terça-feira, 30 de abril de 2013

Mensagem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil para o Dia do Trabalhador



Meu Pai trabalha sempre, e eu também trabalho (Jo, 5,17)


Ao celebrar o dia do Trabalhador e da Trabalhadora, a CNBB manifesta seu apoio aos que pelo trabalho contribuem na construção de um mundo melhor. O trabalho tem uma dimensão que vai além da produção de riquezas. É o processo de humanização da pessoa e do mundo. Ele “comporta em si uma marca particular do homem e da humanidade, a marca de uma pessoa que atua numa comunidade de pessoas; e uma tal marca determina a qualificação interior do  próprio trabalho e, em certo sentido, constitui a sua própria natureza” (Laborem Exercens 1).

Saudamos com alegria especial os empregados domésticos que, após grande esforço, têm reconhecidos pelo Congresso Nacional seus direitos, no mesmo regime de outros ramos de atividade, com a aprovação da PEC 66/12. Esta vitória implica agora a necessidade de vigilância para que o preceito legal seja cumprido integralmente.


Causa-nos preocupação o grande número de pessoas em situação de trabalho análoga à escravidão, nas atividades rurais e urbanas, especialmente migrantes e imigrantes.  Esta violação à dignidade humana precisa ser coibida e punida com severidade. Um sistema produtivo que desconsidera a centralidade da pessoa, priorizando o lucro e o acúmulo de bens, peca contra a dignidade humana.  Reiteramos o apelo ao Estado brasileiro para que se comprometa efetivamente na defesa e proteção das pessoas vitimadas e também dos que combatem este mal, e que crie políticas públicas que ataquem os fatores geradores: a miséria e a impunidade.

Neste ano em que a Campanha da Fraternidade tratou do tema da Juventude lembramos as condições ainda difíceis pelas quais passa a maioria dos nossos jovens em relação ao trabalho: desemprego, baixa renumeração, condições de trabalho precárias, informalidade, necessidade de conciliar estudos e trabalho e a alta taxa de rotatividade. A sociedade tem a missão de dar à juventude as condições para o pleno desenvolvimento dos seus dons e potencialidades, incluído o que se refere à atividade produtiva. É importante aprofundar a política governamental de incentivo ao primeiro emprego para os jovens.

Lembramos à classe trabalhadora a importância da atenção para a preservação dos seus direitos, garantidos constitucionalmente, especialmente a seguridade social. Os constantes processos de desonerações do chamado setor produtivo, operados pelo governo, não podem implicar em perdas para os trabalhadores e trabalhadoras.

A CNBB convida a todos os trabalhadores e trabalhadoras a continuarem colaborando no aperfeiçoamento da obra da criação, na busca de relações justas e solidárias no mundo do trabalho e na sociedade.

Que São José Operário acompanhe e proteja a todas as famílias trabalhadoras do Brasil.


Brasília-DF, 1º de maio de 2013


Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB

Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís do Maranhão
Vice-Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

Participe da 23ª Romaria dos Trabalhadores da Área Itaqui-Bacanga.



Tema:Juventude, Fé e Protagonismo.

Lema: Com as bandeiras nas Ruas ninguém pode nos calar

Nesta quarta-feira, dia 1º de Maio de 2013, a partir das 14h.

Concentração: Praça do Bacanga (em frente à UFMA), seguindo até a Praça da Ressurreição (Anjo da Guarda).

Realização: Paróquias da Igreja Católica da Área Itaqui-Bacanga.

Informações: Gildean Farias (8894-9098/8244-8355) Eunice Cheguevara (8859-2071) Paêta (8862-9651) Fátima Guedes (8703-6748).

São José Operário (1º de maio).



Em 1955, o papa Pio XII instituiu a festa de São José Operário, no dia 1º de Maio - dia em que mundialmente se comemora o trabalho - para ressaltar a nobreza do trabalho, ficando o exemplo de José como aquele a ser seguido por todos os trabalhadores cristãos. Desta forma, o papa homenageia o exemplo de homem laborioso e honesto, fiel à palavra de Deus, obediente e justo.

Leão XIII, na encíclica Rerum Novarum, nos lembra que "os operários e os proletários têm como direito especial o de recorrer a São José e procurar imitá-lo.  José, de fato de família real, unido em matrimônio com a mais santa e a maior entre todas as mulheres, considerado como o pai do Filho de Deus, não obstante tudo passou a vida a trabalhar e tirar do seu trabalho de artesão tudo o que era necessário ao sustento da família."

Que o exemplo de José nos anime e inspire a santificarmos nossas vidas com nosso trabalho.

A Armadilha do “Preconceito” e da “Homofobia”.

O vocabulário que quer a inversão do racional. 


O programa de destruição do cristianismo é mestre em slogans que tem por objetivo a completa mudança das mentalidades.


Os slogans, as frases feitas e o vocabulário pronto são extremamente corriqueiros. O programa de destruição do cristianismo, quer dizer, da santa Igreja Católica é mestre em bravejar slogans aparentemente inofensivos, mas que tem por objetivo último a completa mudança das mentalidades. Seguindo esse modus operandi, o aborto torna-se interrupção da gestação, por exemplo. A contracepção pode se tornar planejamento familiar. Queremos tratar neste breve artigo, todavia, de dois termos muito empregados atualmente pelo politicamente correto e pelo lobby homossexual para a promoção de comportamentos que se opõem francamente à natureza. São esses termos: preconceito e homofobia. Esses termos são utilizados por eles exatamente porque invertem completamente a realidade da questão.

