segunda-feira, 19 de julho de 2021

Cardeal teme “desânimo” dos fiéis por restrições à missa em latim


O cardeal Raymond Burke criticou o motu proprio Traditionis custodes, com que o papa Francisco restringiu o uso da liturgia anterior ao Concílio Vaticano II, pela dureza com que trata os fiéis ligados à missa tradicional. O cardeal americano, que é um defensor do uso da missa antiga, disse ao jornal National Catholic Reporter, dos EUA. "Rezo para que os fiéis não cedam ao desânimo que tal dureza necessariamente gera, mas que, com a ajuda da graça divina, perseverem em seu amor pela Igreja e por seus pastores", disse.

Burke disse que não entende como o novo Missal Romano pode ser a "expressão única da lex orandi (a lei sobre o que se reza) do Rito Romano", como diz o novo motu proprio. Segundo Burke, o rito pré-conciliar da Missa "é uma forma viva do Rito Romano e nunca deixou de ser assim”.

O cardeal afirma não ter testemunhado, em sua longa experiência pastoral, a "situação gravemente negativa" que Francisco descreve na carta enviada aos bispos com o texto do motu próprio, justificando suas medidas. Embora alguns fiéis possam ter certas "ideias errôneas", disse Burke, geralmente "têm um profundo amor pela Igreja e por seus pastores na Igreja" e "de forma alguma contribuem para uma ideologia cismática ou sedevacantista". “Na verdade, estes fiéis têm sofrido muito para permanecer na comunhão da Igreja sob o Pontífice Romano", acrescenta.

Para o cardeal, que chefiou a Signatura Apostólica, a mais alta instância judicial da Igreja, se existem situações "de uma atitude ou prática contrárias à sã doutrina e disciplina da Igreja, estas devem ser tratadas individualmente pelos pastores da Igreja, pelo Romano Pontífice e pelos Bispos em comunhão com ele".

Fiéis conservam missa antiga por ser uma das riquezas litúrgicas católicas, diz dom Rifan


O bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, dom Fernando Arêas Rifan, afirmou que a missa na sua forma antiga é “um enriquecimento da liturgia católica” e que muitos fiéis a conservam “não por motivos heterodoxos”, mas por esta riqueza. A declaração foi feita em um artigo publicado nesta segunda-feira, 19, sobre o motu proprio Traditionis custodes, do papa Francisco, que restringe as missas celebradas sob o rito tridentino.

O motu proprio de Francisco revoga a permissão que Bento XVI havia concedido para que todos os sacerdotes pudessem rezar a missa segundo o Missal Romano de 1962. A partir de agora, cabe ao bispo autorizar o uso da missa tradicional em sua diocese. Além disso, o bispo deve indicar um ou mais lugares onde se pode usar a liturgia na forma extraordinária, “mas não em igrejas paroquiais e sem erigir novas paróquias pessoais”.

A Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney foi criada em 2002 pelo papa São João Paulo II, como uma circunscrição eclesiástica de caráter pessoal no território da Diocese de Campos (RJ). Ela possui um bispo próprio, atualmente dom Fernando Rifan. Como afirma em seu site, a Administração Apostólica tem como sua característica “o amor à Santa Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano, bem como a celebração dos demais sacramentos segundo os livros litúrgicos em vigor em 1962, conforme lhe foi concedido por São João Paulo II no seu decreto de ereção canônica, ‘Animarum bonum’”.

Em seu artigo intitulado ‘Unidade na diversidade da liturgia’, dom Rifan afirmou: “Nós, da Administração Apostólica, e muitíssimos outros fiéis do mundo inteiro, conservamos a Missa na sua forma antiga, não por motivos heterodoxos, mas por ser uma das riquezas litúrgicas católicas”.

Segundo ele, “infelizmente, essa intervenção do papa atual foi provocada pelos abusos de muitos chamados tradicionalistas, que, não observando o que desejava Bento XVI, instrumentalizaram a missa na forma tradicional para atacar o Papa e o Concílio Vaticano II”. Entretanto, disse que esses indivíduos “não são a maioria nem os mais importantes, mas são os que mais gritam e aparecem nas redes sociais”. Segundo ele, “é incomparavelmente maior o número daqueles fiéis que aderem à forma antiga do Rito Romano por razões corretas, nem a instrumentalizam, nem negam a ortodoxia e o valor do Concílio Vaticano II nem a reforma litúrgica dele oriunda, a chamada Missa de Paulo VI, ou a forma normal do Rito Romano”.

Padres comentam restrições do papa à Missa tradicional


Quatro sacerdotes se pronunciaram depois que o Vaticano publicou o motu proprio Traditiones custodes com o qual o papa Francisco restringiu a celebração da missa tradicional ou tridentina. No documento publicado em 16 de julho, o papa estabeleceu que o bispo é quem deve autorizar ou não a celebração, em que lugar, desde que não numa igreja paroquial.

O padre Francisco José Delgado afirmou: “Acho que o mais inteligente agora é, de forma tranquila e sossegada, defender a verdade acima das leis injustas. O papa não pode mudar a tradição por decreto, nem dizer que a liturgia posterior ao Vaticano II é a única expressão da lex orandi no rito romano”, escreveu em um tuíte. O padre Delgado é pároco das paróquias Lominchar e Palomeque em Toledo, na Espanha. Ele fez referência ao artigo 1 do motu proprio que afirma: “os livros litúrgicos promulgados pelos Santos Pontífices Paulo VI e João Paulo II, em conformidade com os decretos do Concílio Vaticano II, são a única expressão da lex orandi do Rito Romano”. Lex orandi pode ser traduzido como “lei da oração”. “Como isso é falso, a legislação que brota desse princípio é inválida e, de acordo com a moral católica não deve ser observada, o que não implica desobediência. Bastaria simplesmente ignorá-la, mas acho que, neste caso, não é suficiente”, afirmou o sacerdote. “É nosso dever, como sacerdotes fiéis, exercer a obrigação moral de defender a verdade, pública e notoriamente, dando a cara perante as possíveis consequências. Convido todos os meus irmãos fiéis a fazer isso”, acrescentou.


“Até hoje não senti a necessidade de celebrar a missa tradicional. Sim, assisti e rezei com o breviário anterior à reforma, mas nos meus trabalhos paroquiais, não achei imprescindível fazê-lo. Mas isso, graças ao Francisco, muda a partir de hoje”, acrescentou. O sacerdote disse que agora tem como propósito “começar a celebrar, quanto antes e de forma privada, a missa tradicional. Obviamente não posso impô-la aos meus fiéis, mas posso fazê-lo quando não interfira com as minhas obrigações paroquiais”.

