segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Nossa Senhora do Rosário - 7 de Outubro



Tornou-se festividade da Igreja Universal em 1716, pela vitória contra os turcos na batalha naval de Lepanto (07 de outubro de 1571). Inicialmente era celebrada no primeiro domingo de outubro, mas a partir de 1913 foi novamente colocada no aniversário daquela vitória.


Esta memória não se refere à forma de oração do rosário, mas a Maria que, em razão da sublime posição que ocupa em tal oração, é invocada com o nome de “Rainha do Santo Rosário”.


Com a sua simplicidade que a torna familiar também aos fiéis sem instrução, e com a sua profundidade de pensamento que só evidencia numa reflexão e numa meditação muito atenta, ela representa a forma mais universal de oração praticada na cristandade católica.


Por sua natureza, a oração do rosário exige um ritmo tranqüilo e quase um vagar pensativo, que favoreçam no orante a meditação dos mistérios da vida do Senhor, e desvendem as suas insondáveis riquezas.

Agenda da Paróquia - Outubro 2011

De 01-03: Tríduo de S. Francisco às 17h (Matriz);

De 01-12: Festejo de N. S. Aparecida - João Rebêlo

Dia 02: Acolhida da Romaria do Círio de Nazaré às 5h na Matriz;

Dia 04: Festa de S. Francisco com procissão às 17h (Matriz);

Dia 05: Missa de envio da peregrinação da imagem de N. S. Perpétuo Socorro às 17h na Matriz;

Dia 06: Início da Peregrinação da Imagem de N. S. Perpétuo Socorro;

De 07 a 08: Curso Bíblico para Multiplicadores a partir do evangelho de Marcos (Casa do Pão/Matriz): das 19 às 21:30 (dia 7); das 8 às 12h (dias 8 e 9).OBS: Inscrições limitadas por comunidade da Paróquia.


Dia 08: Acolhida da Imagem de N. S. Nazaré às 19h (Matriz);

Dia 09: Bênção dos animais (de pequeno porte) às 9h na Matriz;

- Missa (de saída do Círio de Nazaré) às 16h na Matriz (não haverá missa às 17 e às 19h);

De 11-12: Acolhida da Romaria de N. S. Aparecida às 2:20 (Matriz);

Dia 12: Missa Solene de N. S. Aparecida, padroeira principal do Brasil às 6:30 e 17h (Matriz); às 8h da manhã na Com. S. Antonio (Solar dos Luzitanos); e às 19:30 nas Comunidades do Turú e do João Rebêlo (encerramento do festejo).

Dia 18: Encerramento das peregrinações e sorteio das imagens com as famílias visitadas.

Dia 19: Adoração e envio das equipes de trabalho do festejo na Igreja Matriz.

Dia 20: Carreata com a imagem da padroeira após a missa das 17h na Igreja Matriz. Destino: Com. S. José da Providência - IV Conj. Cohab.

De 21-30: Festejo de N. S. Perpétuo Socorro, padroeira da paróquia (Abertura na Com. S. José da Providência, festa na Matriz - ver programação);

Dia 22: Multirão da Paróquia para a venda das cartelas do sorteio do carro às 8h da manhã saindo da Matriz. 

Dia 23: Dia Mundial das Missões e da Infância Missionária (coleta nas missas destinadas às missões).

Dia 30: Dia Nacional da Juventude. Encerramento da Forania de Nazaré na Igreja Matriz da Paróquia de Sant'Ana - Angelim às 19h.
______________________________________________
OBS: Poderá haver alterações sem aviso prévio.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O Desafio Missionário Hoje


O mês de outubro, como mês temático, tem duas vertentes. De um lado as Missões, que marcam as reflexões em nossas comunidades. É também o mês do Rosário, de antiga tradição, convidando-nos a uma vida de oração contemplativa. Estes dois temas se completam, pois necessitamos de uma densa vida espiritual e de orações para vivermos testemunhando Jesus Ressuscitado e anunciando-O às pessoas do nosso tempo. Somos essencialmente missionários. Fixemo-nos hoje no tema das missões.


A caminhada da Santa Igreja perpassa por várias correntes referenciais para levar aos fiéis a plena compreensão do Reino de Deus. Dentre as correntes que se adota no percurso da caminhada evangelizadora está a dimensão missionária.


