quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Padre Manzotti fala sobre brechas que podemos dar ao Diabo


Padre Reginaldo Manzotti foi o convidado do The Noite (SBT), nesta segunda-feira, dia 30, talk show comandado pelo humorista Danilo Gentili. A conversa foi pautada no décimo primeiro livro lançado pelo sacerdote, “Batalha Espiritual”, um dos mais vendidos no país.

Recorro ao Magistério. O demônio é uma pessoa, uma força espiritual, um anjo, e como anjo é mais inteligente e poderoso que o ser humano”, esclarece padre Reginaldo. “O Diabo tenta atingir Deus mas, como não pode, ataca o ser humano, imagem e semelhança de Deus”, complementa.

Venezuela: Catedral celebra Missa sem eletricidade por roubo de cabo e transformador


A Catedral de Maracaibo, na Venezuela, está sem eletricidade desde o dia 11 de outubro, depois que algumas pessoas roubaram o cabo e o transformador, obrigando-os a celebrar as Missas as limitações que isto causou e “de manhã bem cedo, porque à noite fica difícil enxergar”, assinalou o Pe. Silverio Osorio, vigário paroquial da catedral.

Em declarações ao Grupo ACI, o sacerdote informou que o assalto ocorreu na madrugada do dia 11 de outubro. Segundo alguns vizinhos, o roubo foi perpetrado por quatro pessoas, entre elas uma morreu eletrocutada e outra morreu no hospital.

Uma pessoa foi eletrocutada, outra morreu no hospital. Desde então, a Catedral de Maracaibo, a Prefeitura e uma ou duas famílias estão sem eletricidade”, assinalou.

Disseram que junto com o pároco, Mons. Jesus Quinteros, se aproximaram da “empresa de eletricidade para ver o que eles iam fazer com isso e nos disseram que tinha que esperar, que já estavam procurando o transformador”. Entretanto, o templo ainda continua dependendo da luz natural para não ficar na escuridão.

Na segunda-feira, “às 14h30, me ligaram de Caracas perguntando se era verdade que estávamos sem eletricidade” e indicaram que tentariam conseguir o transformador.

Com isso, o Pe. Osorio disse que “estamos celebrando as Missas sem eletricidade porque não podemos ignorar. Mas, devem ser celebradas de manhã bem cedo, porque à noite fica difícil enxergar”.

Os Antropomorfismos Bíblicos II (Capítulo 3 - Parte 4/4)


Deus semelhante ao homem no Antigo Testamento

Quem lê o Antigo Testamento não pode deixar de observar quão frequente e facilmente ao Senhor Deus são atribuídas feições humanas.

Assim o Criador é dito ter face (cf. Gen 4,16; Ex 33,11.14.15; Sl 9,31...); nariz e narinas, cujo sopro desencadeia os ventos sobre a terra (cf. Ex 15,8; Sl 17,9.16); ouvidos (cf. Sl 9,37; 16,7; 85,1; 1 Sam 8,21); boca (cf. Jos 9,14; Dt 8,3; Sl 17,9; Is 1,20); lábios (cf. Jó 11,5; Is 30,27); língua (cf. Is 30,27); olhos (cf. Dt 11,12; 1 Sam 15,19; 26,24; 2 Sam 15,25; Sl 10,4; Am 9,4); pálpebras (cf. Sl 10,4); voz (cf. Gen 3,8.10; Ex 5,2; 1 Sam 15,19; Sl 17,14); braços (cf. Dt 5,15; Jó 40,4; Is 51,5.9; Jer 27,5); mãos (cf. Ex 33,23; Sl 17,17; Is 65,2; Am 9,2); em particular, mão direita (cf. Ex 15,6.12; Sl 17,36); dedos (cf. Sl 8,4; Ex 31,18; Dt 9,10); pés (cf. 1 Crôn 28,2; Sl 131,7), e pés que levantam nuvens de poeira (cf. Na 1,3; Sl 17,10); costas (cf. Ex 33,23); asas e penas sob as quais protege os justos (cf. Sl 17,8; 56,2; 90,4); um belo manto, cujas orlas enchem o templo (cf. Is 6,1). Está assentado em um trono régio (cf. Sl 46,5).

Além disto, na Sagrada Escritura, o Senhor clama (cf. Lev 1,1), ruge (cf. Am 1,2), compraz-se com suave perfume (cf. 1 Sam 26,19), ri (cf. Sl 2,4), assovia (cf. Is 7,18), dorme (cf. Sl 43,24), desperta-se (cf. Sl 77,65), passeia no jardim do Éden (cf. Gen 3,8), fecha a porta da arca de Noé (cf. Gen 7,16), é guerreiro valente (cf. Ex 15,3; Sl 23,8), cavalga sobre um Querubim, voa, paira sobre as asas do vento (cf. Sl 17,11).