“Além disso, considero que é necessário tornar público este fato de alguma forma. Estou fazendo isso aqui, mas acho que seria muito conveniente que se organizasse algum tipo de iniciativa que desse visibilidade aos que fizéssemos este gesto”, afirmou o padre Delgado.

O padre Alfredo Hher, L.C., sacerdote mexicano de Guadalajara, afirmou no Twitter que solicitou a autorização formal do seu arcebispo “para continuar celebrando a Eucaristia em ambas as formas do rito romano”. O padre escreve que, para ele, “a celebração da santa missa tradicional é uma fonte de espiritualidade e fervor sacerdotal. E considero que, para os fiéis, é também uma riqueza e fonte de espiritualidade”, algo feito “sempre cuidando da beleza, da dignidade e da fidelidade às rubricas e normas litúrgicas”.

O pe. Gabriel Maria Abascal, sacerdote mexicano e autor do livro “Depende de mim”, publicou no Twitter: “Se fôssemos totalmente coerentes com a tradição tal como alguns a entendem, deveríamos celebrar a Eucaristia exatamente da mesma forma como Jesus o fez. E isso não acontece há cerca de 1,9 mil anos”.

“Posso admirar a missa tridentina e acho ela linda, mas defendê-la como a única forma de fazer com que Cristo desça à terra demonstra uma falta de formação eclesiológica. A Igreja abrange toda a história: a presente, a passada e a futura”, afirmou.

Papa regula a Missa Tridentina: progressismo ou castigo de pai?

 
O Papa Francisco lançou na sexta-feira, 16, a Carta Apostólica Traditionis Custodes, na qual limita muito as possibilidades de uso da liturgia pré-conciliar (que chamamos de Missa Tridentina) e vai além, revogando boa parte das permissões concedidas por Bento XVI na Summorum Pontificum.

Mas por que Francisco fez isso? As respostas estão na carta que ele lançou junto com o novo documento.

Vamos começar pela Traditionis Custodes (em português, significa “Guardiões da Tradição”), uma clara referência aos bispos, que se tornam o ponto central dessa história, pois agora têm a responsabilidade de autorizar e regular todas as atividades que envolvam a Missa Tridentina.

Esse poder de regulação é maior do que simplesmente autorizar as missas. Os bispos deverão nomear os padres que serão autorizados a celebrar no Missal de Pio V, assim como já acontece no caso das celebrações dos ritos orientais. Os padres que forem ordenados após a data de lançamento da Traditionis Custodes terão ainda mais dificuldade, pois precisarão de autorização da Santa Sé para estas celebrações.

Mas não é apenas isso. Francisco também proíbe a celebração da Missa Tridentina nas igrejas paroquiais e obriga que suas leituras sejam feitas na língua vernácula (no nosso caso, o português), utilizando-se as traduções atuais aprovadas pelas Conferências Episcopais. Aqui no Brasil, isso significa o dever de seguir os textos dos lecionários usados nas missas “normais”, traduzidos e aprovados pela CNBB.

O Papa também proibiu a formação de novos “grupos tradicionais” e recomendou que os bispos verifiquem a pertinência de manter os que já existem.

Em suma, foi quase uma revogação da Summorum Pontificum de Bento XVI.

MAS POR QUE O PAPA FEZ ISSO?

Essa resposta é claramente encontrada na carta que ele dirige a todos os bispos, na qual se diz triste e preocupado com o mau uso feito pelas concessões dadas por Bento XVI.

Francisco deixa claro que não há uma rejeição a nada que seja pré-conciliar, mas entendeu que precisava dar uma resposta aos grupos que vêm utilizando a Missa Tridentina como uma forma de criar guetos na Igreja Católica.

    Passados treze anos [da promulgação da Summorum Pontificum], instruí a Congregação para a Doutrina da Fé a enviar [aos bispos] um questionário sobre a aplicação do “Motu Proprio Summorum Pontificum”. As respostas recebidas revelaram uma situação que me entristece e preocupa, confirmando a necessidade de intervenção. Infelizmente, o objetivo pastoral dos meus Predecessores que tinham a intenção «empregar todos os esforços para que aqueles que verdadeiramente desejam a unidade possam permanecer nesta unidade ou redescobri-la», muitas vezes foi seriamente negligenciada. Uma possibilidade oferecida por São João Paulo II e, com magnanimidade ainda maior, por Bento XVI, para recompor a unidade do corpo eclesial em relação às várias sensibilidades litúrgicas, foi utilizada para aumentar distâncias, endurecer diferenças, construir contrastes que ferem a Igreja e dificultam o seu progresso, expondo-a ao risco de divisões. - Carta de Francisco aos Bispos, 16/07/2021

A carta fala ainda da necessidade de se enxergar a unidade da Igreja através da sua liturgia e reforça o papel dos bispos como verdadeiros guardiões da Tradição.

Eu sei que tem muita gente de bem contrariada com isso, mas não se pode negar que muitos tradicionalistas radicais vivem atacando o papa tanto pelas costas quanto publicamente. Agora, com uma canetada, o Papa deu a resposta que eles merece. Desenhando:

Papa Francisco manifesta solidariedade ao povo cubano

 

Ao final da oração do Angelus deste domingo, 18, o Pontífice manifestou sua proximidade à população, em especial às famílias que mais sofrem.

“Peço ao Senhor que os ajude a construir em paz, diálogo e solidariedade, uma sociedade sempre mais justa e fraterna. Exorto todos os cubanos a se entregarem à materna proteção da Virgem Maria da Caridade do Cobre. Ela os acompanhará neste caminho.”

Papa estabelece novas normas sobre o uso do missal pré-conciliar

 
O Papa Francisco, após consultar os bispos do mundo, decidiu mudar as normas que regem o uso do missal de 1962. Este foi liberalizado como “Rito Romano Extraordinário” há 14 anos por seu predecessor Bento XVI.

O Pontífice publicou, nesta sexta-feira, 16, o motu proprio “Traditionis custodes”, sobre o uso da liturgia romana anterior a 1970.

O documento em forma de carta explica as razões de sua decisão.

Novidades

Entre as principais novidades desta decisão de Francisco está a atribuição da responsabilidade de regulamentar a celebração segundo o rito pré-conciliar ao bispo, moderador da vida litúrgica diocesana. “É de sua exclusiva competência autorizar o uso do Missale Romanum de 1962 na diocese, seguindo as orientações da Sé Apostólica”.

O bispo deve certificar-se de que os grupos que já celebram com o antigo missal “não excluam a validade e a legitimidade da reforma litúrgica, os ditames do Concílio Vaticano II e o Magistério dos Sumo Pontífices”.