Na caminhada histórica do Filho de Deus, a Igreja Católica apresenta o mês de outubro como o mês das Missões. Neste ano apresenta-se com o tema “Missão na Ecologia”, que as Pontifícias Obras Missionárias (POM) realizam como a Campanha Missionária 2011. A temática, como nos anos precedentes, está diretamente ligada ao tema da Campanha da Fraternidade, iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que este ano é “Fraternidade e a Vida no Planeta”. Sempre foi consenso que os vários temas durante o ano poderiam ser ligados ou inspirados no tema da Campanha da Fraternidade. Nesse sentido, a Semana Nacional da Vida, começando no início de outubro e culminando com o Dia do Nascituro, nos recorda que toda a nossa reflexão ecológica não teria sentido sem a preservação e o respeito à vida humana.



Somos chamados também a refletir sobre o tema do dia Mundial das Missões, que a cada ano o Papa nos sugere. Neste ano, o Papa Bento XVI colocou como tema: “Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós” (Jo, 20,21). Notamos, de certa forma, como essa preocupação missionária está no coração e na mente do nosso Papa. Basta recordar o tema que ele escolheu para a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”.


A missão fundamental da Igreja é sempre de Anúncio da Palavra de Deus ecoada nos corações dos fiéis, testemunhada e vivida, que deve transparecer em toda a vida do povo de Deus. Todos nós nos tornamos seguidores e missionários a partir da Graça que de Deus recebemos através do santo Batismo, que nos impregna a ação do Espírito Santo. A partir do conhecimento da Graça de Deus, adotada no coração daqueles e daquelas que buscam a solidez da revelação divina em suas vidas, percebe-se a necessidade da missão. Também é missão da Igreja denunciar tudo que é contrário à Palavra de Deus, como por exemplo, as injustiças provocadas à luz de interesses particulares que desnorteiam a caminhada cristã. Dentro do contexto proposto para o mês das Missões no Brasil deste ano, a Igreja ressalta a ingente preocupação com a preservação do meio ambiente e conscientização ecológica.


Ser missionário é antes de tudo um grande compromisso que o cristão adota em prol da realização do Reino de Deus, onde as criaturas por Ele criadas devem proclamar e dar testemunho da própria fé, levando ao conhecimento de todas as pessoas a Palavra de vida que cura, liberta e salva. Ser missionário é, em primeiro lugar, o ato de assumir a fé por inteiro, numa dinâmica viva de acolhimento à própria vocação.


Nestes tempos de tantas dificuldades para a missão da Igreja, que sofre perseguições diversas pelo mundo, não é fácil “fazer discípulos”, não é simples estar presente na sociedade em que uma minoria preferiria que “se esquecesse de Deus”. Ao discernirmos os “sinais dos tempos”, sentimos como é necessário uma “nova evangelização” e a coragem de proclamar em quem nós cremos, e como são importantes para a sociedade os valores proclamados pelos missionários.


Quando se ouve falar de missão ou em ser missionário, muitas vezes pensamos que para atuar como missionários precisamos ingressar em uma Ordem Religiosa e professarmos os votos para sermos enviados a uma terra distante e trabalharmos na evangelização dos irmãos. Há de se falar que de fato existe este tipo de trabalho missionário na vida da Igreja, principalmente de nossos irmãos que dão a sua vida no anúncio e no testemunho do Evangelho em lugares que Ele ainda não foi anunciado. Mas, em primeiro momento, a missão está de modo nato presente em todos nós batizados e devemos agir como verdadeiros missionários no ambiente em que vivemos, a começar pela nossa própria família e comunidade onde exercemos o nosso apostolado. Ser missionário faz parte do nosso ser cristão.


Como já falado acima, o mês de outubro é dedicado pela Igreja como sendo o mês das Missões. Nesta oportunidade se fala muito sobre o trabalho missionário e a sua devida importância como forma de fortalecimento na fé e na caminhada. Não é um mês exclusivo de se fazer missões, mas é um momento de reforçar o trabalho e rezar e ajudar em prol do bom êxito do trabalho dos missionários que estão em missão em terras realmente distantes do país ou cidades de origens, e é, também, oportunidade de fazer com que a nossa missão diária possa surtir os efeitos necessários no coração de todos os fiéis, para que caminhem buscando sempre a proximidade com Deus, que é o Criador de tudo e de todos.


O Catecismo da Igreja Católica nos exorta: “Tornados filhos de Deus pela regeneração batismal, os batizados são obrigados a professar diante dos homens a fé que pela Igreja receberam de Deus e a participar da atividade apostólica e missionária do povo de Deus” (cf. no. 1270).


