sábado, 14 de julho de 2018

Igreja em Cuba se solidariza com bispos da Nicarágua por ataques “degradantes”

Dom Silvio José Báez e Cardeal Leopoldo Brenes rezam depois da agressão. Foto: Twitter / @silviojbaez

A Conferência dos Bispos Católicos de Cuba (COCC) se uniu às mostras de solidariedade aos bispos da Nicarágua que foram atacados em 9 de julho por paramilitares e simpatizantes do governo de Daniel Ortega.

Na segunda-feira, o Arcebispo de Manágua, Cardeal Leopoldo Brenes, o Bispo Auxiliar de Manágua, Dom Silvio José Báez, e o Núncio Apostólico, Dom Waldemar Stanilaw Sommertag, foram agredidos fisicamente e verbalmente na Basílica de São Sebastião de Diriamba.

Os bispos viajaram a esta cidade, localizada no sul do país, depois que no domingo, 8 de julho, pelo menos 14 pessoas foram assassinadas durante as repressões do regime contra as manifestações.

Em seu comunicado, os bispos cubanos expressaram a sua "profunda tristeza e horror" ante a barbaridade ocorrida em Diriamba.

"Estes atos de violência e profanação, de crimes e abusos de poder, são verdadeiramente degradantes e, portanto, vivemos o sentido lógico de fraternidade pastoral ante o momento que vivem", indicou a COCC.

Por que mais sacerdotes da Austrália se negam a quebrar segredo de confissão?


A Confraria Australiana do Clero Católico (ACCC, na sigla em inglês), um associação privada ligada à Conferência Episcopal, se uniu a outros bispos e sacerdotes do país que se negam a quebrar o segredo de confissão quando saibam dos casos de abusos sexuais, tal como pretende exigir-lhes uma nova lei.

Em 14 de agosto, a Royal Commission, uma entidade criada na Austrália para investigar os casos de abusos sexuais, propôs que os sacerdotes da Igreja Católica quebrem o segredo de confissão em casos de abuso sexual. Em 7 de junho de 2018, a Assembleia Legislativa do Território de Canberra aprovou esta lei.

Entretanto, unidos à decisão do Arcebispo de Melbourne (Austrália), Dom Denis Hart, e outros sacerdotes nas últimas semanas, a ACCC expressou em um comunicado no dia 2 de julho a "sua profunda objecção" à nova lei, mas esclarece o seu "firme desejo" de proteger "crianças e adultos vulneráveis ​​contra o abuso".

A associação afirmou que o segredo do sacramento "não é meramente uma questão de direito canônico, mas da Lei Divina, da qual a Igreja não tem poder para dispensar". Portanto, explicaram que "nenhum sacerdote está obrigado a cumprir nenhuma lei humana que tente minar a confidencialidade absoluta da confissão".

Nesse contexto, argumentam que a "intenção de proteger as crianças e os adultos vulneráveis ​​é contrariada pela natureza equivocada da legislação que indica uma compreensão radicalmente inadequada do sacramento".

Os sacerdotes também manifestaram várias “impraticabilidades”, assinaladas anteriormente – pelo Arcebispo de Canberra e Goulburn – sobre a nova lei, por exemplo: quando “o penitente confessa atrás de uma grade, como o confessor pode saber com certeza a quem confessará? Ou, como o penitente pode ter certeza de que o sacerdote confessor é quem ele pensa que é? Ou, como assegurará uma condenação além de toda dúvida razoável, exceto pela captura da polícia? Pois os penitentes não precisam especificar (além do tipo de pecados e as vezes que o cometeu) os detalhes dos seus pecados (como o lugar, a hora, os nomes, etc.)”.

De acordo com a lei da Igreja, um sacerdote tem a obrigação de não revelar os conteúdos de uma confissão, mesmo que seja ameaçado de prisão.

Se quebrar o segredo de confissão, um sacerdote incorre em excomunhão latae sententiae (automática).

No parágrafo 1467, o Catecismo da Igreja Católica explica o significado de segredo de confissão: “Dada a delicadeza e a grandeza deste ministério e o respeito devido às pessoas, a igreja declara que todo o sacerdote que ouve confissões está obrigado a guardar segredo absoluto sobre os pecados que os seus penitentes lhe confessaram, sob penas severíssimas. Tão pouco pode servir-se dos conhecimentos que a confissão lhe proporciona sobre a vida dos penitentes”.

"Este segredo, que não admite exceções, é chamado ‘sigilo sacramental’, porque aquilo que o penitente manifestou ao sacerdote fica ‘selado’ pelo sacramento”, assinala.

Um católico a favor do aborto pode comungar?