As missas com o rito antigo não serão mais realizadas nas igrejas paroquiais. O bispo determinará a igreja e os dias de celebração. As leituras devem ser “na língua vernácula”, utilizando traduções aprovadas pelas Conferências episcopais.

O celebrante deve ser um sacerdote delegado pelo bispo. O bispo também é responsável por verificar se é ou não oportuno manter as celebrações de acordo com o antigo missal, verificando sua “utilidade efetiva para o crescimento espiritual”.

De fato, é necessário que o sacerdote responsável tenha no coração não apenas a digna celebração da liturgia, mas também o cuidado pastoral e espiritual dos fiéis. O bispo “terá o cuidado de não autorizar a constituição de novos grupos”.

Os sacerdotes ordenados após a publicação hodierna do Motu próprio, que pretendem utilizar o missal pré-conciliar “devem enviar um pedido formal ao Bispo diocesano que consultará a Sé Apostólica antes de conceder a autorização”. Enquanto aqueles que já o fazem devem pedir a autorização ao bispo diocesano para continuar usando-o.

Os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, “na época erigidos pela Pontifícia Comissão Ecclesia Dei”, estarão sob a competência da Congregação para os Religiosos. Os Dicastérios para Culto, e para os Religiosos supervisionarão a observância destas novas disposições.

Explicações

Na carta que acompanha o documento, o Papa Francisco explica que as concessões estabelecidas por seus predecessores para o uso do antigo missal foram motivadas sobretudo “pelo desejo de favorecer a recomposição do cisma com o movimento liderado pelo bispo Lefebvre”.

O pedido, dirigido aos bispos, de acolher generosamente as “justas aspirações” dos fiéis que solicitavam o uso daquele missal, “tinha, portanto, uma razão eclesial de recomposição da unidade da Igreja”.

Essa faculdade, observa Francisco, “é interpretada por muitos dentro da Igreja como a possibilidade de usar livremente o Missal Romano promulgado por São Pio V, determinando um uso paralelo ao Missal Romano promulgado por São Paulo VI”.

O Papa lembra que a decisão de Bento XVI com o motu proprio “Summorum Pontificum” (2007) foi apoiada pela “convicção de que tal medida não colocaria em dúvida uma das decisões essenciais do Concílio Vaticano II, atingindo de tal modo sua autoridade”.

Há 14 anos, o Papa Ratzinger declarou infundado o temor de divisões nas comunidades paroquiais, porque, escreveu, “as duas formas de uso do Rito Romano poderiam enriquecer-se mutuamente”.

Mas a sondagem recentemente promovida pela Congregação para a Doutrina da Fé entre os bispos trouxe respostas que revelam, escreve Francisco, “uma situação que me aflige e me preocupa, confirmando-me na necessidade de intervir”, vez que o desejo de unidade foi “gravemente desatendido”, e as concessões oferecidas com magnanimidade foram usadas “para aumentar as distâncias, endurecer as diferenças, construir contraposições que ferem a Igreja e dificultam seu caminho, expondo-a ao risco de divisões”.

quinta-feira, 15 de julho de 2021

Dom Schneider adverte que as restrições do COVID estão criando ‘uma sociedade de escravos’



Em uma entrevista concedida aos produtores de um próximo documentário intitulado Planet Lockdown, o bispo Athanasius Schneider, de Astana, Cazaquistão, falou de como o contexto do COVID-19 parece ter como objetivo criar “uma sociedade de controle total”; sua posição moral “sem exceção” sobre o uso de vacinas contaminadas pelo aborto; e as semelhanças entre sua vida anterior crescendo sob a opressão comunista soviética e o que está acontecendo hoje no mundo ocidental.

Questionado sobre os bloqueios ocorridos nos últimos 15 meses, Schneider afirmou que a aplicação universal e semelhante dessas medidas era claramente “um exagero e fora de proporção” à ameaça do vírus e, portanto, indicou metas que iam além dos objetivos médicos.

“Por que eles estão fazendo isso?”, Perguntou o bispo. “Não é só para a saúde das pessoas, mas deve haver outro objetivo, uma espécie de objetivo político de criar novas estruturas e sistemas de vida social, provavelmente de mais controle sobre cada um de nós, então uma sociedade de controle total. E quando há uma sociedade de controle total… isso é muito próximo de uma sociedade de escravos, onde há um pequeno grupo de elite que controla o resto.”

“Essa impressão é deixada agora após as experiências deste ano de bloqueios e outras medidas, com a necessidade cada vez maior de ser vacinado. Portanto, pode-se acreditar que existe o objetivo de criar um novo sistema social, uma ordem”, disse.

Onda de prisões em Cuba: Agentes prendem seminarista



O seminarista Rafael Cruz Débora, de 26 anos, foi detido na sua própria casa ao final da madrugada da segunda-feira por agentes do governo de Cuba, na província de Matanzas. Seu paradeiro é desconhecido até o momento. Vários militantes foram presos depois dos protestos massivos na segunda-feira, os maiores contra o regime comunista cubano desde sua instalação em 1959.

Rafael Cruz é seminarista e estuda teologia em Havana. Ele “estava de férias na casa de seus pais”, em Matanzas. “Não se sabe com segurança onde ele está”, disse o padre Rolando Montes de Oca, da arquidiocese de Camagüey, à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI. “Entraram em sua casa às cinco da manhã. Dizem que ele foi detido violentamente e ainda não sabemos para onde foi levado”, informou o padre.

A página 14ymedio.com afirmou que se multiplicaram, desde as primeiras horas da segunda-feira, “as denúncias de detenções, repressão e violência policial, sem muitos detalhes. A informação chega a conta-gotas porque o serviço de internet continua cortado na ilha”.

Entre os detidos em Havana estão: “Raúl Prado, Yunior García, Solveig Font, Gretel Medina, Juan Carlos Calahorra, Daniel Triana e Reynier Díaz, que haviam sido detidos em frente ao Instituto Cubano de Rádio e Televisão”.

“A namorada de García, Dayana Prieto Espinosa, informou por telefone à 14ymedio que alguns, entre eles seu parceiro, foram espancados na prisão”, informou a página.

ACI Prensa apurou que, em Camagüey, também foram detidos Yasmani González Aguilar, Leonardo Fernández Otaño, Manuel Alejandro Rodríguez Yong, Neife María Rigau Chiang e Henry Constantín.

Uma fonte vinculada à Igreja em Cuba informou que “os jovens católicos Manuel Yong e Leonardo Fernández foram levados presos para Havana”.

