quinta-feira, 26 de março de 2020

Junte-se à bênção especial do Papa Francisco ao mundo nesta sexta



Papa Francisco convoca os cristãos para mais um momento especial de oração. Será nesta sexta-feira, 27 de março, às 18h de Roma (14h Brasília, 17h Portugal), quando o Santo Padre presidirá uma oração no átrio da Basílica de São Pedro, com a praça vazia, para clamar ao Céu misericórdia nestes tempos difíceis de pandemia do coronavírus.

“Queremos responder à pandemia do vírus com a universalidade da oração, da compaixão, da ternura. Vamos permanecer juntos. Vamos demonstrar nossa proximidade às pessoas mais solitárias e exaustas”, disse o pontífice.

Os fiéis do mundo podem participar espiritualmente através da mídia e sintonizar a cerimônia, que incluirá a Liturgia da Palavra e a bênção com o Santíssimo Sacramento.

Francisco transmitirá a Bênção Apostólica Urbi et Orbi, dirigida à cidade de Roma e ao mundo. Essa bênção, que normalmente é concedida no Natal e na Páscoa, dará a possibilidade de receber a indulgência plenária. 

Doutrina da Fé aprova sete prefácios eucarísticos para a Missa Tridentina


A Congregação para a Doutrina da Fé apresentou nesta quarta-feira, 25 de março, o decreto Quo magis de 22 de fevereiro, pelo qual são aprovados sete novos prefácios eucarísticos a serem utilizados ad libitum na celebração da Missa segundo a forma extraordinária do Rito Romano, ou Usus Antiquior, também conhecido como Missa Tridentina.

De acordo com a nota de apresentação emitida pela própria Congregação para a Doutrina da Fé, esta disposição constitui “a complementação de um trabalho iniciado anteriormente pela Pontifícia Comissão acima mencionada, dando cumprimento ao mandato conferido pelo Papa Bento XVI de inserir alguns prefácios adicionais no Missal da forma extraordinária”.

"O estudo realizado sobre o tema levou à escolha de um número limitado de textos a serem utilizados em circunstâncias ocasionais, como as festas de santos, as missas votivas ou as celebrações ad hoc, sem introduzir nenhuma mudança nas celebrações do ciclo temporal", indica a nota.

A intenção do decreto é "salvaguardar, através da unidade dos textos, a unanimidade de sentimentos e orações apropriados para a confissão dos mistérios da Salvação celebrados, naquilo que constitui a principal estrutura do ano litúrgico".

Da mesma forma, “aproveitou-se a oportunidade para estender a todos os que celebram no Usus Antiquior, a faculdade de poder usar outros três prefácios que no passado eram concedidos a determinados lugares. Também aqui, trata-se de textos para determinadas celebrações ocasionais”. 

Reino Unido volta atrás e não permitirá que mulheres tomem pílulas abortivas em casa



O Departamento de Saúde do Reino Unido se retratou das alterações feitas nas leis de aborto em seu site oficial, que teriam permitido que as mulheres realizem um aborto químico em casa, sem ter que ir primeiro a um hospital ou clínica.

"Foi publicado por engano. Não haverá mudanças nos regulamentos sobre o aborto”, disse um porta-voz do Departamento de Saúde e Assistência ao jornal britânico The Independent, cinco horas após as mudanças aparecerem no site oficial do governo do Reino Unido.

A ordem retirada em 23 de março teria permitido às mulheres interromper a gravidez por meio de pílulas abortivas por até nove semanas, e não exigiria que elas comparecessem primeiro a um hospital ou clínica, informou o jornal britânico.

"Esta política radical e muito perturbadora... colocaria mais mulheres em risco. O cancelamento de qualquer supervisão médica direta que monitore o uso de ambas as pílulas abortivas poderia ter provocado um aumento das complicações físicas e psicológicas experimentadas pelas mulheres", assinalou na terça-feira John Smeaton, presidente executivo da Sociedade para a Proteção dos Nascituros (SPUC) do Reino Unido.

Bolsonaro edita decreto e inclui ‘atividades religiosas’ em lista de serviços essenciais em meio a pandemia de coronavírus



O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) editou um decreto publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (26) em que declara que ‘atividades religiosas’, lotéricas, produção de petróleo, entre outras, como serviços essenciais em meio a pandemia do novo Coronavírus. A medida tem validade imediata.

Dessa forma, ao ser considerado essencial, os serviços ou atividade ficam autorizados a funcionar mesmo durante restrição ou quarentena em razão do novo vírus. Segundo o texto, no entanto, o funcionamento deverá obedecer as determinações do Ministério da Saúde. 

Coronavírus, mistério ou castigo? Bispo responde.



O Bispo Emérito da Prelazia do Marajó (PA), Dom José Luis Azcona Hermoso, levantou em um recente artigo a seguinte questão diante da pandemia da COVID-19: “coronavírus, mistério ou castigo?”.