Diante dos recentes casos de despenalização do aborto em países de maioria católica, como Irlanda, Colômbia, Chile e a possibilidade de que a mesma coisa aconteça na Argentina, surgiu a pergunta de se os fiéis que estão abertamente a favor desta prática podem receber a Eucaristia.

Para resolver esta dúvida, a Igreja emitiu vários documentos. Entre eles a carta "Dignidade para receber a Sagrada Comunhão: Princípios Gerais", enviada em 2004 pelo então Cardeal Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, aos bispos dos Estados Unidos.

A carta assinala que, no caso do grave pecado do aborto, “quando a cooperação formal de uma pessoa é manifesta (entendida, no caso de um político católico, como fazer campanha e votar sistematicamente por leis permissivas de aborto e eutanásia), seu pároco deveria reunir-se com ele, instruí-lo a respeito dos ensinamentos da Igreja, informando-lhe que não deve apresentar-se à Sagrada Comunhão até que termine com a situação objetiva de pecado, e advertindo-lhe que de outra maneira se lhe negará a Eucaristia”.

Além disso, adverte que um católico seria “culpável de cooperação formal no mal, e tão indigno para apresentar-se à Sagrada Comunhão, se deliberadamente votasse a favor de um candidato precisamente pela postura permissiva do candidato a respeito do aborto e/ou da eutanásia”.

“Esta decisão, propriamente falando, não é uma sanção ou uma pena. Tampouco é que o ministro da Sagrada Comunhão esteja realizando um juízo sobre a culpa subjetiva da pessoa, senão que está reagindo ante a indignidade pública da pessoa para receber a Sagrada Comunhão devido a uma situação objetiva de pecado”, esclarece o texto.

Em agosto de 2008, o então Prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica da Santa Sé, Cardeal Raymond L. Burke, explicou que os católicos, especialmente os políticos que apoiam publicamente o aborto, não devem comungar.

O Cardeal também se referiu à responsabilidade da caridade que os ministros da comunhão têm de negá-la caso a solicitem "até que reformem a própria vida".

Igreja Protestante debate se “Deus é homem, mulher ou gênero neutro”


Onze anos atrás, o movimento judaico reformista mudou sua linguagem para referir-se a Deus em seu livro de orações, passando a trocar o masculino pelo “gênero neutro”. Em 2017 foi a vez da Igreja Nacional da Suécia, de confissão luterana, que passou a instruir os pastores e bispos a referir-se a Deus de “uma maneira neutra”. Ou seja, Deus podia ser chamado tanto de “Mãe” quanto de “Pai” nas orações.

Esta semana a cúpula da Igreja Episcopal debate nos Estados Unidos a proposta de revisão de seu “Livro de Oração Comum”, usado nas igrejas da denominação em todo o mundo. Conforme noticia o jornal Washington Post, será tomada uma decisão para determinar se Deus tem (ou não) gênero.

“Enquanto ‘homens’ e ‘Deus’ estiverem na mesma categoria, nosso trabalho em direção à equidade estará incompleto. Eu honestamente acho que isso não importa em alguns aspectos”, disse o reverendo Wil Gafney, professor de Antigo Testamento na Brite Divinity School, Texas.

Ao longo da história do cristianismo, Deus sempre foi tratado em orações como um ser masculino, incluindo termos como “Pai”, “Rei” e “Senhor”. No Novo Testamento, Jesus ensinou a orar a Deus usando o termo masculino.

Porém, Gafney e os outros membros do comitê da Igreja Episcopal tendem e recomendar uma mudança na linguagem, alegando que Deus é “maior do que qualquer gênero”.

As 3 grandes Ordens Religiosas Militares da história da Igreja


Na sua acepção cristã primitiva, a expressão ordo militaris, justaposta a ordo ecclesiasticus (o clero), designava os fiéis leigos com a sua respectiva legislação; todo cristão, por efeito do Batismo e da Crisma, é, sim, um militante de Cristo. À medida que as ordens monásticas se foram desenvolvendo, ordo militaris (ordem militar) passou a ser o título de famílias religiosas organizadas para lutar em defesa da fé, dos pobres e dos oprimidos.

Já que o ideal das ordens militares se prende de perto ao do cavaleiro medieval, será oportuno lembrar, antes do mais, alguns traços característicos deste último.

1. O cavaleiro medieval


Entre os múltiplos elementos com que os invasores bárbaros contribuíram para a formação da cultura e da mentalidade medievais, conta-se a instituição dos cavaleiros. Esta se foi delineando aos poucos: a princípio tinha a índole um tanto brutal que caracterizava tudo que se referia à guerra entre os bárbaros; mas, com o tempo, impregnou-se de mentalidade profundamente cristã. O cavaleiro foi-se mais e mais considerando servo de Deus, portador de missão religiosa; o Senhor Altíssimo lhe era apresentado como o primeiro Soberano, e a fidelidade ou a fé como a virtude básica.