“Tragicamente lamentável”, diz Arcebispo de Miami sobre repressão em Cuba



O arcebispo de Miami, nos Estados Unidos, dom Thomas Wenski, emitiu um comunicado solidarizando-se com o povo de Cuba e condenou a atitude repressiva do regime comunista contra os protestos massivos em toda a ilha no último domingo, 11 de julho. “As manifestações populares em toda a ilha expressaram as frustrações legítimas do povo cubano. É tragicamente lamentável que o governo cubano tenha optado por responder com ações repressivas e um discurso que ameaça com mais violência àqueles que, sob o lema de ´Pátria e Vida´ e ´Não temos medo´, buscam um futuro melhor para si mesmos e para seu país”, disse o bispo americano em 12 de julho.

Cerca de um 1,36 milhão de cubanos moram nos EUA segundo o censo americano. Muitos são exildos e moram em Little Havana, bairro cubano de Miami.

Em seu comunicado, dom Wenski lembrou que, “além da pandemia da covid-19 que afeta Cuba”, a ilha sofre uma série de privações como a “falta de liberdades, alimentos e perspectivas de futuro”. Segundo o arcebispo, essas foram as causas da explosão social. Ewenski lembrou a visita de São João Paulo II a Cuba em 1998 e da exortação que fez então aos cubanos, “especialmente os seus jovens, a serem protagonistas do seu futuro”.

“A falta de liberdades fundamentais, a marginalização e exclusão daqueles que discordam da linha partidária”, frustram o sonho de José Martí, apóstolo da independência cubana, de uma Cuba ´com todos e para o bem de todos´”, afirmou dom Wenski.

O arcebispo de Miami disse que “hoje os cubanos e os que não somos cubanos somos muito conscientes dos sofrimentos da nação cubana e sentimos nosso dever de ajudar, através de qualquer gesto possível de solidariedade efetiva e com nossas orações”.

Padre agredido em manifestações pede pelos que ainda estão presos em Cuba



O padre Castor Álvarez Devesa contou sua experiência de passar 13 horas como prisioneiro das autoridades cubanas por causa do protesto contra a situação do páis que ocorreu no domingo dia 11 de julho. Na tarde de ontem, depois de ser libertado, ele falou sobre a repressão do regime aos protestos e pediu pelas pessoas que continuam presas.

O padre Devesa, sacerdote da arquidiocese de Camagüey, foi detido na tarde do domingo quando defendia os manifestantes. Ele ficou preso até a madrugada da segunda-feira na delegacia de Monte-Carlo, acusado de desordem pública.

“Graças a Deus, já não estou preso e estou em casa. Obrigado a todos os que pediram por mim a Deus e pediram que eu estivesse em liberdade. Muito obrigado”, disse o sacerdote na mensagem difundida nas redes sociais na qual também contou o que aconteceu. “Ontem [domingo], comecei a rezar para ver o que fazia. E realmente, não pude chegar à minha casa. Fui aonde estavam os manifestantes para acompanhá-los”.

O padre Álvarez disse que caminhou ao lado das pessoas que protestavam para tentar “evitar que houvesse confrontos, que houvesse violência”, mas que “no final, tentando evitar a violência, recebi um golpe, de alguém com um taco”.

“Mas graças a Deus estamos bem e com o desejo de que todos os cubanos estejam em paz, que não haja violência, que não haja essa força que oprime, mas que tenhamos paz e justiça”, disse o sacerdote. “Acho que devemos seguir rezando pelos que ainda estão detidos, para que haja justiça e não haja excessos, e para que os cubanos possamos encontrar o caminho da paz e da liberdade”, afirmou.

ACI Prensa apurou que, em Camagüey, também foram detidos Yasmani González Aguilar, Leonardo Fernández Otaño, o cineasta Manuel Alejandro Rodríguez Yong, Neife María Rigau Chiang e Henry Constantín, diretor da revista La Hora de Cuba.

Osvaldo Gallardo, leigo católico de Camagüey que atualmente reside em Miami, informou que Manuel Yong foi transferido para a unidade El Cotorro, em Havana, “com outras 600 pessoas detidas no Capitólio”. “As acusações serão feitas em 72 horas. Essas pessoas já receberam roupas de presos”, informou.

O povo de Cuba tem o direito de se manifestar, diz conferência episcopal


A conferência episcopal de Cuba apoia o direito da população de expressar publicamente “sua insatisfação pelo agravamento da situação econômica e social” e considera que não haverá solução através de “imposições, nem apelando ao confronto”. A Conferência dos Bispos Católicos de Cuba (COCC) publicou um comunicado no dia 12 de julho, um dia após milhares de pessoas saírem às ruas em dezenas de cidades em toda a ilha para exigir liberdade e expressar sua insatisfação pela crise econômica, a falta de alimentos, de medicamentos e a necessidade de vacinas para fazer enfrentar o coronavírus, que registrou um aumento do contágio nos últimos dias.

O presidente Miguel Díaz-Canel ordenou aos seus partidários que saíssem às ruas para confrontar os protestos. A oposição criticou a postura do presidente e denunciou a tentativa do regime de promover um confronto entre cubanos. Imagens difundidas nas redes sociais mostram agentes do governo e da polícia reprimindo manifestantes. A agência espanhola ABC denunciou a detenção de uma das suas jornalistas em Havana e exigiu sua liberação, além da devolução do material profissional confiscado. “A detenção da jornalista Camila Acosta, da ABC em Cuba, e a de muitos outros colegas seus de profissão, que se limitam a cumprir com seu direito e dever de informar, é totalmente inadmissível”, expressou o jornal.

No comunicado, a COCC disse que não é possível “fechar os olhos ou virar o rosto, como se nada estivesse acontecendo”. No país, “milhares de pessoas saíram às ruas em cidades e povoados de Cuba, protestando publicamente, expressando sua insatisfação pelo agravamento da situação econômica e social que o nosso povo está vivendo e que tem piorado significativamente”.

“Entendemos que o governo tem responsabilidades e tentou tomar medidas para paliar as referidas dificuldades, mas também compreendemos que o povo tem o direito de manifestar suas necessidades, anseios e esperanças e de expressar publicamente as sérias consequências de algumas medidas que foram tomadas”, afirmou a conferência episcopal.

“Neste momento, como pastores, preocupa-nos que a resposta a esta reivindicações seja o imobilismo, que contribui para que os problemas continuem sem resolução. Vemos que a situação está se agravando e que, além disso, há uma crescente rigidez e endurecimento das posições. Isso poderia gerar respostas negativas, com consequências imprevisíveis que seriam prejudiciais para todos”.

