A renúncia ao cargo de Sumo Pontífice da grei católica, anunciada por Bento XVI, “revelou os segredos de muitos corações”. Muitos dos que são dos nossos, fazem coro uníssono com aqueles que querem prescrever à Igreja o que ela deve fazer e o que não deve. Entre os que detestam a Santa Igreja de Deus, é natural que queiram descobrir milhões de motivos tenebrosos para explicar a sua “decadência”, os seus intermináveis caminhos equivocados (segundo a sua ótica), e a prescrição minuciosa para sermos uma Igreja moderna, “autêntica”, e aberta. Segundo esses imperativos categóricos, seria tão simples ser a Igreja de Jesus Cristo. Seria só necessário tirar dos ombros dos fiéis a carga das prescrições morais. Precisa vir um Papa “corajoso” que torne a religião tão leve que dispense qualquer esforço. Seria quase como querer ser rico sem trabalhar.
Na televisão mineira, numa mesa redonda, apareceu o Pe. Godoy, bastante propenso a demonstrar os “erros” da instituição eclesial. Veio acompanhado por dois teólogos leigos, por sinal de ótima qualidade. O Padre, por ter falado a um grande público, deve ter pensado nas conseqüências, e por isso me sinto autorizado em nomeá-lo. O homem falou de um modo muito azedo sobre João Paulo II, sobre Bento XVI e certos Cardeais. A sua conversa se tornou parecida com a de um líder religioso anti-ecumênico. Sua visão de Igreja supõe que seus líderes vivem de intrigas, de busca insaciável do poder, numa ausência completa de escrúpulos. Nessa visão não há o mínimo espaço para o Divino Espírito Santo. Seria uma pura obra humana, evidentemente, das piores. O que me causa espécie é perceber que certos meios de comunicação não costumam chamar, a programas de repercussão, pessoas firmes na vivência eclesial. Preferem os “dissidentes”, porque eles dão ibope. Não lhes interessa se o circo pega fogo. Tais Presbíteros deveriam se lembrar de que são “Oficiais” da Igreja. Nenhuma Prefeitura ficará com um funcionário que critica publicamente a instituição. Já tive meus anos de admiração pelo desempenho pastoral do Pe. Godoy. Tenho esperança de que ele “retome o caminho de antes” (Apoc 2, 5). Assim ele me causa tristeza.
Dom Aloísio Roque Oppermann
Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)
Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)
Nenhum comentário:
Postar um comentário