Assim, as normas da cavalaria se tornaram autêntica escola de formação do jovem medieval, cujo programa se resumia no lema: «Minha alma, a Deus; minha vida, ao rei; meu coração, à dama; a honra, para mim». O cavaleiro aprendia não somente o manejo das armas e a técnica do combate, mas, a fim de disciplinar as paixões e servir devidamente aos seus nobres objetivos, era educado na prática das virtudes e do amor (amor a Deus e ao próximo).

A formação do cavaleiro se processava em três etapas:

Até os 7 anos, o candidato ficava sob os cuidados de sua mãe e das amas, que lhe insuflavam os rudimentos da educação cristã; passava a maior parte do tempo em jogos infantis. Aos sete anos, tornava-se pajem ou donzel (domicellus) e geralmente era transferido para a corte de um príncipe ou para o castelo de um senhor feudal, a cujo serviço ele se dedicava tanto em casa como na caça e em viagem. A instrução religiosa era-lhe ministrada pelo capelão do castelo, que, não raro, nos longos serões do inverno, lhe narrava os episódios do Antigo e do Novo Testamento, assim como a vida dos santos. Uma das grandes tarefas do pajem consistia na aprendizagem das sete «probitates» do cavaleiro: a natação, a equitação, o manejo do arco, o duelo, a caça, o jogo do xadrez, a arte da rima. A título de recreio, era-lhe dado ouvir o trovador, que periodicamente visitava o castelo, deleitando os ouvintes com suas canções e com as narrativas dos feitos exímios dos antigos heróis.

Aos 14 anos, o pajem era promovido a escudeiro, recebendo do sacerdote ao pé do altar a espada e o cinturão bentos, ao passo que as esporas de prata lhe eram fixadas aos pés pelos assistentes; estes, em seu nome, prometiam amor e lealdade. De então por diante, a ocupação principal do jovem era o uso das armas, que ele carregava ao acompanhar o seu senhor na guerra e na caça.

Aos 21 anos, o escudeiro era instituído cavaleiro numa cerimônia (dita adubamento) rica de simbolismo. Na véspera do grande dia purificava-se com um banho (comparado a novo batismo), após o qual se revestia de «cotta» (camisa) preta (símbolo da morte), túnica branca (emblema da pureza) e manto vermelho (significativo do sangue que ele devia estar pronto a derramar pela fé). Assim trajado, o candidato ia para a capela, onde passava a noite em «vigília de armas»; de manhã cedo confessava-se e participava da Santa Missa e recebia a Santa Comunhão. Seguia-se a investidura propriamente dita: após a bênção da espada, o candidato ouvia de joelhos a leitura dos seus futuros deveres, entre os quais primavam os de servir a Deus e à Igreja, não mentir, proteger os fracos. Feito isto, os padrinhos lhe impunham uma blusa, um casaco de malha, polainas de ferro e a espada; o cavaleiro jurava solenemente fidelidade aos seus ideais de guerreiro cristão; por fim, para encerrar o rito, o seu senhor tocava-o três vezes com a espada, dizendo: «Em nome de Deus, de São Miguel e de Nossa Senhora, constituo-te cavaleiro».

Infelizmente os varões assim preparados não estiveram sempre à altura do seu nobre programa. Aos poucos, o entusiasmo foi diminuindo; o cavaleiro se tornou burguês e cortesão; a entrada na cavalaria veio a ser obrigatória para que alguém gozasse dos privilégios da nobreza; em suma, o título de cavaleiro passou a ser mera distinção honorífica. Como quer que seja, a instituição, em seus tempos áureos, produziu frutos notáveis tanto no plano natural como no sobrenatural, dentro da sociedade medieval.

À luz destas ideias, entende-se que tenham surgido na Santa Igreja famílias religiosas que professavam empunhar as armas a serviço da mais nobre das causas, que é a do Reino de Cristo.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

O Espírito Santo e o Corpo de Cristo


O corpo do Cristo ressuscitado, agora à Direita do Pai, é pleno do Espírito Santo, é Seu Templo. É nesta santíssima humanidade do Senhor Jesus Cristo, humanidade toda glorificada, que o Santo Espírito habita!

Ora, nós entramos, mística, mas realmente, nesse Corpo pelo Batismo; e, misteriosamente, esse corpo é realmente a Igreja. Assim, batizados no Espírito, entramos na Igreja, Corpo e Esposa do Senhor Jesus. Sim, "fomos batizados num só Espírito para formarmos um só Corpo" (1Cor 12,13), participando do Corpo eucarístico do Senhor.