Arcebispo venezuelano apoia protestos em Cuba pelo fim da ditadura


O arcebispo de Ciudad Bolívar, na Venezuela, dom Ulises Gutiérrez, expressou sua solidariedade com os manifestantes de Cuba que no domingo passado saíram às ruas para protestar contra a ditadura comunista está há 60 anos no poder. “Esta é a hora em que vocês decidiram seguir em frente. Estou seguro de que este é o início do fim da ditadura. Um ciclo histórico está se concluindo e vocês são protagonistas hoje, na construção de uma nova Cuba, na liberdade”, disse o arcebispo em mensagem de vídeo publicada nas redes sociais. A Venezuela também vive uma profunda crise econômica e social, fruto de mais de vinte anos do regime de esquerda estabelecido por Hugo Chávez no país em 1999.

Gutiérrez disse que, como pastor e membro da Ordem dos Mercedários, quer “elevar” sua “voz solidária” com Cuba, que “merece liberdade, merece saúde, merece progresso, merece bem-estar”. “Hoje, quero agradecer a Deus porque o povo cubano despertou. Mas também elevo minha oração para que este povo lutador vá em frente, porque a repressão não poderá com vocês”, expressou.

Bispos cubanos dos EUA se solidarizam com os protestos na ilha



O arcebispo da Filadélfia, dom Nelson Pérez, e outros três bispos cubanos dos EUA expressaram solidariedade e apoio aos milhares de cidadãos que saíram às ruas de Cuba para pedir liberdade na ilha. “Nas dramáticas e corajosas imagens que deram a volta ao mundo”, vimos que “o povo de Cuba saiu às ruas em demonstrações massivas de solidariedade, em povoados, aldeias e cidades, nos dias 11 e 12 de julho”, afirma uma nota da arquidiocese da Filadélfia. “Como cubanos e como bispos da Igreja Católica nos Estados Unidos, estamos sempre conscientes dos sofrimentos constantes e da frustração de nossos irmãos e irmãs na ilha”, diz a nota assinada por dom Pérez, dom Manuel Cruz, bispo auxiliar de Newark, dom Felipe Estévez, bispo de Santo Agostinho, e dom Otávio Cisneros, bispo emérito de Brooklyn. “O direito e a coragem do povo de Cuba de elevar publicamente sua voz, afastando o temor da repressão e revelando uma autêntica solidariedade como povo, são reconhecidos e aplaudidos”, disseram os bispos.

“Seu slogan ´Pátria e Vida´ expressa a frustração ao experimentar um número recorde de casos de covid-19, falta de vacinas, de adequada assistência médica e dos suprimentos necessários: são circunstâncias desumanas, que agravam a falta de alimentos e de cobertura das necessidades básicas”, afirma o texto.

Os bispos disseram que o “´canto de liberdade´ também revela o desejo de todo cidadão cubano de desfrutar dos direitos humanos básicos, reconhecidos como parte da dignidade humana pelas Nações Unidas, e defendidos por séculos pela Igreja Católica e seu ensino social”.

Os bispos também se disseram muito “preocupados com a reação agressiva do governo às manifestações pacíficas, lembrando que a violência gera violência. Tal reação parece negar o princípio básico cubano de ter uma pátria com todos e para o bem de todos”.

“Expressamos nossa solidariedade com os que foram detidos por terem expressado suas opiniões. Rezamos por suas famílias e pedimos sua libertação imediata”, acrescentaram.

Autoridades indianas demolem igreja católica por considerá-la estrutura ilegal



A igreja siro-malabar Little Flower de Lado Sarai, em Nova Deli, na Índia, foi demolida no dia 12 de julho por ser uma estrutura ilegal segundo a Autoridade para o Desenvolvimento de Deli (DDA). A DDA, órgão responsável pelas obras de infraestrutura na capital da Índia, disse, em 9 de julho, que a construção da igreja era ilegal. Segundo a Asia News, agência de notícias do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras, membros da comunidade católica de Deli disseram que a DDA “agiu de forma preventiva e por iniciativa própria, enquanto a justiça ainda estava estudando a controvérsia sobre a construção”. O presidente do Conselho Mundial de Igrejas Cristãs na Índia, Sajan K. George, lamentou o fato e afirmou que a demolição é um “ato anticristão”. Para ele, “a igreja foi destruída porque os cristãos são uma minoria discriminada”.

Papa Francisco deixa hospital e volta ao Vaticano


O Papa Francisco voltou ao Vaticano nesta quarta-feira, 14 de julho, depois de onze dias internado no policlínico Gemelli recuperando-se de uma cirurgia no cólon. A Sala de Imprensa da Santa Sé disse em comunicado hoje, 14, que “o Papa Francisco teve alta do Hospital Gemelli pouco depois das 10h30, horário de Roma, e deixou o hospital para retornar à sua residência no Vaticano de carro”. “No caminho para casa, o Papa parou para rezar na Basílica de Santa Maria Maior.”

Segundo o porta-voz da Santa Sé, Matteo Bruni, o papa visitou o ícone mariano Salus Populi Romani, diante do qual "expressou sua gratidão pelo sucesso da sua cirurgia e ofereceu uma oração por todos os doentes, especialmente aqueles que ele tinha encontrado durante sua estadia no hospital".

O papa chegou à casa Santa Marta, onde mora, pouco antes do meio-dia, horário de Roma.

segunda-feira, 12 de julho de 2021

Em protestos sem precedentes movimento pede eleições livres em Cuba



O Movimento Cristão de Libertação (MCL) instou o povo de Cuba neste domingo, 11 de julho, a seguir pressionando as autoridades comunistas até que permitam eleições gerais. O pedido ocorre depois de milhares de pessoas terem tomado as ruas das principais cidades do país para protestar contra a escassez sem precedentes de bens essenciais e pelas mortes produzidas pela COVID-19 na ilha.

Após meses de escassez de alimentos e medicamentos e o colapso dos hospitais devido à pandemia, milhares de cubanos tomaram as ruas gritando "Abaixo a ditadura!", "Pátria e vida!", "Queremos vacinas!", e "Não temos medo!", formando uma das maiores manifestações em mais de 60 anos de domínio comunista. Manifestantes em algumas regiões marcharam com a imagem de Nossa Senhora da Caridade, a padroeira de Cuba. 

Eduardo Cardet Concepción, Coordenador Nacional do MCL, enviou no domingo, 11, uma declaração a ACI Prensa, a agência em espanhol do grupo ACI, dizendo que "milhares de cubanos estão hoje nas ruas manifestando-se pacificamente, exigindo liberdade e o fim da repressão e da miséria". Eles estão fazendo isso, disse Cardet, "para que a tirania acabe". "O MCL, como parte deste povo cansado da opressão e da injustiça, está plenamente identificado com os seus desejos. Apoiamos os nossos irmãos e irmãs do Movimento de Cristão Libertação e todos os cubanos que se manifestam pacificamente, fazendo uso deste direito legítimo", disse a declaração.