Preconceito e homofobia são expressões muito precisas e que significam algo muito mais sério e profundo do que parece à primeira vista. A intenção com o uso desses termos e pelo próprio sentido deles é afirmar que se opor ao homossexualismo é algo contrário à razão. Convém, para explicitar melhor isso, considerar algumas noções filosóficas.

As três operações do intelecto humano


O conceito é o fruto da primeira operação do intelecto, que se denomina simplex apprehensio (simples apreensão). O conceito é o entendimento pelo intelecto da essência de um dado ser. O conceito é, então, o primeiro fruto da racionalidade humana, se assim podemos dizer. É somente com a segunda operação do intelecto, denominada compositio et divisio(composição e divisão) que se faz um julgamento, fruto dessa segunda operação. Depois de abstrair a essência dos seres materiais o intelecto é capaz de julgar associando (compositio) ou separando (divisio) conceitos, afirmando ou negando o predicado de um sujeito. Assim, depois de abstrair a essência de homem (animal racional) e a essência de justo (aquele que dá a cada um aquilo que lhe é devido), eu posso dizer que um homem é justo ou injusto, por exemplo. Finalmente, com a terceira operação do intelecto e seu fruto que se chamam ambos raciocínio (ratiocinatio) o homem pode progredir no conhecimento, chegando ao conhecimento de algo novo a partir daquilo que já é conhecido por ele: i) todo homem tem um corpo; ii) Ora, Cristo é verdadeiro Homem; iii) Cristo tem, então, um corpo. Eis as três operações do intelecto humano.

Opor-se à prática homossexual é um preconceito?

Depois dessa breve análise das operações do intelecto e de seus frutos, podemos compreender aonde se pretende chegar quando se diz que se opor ao homossexualismo é um preconceito. O preconceito consiste, como o próprio nome indica, em uma maneira de agir que é anterior ao conceito. É uma ação sem qualquer indício de racionalidade, pois o preconceituoso se opõe a algo antes de conhecer a essência daquilo a que se opõe. Assim, aquele que é preconceituoso em relação ao homossexualismo agiria sem pensar, quer dizer, antes de saber exatamente o que significa o homossexualismo.

Isso significaria, então, que aqueles que se opõem ao homossexualismo não agem segundo a razão, mas como animais, julgando simplesmente segundo sentimentos, paixões[1]. Ou ainda, aqueles que se opõem ao homossexualismo agem de maneira irracional porque agem movidos por razões religiosas. Como a religião é, para os modernos, inconciliável com a razão, aquele que julga por motivos religiosos julga sem ter conceitos racionais formados[2]. O que eles pretendem fazer, então, é informar essas pessoas consideradas por eles como preconceituosas e ignorantes, dizendo a elas o que é verdadeiramente o homossexualismo, para que elas tenham um conceito dele e possam julgá-lo a partir disso.

Eles dizem, então, que se trata de “uma expressão legítima de amor”, “algo que faz parte da evolução humana”, “algo que leva certas pessoas à felicidade”, etc. Ao informar as pessoas não dão, então, o conceito correto de homossexualismo – comportamento contra a lei natural[3] e, portanto, irracional, portanto contra a virtude e conducente, como tal, à tristeza. Dão uma definição falsa que apela, sobretudo, aos sentimentos, às paixões. Com essa noção falsa as pessoas passarão a julgar falsamente a homossexualidade, aceitando-a e alguns até mesmo incentivando-a.

Notemos que há, assim, uma inversão completa da realidade, pois, na verdade,  os que se opõem ao homossexualismo o fazem justamente porque possuem o conhecimento exato da essência do homossexualismo, têm um conhecimento exato de seu conceito, e julgam seguindo a razão, baseada sempre na natureza das coisas. Assim, são contrários ao homossexualismo por que tal conduta, opondo-se à natureza, opõe-se à razão, e opondo-se à razão opõe-se ao bem do próprio homem e da sociedade. Assim, pela simples acusação de preconceito, aqueles que defendem a lei natural – participação da lei eterna em Deus e que pode ser e é conhecida pela razão – tornam-se os irracionais.

Por outro lado, aqueles que defendem o homossexualismo, opõem-se, na verdade, à lei natural – sobre a qual deve ser fundada a razão que opera retamente. São os defensores desse comportamento que julgam segundo as paixões e, portanto, de forma irracional, mas, ao acusar os outros de “preconceito” pretendem ser os racionais e os razoáveis. A inversão foi feita com uma só palavra. Com um simples termo – preconceito – a virtude passou a ser o vício e o vício passou a ser virtude. O vício tornou-se um bem e uma condição para a felicidade.

O que significa homofobia?

Algo semelhante ocorre com o termo homofobia. O termo fobia significa geralmente uma aversão[4] (ou medo) exagerada, desproporcional, enfim irracional, em relação a algo que é considerado como um mal. A essa aversão se segue, em geral, um ódio com relação àquilo que é considerado um mal. Assim, a paixão do apetite concupiscível ou irascível seria tal que a razão deixaria de exercer seu domínio sobre as faculdades inferiores. Vemos claramente isso quando falamos de claustrofobia, que é a aversão irracional a lugares fechados ou agorafobia que é o medo irracional de lugares abertos ou públicos. Em todo o caso, a fobia é uma aversão (ou medo) irracional, que precede qualquer julgamento ou que advém de um julgamento falso: todo lugar fechado é perigoso ou todo lugar público é perigoso e deve ser evitado.

