segunda-feira, 21 de maio de 2018

Maria, Mãe da Igreja


Este fato já estava presente de algum modo no sentir eclesial a partir das palavras premonitórias de Santo Agostinho e de São Leão Magno. De fato, o primeiro diz que Maria é a Mãe dos membros de Cristo porque cooperou, com a sua caridade, para o renascimento dos fiéis na Igreja. O segundo, diz que o nascimento da Cabeça é, também, o nascimento do Corpo, o que indica que Maria é, ao mesmo tempo, Mãe de Cristo, Filho de Deus, e Mãe dos membros do seu Corpo Místico, isto é, da Igreja. Estas considerações derivam da maternidade divina de Maria e da sua íntima união à obra do Redentor, que culminou na hora da cruz.

A Mãe, que estava junto à cruz (cf. Jo 19, 25), aceitou o testamento do amor do seu Filho e acolheu todos os homens, personificados no discípulo amado, como filhos para regenerar à vida divina, tornando-se a amorosa nutriz da Igreja que Cristo gerou na cruz entregando o Espírito. Por sua vez, no discípulo amado, Cristo elegeu todos os discípulos como herdeiros do seu amor para com a Mãe, confiando-a para que a recebam com amor filial.

Dedicada guia da Igreja nascente, Maria iniciou a própria missão materna já no cenáculo, rezando com os Apóstolos na expectativa da vinda do Espírito Santo (cf. At 1, 14). Ao longo dos séculos, por este modo de sentir, a piedade cristã honrou Maria com os títulos, de certo modo equivalentes, de Mãe dos discípulos, dos fiéis, dos crentes, de todos aqueles que renascem em Cristo e, também, “Mãe da Igreja”, como aparece nos textos dos autores espirituais assim como nos do magistério de Bento XIV e Leão XIII.

Assim, resulta claramente sobre qual fundamento o Beato Papa Paulo VI, a 21 de Novembro de 1964, por ocasião do encerramento da terceira sessão do Concílio Vaticano II, declarou a Bem-aventurada Virgem Maria “Mãe da Igreja, isto é, de todo o Povo de Deus, tanto dos fiéis como dos pastores, que lhe chamam Mãe amorosíssima” e estabeleceu que “com este título suavíssimo seja a Mãe de Deus doravante honrada e invocada por todo o povo cristão”.

A Sé Apostólica, por ocasião do Ano Santo da Reconciliação (1975), propôs uma Missa votiva em honra de Santa Maria, Mãe da Igreja, que foi inserida no Missal Romano, concedeu também a possibilidade de acrescentar a invocação deste título na Ladainha Lauretana (1980), e publicou outros formulários na Coletânea de Missas da Beata Virgem Maria (1986). Para algumas nações e famílias religiosas que pediram, concedeu a possibilidade de acrescentar esta celebração no seu Calendário particular.

O Sumo Pontífice Francisco, considerando atentamente quanto a promoção desta devoção pode favorecer o crescimento do sentido materno da Igreja nos Pastores, nos religiosos e nos fiéis, assim como a genuína piedade mariana, estabeleceu que esta memória da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, seja inscrita no Calendário Romano na Segunda-feira depois do Pentecostes, e que seja celebrada todos os anos.

Esta celebração nos ajudará a recordar que o crescimento na vida cristã deve fundamentar-se no mistério da Cruz, na oblação de Cristo no banquete eucarístico e na Virgem oferente, Mãe do Redentor e dos redimidos.

Senhora Mãe da Igreja, Mãe de Jesus, Mãe nossa, que ensinastes ao menino Deus a beleza do amor humano, e aprendestes com Ele a grandeza do amor divino, Intercedei por nós! Caminhando com Jesus no mistério de sua vida, aprendestes com Ele a ouvir, a acolher e a por em prática a Palavra do Senhor. Assim, vos fizestes discípula de teu Filho, e Ele vos fez Mãe da comunidade, Mãe da Igreja!

Santa Maria, Mãe de Deus, olhai vossos filhos nas horas de luz e de cruz. Levai-nos ao Coração de Jesus, para aprendermos com Ele, a sermos discípulos missionários. Senhora Mãe da Igreja, caminhai conosco! Levai-nos a agir em favor dos irmãos Olhai por nós! Intercedei por nós! Amém!
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* Decreto sobre a celebração da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja no Calendário Romano Geral.

Esta memória deverá, pois aparecer, em todos os Calendários e Livros Litúrgicos para a celebração da Missa e da Liturgia das Horas. - Robert Card. Sarah (Prefeito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos)
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Vatican/ Canção Nova

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