Membros do Governo da República e do Corpo Diplomático,
Distintas Autoridades,
Representantes da sociedade civil,

Senhoras e senhores!

Saúdo cordialmente o Senhor Presidente da Colômbia, Doutor Juan Manuel Santos, e agradeço-lhe o amável convite para visitar esta Nação num momento particularmente importante da sua história; saúdo os membros do Governo da República e do Corpo Diplomático. E em vós, Representantes da sociedade civil, quero saudar carinhosamente todo o povo colombiano, nestes primeiros momentos da minha Viagem Apostólica.

Venho à Colômbia seguindo os passos dos meus Predecessores – o Beato Paulo VI e São João Paulo II – e, como a eles, move-me o desejo de partilhar com os meus irmãos colombianos o dom da fé, que ganhou raízes tão fortes nestas terras, e a esperança que palpita no coração de todos. Só assim, com fé e esperança, é possível superar as numerosas dificuldades do caminho e construir um país que seja pátria e casa para todos os colombianos.

A Colômbia é uma nação abençoada de muitas maneiras. A sua natureza generosa não só permite a admiração da sua beleza, mas convida também a respeitar cuidadosamente a sua biodiversidade. A Colômbia é o segundo país do mundo em biodiversidade e, percorrendo-o, pode-se saborear e ver como foi bom o Senhor (cf. Sal 33, 9) ao presentear-vos com uma variedade tão grande de flora e fauna nas vossas florestas pluviais, nos vossos páramos, no Chocó, nos penhascos de Cali ou nas montanhas como as da Macarena e em tantos outros lugares. Igualmente exuberante é a sua cultura; e, mais importante, a Colômbia é rica pela qualidade humana das suas populações, homens e mulheres de espírito acolhedor e gentil; pessoas tenazes e corajosas na superação dos obstáculos.

Este encontro dá-me oportunidade de vos manifestar o meu apreço pelos esforços feitos, durante os últimos decénios, para pôr termo à violência armada e encontrar caminhos de reconciliação. Sem dúvida, neste último ano, progrediu-se de modo particular; e os passos dados fazem crescer a esperança, na convicção de que a busca da paz é uma obra sempre em aberto, uma tarefa que não dá tréguas e exige o compromisso de todos. Uma obra que nos pede para não esmorecermos no esforço por construir a unidade da nação e – apesar dos obstáculos, das diferenças e das diversas abordagens sobre o modo como conseguir a convivência pacífica – persistirmos na labuta por favorecer a cultura do encontro que exige que, no centro de toda a ação política, social e económica, se coloque a pessoa humana, a sua sublime dignidade e o respeito pelo bem comum. Que este esforço nos faça esquivar de toda a tentação de vingança e busca de interesses apenas particulares e a curto prazo. Acabamos de ouvir cantar: «Percorrer o caminho leva o seu tempo». Faz-se a longo prazo. Quanto mais difícil for o caminho que conduz à paz e ao bom entendimento, tanto mais esforço havemos de fazer para reconhecer o outro, sanar as feridas e construir pontes, para estreitar laços e nos ajudarmos uns aos outros (cf. Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 67).

Assim recita o lema deste país: «Liberdade e Ordem». Nestas duas palavras, está compendiada toda uma lição. Os cidadãos devem ser valorizados na sua liberdade e protegidos por uma ordem estável. Não é a lei do mais forte, mas a força da lei (a lei que é aprovada por todos) que rege a convivência pacífica. São necessárias leis justas que possam garantir esta harmonia e ajudar a superar os conflitos que por decénios dilaceraram esta nação; leis que não nascem duma exigência pragmática de ordenar a sociedade, mas do desejo de resolver as causas estruturais da pobreza que geram exclusão e violência. Só assim é possível curar duma mazela que torna frágil e indigna a sociedade deixando-a sempre à mercê de novas crises. Não esqueçamos que a desigualdade é a raiz dos males sociais (cf. ibid., 202). 