No texto enviado a ACI Digital, o Prelado observa que, “de súbito, inesperado, a humanidade acorda à sombra da morte fugidia e enigmática: o coronavírus. Tem-se a impressão de que séculos de certezas se concentram num segundo para perguntar: ‘O que é a morte? O que é esta morte? A morte do coronavírus?’”.

“O rosto da resposta tem um nome: enigma. Mas esta morte no nosso tempo e espaço, nas suas circunstâncias é interrogante que ultrapassa amplamente o conceito e a realidade da morte”, assinala.

Segundo ele, o atual contexto levanta questionamentos que todo homem “precisa responder”: “Qual o sentido da morte e do mal? Depois de tantos e profundos progressos da humanidade, por que o megavírus? O que é o homem? E depois da morte? O nada? E se algo existe, o que? Quem?”.

Dom Azcona indica que, diante do coronavírus, o homem se pergunta “sobre a origem, características, prevenção, transmissão, terapias, sequelas” e, nestes dias a consciência humana é impregnada por discursos “sobre estabilidade econôminica mundial, assistência médica, luta pela sobrevivência biológica”, isso juntamente com “a apreensão, o medo, angústia, o ceticismo e o desespero”.

Entretanto, “pouco ou nada sobre a morte em si mesma, sua identidade, seu sentido, o seu ‘depois’”, pontua.

“Diante da morte, diante desta morte tão estranha do coronavírus que sem chamar penetra em nossa intimidade familiar, se autoconvida à mesa, partilha conosco o pão e a água e de súbito se levanta arrastando consigo de modo implacável o nosso filho, o papai querido da terceira idade..., se impõem necessariamente considerações como estas”, sublinha o Bispo. 

Levam Cristo milagroso à Praça de São Pedro para Urbi et Orbi do Papa Francisco



A imagem do Cristo milagroso que o Papa Francisco visitou em 16 de março na igreja romana de São Marcelo para rezar pelo fim do coronavírus foi retirada de seu altar e transportada à Praça de São Pedro, para que possa estar presente na sexta-feira durante a bênção Urbi et Orbi do Santo Padre.

O jornalista vaticanista Francesco Antonio Grana confirmou à CNA – agência em inglês do Grupo ACI – que o crucifixo foi removido na quarta-feira pelo pessoal do Vaticano às 18h30 (hora de Roma) da igreja de "San Marcello al Corso", que data do século V, para ser instalado temporariamente na Praça de São Pedro.

Esta escultura foi venerada como milagrosa pelos romanos depois de ser a única imagem religiosa que ficou intacta após o incêndio que destruiu completamente a igreja em 23 de maio de 1519.

Menos de três anos depois, Roma foi devastada pela "peste negra". A pedido dos fiéis, o Cristo milagroso foi levado em uma procissão do Convento dos Servos de Maria, na Via del Corso, até a Praça de São Pedro, parando em todos os bairros romanos. A procissão durou 16 dias, de 4 a 20 de agosto de 1522. Quando o crucifixo foi devolvido a São Marcelo, a praga desapareceu completamente da cidade. 

Igrejas católicas em Curitiba soarão os sinos em sinal de fé e esperança



Na dia 29 de março, aniversário da cidade de Curitiba, as igrejas católicas da cidade deverão tocar seus sinos ao meio-dia por 15 minutos. “Enquanto os sinos repicam em sinal de ânimo, fé e esperança, nossas famílias católicas se põem em oração pelo fim da pandemia”, pede Dom José Antônio Peruzzo na carta aos párocos da cidade.

O pedido do arcebispo é para que todas famílias possam, no mesmo horário que badalarem os sinos, iniciarem uma oração em suas casas, seguindo uma liturgia familiar preparada justamente para este momento de avanço do COVID-19. O roteiro, chamado de “Súplica pela cidade de Curitiba”, está disponível no site da arquidiocese. A proposta de tocar os sinos surgiu a partir do diálogo com o prefeito de Curitiba. 

terça-feira, 24 de março de 2020

Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações



MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
PARA O 57º DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES
[3 de maio de 2020 - IV Domingo da Páscoa]

«As palavras da vocação»


Queridos irmãos e irmãs!

A 4 de agosto do ano passado, no 160º aniversário da morte do Santo Cura d'Ars, quis dedicar uma Carta aos sacerdotes, que todos os dias, obedecendo à chamada que o Senhor lhes dirigiu, gastam a vida ao serviço do Povo de Deus.

Então escolhi quatro palavras-chave – tribulação, gratidão, coragem e louvor – para agradecer aos sacerdotes e apoiar o seu ministério. Acho que, neste 57º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, poder-se-iam retomar aquelas palavras e dirigi-las a todo o Povo de Deus, tendo como pano de fundo o texto evangélico que nos conta a experiência singular que sobreveio a Jesus e a Pedro durante uma noite de tempestade no lago de Tiberíades (cf. Mt 14, 22-33).