A declaração exige "a libertação dos presos políticos, a anulação das leis repressivas contra a liberdade, o reconhecimento dos direitos econômicos da livre iniciativa dos cubanos, o reconhecimento do direito de cada cubano, dentro e fora da ilha, de votar e ser votado ". A declaração concluiu com as exigências "de realizar eleições com todas estas garantias" e "Liberdade Agora!”.

O MCL foi fundado pelo dissidente católico Oswaldo Payá Sardiñas em 1988 para buscar uma reforma democrática pacífica em Cuba, explicitamente inspirada pela doutrina social da Igreja. Aproveitando uma lacuna na constituição comunista, Payá fez um abaixo-assinado para introduzir a democracia em Cuba. Como consequência, o movimento foi perseguido em todo o país e 42 dos seus líderes acabaram na prisão durante a onda de repressão de 2003 conhecida como a "Primavera Cubana".

Em 22 de Julho de 2012, Payá e outro líder do MCL, Harold Cepero, foram mortos num acidente de carro em circunstâncias suspeitas.

A onda de protestos de domingo começou na cidade de San Antonio de los Baños, no oeste de Cuba ilha, e se espalhou pela ilh até a capital Havana e à cidade de Santiago de Cuba, no leste.

Além da escassez de alimentos e medicamentos, a situação sanitária em Cuba agravou-se dramaticamente desde o início da pandemia. Segundo números do governo, Cuba tem mais de 218 mil casos e 1,4 mil mortos, numa população de 11 milhões de pessoas. O governo admitiu que em julho observou uma "grave retomada" da COVID-19 com mais de seis mil casos diários.

Cuba desenvolveu a sua própria vacina de três doses, mas a sua eficácia não foi confirmada por pesquisas independentes e as taxas de vacinação são inferiores a 10% da população adulta. A baixa taxa é atribuída tanto a uma falta de confiança das pessoas na vacina cubana como à incapacidade do Governo em aumentar a produção e distribuição.

quinta-feira, 8 de julho de 2021

Palavra de Vida: "Tem confiança, minha filha, a tua fé te salvou" (Mt 9,22)

 

Jesus ia a caminho, circundado pela multidão. Um pai desesperado implora-lhe que vá socorrer a sua filha que está a morrer. Enquanto para lá se dirige, dá-se um outro encontro: uma mulher, que há muitos anos sofria de perdas de sangue, abre caminho por entre as pessoas. A sua condição física tinha consequências tão graves que a obrigavam até a limitar os relacionamentos familiares e sociais. A mulher não chama por Jesus, não fala, mas aproxima-se por trás e ousa tocar na orla do seu manto. Tem uma forte convicção: “Se eu, ao menos, conseguir tocar no seu manto, ficarei curada deste sofrimento que me atormenta”.

Nesse momento, Jesus, voltando-se e olhando para ela, assegura-lhe que a sua fé obteve a salvação. Não apenas a saúde física mas, através do olhar de Jesus, o encontro com o amor de Deus.

Tem confiança, minha filha, a tua fé te salvou

Este episódio do Evangelho de Mateus abre também para nós perspectivas inesperadas: Deus vem sempre ao nosso encontro, mas espera também a nossa iniciativa para não perdermos o encontro com Ele. O nosso percurso de fé, embora acidentado e marcado por erros, fragilidades e decepções, tem um valor muito grande. Ele é o Senhor daquela Vida verdadeira que quer derramar sobre todos nós, seus filhos e filhas, revestidos de uma dignidade que nenhuma circunstância pode suprimir. Hoje, por isso, Jesus diz-nos também a nós:

Tem confiança, minha filha, a tua fé te salvou

Para vivermos esta Palavra, pode ajudar-nos o que Chiara Lubich escreveu, meditando precisamente sobre esta passagem evangélica: «Pela fé, o homem mostra claramente que não se apoia em si mesmo, mas que se confia a Alguém mais forte do que ele. […] Jesus chama à mulher curada “Filha”, para lhe revelar aquilo que deseja realmente dar-lhe: não só um dom para o seu corpo, mas a vida divina que a pode renovar inteiramente. Com efeito, Jesus realiza os milagres para que seja acolhida a salvação de que é portador, o perdão, o dom do Pai que é Ele mesmo e que, comunicando-se ao homem, o transforma. […] Como viver, então, esta Palavra? Demonstrando a Deus, nas necessidades graves, toda a nossa confiança. Esta atitude não nos isenta das nossas responsabilidades, não nos dispensa de fazer toda a nossa parte. […] Pode acontecer que a nossa fé seja posta à prova. É o que verificamos nesta mulher que sofre, mas que consegue ultrapassar o obstáculo da multidão que a separa do Mestre. […] Devemos, portanto, ter fé. Mas aquela fé que não vacila diante da provação. Devemos também mostrar a Jesus que compreendemos o imenso tesouro que Ele nos trouxe, o dom da vida divina, estando-Lhe gratos e correspondendo a esse dom»(1).

Morte de presidente deve aumentar êxodo de haitianos, diz padre de São Paulo


A crescente violência no Haiti e o assassinato do presidente Jovenel Moïse na madrugada desta quarta-feira, 7 de julho, deve ter impacto no fluxo de haitianos que buscam sair do país, disse o padre Paolo Parise, da Missão Paz, que acolhe migrantes em São Paulo (SP).

O presidente Jovenel Moïse, de 53 anos, foi assassinado na madrugada de hoje, 7 de julho, em sua casa, na capital Porto Príncipe. A informação foi confirmada pelo primeiro ministro interino do Haiti, Claude Joseph. “O presidente foi morto na casa dele por estrangeiros que falavam inglês e espanhol. Eles atacaram a residência do presidente da República”, disse. A primeira-dama, Martine Moïse, foi ferida no ataque e está hospitalizada.

Após o ocorrido, Claude Joseph decretou estado de emergência no Haiti, até que seja definido quem assumirá o poder, já que ele é primeiro-ministro interino e o presidente da Suprema Corte, que poderia assumir a Presidência, morreu de covid-19 no mês passado e ainda não foi substituído.

“A situação do Haiti continua há tempos caracterizada por uma grande instabilidade política, com aumento da violência, gangues disputando o território e ultimamente sendo colocada em discussão por alguns grupos a legitimidade do presidente Moïse, que foi assassinado”, disse à ACI Digital o padre Paolo Parise, da Congregação dos Missionários de São Carlos, os scalabrinianos.