Também os afetos humanos marcam a figura do Senhor Deus (antropopatismos):18 o desgosto (cf. Lev 20,23), o ódio ou a abominação (cf. Dt 12,31), a aversão (cf. Sl 105,40), a inveja (cf. Ex 20,5; 34,14), a vingança (cf. Ex 32,34; Dt 32,35.41; Is 1,24; 34,8), a cólera (cf. Ex 15,7; 32,12; 2 Sam 24,1; Is 9,19), a complacência (cf. Jer 9,23), a alegria (cf. Dt 28,63; Sl 103,31; Sof 3,17), o arrependimento (cf. Gen 6,6; 1 Sam 15,35; Jer 26,13).

Diante de tais expressões, impõe-se de novo a questão: que sentido poderá ter tal modo de falar, muito surpreendente num livro que se diz ter por autor principal o próprio Deus? 

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Com que direito Lutero pretendia “reformar” a Igreja?


Lutero começou por negar. Negou a autoridade, negou a tradição, negou o magistério eclesiástico, negou a Igreja orgânica, visível, hierárquica. Com que direito? Com que títulos? Não existia havia 15 séculos o cristianismo? Não ascendiam os seus pastores, os seus bispos, os seus papas, por uma sucessão ininterrupta até aos apóstolos, até ao próprio Cristo?

Mas a Igreja Católica havia perdido o espírito primitivo, havia adulterado os ensinamentos do Evangelho, havia-o sobrecarregado com uma farragem de superstições humanas, havia-o prostituído com a idolatria de Babilônia.

E como o sabe ele? Como o prova? Não havia Cristo prometido a sua assistência infalível à Igreja? Não lhe havia assegurado que com ela estaria todos os dias até à consumação dos séculos?

Não importa. Lutero entrincheira-se na Bíblia. — Mas a Bíblia, quem a interpreta? Não a possuía, não a possui porventura a Igreja Católica? Não a liam todos os Santos Padres e Doutores? Não a conheciam todos os concílios? Não a vulgarizavam todos os santos reformadores? E por que a nenhum ocorreu a ideia de começar uma reforma destruindo a Igreja em nome da Escritura, de embandeirar a Bíblia em pendão de revolta contra a autoridade constituída por Cristo?

Falar à consciência religiosa, ensinando verdades a crer e preceitos a praticar, sem autorização divina, é embuste, impostura e charlatanismo.

Lutero, porém, possui um segredo especial de exegese desconhecido de toda a antiguidade eclesiástica. Ele, o frade despeitado, guinda-se às alturas proféticas de novo evangelista, recebe diretamente ilustrações do Espírito Santo, comunica com o santuário da Trindade [1] e dos seus recessos inacessíveis traz ao mundo o dom de uma hermenêutica sacra, de cujo bojo sai um cristianismo todo novo.

Destarte, de consequência em consequência, Frei Martinho é obrigado a arvorar-se uma missão divina, a atribuir-se uma legação religiosa especial.

Ora, onde estão as credenciais desta embaixada extraordinária? Nenhum homem pode levantar-se no meio dos seus semelhantes e afirmar, sem provas cabais, que é um enviado do Altíssimo. Nenhum homem pode guindar-se à trípode dos oráculos e daí legislar religião para a humanidade sem antes demonstrar apoditicamente a autenticidade de sua missão plenipotenciária. Religião, só Deus a pode impor ao homem. Falar à consciência religiosa, ensinando verdades a crer e preceitos a praticar, sem títulos divinos, sem autorização divina, sem sanção divina, é embuste, é impostura, é charlatanismo. Nossa dignidade de seres racionais revolta-se contra semelhantes exploradores da credulidade pública. — Profeta de Wittenberg, onde estão as cartas de crença de tua missão divina?

A garantia que temos da origem celeste de uma doutrina reside na autoridade recebida do alto por aquele que no-la propõe.

Ora os sinais com que Deus chancela a autoridade dos seus enviados são os milagres: milagres que se manifestam na ordem física, milagres que resplendem na santidade irrepreensível do divino enviado. Só o milagre, intervenção extraordinária da divina onipotência, pode autenticar as missões do céu.

