A União dos Juristas Católicos do Estado de
São Paulo (UJUCASP) vem a público manifestar veemente descontentamento à mais
recente produção do grupo Porta dos Fundos, veiculada na plataforma Netflix sob
o seguinte título: “Especial de Natal Porta dos Fundos: a primeira tentação de
Cristo”.
O pretexto da obra é a comédia, seu real
intuito, no entanto, é levar ao ridículo a fé da maioria da população
brasileira, rebaixando, depreciando e aviltando as figuras da Sagrada Família.
O riso nasce do achincalhe grosseiro, do afã de chocar e criar polêmica com o
mais sacro valor do povo.
Sabe-se que a arte, em geral, e a comédia, em
particular, necessitam de certa margem de liberdade criativa para produzirem
suas obras. Dependem da liberdade de expressão, domínio em que o gênio
artístico desenvolve suas capacidades e, por vezes, produz obras memoráveis.
Isso não quer dizer, porém, que as outras
garantias constitucionais devam ser desprezadas no caminho. Sobretudo, a
garantia da liberdade religiosa, indiscutivelmente uma das mais importantes.
Definitivamente, a liberdade não é um valor
absoluto. Nem poderia ser. Sua existência pressupõe limites, sob pena de se
anular a si mesma. Assim, quando duas liberdades públicas se chocam, cumpre
usar do bom senso para definir qual delas prevalecerá.