A missão de todos nós consiste no fato de que temos que abraçar toda a proposta de Deus feita a nós desde o momento pelo qual, movido Ele por um amor incondicional, nos deu a vida. Podemos viver a nossa missionariedade em terras distantes ou em nosso próprio habitat, aqui no dia-a-dia de nossa Arquidiocese, aonde muitos ainda precisam conhecer Jesus ou redescobri-Lo, sendo que este último deve sempre ser o motivador maior do nosso ardor missionário – de sair de nossas casas e ir ao encontro do irmão para levar a Boa Nova da Salvação. Nestes últimos meses, e também neste outubro missionário, tantas iniciativas missionárias perpassam as atividades de regiões, foranias e vicariatos de nossa Arquidiocese. Isso tudo realizado pelas paróquias como também por grupos, comunidades e consagrados. Santa Terezinha do Menino Jesus nunca saiu do Carmelo, no entanto foi uma grande missionária, movida pelas suas contínuas orações, seu espírito missionário que trazia como inquietação em seu coração e profundo amor a Deus. Seja também você um missionário de Jesus Cristo, particularmente neste tempo da Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro (agora com site oficial no ar, o concurso para a logomarca lançado e já inaugurada a sede do comitê organizador) e enquanto estamos unidos aos jovens que anunciam Cristo Jesus pelo nosso país, levando consigo o ícone de Nossa Senhora e a Cruz do Redentor!

Dom Orani João Tempesta, O. Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro - RJ

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

NOTA DA CNBB - Jornada Mundial da Juventude


“Ide e fazei discípulos a todos os povos” (Mt 28,19). Com esta citação bíblica o Papa Bento XVI apresentou o lema da próxima Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que acontecerá no Brasil e que terá seu momento alto em julho de 2013 no Rio de Janeiro. Este evento, criado por um Papa apaixonado pela juventude, João Paulo II, é de responsabilidade de toda a Igreja com todos os seus serviços, organismos e pastorais. 

O pedido oficial para que o Brasil pudesse sediar esse evento foi feito pela CNBB em maio de 2007 no encontro do Papa com os jovens no Pacaembu, São Paulo. E o anúncio da aceitação foi realizado por Bento XVI no último dia 21 de agosto, por ocasião do encerramento da JMJ em Madri.


Ao longo da história, a Igreja no Brasil tem assumido e efetivado sua opção preferencial pela Juventude. O documento 85, “Evangelização da Juventude – Desafios e Perspectivas Pastorais”, lançado em 2007, e a busca de comunhão das diferentes expressões de juventude no Brasil motivada por este documento são sinais visíveis desse esforço. A recém criada Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude na Assembléia Geral da CNBB deste ano e a aprovação do tema sobre a Juventude para a Campanha da Fraternidade de 2013 revelam, também, este carinho para com os jovens. E agora, com a JMJ acontecendo no Brasil, nossa voz a favor dos jovens se torna mais forte e comprometedora.

Com a festa que a Arquidiocese de São Paulo preparou no dia 18 de setembro passado, a Igreja em nosso país acolheu a Cruz e o ícone da Virgem dando início a esta caminhada no Brasil rumo ao Rio 2013. Estes símbolos percorrerão as nossas dioceses, convidando a todos a intensificar o seu amor para com Jesus Cristo e sua Mãe, e a dar passos mais seguros no processo de opção e evangelização da juventude do Brasil.

A peregrinação destes símbolos já é o início da nossa Jornada Mundial da Juventude! Bem preparada e conduzida esta peregrinação provocará maior encantamento do jovem para com Jesus Cristo, orientações para a sua vida, fortalecimento de sua adesão à Igreja, conscientização de sua responsabilidade missionária na construção de uma sociedade mais de acordo com o projeto de Deus.

As Dioceses e Paróquias, as Pastorais da Juventude e outras Pastorais, as Congregações Religiosas, as Comunidades Eclesiais de Base, os Movimentos e as Novas Comunidades, encontrarão aí ocasião propícia para provocar na Igreja e na Sociedade a opção pelos jovens. É um “momento favorável” de evangelização da juventude proporcionando a ela ocasiões especiais de amadurecimento da sua vida de discípula e missionária do Mestre:

“A crescente participação do Brasil nas Jornadas Mundiais da Juventude nos convida à organização de um caminho que garanta o crescimento da animação dos jovens em vista de sua identidade de discípulos missionários de Jesus Cristo”. (DGAE n. 81 - Doc 94).