Assim, quando se fala de homofobia o que se quer dizer é que existe uma aversão (ou medo) irracional em relação ao homossexualismo devido às paixões que suprimem o uso da razão ou devido ao falso juízo que se faz sobre o homossexualismo, que é, por sua vez, consequência do falso conceito que se tem dele. Voltamos ao mesmo ponto: é preciso informar os homofóbicos da “verdadeira” natureza do homossexualismo. Mais uma vez, com uma só palavra, a inversão completa da realidade foi operada. Aqueles que se opõem ao homossexualismo teriam uma aversão (ou medo) irracional, baseada em paixões que não estão de acordo com a razão. Aqueles que em realidade ordenam suas paixões segundo a razão, sempre com base, portanto, na lei natural, tornam-se os irracionais, enquanto aqueles que agem contra as leis mais básicas e evidentes da natureza e seguem as paixões desordenadas (contrárias à razão), tornam-se os grandes racionais e razoáveis.

Revolução operada

Vemos, então, como duas palavras aparentemente inofensivas operam uma verdadeira revolução. O racional torna-se irracional. O irracional torna-se racional. A virtude, que consiste justamente em uma disposição bem enraizada e dificilmente removível na alma de agir segundo a razão, torna-se vício. O vício, disposição idêntica à outra, mas contrária à razão, torna-se virtude. Não deixemos que esse vocabulário mais do que tendencioso nos seja imposto, enganando-nos. Aquele que se opõe ao homossexualismo não é preconceituoso nem homofóbico. Ele tem aversão a um mal que reconhece, baseado na realidade das coisas, como profundamente contrário à natureza. Um mal que corrompe a moralidade com a mesma gravidade que a negação dos princípios especulativos (princípio de não contradição, por exemplo) corrompe a razão.

O homossexualismo não pode, ademais, levar à felicidade. Ora, o bem de um ser – que é, claro, a sua felicidade – consiste em operar segundo a sua natureza. A natureza do homem é racional. Portanto, a felicidade do homem consiste em agir segundo a razão, conhecendo a verdade, agindo segundo a verdade e deleitando-se nela. Tal felicidade será plena quando atingirmos a Verdade pela visão beatífica e a amarmos em consequência desse conhecimento. Para chegar lá, porém, é preciso desde já agir segundo a razão. A razão nos mostra, por um lado, que o homossexualismo é intrinsecamente mau. Por outro lado, ela nos mostra que devemos aderir plenamente a Deus que se revela – o que pode ser conhecido pelos milagres e profecias, critérios de credibilidade. Ora, o Deus que se revela condenou igualmente o homossexualismo, querendo, porém, a conversão do pecador. É preciso amar as pessoas que possuem a tendência homossexual não para confortá-las em suas tendências, modos ou práticas, mas para desejar-lhes e fazer-lhes o bem, que é viver segundo a lei natural e segundo a lei divina.

Conclusão

Nosso Senhor falou que se conhece a árvore pelos frutos. Ora, os frutos naturais do homossexualismo não existem, ou se existem são frutos que se rebaixam à pura alegria sentimental e passageira, advinda da satisfação das paixões. Os frutos do casamento, do verdadeiro e único casamento possível, entre um homem e uma mulher, são inúmeros, desde que se evite a contracepção e a mentalidade da contracepção. Aqui a alegria é real, pois se age segundo a natureza humana, segundo a razão.

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Autor: Padre Daniel Pinheiro.
Fonte: Montfort.
Disponível em: O Conhecimento dos Santos.

Bento XVI voltará para o Vaticano na próxima quinta-feira.



Cidade do Vaticano (RV) - Nesta quinta-feira, 2 de maio, o Papa emérito Bento XVI voltará para o Vaticano, onde habitará, como anunciado, no convento Mater Ecclesiae.

O retorno do Papa emérito se dará de helicóptero em torno das 16h30-17h locais, partindo da residência pontifícia de Castel Gandolfo, onde Bento XVI residiu nos últimos dois meses.

A notícia foi confirmada aos meios de comunicação pelo diretor da Salta de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi. Respondendo aos jornalistas que queriam saber sobre a saúde de Bento XVI, o porta-voz vaticano afirmou: "É um homem ancião, debilitado pela idade, mas não tem nenhuma doença". (RL)

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Fonte: News.Va

Como nos defendermos das acusações de excomunhão dos padres que fazem declarações favoráveis ao homossexualismo ou outras práticas abominadas pela Igreja (como no caso do Padre Beto de Bauru) e a Não excomunhão dos envolvidos em casos de pedofilia (algo extremamente sério também)?


Olá!
Excelente pergunta!

Nossa defesa parte de mostrarmos a verdade.
Vamos tomar como exemplo o caso de Pe. Beto.

Em primeiro lugar, ele não foi excomungado pela Igreja. Pe. Beto entrou em heresia e foi automaticamente excomungado. A Igreja de Bauru apenas tornou pública essa excomunhão, a fim de que os fiéis não caiam no mesmo erro de uma pessoa também pública.

Em segundo lugar, Pe. Beto entrou em excomunhão não porque tenha defendido os homossexuais, mas ensinar suas próprias opiniões, que não condizem com o que a Igreja ensina. Vamos imaginar que em um escola de inglês exista um professor que esteja ensinando japonês, em vez do inglês. Ora, será que esse professor não está errado por ensinar algo que está contra o que a escola divulga? E se esse professor, publicamente falasse mal de seu local de trabalho, não mereceria também uma punição? O caso de padre Beto é exatamente igual a este, só que muito mais grave: em vez de ensinar japonês, que é um novo idioma a ser aprendido, o referido padre estava ensinando o que ele pensa que deve ser a Igreja, permitindo que muitas pessoas caiam nesses erros e joguem suas almas no inferno.