Fortaleza: Imagem roubada de Nossa Senhora Aparecida é devolvida à Catedral


A réplica da imagem de Nossa Senhora Aparecida que havia sumido da Catedral Metropolitana de Fortaleza foi encontrada. Uma mulher devolveu a escultura no início da tarde desta quarta-feira, dia 6, a um funcionário da instituição.

Imagem de Aparecida instalada no Painel antes do roubo.

De acordo com as primeiras informações colhidas pelo blog, a mulher disse que um homem lhe vendeu a imagem por vinte reais na Praça do Ferreira. Ao chegar em casa, familiares  suspeitaram que fosse a imagem roubada da Catedral, pois a escultura era de madeira, sem pintura,  como o padre havia dito à imprensa. Segundo a fonte do blog, a mulher se disse extremamente feliz pela visita da imagem de Aparecida à sua casa, mesmo que tenha sido nestas condições.  

O corpo e a alma nos seres vivos


O ser humano não é só um corpo físico, nem só uma alma, separados, mas UM SER COMPLETO composto na junção de corpo e alma: “o corpo se une a alma para formar e constituir o homem completo e total. (De Civita Dei X, 29, 2, S. Agostinho, ano 350 DC)”.

Corpo sem alma é apenas um cadáver. No campo do “entes,” seres humanos e animais têm a mesma composição porque ambos são compostos de elementos TIRADOS DA TERRA, e “animados” à vida pela VONTADE de Deus.

Esse “animus” ou “anima” invisível e imaterial que anima os corpos, consiste na alma. Alma ou vida é o princípio animador nos animais, vegetais (animus) e no homem (anima), criado imagem de Deus.

Existe na formação dos seres vivos um elemento natural (corpus) e outro sobrenatural. (animus). E sendo o elemento sobrenatural, a alma ou vida não se reproduz biologicamente ou por ato humano, como ocorre com o corpo, não sendo dado ao homem o poder de criá-la ou recriá-la em si ou em terceiros, porque está Escrito: “O Senhor é o que TIRA A VIDA E A DÁ; (I Sm 2, 6).

“Eu sou o Único, FAÇO MORRER E FAÇO VIVER, (Dt 32, 39).”

A alma no animal não é o fôlego do Espírito de Deus, mas uma potência da Vontade Divina, infusa no corpo e que opera exclusivamente no corpo, sem o elemento da razão, estando na ESSÊNCIA DO INSTINTO CORPORAL. Da terra foi produzido o ser animal e vegetal por completo, em corpus e animus. Em corpo e vida ou alma, diferente do homem cuja produção se agregou um elemento que veio do céu, que é o folego do Espírito.

“E disse Deus: PRODUZA A TERRA ALMA VIVENTE conforme a sua espécie; gado, e répteis e feras da terra conforme a sua espécie; e assim foi. (Gn 1:24) 

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

PUC PR promove Semana LGBT; Católicos ficam contra, professores a favor e o encontro é adiado.


A Pontifícia Universidade Católica (PUC) decidiu adiar a Semana LGBT que iria acontecer entre os dias 12 e 14 de setembro no campus de Londrina. A medida foi anunciada na tarde desta terça-feira (05) depois que uma petição eletrônica para barrar o evento foi publicada na internet no início da semana. O evento foi questionado pelo ensaísta e tradutor Bernardo Pires Küster, que alega que a realização do evento  contradiz a ideologia da instituição que é ligada à Igreja Católica. O evento está sendo organizado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE).

A decisão foi assinada pelo arcebispo metropolitano de Curitiba, Dom José Maria Peruzzo, que é o grão-chanceler da PUC no Paraná e pelo arcebispo metropolitano de Londrina, Dom Geremias Steinmetz. A nota diz que a repercussão do abaixo-assinado gerou ”diferentes compreensões dos setores da sociedade”. “Para salvaguardar o diálogo e evitar toda forma de intolerância nesse momento conflituoso, a reitoria da PUC PR, juntamente com a diretoria do Campus Londrina, diretoria de Identidade da Universidade e membros do DCE... achou por bem adiar o referido evento”.