Com o ardente desejo de que o Brasil viva este tempo como momento excepcional para a evangelização da Juventude, exortamos e convidamos a todas as forças vivas da Igreja para que o envio missionário “Ide e fazei discípulos a todos os povos” (Mt 28,19) faça eco e seja realidade mais viva e dinâmica na nossa Igreja.
Brasília-DF, 21 de setembro de 2011
P – Nº 0911/11

Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB

Dom Sergio Arthur Braschi
Bispo de Ponta Grossa
Vice-Presidente da CNBB Ad hoc

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

sábado, 24 de setembro de 2011

Pregar com a Vida


Uma de nossas grandes dificuldades é a sinceridade em nos reconhecermos pecadores. Mesmo que a cada missa façamos o ato penitencial quando proclamamos, confessamos nossos pecados publicamente parece que nem sempre esse ato que fazemos com nossa voz corresponde ao nosso coração. Basta vez a dificuldade hoje, em participar do Sacramento da Penitência encontrando sempre justificativas para fugir desse momento de misericórdia. Sabemos também como nos justificamos em nossos pecados, procurando muitas vezes colocar um culpado em nosso lugar. Outras vezes queremos nos desculpar com justificativas para não assumir nossa responsabilidade de erro, de pecado.

Reconhecemos pouco o pecado e, em seguida, não sabemos pedir e dar perdão. A falta de experiência da misericórdia em nossas vidas nos faz também ser pouco misericordiosos para com os outros. Nós percebemos isso nos desejos de vingança (não de justiça), proclamados em alto e bom som por muitos comunicadores revoltados com os problemas da sociedade.


Diante do homem sujeito ao mal e ao pecado, Jesus não nos condena, mas convida todos a segui-Lo porque acredita que podemos mudar. Ele dirige uma proposta de amor. É por isso que os publicanos e as prostitutas entrarão primeiro no reino dos céus, porque acreditam naquele homem que os chama, levam a sério o seu amor, procuram o seu perdão, entendem a graça, que é a sua confiança. Entram primeiro, porque eles não têm vergonha de procurar ajuda, de falar; porque não fingem ser o que eles não são, não tentando defender-se pelos méritos ou justificações e, por isso, mudam suas vidas. O Evangelho é esta história bela, belíssima notícia: nós podemos mudar, o pecador encontra o perdão, podemos ser diferentes, novos, nascer de novo.

Neste domingo, ouvimos a parábola (cf. Mt 21, 28-32) do dizer e do fazer. Jesus fala de dois filhos que mudam de ideia: um diz "sim", mas não faz ", o outro diz "não ", mas pensa melhor e faz. Não basta apenas a verbalização de uma religiosidade, é necessária a prática, a vida coerente! Infelizmente existem pessoas que vivem em absoluta contradição com aquilo que dizem, enquanto outros, ao contrário, vivem uma boa humanidade, uma honestidade e uma vida absolutamente, fiéis à sua consciência, pregando suas convicções com a vida. Jesus pede ao seu discípulo para imitá-Lo nas suas próprias palavras e atos, na profunda consciência de que encontrar o Evangelho nos impulsiona a mudar de vida.

Um homem tinha dois filhos, e a ambos pede para ir trabalhar na vinha. O primeiro se declara pronto, mas depois não vai. O segundo, no entanto, se recusa a princípio, mas depois se arrepende e vai trabalhar. Nesse ponto, Jesus perguntou aos fariseus: "Qual dos dois fez a vontade do pai?". Eles só podem responder: "O último". Era a única resposta possível. São os próprios fariseus a expor com clareza o contraste entre o "dizer" e o "fazer". Várias vezes no Evangelho se repete a exortação de que as palavras não são suficientes: o que importa é "fazer a vontade de Deus." O exemplo do segundo filho é eficaz: ele cumpre a vontade do pai, não com palavras, que são até mesmo contrárias a ela, mas com ações.

Cumpre a vontade do pai aquele que retorna sobre suas decisões, aqueles que param de dizer não e começam a fazer. "Seja feita a vossa vontade", repetimos ao chamar Deus de Pai. Seja feita a começar por mim. Não basta proclamá-la somente com a boca. Mostre a sua fé através das obras! Não sejamos aqueles que somente dizem: Senhor, Senhor, mas não fazem o que o Pai deseja! Bem recordava o Papa Paulo VI: “os homens de hoje escutam muito mais as testemunhas que os mestres, e se escutam os mestres é porque são testremunhas”!