Em terceiro lugar, é necessário lembrar aos questionadores que a Igreja não trabalha com crimes, mas com pecados. Tanto a homossexualidade quanto a pedofilia são pecados gravíssimos, embora só um deles seja crime em nosso país. Ou seja, nem todo pecado é crime. E, conforme o que dissemos antes, os pedófilos são também excomungados, sem necessária declaração pública do bispo. Se a Igreja local demora a declarar o afastamento de um sacerdote pedófilo da paróquia é porque a Igreja como um todo acredita na justiça: das muitas acusações que vimos contra sacerdotes pedófilos, poucas se mostraram verdadeiras. Justiça se faz com julgamento, se faz com inquisição, e não com acatamento de qualquer denúncia.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Comunicado ao povo de Deus da Diocese de Bauru sobre o Rvedo. Pe. Roberto Francisco Daniel.



É de conhecimento público os pronunciamentos e atitudes do Reverendo Pe. Roberto Francisco Daniel que, em nome da “liberdade de expressão” traiu o compromisso de fidelidade à Igreja a qual ele jurou servir no dia de sua ordenação sacerdotal. Estes atos provocaram forte escândalo e feriram a comunhão eclesial. Sua atitude é incompatível com as obrigações do estado sacerdotal que ele deveria amar, pois foi ele quem solicitou da Igreja a Graça da Ordenação. O Bispo Diocesano com a paciência e caridade de pastor, vem tentando há muito tempo diálogo para superar e resolver de modo fraterno e cristão esta situação. Esgotadas todas as iniciativas e tendo em vista o bem do Povo de Deus, o Bispo Diocesano convocou um padre canonista perito em Direito Penal Canônico, nomeando-o como juiz instrutor para tratar essa questão e aplicar a “Lei da Igreja”, visto que o Pe. Roberto Francisco Daniel recusa qualquer diálogo e colaboração. Mesmo assim, o juiz tentou uma última vez um diálogo com o referido padre que reagiu agressivamente, na Cúria Diocesana, na qual ele recusou qualquer diálogo. Esta tentativa ocorreu na presença de 05 (cinco) membros do Conselho dos Presbíteros.


O referido padre feriu a Igreja com suas declarações consideradas graves contra os dogmas da Fé Católica, contra a moral e pela deliberada recusa de obediência ao seu pastor (obediência esta que prometera no dia de sua ordenação sacerdotal), incorrendo, portanto, no gravíssimo delito de heresia e cisma cuja pena prescrita no cânone 1364, parágrafo primeiro do Código de Direito Canônico é a excomunhão anexa a estes delitos. Nesta grave pena o referido sacerdote incorreu de livre vontade como consequência de seus atos.

A Igreja de Bauru se demonstrou Mãe Paciente quando, por diversas vezes, o chamou fraternalmente ao diálogo para a superação dessa situação por ele criada. Nenhum católico e muito menos um sacerdote pode-se valer do “direito de liberdade de expressão” para atacar a Fé, na qual foi batizado.

Uma das obrigações do Bispo Diocesano é defender a Fé, a Doutrina e a Disciplina da Igreja e, por isso, comunicamos que o padre Roberto Francisco Daniel não pode mais celebrar nenhum ato de culto divino (sacramentos e sacramentais, nem mais receber a Santíssima Eucaristia), pois está excomungado. A partir dessa decisão, o Juiz Instrutor iniciará os procedimentos para a “demissão do estado clerical, que será enviado no final para Roma, de onde deverá vir o Decreto .

Com esta declaração, a Diocese de Bauru entende colocar “um ponto final” nessa dolorosa história.

Rezemos para que o nosso Padroeiro Divino Espírito Santo, “que nos conduz”, ilumine o Pe. Roberto Francisco Daniel para que tenha a coragem da humildade em reconhecer que não é o dono da verdade e se reconcilie com a Igreja, que é “Mãe e Mestra”.
        

Bauru, 29 de abril de 2013.


Por especial mandado do Bispo Diocesano, assinam os representantes do Conselho Presbiteral Diocesano.

Os consultores do Papa



Ao completar o seu primeiro mês como “Bispo de Roma”, o Papa Francisco tomou a decisão mais importante do seu pontificado. Ele constituiu um grupo de cardeais, para o ajudar no governo da Igreja.

A medida é original. Nenhum papa partilhou, oficialmente, o seu poder com outras pessoas. Mas além de original, esta medida tem objetivos bem claros e importantes.

Verdade que desde Paulo VI, logo depois do Concílio, a sugestão de formar um grupo de “conselheiros próximos”, uma espécie de “senado” que acompanhasse o papa nas decisões que ele deve tomar, começou a ser cogitada, como resposta aos anseios de maior participação que o Concílio tinha suscitado.

Mas a sugestão só agora toma forma, com o grupo constituído pelo Papa nesta semana.


Vale a pena intuir as intenções desta medida. São diversos ângulos por onde dá para ir entrando, na tentativa de compreender o seu alcance.

Podemos começar pela data. A medida foi tomada depois que ele completou o primeiro mês de pontificado. Todos já iam se perguntando, depois dos gestos e das primeiras mensagens, quais seriam suas decisões práticas, para implementar as esperanças que ele suscitou.  A data serve de indicativo do que ele de fato quer fazer. A medida de agora faz parte, portanto, do seu plano de governo.