Do mesmo modo que habita no corpo pessoal do Cristo nos Céus, o Santo Espírito habita no Seu corpo eclesial, que é a Sua Igreja. Assim, o Espírito é a alma da Igreja, é como a seiva que mantém os ramos unidos ao tronco, é como a energia que vem da cabeça para os membros. Por isso, a Igreja realmente vive de Cristo, da Sua energia, da Sua presença no Espírito. Assim sendo, a Igreja jamais envelhecerá, jamais caducará, jamais passará. Ela é sempre nova, não por nossa causa, não por nossas idéias da última moda, mas devido à vida nova no Espírito que, vindo de Cristo, nos renova continuamente. Ela sempre será atraente, não porque dança e faz gracinhas, não porque dá desconto na fé e adocica o Evangelho do Cristo, mas porque é o "lugar", o "espaço", do Santo Espírito do Ressuscitado.

É o Espírito também Quem mantém a Igreja sempre unida, apesar da diversidade de pessoas, mentalidades, culturas, etc. "O Amor de Cristo (que é o Santo Espírito) nos uniu"...

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Brasileiros querem um Presidente contrário ao aborto e legalização das drogas

Brasileiro é contrário à legalização do aborto.

Uma pesquisa divulgada mostra que o brasileiro pretende eleger para Presidente da República alguém com o perfil contrário ao aborto e à legalização das drogas. A “Pesquisa de Opinião Pública — As Características Ideais do Futuro Presidente do Brasil” foi  encomendada ao instituto Real Time Big Data pela RecordTV e Portal R7.


Dos entrevistados, 70% dos brasileiros são contrários à liberação do aborto contra 30% dos pesquisados. Ainda neste tema, vale dizer que a maioria das mulheres, um percentual de 69%, opinaram contra a prática do aborto, contrariando as feministas.

Padre Antônio Vieira: leitura atual em tempos de Lava Jato


Padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa em 1608 e morreu na Bahia em 1697. Viveu praticamente todo o século XVII, sendo uma de suas principais figuras em termos de história e literatura. A beleza e a atualidade de seus sermões fazem de Vieira um autor de leitura prazerosamente indispensável.

Sou católico e graduado em Letras Português, mas não foi dentro da Igreja nem da Universidade que conheci os sermões do Padre Antônio Vieira. Comecei a ler o jesuíta por conta própria, quando tive que ministrar minhas primeiras aulas sobre literatura barroca.

Imaginem só a situação: sermões do século XVII em vários volumes, livros extensos e surrados, aparência de coisa ultrapassada, citações em latim… Lembro-me que fui à biblioteca sonolento, na certeza de que não terminaria o primeiro sermão sem antes cochilar duas ou três vezes. Mas logo no começo a leitura foi impactante. As primeiras páginas me tiraram o sono e o engano inicial. Logo me senti entusiasmado com a profundidade da reflexão e com o estilo fascinante e provocante da escrita do Padre Antônio Vieira.

No comecinho do Sermão no Sábado Quarto da Quaresma, Vieira comenta o evangelho da mulher adúltera: “Esta mulher nesta mesma hora foi achada em adultério (Jo 8, 4). Esta mulher? E o cúmplice? Foram dois os pecadores, e é uma só a culpada? Sempre a justiça é zelosa contra os que podem menos.” Observemos as interrogações, tão próprias da literatura barroca, que interpelam o leitor, chamando sua atenção.

Notemos também o aforismo, a máxima, o ensinamento que resume uma verdade: sempre a justiça é zelosa contra os que podem menos. Assim suas palavras se apresentam como exemplares, citáveis, possíveis de serem reinscritas em diferentes textos, o que favorece e incentiva sua circulação.

Também essas frases, em virtude de sua forma generalizante, proporcionam ao texto grande impessoalidade, como se não houvesse uma pessoa como autor particular concreto, mas apenas a voz do Sagrado exprimindo uma verdade imutável. Convém assinalar ainda que essas palavras do Padre Antônio Vieira nos servem como denúncia do vício machista de sempre querer colocar a culpa na mulher, vício esse que, infelizmente, persiste nos dias de hoje. Vieira é atualíssimo!

Também é impossível, em tempos de Lava Jato, não perceber a absoluta atualidade do Padre Antônio Vieira ao ler o Sermão do Bom Ladrão, em que o jesuíta fala dos ladrões “de maior calibre e de mais alta esfera” – gente do governo que rouba por todos os modos, em todas as pessoas e em todos os tempos, sempre na voz ativa, enquanto o povo sofre o roubo, passivamente.