Com milagres provou Jesus a sua messianidade (cf. Jo 5, 36; 10, 37-38; 15, 22; Mt 12, 39-40); com milagres sigilou Deus a embaixada dos seus apóstolos (cf. 2Pd1, 18; 2Cor 12, 12; Mc 16, 20); no milagre reconheceu sempre a apologética cristã, firmada nos princípios da razão e nos ensinamentos dos livros inspirados, a assinatura inimitável do divino Autor nas suas manifestações extraordinárias à humanidade.

Que milagres fizeram os primeiros reformadores para atestar o caráter divino de sua missão?

Bélgica: Fiéis interrompem a comemoração da "Reforma" na Catedral Católica rezando o Rosário


Um grupo de jovens católicos foi detido pela polícia por ter interrompido as comemorações dos 500 anos da 'Reforma' Protestante no principal templo católico da capital belga, para "comemorar" o quinto centenário da heresia protestante.

A Catedral de Bruxelas organizou uma comemoração conjunta católica-protestante da "reforma" iniciada por Lutero heresiarca no sábado. Quando o pastor protestante começou a pregar, um grupo de jovens católicos começou a rezar o Rosário, uma oração "ofensiva" para os protestantes, que desprezam qualquer tipo de culto a Nossa Senhora.

Os Antropomorfismos Bíblicos I (Capítulo 3 - Parte 3/4)


A natureza personificada

Já que o oriental se comprazia em conceber o mundo inteiro como animado, fazendo eco ao dinamismo do homem, compreende-se que os hagiógrafos não tenham hesitado em atribuir figura humana, partes ou membros do corpo humano, aos elementos irracionais. Praticavam assim o antropomorfismo11 ao falar da natureza, antropomorfismo do qual eis aqui alguns casos típicos:

o poço de Beer é convidado a subir (!) e soltar clamores de alegria, por ocasião da vitória de Israel (cf. Núm 21,17s)

os montes prorrompam em júbilo, e as árvores do campo batam as mãos em aplausos; exultem os céus e as profundezas da terra; rejubilem-se as colinas e suas florestas, por ocasião da libertação de Israel detido no exílio babilónico (cf. Is 44,23; 55,12);

o sol é como um herói que exulta ao percorrer a sua via (ci. SI 18,6);

a terra abriu a boca para tragar Datã e Abiron (cf. Núm 16,32) e receber o sangue de Abel (cf. Gên 4,11);

este sangue, por sua vez, profere um brado, que se ergue da terra aos céus (cf. Gên 4,10);

as estrelas da manhã cantavam em coro, quando Deus criou a terra (cf. Jo 38,7).

Pergunta-se: que sentido terá um modo de falar tão alheio ao nosso? 

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Pastor vira piada depois de tentar vender fotos do céu tiradas por ele


Um pastor sul-africano virou motivo de piadas na internet depois de afirmar que havia feito uma selfie no céu. Paseka Motsoeneng disse ter visitado o andar de cima na páscoa, e quem quiser ver as provas em seu smartphone vai ter que pagar mais de R$ 1500 pelo privilégio, em negociação realizada pela igreja do religioso.

"Acordei esta manhã e vi isto. Tive que tirar uma foto"

O Gênio da Língua Hebraica (Capítulo 3 - Parte 2/4)


Não há dúvida, difícil é à maioria dos fiéis que desejem ler a Sagrada Escritura, adquirir o conhecimento dos idiomas originais. Todavia quem se compenetra da mentalidade ou do gênio semítico, torna-se capaz de discernir os matizes e as finuras de expressão que os livros sagrados, em boa tradução vernácula, lhe oferecem.

"O conhecimento mesmo das línguas originais se torna inútil, se não é vivificado por uma comunhão simpática e intuitiva com o gênio próprio da civilização à qual pertencia o escritor bíblico. É preciso aprender a ler entre as linhas e procurar penetrar aos poucos no ambiente de vida em que se movia o autor sagrado, ambiente que transparece no texto bíblico." 4

Pergunta-se, pois, quais as principais características de pensamento e linguagem dos autores bíblicos?

1. O gênio semita é intuitivo muito mais do que abstrativo. O que quer dizer: o judeu, ao perceber um objeto; não se preocupava grandemente com o discernimento de notas essenciais e acidentais do mesmo; apreendia-o e descrevia-o simplesmente com suas características concretas, individuais. O concreto interessava-o mais do que o abstrato.

Eis alguns casos em que o israelita, em vez de usar conceitos e termos abstratos, universais, se comprazia em circunlocuções de caráter mais concreto: Em lugar de dizer "tomar posse, dominar", o judeu às vezes preferia a expressão "lançar a sandália sobre...", que lembrava o gesto concreto ou o cerimonial da tomada de posse: 5

"Sobre Edom lançarei a minha sandália, Sobre a terra dos filisteus cantarei o meu triunfo" (Sl 59,10) cf. Sl 107,10; Gen 13,17; Dt 25,9; Jos 10,24; Rut 4,7.