O discípulo não é um perfeito, mas um que muda e que se converte a cada dia. Somos chamados a reconhecer nossos pecados e dar passos concretos de conversão. Somos chamados a colocar em prática o Evangelho.

Nestes dias em que os sinais da Jornada Mundial da Juventude, a Cruz e o ícone de Nossa Senhora começaram a percorrer o nosso país – levados pelos jovens que assim anunciam o Cristo Senhor, Vida do mundo para todos, junto com a fidelidade de Maria, assim também cada um de nós, servos por amor, saiamos a trabalhar na vinha do mundo como discípulos missionários que testemunham com a vida o Senhor Jesus Cristo, Ressuscitrado, Caminho, Verdade e Vida. Desta forma, seremos felizes e daremos felicidade para muitos.

Dom Orani João Tempesta, O. Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro - RJ


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Enfoque deslocado


Na mente de muitas pessoas ainda existe aquela convicção de que remédio bom tem que ser amargo. Este, sim, teria efeito garantido. O mesmo se diga sobre o uso legítimo do prazer do corpo.  Muitos acham que a busca do prazer físico, tem embutido em si um ressaibo pecaminoso. Esta maneira de pensar cria muitos culpados imaginários. Leva àquela falsa idéia do “eu não presto”.  Jesus, ao contrário, além de ter uma vida disciplinada, também aceitava participar de momentos de boas refeições e tomar bons vinhos. Isso não dava, no entanto, o direito aos seus inimigos de acusá-lo: “O Filho do Homem é um comilão e beberrão, amigo dos pecadores” (Lc 7, 34). Trata-se dos prazeres legítimos que Deus colocou à nossa disposição. O mundo civil, nos dias atuais, está muito bem equipado com ofertas de prazer.  Oferece abundância de comidas sofisticadas, até em linha popular; roupas de grande beleza; jóias variadíssimas;  remédios em abundância; drogas para esquecer as agruras da vida; festas para todos os gostos; exacerbação sexual. Parece que se está fixando o princípio de vida, comentado por São Paulo: “Comamos e bebamos, porque amanhã morreremos” (1 Cor 15, 32).
 
Mas não nos iludamos. Tudo na vida deve ter limites, que não podem ser ultrapassados: comida, festas, vida sexual, esportes. Estamos na civilização da abundância, onde as pessoas buscam sempre mais prazer. Mas as coisas boas precisam estar acompanhadas de disciplina, e até de sacrifício. Basta vermos o concurso que foi realizado, de Miss Universo. Procurou-se a “mulher mais linda do mundo”. Mas que enorme sacrifício que tiveram de enfrentar: pouca comida, muito exercício, concentração de várias semanas, obediência – sem discussão - aos organizadores... Tudo por um título efêmero. Podemos viver tranquilamente os prazeres legítimos da vida, sem traumas. Mas atenção! O salmista ensina: “Deus é o meu bem”  (Sl  16, 2).

Dom Aloísio Roque Oppermann scj

Arcebispo de Uberaba - MG


terça-feira, 20 de setembro de 2011

Anúncio Fúnebre


NOTA DE FALECIMENTO: É com grande pesar que a Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro comunica o falecimento do Frei Beniamino Zanardini (Frei Benjamim), hoje na Itália, após passar alguns dias internado. Ele tinha 71 anos e já trabalhou em nossa paróquia quando ainda era comunidade do Anil. Antes de ser internado, frei Benjamim era Vigário Paroquial e responsável pela Pastoral da Saúde na Fraternidade São Francisco de Assis em Imperatriz. Que Deus o acolha no seu Reino e o recompense com sua graça pelos serviços prestados à Província Nossa Senhora do Carmo.

Frei Benjamin: 

Data de Nascimento: 02/11/1939

Prof. Temporária: 08/12/1959

Prof. Perpétua: 08/12/1961

Ord. Presbiteral: 26/03/1966

+Falecimento: 20/09/2011

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ministério do Amor Maior



No último sábado, dia 10 de setembro, toda a Igreja Particular de São Sebastião do Rio de Janeiro viveu a alegria do início do ministério extraordinário da comunhão eucarística conferido a mais de 750 leigos e leigas das mais diversas regiões de nossa Arquidiocese. A estes novos ministros, juntamente com os milhares que já exercem suas atividades pelas paróquias da Arquidiocese, a Igreja confia a missão de levar Jesus Eucarístico, tesouro de inexaurível valor, aos irmãos, auxiliando os ministros ordenados, aos quais compete ordinariamente esta função seja na liturgia, seja àqueles impossibilitados de participarem pessoalmente da celebração eucarística.