A PUC reagendou a Semana LGBT para o período entre 2 e 5 de outubro e incluiu na organização do evento e na participação das palestras um teólogo católico “para garantir o alinhamento com os princípios da Igreja e da Universidade”. No último mês de agosto, a PUC do Rio de Janeiro também promoveu um seminário sobre ideologia de gênero que causou protestos da comunidade LGBT fluminense. O coletivo Madame Satã que defende a causa LGBT protestou na porta da universidade contra a ausência de debatedores favoráveis ao assunto.

Em maio de 2016, a PUC de São Paulo promoveu um evento com a temática LGBT que contou com a participação de membros de associações que defendem os direitos de transexuais, como Fernanda de Moraes, da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), e a polêmica ex-vereadora Soninha Francine, que também é favorável à causa. Na ocasião, não houve nenhum teólogo católico escalado para o debate. No último mês de agosto, a PUC também polemizou ao abrir um banheiro unissex no campus de São Paulo que também gerou protestos de setores da Igreja.

A comprovação da Bíblia


“Há mais indícios seguros de autenticidade na Bíblia do que em qualquer história profana”.
- Isaac Newton (1643-1727)
Filósofo, Teólogo e Cientista inglês

Immanuel Kant (1724-1804), o renomado filósofo alemão fez a seguinte declaração: “A existência da Bíblia, como livro para o povo, é o maior benefício que a humanidade já recebeu. Qualquer tentativa para depreciá-la... é um crime contra a humanidade”.

“A influência da Bíblia de maneira alguma se restringe a judeus e cristãos... Ela é agora encarada como um tesouro ético e religioso cujo inexaurível ensino promete ser ainda mais valioso à medida que cresce a esperança de uma civilização mundial” (The Encyclopedia Americana).

Analisemos outra questão com respeito à Bíblia Sagrada. Será que ela é historicamente exata? Alguns acham que a Bíblia não passa de uma compilação de lendas sem base histórica. Veja, por exemplo, o caso do famoso Rei Davi, de Israel. Até recentemente, a única base para atestar sua existência era a Bíblia. Embora historiadores conceituados o aceitem como personagem real, alguns cépticos tentam descartá-lo alegando que se trata de uma lenda, fruto da propaganda judaica. O que mostram os fatos?

Em 1993, encontrou-se nas ruínas da antiga cidade israelita de Dã uma inscrição que menciona a “Casa de Davi”. A inscrição era parte de um destroçado monumento do nono século a.C., erigido em comemoração a uma vitória dos inimigos dos israelitas. De repente, ali estava, fora das páginas da Bíblia, uma antiga referência a Davi. Era significativa? Comentando a descoberta, Israel Finkelstein, da Universidade de Tel Aviv, disse: “O niilismo bíblico caiu da noite para o dia com a descoberta da inscrição sobre Davi.” Digna de nota foi uma declaração do Professor William F. Albright, arqueólogo que passou décadas trabalhando em escavações na Palestina: “Inúmeras descobertas comprovaram a exatidão de incontáveis detalhes e fizeram com que se reconhecesse cada vez mais o valor da Bíblia como fonte histórica.” Perguntamos novamente: 'Diferentemente do que acontece com os épicos e as lendas, como poderia esse livro antigo ser historicamente tão exato?' Mas isso não é tudo.

A Bíblia também é um livro de profecias. (II Pedro 1, 20, 21) A palavra “profecia” talvez lhe faça logo lembrar das predições não-cumpridas daqueles que se dizem profetas. Mas deixe o preconceito de lado e abra sua Bíblia em Daniel capítulo 8. Daniel descreve a visão de uma luta entre um carneiro de dois chifres e um bode peludo que tinha “um chifre proeminente”. O bode venceu, mas seu grande chifre foi quebrado. Em seu lugar, surgiram quatro chifres. O que significa essa visão? O relato de Daniel continua: “O carneiro que visto, tendo dois chifres, representa os reis da Média e da Pérsia. E o bode peludo representa o rei da Grécia; e quanto ao chifre grande que havia entre os seus olhos, este representa o primeiro rei. E que este foi quebrado, de modo que por fim se ergueram quatro em seu lugar, haverá quatro reinos que se erguerão de sua nação, mas não com o seu poder.” (Daniel 8,3-22).