A expressão "sentir-se feliz, alegre" podia ser substituída pelos dizeres "ter a alma saciada de gordura", visto ser a gordura sinal de suficiência ou plenitude, ainda hoje o alimento predileto dos árabes da Palestina:

"Minha alma será saciada como que de alimento gorduroso, E de meus lábios alegres prorromperá o teu louvor." (Sl 62,6; cf. Sl 35,9.)

Quando alguém se julgava "em perigo de vida", dizia concretamente que "trazia a sua alma nas mãos", já que "ter nas mãos" é a atitude que imediatamente precede a entrega:

"Minha alma está sempre em minhas mãos, mas não esqueço a tua lei." (Sl 118,109.) Cf. Jz 12,3; 1 Sam 19,5; Jó 13,14; Est 14,4.

"Expor a própria vida" ou "estar decidido a morrer" era equivalente a "tomar a própria carne entre os dentes", ou seja, morder-se:

"Tomo a minha carne entre os meus dentes, coloco a minha vida em minha mão." (Jó 13,14)

A ideia abstrata de posse ou de largueza, liberalidade era expressa pelo termo concreto "mão", já que a mão é o órgão que diretamente apreende ou distribui. Assim lê-se em Lev 5,7:

"Se sua mão não atingir o valor de uma ovelha...". O que quer dizer: "Se suas posses não lhe permitirem comprar uma ovelha”.

3 Rs 10,13: "O rei Salomão deu à rainha de Sabá tudo que ela desejava, como a mão do rei Salomão", isto é, "...de acordo com a opulência de um rei tal como Salomão";

Gen 43,34: "A porção de Benjamim era cinco mãos mais abundante que as porções de todos eles (seus irmãos)", frase em que "cinco mãos" significam "cinco vezes".

A figura de linguagem "mão curta" ou 'encurtada" designava parcimônia ao dar:

"A mão do Senhor seria curta demais? Verás sem demora se acontecerá ou não o que te disse!", falava Javé ao anunciar as codornizes no deserto (Num 11,23);

"A mão do Senhor não é curta demais para salvar." (Is 59,1.)

"Governar" tinha por sinônimo o termo mais concreto "julgar", e, em vez de 'Governador", podia-se dizer "Juiz", visto que, num povo primitivo, a função mais frequente de quem governa é a de julgar os litígios entre os súditos. Haja vista o título do livro dos "Juízes" (= governadores de Israel desde os tempos de Josué até a monarquia).

"Poder, força" era conceito expresso pelo vocábulo "chifre", pois é neste que parece residir a força de muitos animais:

"(Deus é) meu escudo é o chifre de minha salvação (= a força que me salva)" (SI 17,3.)

"Abaterei todos os chifres dos malvados, e os chifres dos justos serão exaltados." (S1 74,11.)

2. A tendência a fixar a atenção sobre os indivíduos concretos levava o hebreu a realçar o que há de dinâmico em cada ser; comprazia-se em considerar o comportamento e os efeitos de pessoas e coisas, mais do que o seu Valor estático, essencial. Assim tudo, de certo modo, se podia tomar vivo e agente, para o semita. 6

Os substantivos do vocabulário hebraico são os próprios verbos ou derivam-se de verbos; o verbo (ordinariamente constituído por três consoantes) é a palavra fundamental do léxico israelita. Isto bem mostra que o aspecto principal sob o qual o judeu visava cada objeto era o aspecto dinâmico, ativo. Em particular, note-se que o termo dabhar, que originariamente significava "palavra", podia igualmente designar "coisa", pois toda coisa era pelos judeus concebida primariamente como efeito, efeito, sim, direto ou indireto, da palavra criadora de Deus. Consequentemente às premissas até aqui expostas, tendia o semita a focalizar, acima de tudo, a importância vital, a mensagem prática, que pudesse estar ligada às pessoas ou coisas apreendidas. O orador e o escritor, ao dissertarem, baseavam-se muito na sua experiência pessoal e visavam despertar impressões semelhantes, muito vivas, nos seus ouvintes e leitores. Procuravam transmitir da maneira mais penetrante possível um estado de alma. Isto faz que uma página de literatura semita seja impregnada de movimento, variedade de pessoas e coisas que se sucedem com realismo; emoções, afetos diversos a perpassam. Já que a linguagem semita ficava particularmente ligada à experiência, diz-se que ela evocava ainda mais do que exprimia.