Outra observação importante. Escolheu cardeais de todos os continentes. Isto significa, claramente, que as medidas que ele espera implementar com a ajuda desses seus “consultores”, são para toda a Igreja.  Ele quer sentir de perto a realidade de cada continente. De certa maneira, ele busca os mesmos objetivos dos “sínodos continentais”, instituídos por João Paulo II.

E quem sabe, com um grupo menor de pessoas, a dinâmica de trabalho possa ser mais ágil.

O critério de escolha foi claramente geográfico. Mas observando atentamente, há diferenças significativas. A África, a Ásia, a Austrália, um representante cada continente, o que parece normal. Mas a Europa ficou só com um Cardeal, de Munique, na Alemanha, e um bispo para o encargo prático de secretário. Mas a diferença maior está na América Latina, de onde ele chamou dois cardeais, do Chile e de Honduras, respectivamente o Cardeal Errazuris, e Cardeal Maradiaga. E ainda, da América, o Cardeal de Boston.

Diante destas constatações, é evidente a intenção do Papa de valorizar a Igreja da América Latina. Ele assume o desafio que muitos já lhe sugeriram: temos um Papa vindo da América Latina, que universalize para toda a Igreja os valores positivos da caminhada da Igreja da América Latina.

Mas nesta constatação dá para intuir outra segurança que o Papa Francisco está buscando. Ele quer “sentir firmeza” com a boa experiência que ele teve na Conferência de Aparecida, em 2007, quando ele foi coordenador da equipe de redação. E seus auxiliares imediatos eram o Cardeal Errazuris, do Chile, e o Cardeal Maradiaga, de Honduras. Agora, ele chamou os dois, privilegiando a América Latina com dois representantes, que foram seus companheiros no momento talvez mais importante que ele teve, antes de ser Papa, a Quinta Conferência da América Latina. E ainda por cima, estabeleceu o Cardeal Maradiaga como coordenador do grupo todo.

Portanto, dá para esperar muitos encaminhamentos, decorrentes desta importante iniciativa do Papa Francisco. Ele quer encontrar um primeiro consenso entre estes seus auxiliares mais próximos, para contar com o consenso de todos, nas importantes decisões que a Igreja e a humanidade estão esperando em nosso tempo.                                                     


Dom Demétrio Valentini 
Bispo de Jales (SP)

A voz do pastor



Pastor e ovelhas caminham numa relação afetiva, de autoridade e de acolhida. Dizemos que Deus é pastor do povo de Israel, e Jesus é pastor de todos os seres humanos. Mas o pastoreio se estende por todas as pessoas que têm o papel de responsabilidade diante dos compromissos e da missão assumidos na vida real.

É inconcebível um pastor que não conhece as suas ovelhas, não tendo, por isto, como acompanhá-las de perto e de ajudá-las em suas necessidades. Com muita facilidade toma atitudes de exploração e de desrespeito para com elas. Normalmente os mais fracos sofrem as consequências e o peso das arbitrariedades cometidas, sem respeito, aos mais fracos e excluídos dos direitos que são de todos.


O que dá sustentação e credibilidade à voz de Jesus Cristo, como Pastor, é a realidade da ressurreição. Ele continua vivo e atuando na pessoa de quem procura fazer o bem, de quem age preocupado com a dignidade das pessoas, tanto na justiça como na fraternidade. Estes são frutos de quem entendeu o sentido vital da ressurreição.

Algumas atitudes negativas fazem parte da nossa vida. Entre elas podemos destacar a inveja, a facilidade no campo da exploração, o egoísmo e coisas parecidas. São as chamadas impurezas, aquilo que desqualifica o exercício dos pastores, porque passam a ter uma prática de exploração que prejudica o povo.

Muitos dirigentes “sacodem as poeiras dos sapatos” (At 13, 51). Agem de forma descompromissada e com pouca visão do bem comum, trazendo como consequência, o sofrimento de muita gente. Não tratam as ovelhas como elas merecem e nem levam em conta os parâmetros que são garantidos pela lei contida na Constituição.

A pureza de coração é um dom que vem de Deus. É não se deixar corromper pela cultura do ter, do poder e do prazer. A contaminação da idolatria é muito forte e envolvente, que vem afetando a fidelidade de muitos líderes bem intencionados. Quem é fiel aos princípios da ética e da justiça tem a proteção incondicional de Deus.


Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)

domingo, 28 de abril de 2013

Papa destaca a força do Espírito Santo para vencer as tribulações da vida.



Homilia
Santa Missa celebrada pelo Santo Padre com o rito da Confirmação
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 28 de abril de 2013


Amados irmãos e irmãs!

Queridos crismandos! Bem-vindos!

Gostaria de vos propor três pensamentos, simples e breves, para a vossa reflexão.

1. Na Segunda Leitura, ouvimos a estupenda visão de São João: um novo céu e uma nova terra e, em seguida, a Cidade Santa que desce de junto de Deus. Tudo é novo, transformado em bondade, em beleza, em verdade; não há mais lamento, nem luto… Tal é a ação do Espírito Santo: Ele traz-nos a novidade de Deus; vem a nós e faz novas todas as coisas, transforma-nos. O Espírito transforma-nos! E a visão de São João lembra-nos que todos nós estamos a caminho para a Jerusalém celeste, a novidade definitiva para nós e para toda a realidade, o dia feliz em que poderemos ver o rosto do Senhor – aquele rosto maravilhoso, tão belo do Senhor Jesus –, poderemos estar para sempre com Ele, no seu amor.


