Na década de 90 era comum crianças e
adolescentes responderem a seus iguais com um sonoro “cala a boca já morreu,
quem manda na minha boca sou eu!” Não sei se a geração atual tem esse costume.
Creio que não. A maioria deve chorar e consumir-se em “depressão” com
smartphone e vídeos do pervertido Felipe Neto. Lembrei-me disso depois dos
últimos acontecimentos do totalitário STF e, mais precisamente, Alexandre de
Moraes, o semideus togado que eventualmente atua como Ministro cujo o sonho é
colocar todos sob sua “divina” capa preta.
Bom, antes de mais nada é óbvio, é claro, é
ululante que o semideus togado não quer perseguir “fake news” — ele é
absolutamente indiferente a isso. Ele ficou ofendidinho pelas críticas
recebidas; “vaidade das vaidades, tudo é vaidade”(Ecl 1,2). Se as críticas são
caluniosas e injuriosas, já há dispositivos para que os caluniadores sejam
punidos. Mas não é isso: feriram seu orgulho e como resposta iniciou
perseguição aos opositores. O semideus togado não persegue “fake news”, ele
persegue opositores, pessoas.
Que há mentiras e mentirosos no direitismo
ninguém dúvida, assim como há mentiras e mentirosos no esquerdismo, e em
qualquer outra vertente ideológica. Entretanto, essa cruzada contra as “fake
news” é tão-somente ideológica, sem compromisso nenhum com a verdade; porque se
fosse um real combate ao erro e à mentira encontraria largo apoio entre os
católicos. Mais, nessa matéria de perseguir “fake news”, há um gravíssimo
problema: quem definirá o que é ou não notícia falsa? No caso presente, a
“vítima” das “fake news” é também o acusador e o juiz — e o semideus, claro.
Mas dorante, obviamente, não será um “tribunal” orientado pela lei natural e a
verdade histórica, mas um “tribunal” composto por “jornalistas” maconheiros
formados na UFRJ e mães de pet cuja vida se resume a busca por lacração, usar
drogas e fazer sexo. Estamos, pois, diante de uma ferramenta ideológica para
perseguir opositores e afastar ainda mais as pessoas da verdade.
Independentemente do apreço que se tenha pelas
verdadeiras vítimas dessa perversa perseguição, devemos todos mostrar
solidariedade para com eles, e também nos atentar para o que está ocorrendo,
porque se as coisas seguirem esse ritmo, muito em breve dizer verdades de fé
será “fake news”. Dizer que Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem,
dizer que a Igreja Católica foi instituída por Cristo e que não há salvação
fora dela, será não só “intolerância religiosa”, mas “fake news”. Dizer que a
Idade Média foi um luminoso período na história, será não só obscurantismo, mas
“fake news”. Hoje o semideus togado persegue e prende jornalistas e youtubers
que o criticam, amanhã serão os católicos que dizem verdades de fé e proclamam
sua fé publicamente.
Como resposta ao totalitarismo togado e à loucura
ideológica das “fake news” os direitistas que são as primeiras vítimas — e,
infelizmente, muitos católicos — têm gritado: “isso é uma afronta à liberdade
de expressão”, “exigimos liberdade de expressão” e coisas do tipo. Ludwig von
Mises, uma referência econômica do direitismo diz: «O primeiro requisito para
uma ordem social melhor é o retorno à liberdade irrestrita de pensamento e
expressão». Será isso verdade? A liberdade de expressão, e mais, a irrestrita
liberdade de expressão, é um bem e fundamento da ordem social?
Não. A liberdade de expressão entendida como
“o direito de qualquer um dizer o que quiser”, não é um bem, antes um mal. E
como mal não é um fundamento da ordem social, mas um corruptor dessa mesma
ordem. Os fundamentos da ordem social são verdade, justiça e liberdade — mas
essa última só existe unida à verdade e à justiça. Portanto, a liberdade de
expressão só tem valor e é moralmente boa quando unida à verdade e à justiça.