“Os horrores da manipulação educativa que vivemos nas grandes ditaduras genocidas do século XX não despareceram”, diz Papa / Foto: L´osservatore Romano |
O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira, 11, no Vaticano, os membros do Escritório Católico Internacional para a Infância (BICE), com sede em Bruxelas, na Bélgica.
Em seu discurso, o Papa recordou as origens da associação, que nasceu por inspiração do Papa Pio XII em defesa da infância após a II Guerra Mundial. Segundo Francisco, desde a sua criação o Escritório promove a tutela dos direitos dos menores, contribuindo inclusive para a Convenção da ONU de 1989, que este ano, completa 25 anos.
O Pontífice encorajou os representantes a levarem avante os projetos contra o trabalho escravo, contra o recrutamento de crianças para servir em exércitos rebeldes, assim como todo tipo de violência contra menores. Francisco reiterou o direito das crianças de crescerem em uma família, com um pai e uma mãe capazes de criar um ambiente idôneo ao desenvolvimento e amadurecimento afetivo.
O Papa alertou para o direito dos pais à educação moral e religiosa dos próprios filhos. Neste sentido, o Papa foi categórico, afirmando ser contrário a todo tipo de experimentação educativa com os menores.
“Com as crianças e os jovens não se pode experimentar. Os horrores da manipulação educativa que vivemos nas grandes ditaduras genocidas do século XX não desapareceram; mantêm sua atualidade sob formas diferentes e propostas que, com pretensão de modernidade, levam as crianças e os jovens a caminharem na estrada ditatorial do pensamento único’”, disse o Papa.
Francisco falou sobre os abusos sexuais de menores cometidos por membros do clero, destacando que a Igreja não irá retroceder em sua ação de investigação e punição. “Sinto-me no dever de assumir a responsabilidade de todo o mal que alguns sacerdotes, em grande número, mas não tanto em comparação à totalidade, pelo dano que causaram pelos abusos sexuais de crianças. A Igreja é consciente desse dano; é um dano pessoal e moral deles, mas são homens da Igreja”, destacou o Papa.
O Papa ressaltou ainda, que trabalhar em prol dos direitos humanos pressupõe manter sempre viva a formação antropológica, estar bem preparado sobre a realidade da pessoa humana e saber responder aos problemas e aos desafios da cultura contemporânea e da mentalidade difundida pelos meios de comunicação de massa.
Francisco concluiu seu discurso pedindo uma formação permanente quanto à antropologia infantil, destacando que nela os deveres têm o seu fundamento e dela dependem o desenvolvimento de projetos educativos.
O BICE é a uma organização católica internacional comprometida com a defesa da dignidade e dos direitos da infância. Foi fundado em 1948 e atualmente está presente em 4 continentes, com projetos em 25 países, inclusive no Brasil. O BICE tem um estatuto consultivo junto às Nações Unidas.
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Fonte: Canção Nova
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