O Bispo de Sinop (MT), Dom Canísio Klaus,
condenou as afirmações feitas por Padre Ramiro José Perotto nas redes sociais,
o qual declarou que a menina de 10 anos, de São Mateus (ES), que engravidou
após sofrer abusos sexuais de seu próprio tio compactuava com este ato.
“O padre Ramiro se manifestou publicamente e
deve se retratar publicamente também. Nós repreendemos totalmente a fala e o
seu posicionamento infeliz. Ele deve pedir perdão, e essa foi a minha primeira
orientação”, declarou o Prelado ao site ‘PNB Online’.
Na semana passada, Pe. Ramiro, da Paróquia São
Paulo Apóstolo, em Carlinda (MT), comentou em suas redes sociais o caso da menina de 10 anos que engravidou após ser estuprada pelo tio, fato que, segundo
ela, ocorria há 4 anos. A criança foi submetida a um aborto, em Recife (PE),
após uma equipe médica de Vitória (ES)se recusar a realizar o procedimento.
Em seus comentários, o sacerdote afirmou que a
menina compactuava com os abusos e, portanto deveria assumir “as
consequências”. “Duvido uma menina ser abusada com 6 anos por quatro anos e não
falar. Aposto minha cara. Ela compactuou com tudo e agora a menina é inocente”,
escreveu.
As declarações do sacerdote geraram revolta e
muitos o criticaram nas redes sociais. Diante disso, Pe. Ramiro excluiu os
comentários e, posteriormente, o próprio perfil.
Frente a este caso, o Bispo de Sinop, Dom
Canísio Klaus informou ao site ‘PNB Online’ que pediu ao Pe. Ramiro “que ele
deixe de se manifestar através das redes sociais em relação a qualquer assunto
que cause comoção ou revolta”.
“Ele precisa fazer uma profunda reflexão
pessoal sobre esse grave erro. Todo erro precisa de correção, misericórdia e
perdão. Ele foi advertido por ter feito algo tão grave e, reincidindo, ele será
punido”, afirmou.
Após a repercussão de suas declarações, Pe.
Ramiro reconheceu o erro e pediu perdão por meio de uma nota enviada à imprensa.
“Assumo a responsabilidade de ter proferido palavras desagradáveis, e justifico
que compartilho da defesa da vida, nunca condenar e tirar julgamentos”,
afirmou.
O sacerdote disse ainda: “Não foi minha
intenção proferir palavras de baixo calão, as quais não comungam com minha fé e
minha crença na pessoa humana”.
“Àqueles que se sentiram ofendidos, só resta
meu pedido de perdão. Excluí meu facebook por não querer mais ofender e ser
ofendido. Precisamos ser fraterno”, completou.