Moïse assumiu a presidência do Haiti em 2017 e, desde então, enfrentava protestos, sendo acusado de tentar instalar uma ditadura. Ele foi eleito em outubro de 2015, em meio a eleições conturbadas. O pleito foi anulado e repetido em novembro de 2016, quando Moïse venceu no primeiro turno. O presidente e seus apoiadores, então, afirmavam que seu mandato de cinco anos teve início em 2017. Mas, a oposição afirmava que o mandato teria acabado em fevereiro de 2021 e, por isso, exigia sua renúncia.

O presidente dissolveu o Parlamento e governava por decreto desde janeiro de 2020, já que não houve eleições no Haiti nos últimos anos. Ele também queria promover uma reforma constitucional. Um referendo constitucional estava agendado par abril, mas foi adiado para 27 de junho e depois para 26 de setembro, por causa da pandemia.

Em meio à crise política, o Haiti também viu aumentar a violência, com a luta de gangues contra a polícia por controle das ruas. A tudo isso se soma ainda a pobreza e a escassez de alimentos.

Neste cenário, o padre Parise disse à ACI Digital que “já é grande o número de deslocamentos internos no Haiti, com as pessoas tendo que sair de seus bairros por causa da violência”. Agora, “Podemos prever um maior número de haitianos chegando”, disse o sacerdote que acolhe milhares de migrantes na Missão Paz.

Segundo o padre Parise, atualmente os migrantes haitianos veem o Brasil como “oportunidade de trânsito, a fim de chegar a países como França, Estados Unidos”. Essas pessoas deixam seu país por causa “da pobreza, das tensões sociais e políticas e também questões ambientais, como terremotos”, disse.

quarta-feira, 7 de julho de 2021

Dez igrejas são queimadas no Canadá por causa de túmulos de crianças indígenas


Pelo menos dez igrejas católicas e templos anglicanos foram vítimas de incêndios criminosos após a descoberta, no final de maio, de túmulos não marcados de centenas de crianças indígenas nas antigas escolas residenciais dirigidas por católicos no Canadá. Várias das igrejas atingidas, na sua maioria católicas, estão nos territórios das Nações Originárias do Canadá, as Primeiras Nações, ao sul da região ártica.

Mais de mil túmulos anônimos nas antigas escolas residenciais criadas pelo governo canadense. Mais da metade dessas escolas foi administrada pela Igreja Católica entre 1831 e 1996. Em 22 de maio, foram encontrados os primeiros 215 túmulos anônimos de crianças indígenas na escola residencial indígena Kamloops, na Colúmbia Britânica. Em 24 de junho, líderes da Primeira Nação de Cowessess anunciaram o descobrimento de 751 túmulos anônimos na antiga escola Marieval. Outros 182 restos humanos foram encontrados perto da antiga escola da Missão de San Eugênio, dirigida por católicos em Cranbrook, também na Colúmbia Britânica.

Até o momento, não se sabe a identidade nem as circunstâncias da morte dos menores. Na época, os óbitos e os enterros não foram documentados. A descoberta dos túmulos foi possível graças ao uso de um radar de penetração terrestre. Neste fim de semana, o jornal americano Fox News noticiou que várias igrejas foram incendiadas na Colúmbia Britânica. No dia 21 de junho, a igreja do Sagrado Coração foi incendiada em Penticton Indian Band. No mesmo dia, também foi incendiada a igreja católica de São Gregório, nas terras da Osoyoos Indian Band. No dia 26 de junho, outras duas igrejas católicas, Nossa Senhora de Lourdes Chopaka e Sant´Ana, foram incendiadas em terras indígenas. No mesmo dia, a igreja anglicana de São Paulo também foi danificada por um pequeno incêndio. Mas no dia 1º de julho, o templo voltou a sofrer um novo incêndio que o destruiu completamente. Em 28 de junho, foi a vez de um novo incêndio na igreja católica da Primeira Nação Siksika, que terminou sendo controlado. Em Alberta, a igreja da paróquia de São João Batista foi incendiada no dia 30 de junho. No dia seguinte, 1º de julho, a catedral de São Patrício em Yellowknife, nos territórios do noroeste, também foi atacada, sofrendo danos menores. Um incêndio, que foi controlado, atingiu, no dia 2 de julho, a igreja anglicana de São Columbano, na Colúmbia Britânica. No domingo, 4 de julho, houve um incêndio no templo da House of Prayer Alliance Church, na cidade de Calgary. Pelo menos 10 igrejas da cidade foram manchadas com tinta vermelha ou marcas de mãos vermelhas. Uma delas teve a janela quebrada e uma lata de tinta foi jogada no seu interior.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, se reuniu com líderes indígenas e funcionários provinciais na sexta-feira, 2 de julho para condenar a onda de incêndios. “Não posso deixar de pensar que queimar igrejas está realmente privando as pessoas que precisam de luto, cura e lugares onde possam chorar, refletir e buscar apoio. Não devemos atacar os edifícios que podem servir de consolo para alguns dos nossos concidadãos”, disse o primeiro-ministro.

Além das autoridades, sobreviventes das escolas residenciais e líderes indígenas também estão pedindo o fim da violência. “Queimar igrejas não é um ato de solidariedade para conosco, os povos indígenas. Como eu disse, não destruímos os locais de culto das pessoas”, afirmou Jenn Allan-Riley, líder pentecostal indígena da Living Waters Church, em entrevista coletiva na segunda-feira, 5 de julho. “Nos preocupa que o incêndio e a destruição de igrejas tragam mais conflitos, depressão e ansiedade àqueles que já estão em luto e abalados”. Allan-Riley é uma antiga aluna das escolas residenciais. Queimar as igrejas “não é nossa forma nativa”, disse ela, para quem os incêndios alimentam a divisão entre os povos indígenas e os não-indígenas. Vários ex-alunos das escolas residenciais “permaneceram católicos e agora perderam seu lugar de culto e consolo”, disse a ministra pentecostal.

CNBB cria grupo de trabalho sobre expressões carismáticas


O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aprovou, na última quinta-feira, 17, a criação de um grupo de trabalho que irá refletir sobre as expressões carismáticas na Igreja no Brasil. A proposta foi apresentada pela Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato.

Composto por bispos e representantes da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), da Renovação Carismática Católica e do Serviço Internacional de Comunhão Charis, o GT vai retomar as reflexões já realizadas pela Conferência Episcopal sobre a atuação e identidade dos grupos ligados à RCC, movimentos eclesiais e novas comunidades.

A ideia surgiu partir do contato do bispo de Tocantinópolis (TO) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB, dom Giovane Pereira de Melo; do secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado; do bispo de Paranavaí (PR), dom Mário Spaki, referencial para o Serviço de Comunhão Charis no Brasil; e do bispo auxiliar de Brasília, dom José Aparecido Gonçalves Almeida.

