O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé,
Matteo Bruni, abordou nesta segunda-feira, 13 de janeiro, a posição do Papa
Francisco sobre o celibato sacerdotal após a notícia da publicação do livro do
Papa Emérito Bento XVI com o Cardeal Robert Sarah, “Des profondeurs de nos cœurs”
(“Do mais profundo de nossos corações”).
"A posição do Santo Padre sobre o
celibato é conhecida", declarou Bruni em um comunicado enviado aos
jornalistas e lembrou as palavras do Papa Francisco durante a coletiva de
imprensa no avião de regresso do Panamá, na qual disse que “Vem-me à mente
aquela frase de São Paulo VI: ‘Prefiro dar a vida antes que mudar a lei do
celibato’”.
Naquela ocasião, o Papa Francisco disse:
“Pessoalmente, penso que o celibato é uma dádiva para a Igreja. Não estou de
acordo com permitir o celibato opcional. Não. Haveria qualquer possibilidade
apenas nos lugares mais remotos; penso nas ilhas do Pacífico... quando há
necessidade pastoral, aí o pastor deve pensar nos fiéis”.
Além disso, Matteo Bruni acrescentou que “a
respeito do modo como este argumento se insere no trabalho mais amplo do
recente Sínodo sobre a região pan-amazônica e a sua evangelização, durante a
sessão conclusiva, o Santo Padre afirmou: ‘Fiquei muito feliz por não termos
caído prisioneiros desses grupos seletivos que do Sínodo só quererem ver o que
foi decidido sobre este ponto intraeclesial ou sobre esse outro, e negarão o
corpo do Sínodo que são os diagnósticos que fizemos nas quatro dimensões’
(Pastoral, cultural, social e ecológica)”, concluiu.
Em 15 de janeiro, será publicado em francês o
livro "Des profondeurs de nos cœurs", escrito por Bento XVI e pelo
Cardeal Sarah.
Neste, o Papa Emérito escreve que "sem a
renúncia aos bens materiais, não pode existir um sacerdócio" e acrescenta
que "o chamado para seguir Jesus não é possível sem esse sinal de
liberdade e renúncia a todos os compromissos", segundo se lê em alguns
trechos do volume, antecipados por ‘Le Figarò’.
“Acho que o celibato tem uma grande
importância ao abandonar um possível domínio terreno e um círculo de vida
familiar; o celibato, inclusive, se torna verdadeiramente essencial para que
nossa aproximação a Deus possa continuar sendo o fundamento de nossa vida e
possa se expressar concretamente. Obviamente, isso significa que o celibato
deve penetrar todas as atitudes da existência com suas necessidades. Não pode
alcançar seu pleno significado se nos ajustamos às regras de propriedade e às
atitudes da vida que se praticam comumente hoje em dia. Não pode haver
estabilidade se não colocamos nossa união com Deus no centro de nossa vida”,
afirma Bento XIV neste livro que será publicado pela editora Fayard.
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ACI Prensa/ ACI Digital
Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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