terça-feira, 4 de agosto de 2020

A morte do senhor “cala a boca” e o semideus togado



Na década de 90 era comum crianças e adolescentes responderem a seus iguais com um sonoro “cala a boca já morreu, quem manda na minha boca sou eu!” Não sei se a geração atual tem esse costume. Creio que não. A maioria deve chorar e consumir-se em “depressão” com smartphone e vídeos do pervertido Felipe Neto. Lembrei-me disso depois dos últimos acontecimentos do totalitário STF e, mais precisamente, Alexandre de Moraes, o semideus togado que eventualmente atua como Ministro cujo o sonho é colocar todos sob sua “divina” capa preta.

Bom, antes de mais nada é óbvio, é claro, é ululante que o semideus togado não quer perseguir “fake news” — ele é absolutamente indiferente a isso. Ele ficou ofendidinho pelas críticas recebidas; “vaidade das vaidades, tudo é vaidade”(Ecl 1,2). Se as críticas são caluniosas e injuriosas, já há dispositivos para que os caluniadores sejam punidos. Mas não é isso: feriram seu orgulho e como resposta iniciou perseguição aos opositores. O semideus togado não persegue “fake news”, ele persegue opositores, pessoas.

Que há mentiras e mentirosos no direitismo ninguém dúvida, assim como há mentiras e mentirosos no esquerdismo, e em qualquer outra vertente ideológica. Entretanto, essa cruzada contra as “fake news” é tão-somente ideológica, sem compromisso nenhum com a verdade; porque se fosse um real combate ao erro e à mentira encontraria largo apoio entre os católicos. Mais, nessa matéria de perseguir “fake news”, há um gravíssimo problema: quem definirá o que é ou não notícia falsa? No caso presente, a “vítima” das “fake news” é também o acusador e o juiz — e o semideus, claro. Mas dorante, obviamente, não será um “tribunal” orientado pela lei natural e a verdade histórica, mas um “tribunal” composto por “jornalistas” maconheiros formados na UFRJ e mães de pet cuja vida se resume a busca por lacração, usar drogas e fazer sexo. Estamos, pois, diante de uma ferramenta ideológica para perseguir opositores e afastar ainda mais as pessoas da verdade.

Independentemente do apreço que se tenha pelas verdadeiras vítimas dessa perversa perseguição, devemos todos mostrar solidariedade para com eles, e também nos atentar para o que está ocorrendo, porque se as coisas seguirem esse ritmo, muito em breve dizer verdades de fé será “fake news”. Dizer que Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, dizer que a Igreja Católica foi instituída por Cristo e que não há salvação fora dela, será não só “intolerância religiosa”, mas “fake news”. Dizer que a Idade Média foi um luminoso período na história, será não só obscurantismo, mas “fake news”. Hoje o semideus togado persegue e prende jornalistas e youtubers que o criticam, amanhã serão os católicos que dizem verdades de fé e proclamam sua fé publicamente.

Como resposta ao totalitarismo togado e à loucura ideológica das “fake news” os direitistas que são as primeiras vítimas — e, infelizmente, muitos católicos — têm gritado: “isso é uma afronta à liberdade de expressão”, “exigimos liberdade de expressão” e coisas do tipo. Ludwig von Mises, uma referência econômica do direitismo diz: «O primeiro requisito para uma ordem social melhor é o retorno à liberdade irrestrita de pensamento e expressão». Será isso verdade? A liberdade de expressão, e mais, a irrestrita liberdade de expressão, é um bem e fundamento da ordem social?

Não. A liberdade de expressão entendida como “o direito de qualquer um dizer o que quiser”, não é um bem, antes um mal. E como mal não é um fundamento da ordem social, mas um corruptor dessa mesma ordem. Os fundamentos da ordem social são verdade, justiça e liberdade — mas essa última só existe unida à verdade e à justiça. Portanto, a liberdade de expressão só tem valor e é moralmente boa quando unida à verdade e à justiça. 

Deste modo, diferentemente do que é pregado entre direitistas, esquerdistas e toda sorte de revolucionário — e horror, até católicos — a liberdade de expressão entendida como dito, ou seja, aquele “direito de qualquer um dizer o que quiser” é uma monstruosidade (cfr. Mirari Vos, Gregório XVI). É desta errônea compreensão da liberdade de expressão que surge desgraças como Porta dos Fundos e seu “Jesus Gay”, e marcha LGBTXYZ com “Jesus Travesti”. Uma “fake news” não é nada diante dessas blasfêmias! Portanto, se a liberdade de expressão, ensina Leão XIII, «não for justamente temperada, se ultrapassar os devidos limites e medidas, desnecessário é dizer que tal liberdade não é seguramente um direito». Porque, sendo o direito uma faculdade moral, continua Leão XIII, «seria absurdo crer que esta faculdade cabe naturalmente, e sem distinção nem discernimento à verdade e à mentira, ao bem e ao mal». Ou seja, não é possível que haja liberdade de expressão para a mentira, para o mal, para o erro. Por conseguinte, para termos uma sociedade saudável e ordenada, não pode haver um “direito de qualquer um dizer o que quiser”: não pode haver uma irrestrita liberdade de expressão.

Finalmente, penso ser justo e mesmo necessário levantar-se contra os seguidos atos totalitários dos semideuses togados, em especial, Alexandre de Moraes; mas exigir e lutar por “liberdade de expressão” é um erro — um enorme erro. Porque é também por essa mal compreendida liberdade que nossa sociedade está imersa na desordem e na perversão; e mais grave: é por essa errônea liberdade que o Sagrado Coração de Jesus é ofendido, desprezado e injuriado e a Santa Igreja Católica caluniada.
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Centro Santo Afonso de Ligório

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