Olhai! A novidade de Deus não é como as inovações do mundo, que são todas provisórias, passam e procuram-se outras sem cessar. A novidade que Deus dá à nossa vida é definitiva; e não apenas no futuro quando estivermos com Ele, mas já hoje: Deus está a fazer novas todas as coisas, o Espírito Santo transforma-nos verdadeiramente e, através de nós, quer transformar também o mundo onde vivemos. Abramos a porta ao Espírito, façamo-nos guiar por Ele, deixemos que a ação contínua de Deus nos torne homens e mulheres novos, animados pelo amor de Deus, que o Espírito Santo nos dá. Como seria belo se cada um de vós pudesse, ao fim do dia, dizer: Hoje na escola, em casa, no trabalho, guiado por Deus, realizei um gesto de amor por um colega meu, pelos meus pais, por um idoso. Como seria belo!

2. O segundo pensamento: na Primeira Leitura, Paulo e Barnabé afirmam que «temos de sofrer muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus» (Act 14, 22). O caminho da Igreja e também o nosso caminho pessoal de cristãos não são sempre fáceis, encontramos dificuldades, tribulações. Seguir o Senhor, deixar que o seu Espírito transforme as nossas zonas sombrias, os nossos comportamentos em desacordo com Deus e lave os nossos pecados, é um caminho que encontra muitos obstáculos fora de nós, no mundo, e dentro de nós, no coração. Mas, as dificuldades, as tribulações fazem parte da estrada para chegar à glória de Deus, como sucedeu com Jesus que foi glorificado na Cruz; aquelas sempre as encontraremos na vida. Não desanimeis! Para vencer estas tribulações, temos a força do Espírito Santo.

3. E passo ao último ponto. É um convite que dirijo a todos, mas especialmente a vós, crismandos e crismandas: permanecei firmes no caminho da fé, com segura esperança no Senhor. Aqui está o segredo do nosso caminho. Ele dá-nos a coragem de ir contra a corrente. Sim, jovens; ouvistes bem: ir contra a corrente. Isto fortalece o coração, já que ir contra a corrente requer coragem e Ele dá-nos esta coragem. Não há dificuldades, tribulações, incompreensões que possam meter-nos medo, se permanecermos unidos a Deus como os ramos estão unidos à videira, se não perdermos a amizade com Ele, se lhe dermos cada vez mais espaço na nossa vida. Isto é verdade mesmo, e sobretudo, quando nos sentimos pobres, fracos, pecadores, porque Deus proporciona força à nossa fraqueza, riqueza à nossa pobreza, conversão e perdão ao nosso pecado. O Senhor é tão misericordioso! Se vamos ter com Ele, sempre nos perdoa. Tenhamos confiança na ação de Deus! Com Ele, podemos fazer coisas grandes; Ele nos fará sentir a alegria de sermos seus discípulos, suas testemunhas. Apostai sobre os grandes ideais, sobre as coisas grandes. Nós, cristãos, não fomos escolhidos pelo Senhor para coisinhas pequenas, ide sempre mais além, rumo às coisas grandes. Jovens, jogai a vida por grandes ideais!

Novidade de Deus, tribulação na vida, firmes no Senhor. Queridos amigos, abramos de par em par a porta da nossa vida à novidade de Deus que nos dá o Espírito Santo, para que nos transforme, nos torne fortes nas tribulações, reforce a nossa união com o Senhor, o nosso permanecer firmes n’Ele: aqui está a verdadeira alegria.. Assim seja.
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Fonte: Boletim da Santa Sé.

A Cruz: nada é tão útil e tão agradável.



Mas se, ao contrário, vocês sofrem da forma correta, a cruz se tornará um jugo fácil e leve, visto que o próprio Cristo a carregará convosco. Dará asas a vocês para elevá-los aos céus; se tornará o mastro do seu navio, conduzindo-os direta e facilmente ao porto da salvação. Carregue sua cruz pacientemente, e será uma luz em sua escuridão espiritual, porque aquele que nunca sofreu provas é ignorante. Carregue sua cruz alegremente e você ficará completo com o amor divino; porque somente sofrendo podemos residir no puro amor de Cristo. Rosas são encontradas somente entre os espinhos. É a cruz sozinha que alimenta nosso amor de Deus, como a madeira é o combustível que alimenta o fogo. Lembre do belo dito na "Imitação de Cristo ", "Conforme você faça violência a si mesmo, sofrendo pacientemente, assim você progredirá" no amor divino. 


Não espere qualquer coisa daquelas pessoas sensíveis e preguiçosas que rejeitam a cruz quando ela deles se aproxima, e que são cuidadosos em não procurar por cruzes. O que eles são senão uma terra inculta que não produzirá nada a não ser espinhos porque não foi trazida à tona, trabalhada e modificada por um lavrador experimentado? Elas são como água podre, que é inadequada tanto para lavar quanto para beber. 

Carregue sua cruz alegremente e você encontrará nela uma força toda-poderosa que nenhum de nossos inimigos será capaz de resistir, e você encontrará nela um prazer além de tudo aquilo que você já conheceu. Realmente, irmãos, o verdadeiro paraíso terrestre é encontrado no sofrimento por Cristo. Pergunte a qualquer dos santos, e eles lhe contarão que eles nunca experimentaram um banquete mais delicioso para o espírito do que o experimentar os graves tormentos.