Depois da multiplicação dos pães, que entusiasmou a multidão, Jesus manda os discípulos subir para o barco e seguir à sua frente para a outra margem, enquanto Ele despedia o povo. A imagem desta travessia do lago sugere de algum modo a viagem da nossa existência. De facto, o barco da nossa vida avança lentamente, sempre preocupado à procura dum local afortunado de atracagem, pronto a desafiar os riscos e as conjunturas do mar, mas desejoso também de receber do timoneiro a orientação que o coloque finalmente na rota certa. Às vezes, porém, é possível perder-se, deixar-se cegar pelas ilusões em vez de seguir o farol luminoso que o conduz ao porto seguro, ou ser desafiado pelos ventos contrários das dificuldades, dúvidas e medos.

Assim acontece também no coração dos discípulos, que, chamados a seguir o Mestre de Nazaré, têm de se decidir a passar à outra margem, optando corajosamente por abandonar as próprias seguranças e seguir os passos do Senhor. Esta aventura não é tranquila: cai a noite, sopra o vento contrário, o barco é sacudido pelas ondas, e há o risco de sobrepor-se o medo de falhar e não estar à altura da vocação.

Mas, na aventura desta travessia não fácil, o Evangelho diz-nos que não estamos sozinhos. Quase forçando a aurora no coração da noite, o Senhor caminha sobre as águas tumultuosas e vai ter com os discípulos, convida Pedro a vir ao encontro d’Ele sobre as ondas e salva-o quando o vê afundar; finalmente, sobe para o barco e faz cessar o vento.

Assim, a primeira palavra da vocação é gratidão. Navegar pela rota certa não é uma tarefa confiada só aos nossos esforços, nem depende apenas dos percursos que escolhemos fazer. A realização de nós mesmos e dos nossos projetos de vida não é o resultado matemático do que decidimos dentro do nosso «eu» isolado; pelo contrário, trata-se, antes de mais nada, da resposta a uma chamada que nos chega do Alto. É o Senhor que nos indica a margem para onde ir e, ainda antes disso, dá-nos a coragem de subir para o barco; e Ele, ao mesmo tempo que nos chama, faz-Se também nosso timoneiro para nos acompanhar, mostrar a direção, impedir de encalhar nas rochas da indecisão e tornar-nos capazes até de caminhar sobre as águas tumultuosas.

Toda a vocação nasce daquele olhar amoroso com que o Senhor veio ao nosso encontro, talvez mesmo quando o nosso barco estava em balia da tempestade. «Mais do que uma escolha nossa, a vocação é resposta a uma chamada gratuita do Senhor» (Carta aos Presbíteros, 4/VIII/2019); por isso conseguiremos descobri-la e abraçá-la, quando o nosso coração se abrir à gratidão e souber individuar a passagem de Deus pela nossa vida.

Quando os discípulos veem aproximar-Se Jesus caminhando sobre as águas, começam por pensar que se trata dum fantasma e assustam-se. Mas, Jesus imediatamente os tranquiliza com uma palavra que deve acompanhar sempre a nossa vida e o nosso caminho vocacional: «Coragem! Sou Eu! Não temais!» (Mt 14, 27). Esta é precisamente a segunda palavra que gostaria de vos deixar: coragem.

Frequentemente aquilo que nos impede de caminhar, crescer, escolher a estrada que o Senhor traça para nós são os fantasmas que pululam nos nossos corações. Quando somos chamados a deixar a nossa margem segura para abraçar um estado de vida – como o matrimónio, o sacerdócio ordenado, a vida consagrada – muitas vezes a primeira reação é constituída pelo «fantasma da incredulidade»: não é possível que esta vocação seja para mim; trata-se verdadeiramente da estrada certa? Precisamente a mim é que o Senhor pede isto?

E pouco a pouco avolumam-se em nós todas aquelas considerações, justificações e cálculos que nos fazem perder o ímpeto, confundem-nos e deixam-nos paralisados na margem de embarque: julgamos ter sido um erro, não estar à altura, ter simplesmente visto um fantasma que se deve afugentar.

O Senhor sabe que uma opção fundamental de vida – como casar-se ou consagrar-se de forma especial ao seu serviço – exige coragem. Ele conhece os interrogativos, as dúvidas e as dificuldades que agitam o barco do nosso coração e, por isso, nos tranquiliza: «Não tenhas medo! Eu estou contigo». A fé na presença d’Ele que vem ao nosso encontro e nos acompanha mesmo quando o mar está revolto, liberta-nos daquela acédia que podemos definir uma «tristeza adocicada» (Carta aos Presbíteros, 4/VIII/2019), isto é, aquele desânimo interior que nos bloqueia impedindo-nos de saborear a beleza da vocação.