Esta ocasião apresenta-se propícia para refletirmos a respeito desse ministério, ou serviço, no qual a Igreja apresenta sua vitalidade na intensa participação, adesão e corresponsabilidade dos leigos e leigas no projeto de evangelização em que todos nos irmanamos.

É fato que a origem histórica deste serviço refere-se a uma dificuldade bem prática, de caráter litúrgico, que no decorrer dos anos, pós-primavera do Concílio, ganhou uma conotação toda especial no contexto da participação eclesial.

Com o passar do tempo, sobretudo a partir das novidades introduzidas pelos documentos Sacrossanctum Concilium, sobre a reforma da sagrada liturgia; Lumem Gentium, acerca do mistério da Igreja, e Apostolicam Actuositatem, sobre o apostolado dos leigos, todos do Concílio Vaticano II, esta maneira toda peculiar de participação do leigo na vida litúrgica e na prática pastoral foi intensamente promovida e tem dados muitos frutos em nossas comunidades. Basta recordar que em muitas comunidades onde não é possível a presença assídua de um sacerdote, diversos leigos “apaixonados” pela causa do Evangelho exercem, na liturgia e na vida, este ministério com grande amor e perseverança.


É importante considerar que todo ministério é precedido por um determinado carisma. O ministério, seja leigo ou ordenado, é sempre o exercício de um determinado carisma a serviço da Igreja. Há, como nos ensina Paulo... “uma diversidade de carismas”, isto é, um grande número de “aptidões” que podem ser colocadas a serviço de Deus na comunidade. Também o ministério extraordinário da comunhão, que de maneira alguma é a simples execução de tarefas, pressupõe um determinado carisma.

É recomendável a todos os novos ministros extraordinários da sagrada Comunhão Eucarística o estudo da Instrução Redemptionis Sacramentum, que fala expressamente acerca deste ministério.

Sublinho alguns pontos: que os ministros extraordinários jamais assumam funções que não são suas: “Além disso, nunca é lícito aos leigos assumir as funções ou as vestes do diácono, ou do sacerdote, ou outras vestes similares”. (cf. n. 153).

Este ministério é extraordinário e não especial: “Neste ministério, entendendo-se conforme o seu nome em sentido estrito, o ministro é um extraordinário da sagrada Comunhão, jamais um «ministro especial da sagrada Comunhão», nem «ministro extraordinário da Eucaristia», nem «ministro especial da Eucaristia»; com o uso destes nomes, amplia-se indevida e impropriamente o seu significado” (cf. n. 156).

Devemos deixar claro que este ministério é exercido na ausência do sacerdote ou do diácono: “O ministro extraordinário da sagrada Comunhão poderá administrar a Comunhão somente na ausência do sacerdote ou diácono, quando o sacerdote está impedido por enfermidade, idade avançada, ou por outra verdadeira causa, ou quando é tão grande o número dos fiéis que se reúnem à Comunhão que a celebração da Missa se prolongaria demasiado.[259] Por isso, deve-se entender que uma breve prolongação seria uma causa absolutamente suportável, de acordo com a cultura e os costumes próprios do lugar (cf. n. 158)”.

Ao ministro extraordinário da sagrada Comunhão: nunca lhe está permitido delegar algum outro para administrar a Eucaristia, como, por exemplo, os pais, o esposo ou filho do enfermo que vai comungar.

O carisma que leva ao ministério extraordinário da comunhão é, sem dúvida, aquele do cuidado e da doação, da paciência e carinho, pelo qual o próprio Cristo é reconhecido no meio de seu povo. O ministro extraordinário da comunhão só exercerá bem seu serviço eclesial se, como Cristo, for acolhedor e disponível. Este é o binômio básico para que alguém leve o sacramento do amor de Deus por nós, sem ferir o que é próprio desse amor: O mensageiro não pode comprometer a mensagem.

Esperamos, pois, que estes novos ministros, bem como todos aqueles que exercem os mais variados serviços nas nossas comunidades, possam contribuir na construção de uma igreja mais participativa e por um mundo melhor, sendo sempre sinal do Cristo que acolhe a todos indistintamente e que ama pela força da disponibilidade e da doação.

Dom Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro – RJ