"Deixe todos os tormentos do demônio virem sobre mim," disse Santo Inácio, o Mártir. "Deixe-me sofrer ou morrer," disse Santa Teresa de Avila. "Não morrer sem sofrer," disse Santa Maria Madalena de Pazzi. "Eu posso sofrer e ser desprezada pelo seu propósito," disse o Bendito João da Cruz. E muitos outros têm falado nos mesmos termos, como nós lemos sobre suas vidas.

Meus queridos irmãos e irmãs, tenham fé na palavra de Deus, porque o Espírito Santo nos diz que quando nós sofremos alegremente por Deus, a cruz é a fonte de todo tipo de alegria para toda espécie de pessoas. A alegria que vem da cruz é muito maior que a de um homem pobre que repentinamente herda uma fortuna, ou de um camponês que é levado ao trono; maior do que a alegria de um negociante que se torna milionário; do que a de um líder militar sobre as vitórias que ele obteve; do que a dos prisioneiros libertos de suas correntes. Em resumo, imaginem maior alegria do que a que pode ser experimentada na terra, e entenda então que a felicidade de alguém que tolera seus sofrimentos no caminho da justiça contém, e até sobrepuja, todos elas.
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Fonte: Carta aos Amigos da Cruz - São Luiz de Montfort
Disponível em: O Segredo do Rosário.

A morte do preguiçoso



Certa vez, lá na roça, um homem viu uma grande procissão dirigindo-se ao cemitério. Ele ficou pensando quem tinha morrido, mas não se lembrava de ninguém.  Quando a multidão passava por sua casa, ele logo perguntou:
- Quem é o falecido?
Uma senhora de véu preto prontamente respondeu:
- É o Zé das Couves.
O homem ficou chocado com a morte do tal Zé que todos os dias passava por ele quando caminhava em direção à praça. Após um breve instante,  fez a pergunta mais óbvia:
- Do que ele morreu?
- De fome.  – respondeu entre lágrimas outra senhora.
Enquanto ouvia tal resposta, o homem olhou para o caixão e percebeu que o Zé das Couves se mexia. Não se conteve e exclamou:
Por minha Nossa Senhora! Ele tá vivo! Tá vivo! Vocês iam enterrar o homem vivo!


Nesse momento,  o  próprio Zé das Couves interviu na conversa dizendo:
- Calma, homem! Acontece que eu não tenho comida em casa. Como vou morrer de fome de qualquer  jeito, preferi que me enterrassem de uma vez.
 O homem ficou comovido e logo começou a falar:
- Não diga uma besteira dessas! Amigo meu não morre de fome enquanto eu tiver comida em casa. Tenho aqui um saco de batatas e dez quilos de arroz. Pode levar.
- A batata tá descascada e cortada? – perguntou o Zé das Couves.
- Não.  – respondeu o homem mesmo achando a pergunta muito estranha.
- E o arroz, tá lavado e cozido?
Também não.
Nisso o Zé das Couves, olhou para um dos que seguravam o caixão e disse aquela que seria sua última frase:
Toca o enterro pra frente!

Comentar uma história dessas, normalmente acaba não dando bons resultados, afinal ela diz o que tem para dizer de maneira bem mais forte que qualquer comentário. Quero, no entanto, trazer algumas palavras que traduzem minhas reflexões sobre esse conto moral que tem, para mim, um gosto de infância.

Quando converso com alguns amigos, sinto que muitos deles sentem uma espécie de melancolia quando pensam acerca da forma que vivem a vida. Muitos falam de potencial desperdiçado. Não posso negar que eu também experimento tal sentimento. Esse tipo de discurso, normalmente,  vem da comparação dos sonhos com a realidade e da percepção que o eu ideal é bastante diferente do eu real.

Aqui cabe uma pequena digressão antes de entrar no assunto propriamente dito. Todos temos limites e o sucesso nas empreitadas não deve ser o critério absoluto de nossas vidas. É comum ver pessoas lamentando pela falta de realizações e esquecendo-se de celebrar as vitórias que alcançaram. Também é comum alguns tornarem-se vítimas de uma comparação compulsiva com os outros. Cada um é cada um. Cada luta é cada luta.

Dito isso, vamos ao centro do que hoje me proponho a dizer: a preguiça de alguma maneira antecipa a morte porque suga a vida. O preguiçoso é um parasita de si mesmo. Vampiriza-se na medida em que canaliza as energias para um estilo de vida que pode até ser confortável, mas é pouco realizador. Para ter a prova dessa vampirização e parasitismo, basta perceber que o preguiçoso normalmente vive cansado e indisposto.

Há tipos diferentes de preguiçosos, sendo dois os principais: os explícitos e os disfarçados. Os primeiros são aqueles que não fazem nada e sabem disso. Até podem achar fazer nada uma coisa ruim, mas se negam a fazer qualquer coisa porque isso cansa, dá trabalho ou é chato.  Já os do segundo tipo são os que, por outro lado, passam o dia extremamente atarefados, mas terminam a jornada sem ter feito coisa alguma. Correm de um lado para o outro, sentem-se bastante cansados, mas seu esforço é vão. Na realidade, trocam de atividade sempre que algo começa a custar um pouco mais. No preguiçoso explícito temos a negação do começar, no disfarçado a recusa do terminar.

A preguiça, seja de que tipo for, leva ao stress. Penso mesmo se grande parte da estafa contemporânea não se deve mais ao adiamento do trabalho do que ao excesso do mesmo. Essa ideia me ocorreu do pior modo possível: experiência prática. Percebi que tendo a adiar atividades que não gosto. Estas se acumulam até que, em determinado momento, tornam-se inadiáveis... Logo sou obrigado a fazê-las todas de uma vez, sem planejamento e sem tempo para respirar. A montanha só cai sobre mim porque eu a permiti crescer.

O preguiçoso nunca está descansado de verdade. Seu repouso o cansa. Acima disse que a preguiça antecipa a morte. É comum encontrarmos, em túmulos, a seguinte inscrição: Descanse em paz. No caso da morte em vida causada pela preguiça, talvez fosse melhor escrever na porta de alguns quartos ou em cima de algumas camas: descanso sem paz. A paz, como já disse um sábio, é tranquilidade na ordem. Normalmente uma vida movida (ou seria brecada?) pela preguiça é bem desordenada.

Combater a preguiça não é viver uma vida de trabalho frenético, mas lembrar-se constantemente que cada coisa tem seu tempo e lugar. O lazer e o sono são muito importantes.  Só não podem ser a totalidade da vida. Alguém já disse que o ócio é criativo; e  estava falando uma profunda verdade. É importante, porém, acrescentar que a palavra ócio é próxima de ópio. Isso talvez sirva para nos lembrar de que, dependendo da quantidade, ele pode ser uma droga. Uma droga que pode fazer com que um homem prefira estar deitado, mesmo que em um caixão, que de pé. Uma droga que faz com que muitos, ainda que com outras palavras, estejam sempre a dizer: Toca o enterro para frente!
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Fonte: Guia de Blogs Católicos.

sábado, 27 de abril de 2013

Padre Beto anuncia seu afastamento das atividades sacerdotais na Igreja Católica e espera que a Igreja volte a ser a mesma como nas décadas de 60 à 80.



Em uma coletiva de imprensa, realizada no salão de festas de seu prédio, padre Beto, de 48 anos, anunciou seu afastamento das atividades sacerdotais, na manhã deste sábado (27), em Bauru.  Ele não deixará de ser padre, mas não celebrará mais missas e batizados. Na prática, padre Beto está se afastando da Igreja Católica.

Segundo informou, nesta segunda-feira (29), o padre entregará  ao bispo dom Caetano Ferrari seu pedido do afastamento das atividades. “Não estou renunciando o sacerdócio, me afasto do exercício do ministério”, afirma.

Padre Beto afirmou ainda que não tem motivos para pedir perdão ao bispo dom Caetano e que sua renuncia é ao dogmatismo e não à religião. “ Me afasto por questão de coerência, digo sim à religião e não ao dogmatismo”, enfatiza.

Posição da Diocese

Extraoficialmente, segundo o JC apurou, o bispo dom Caetano foi pego de surpresa com a decisão do padre Beto. O bispo soube de sua decisão por meio da imprensa.

Neste sábado, o dom Caetano está em celebrações na cidade de Agudos (13 quilômetros de Bauru) e só se pronunciará oficialmente após o encontro com o padre Beto, na segunda-feira (29). [Fonte: JC Net].

Segundo informações, o padre Beto postou a seguinte informação em sua página oficial do facebook em resposta à nota divulgada pela diocese de Bauru pedindo a retratação do padre até o dia 29 de abril:

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Tempos maus para nós e para eles.



Não aprendemos ainda a conviver com a Democracia. Nem com a civil e muito menos com a religiosa. Havendo liberdade de escolha, em nenhum país democrático haverá partido único, que é fundado muitas vezes em interesses ocasionais. O mesmo se diga sobre a escolha da religião. Nenhuma nação, onde reina a liberdade religiosa, tem a mais mínima possibilidade de ter 99,9% de adeptos de um determinado credo. Nem muito menos terá a chance de fechar em 100% de agnósticos, de ateus, de cidadãos de corte laicista. Portanto, isso que muitas vezes é arrolado como motivo de glória, não passa de uma grande vergonha. Os ataques aos templos, a criação de cidadãos de segunda classe, religiosos que são privados no seu direito de ir e vir, vão continuar sem fim.


Muito se tem comentado que no Brasil os Católicos tem diminuído. É preciso entender o que isso significa. Em 1950 éramos 50 milhões. Hoje somos seguramente 130 milhões. Portanto, em números absolutos aumentamos muito. Em que deixamos de crescer foi nos números relativos. Já fomos 90% e hoje caímos para 64%. E não faltam os acusadores, que nos apresentam a lista de erros que a Igreja teria cometido: a teologia da libertação, a rigidez do celibato, a falta de apoio às novas uniões familiares, a falta de clero, a resistência à modernidade... Estamos convencidos de que a razão disso tudo pode ser bem outra. Parece se aproximar a temperatura de geladeira dos países europeus. Isso que os europeus são hoje, nós poderemos ser amanhã. Isto é, religiosamente frios. Então essa dispersão dos católicos, não poderia ser uma etapa anterior à debandada geral? Se há muitos que entram em denominações cristãs, esses mesmos não param de fazer roda em outras tantas organizações, buscando saúde, fortuna, libertação das mazelas humanas. A primeira geração dos convertidos pode até ser firme na sua fé. Mas os filhos deles tem capacidade de resistir à escola laica, ao mundo das drogas, à chafurdagem sexual, ao ambiente agnóstico? Jesus, um otimista de envergadura, adverte: “Nos últimos tempos ainda haverá fé sobre a terra?”. Sejamos todos cautelosos. Saibamos confiar em Cristo, de quem é a Igreja. Ele a salvará.


Dom Aloísio Roque Oppermann
Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)