Desde a década de 1990 a CNBB tem estudado e oferecido orientações relacionadas ao carisma pentecostal católico, como a publicação do documento 53 “Orientações pastorais sobre a Renovação Carismática Católica”, a realização de seminários sobre novas comunidades e a elaboração do subsídio “Associações de fiéis, movimentos eclesiais e novas comunidades” para a 55º Assembleia Geral.

Segundo dom Giovane, na realidade das expressões carismáticas, há frutos e conflitos, como a questão da identidade e alguns grupos com “tendências fundamentalistas bastante fortes”. Outra preocupação é a relação com a Igreja local. Desses grupos, recordou o bispo, nasceram ministérios, serviços e novas comunidades, cujas expressões “têm uma forte presença nos meios de comunicação social e forte influência na forma de pensar de uma grande parte dos fiéis católicos”. Assim, “diante da extensão do tema e da necessidade de continuar o diálogo, estamos propondo, retomando todo o caminho que foi percorrido pela Conferência”, destacou. 

terça-feira, 6 de julho de 2021

A cruz escondida


A Diocese de Guaira é o retrato da pobreza em que se encontra a Venezuela. É apenas uma das dioceses da Venezuela. Mas o que se passa em Guaira retrata, com fidelidade, o drama que se vive em todo o país, com cada vez mais pessoas de mão estendida, numa angústia que parece não ter fim. De Guaira chegam-nos também histórias de gente extraordinária, de irmãs que estão no meio do povo, no meio dos pobres, e que são sinal de esperança, mesmo quando muitas vezes pouco mais têm para oferecer do que a ternura dos seus sorrisos…

A situação agrava-se de dia para dia. A Venezuela é um país mergulhado numa crise sem fim com uma população amordaçada pela fome, com uma inflação que cresce sem parar, com famílias incapacitadas para comprar o pão ou medicamentos. As prateleiras vazias das lojas são o sinal do desmoronamento de um país onde a farinha, o arroz, o leite ou artigos de higiene parecem ser já um luxo inacessível à maior parte das pessoas. É assim em todo o lado. É assim também em Guaira. Nesta diocese, perante o desalento geral, quando tudo parece estar a desmoronar-se, sobram os gestos, o carinho e a coragem de um punhado de mulheres consagradas a Deus. São apenas 46 irmãs, mas parecem ser muitas mais graças à energia contagiante com que todos os dias vão ao encontro dos mais pobres dos pobres, das famílias mais desesperadas, dos que já tantas vezes desistiram de lutar. “Nós permanecemos com os pobres”, diz madre Felipa. Esta religiosa espanhola, das Irmãzinhas dos Pobres, está em Maiquetía, ao lado do povo que adoptou como seu. Não ficar seria trair aquelas pessoas, avós e netos de olhar triste, famílias com doentes a seu cargo, casas com pessoas com fome e panelas vazias… Maria Larissa é outra destas 46 heroínas. Ela pertence a outra congregação, as Irmãs Missionárias da Caridade. Tal como madre Felipa, também não é venezuelana. Veio da Índia e tal como ela também o seu vocabulário se reduz quase por completo à palavra amor. São nove religiosas que tomam conta, entre outros, de 21 crianças com síndrome de Down. 

Lobby LGBT censura histórias de ‘transgêneros’ arrependidos


“Os ativistas podem não querer admitir, mas não estou sozinha em meu arrependimento”, afirmou Grace Lidinsky-Smith. Ela se arrepende de ter feito “transição de gênero” e lamenta que os ativistas ocultem histórias de pessoas como ela, cujas histórias poderiam fazer com que as pessoas não caiam nessas terapias.

Aos 20 anos, Lidinsky-Smith se tornara uma pessoa “depressiva e com disforia de gênero depois de anos de obsessão por questões de identidade”.

“Eu achei que tinha encontrado meu caminho: a transformação total através da transição médica, para viver como homem”, contou. “Comecei minha transformação com injeções de hormônios. Quatro meses depois, meus seios foram removidos no procedimento cirúrgico conhecido como cirurgia superior”, acrescentou. Um ano depois, “eu estava encolhida na minha cama, agarrando-me às cicatrizes da dupla mamectomia e chorando de arrependimento”, disse.

O caminho para a transição de gênero era fácil. “Tive o ambiente mais favorável possível para a transição: fácil acesso a hormônios, uma comunidade que me estimulava, além da cobertura do seguro”, disse. “O que eu não tinha era um terapeuta que pudesse me ajudar a examinar os problemas subjacentes que eu tinha antes de tomar aquelas sérias decisões médicas”, lamentou. Lidinsky-Smith foi diagnosticada com disforia de gênero e "meu médico me deu luz verde para começar a transição na primeira consulta", disse.

Em artigo publicado no dia 25 de junho na revista americana Newsweek, Lidinsky-Smith disse que não é a única pessoa que se arrepende das terapias hormonais e das cirurgias prescritas pelos prestadores de assistência médica.

Em sua trajetória, Lidinsky-Smith descobriu outros “detransicionistas” com histórias similares. Algumas pessoas interromperam logo o procedimento de transição de gênero, mas “outras tomaram hormônios durante anos e se submeteram a múltiplas cirurgias antes de decidir que o caminho não era adequado para elas”.

Ela falou sobre a necessidade de trazer esses casos ao conhecimento público e de preocupar-se “pelas pessoas que foram feridas pelo tratamento médico transgênico, que se administra cada vez mais a pacientes adolescentes”.

Lidinsky-Smith também contou suas vivências em entrevista à 60 Minutes da CBS News, em maio de 2021. Ativistas LGBT pediram para censurar ou cancelar o episódio antes de ele ir ao ar. “Fui ao '60 Minutes' porque queria que as pessoas entendessem que a medicina trans nem sempre é administrada de maneira responsável e segura”, disse Lidinsky-Smith em seu artigo. “Eu sabia que minha transição tinha me machucado gravemente e eu não era a única”.

Segundo Lidinsky-Smith, os “detransicionistas” observam várias causas que, em retrospectiva, contribuíram para sua decisão de “fazer a transição” de gênero, como problemas de saúde mental não tratados, uma crise importante, trauma de abuso sexual, autismo não diagnosticado ou uma luta pela aceitação da sua orientação sexual”.

“Para muitos, o arrependimento e a dor foram intensos, como foi para mim”, continuou. “Em muitos sentidos é impossível voltar atrás. Muitos de nós se perguntam: por que meu terapeuta não me ajudou primeiro a resolver meus problemas subjacentes?”, disse.

Lidinsky-Smith é presidente da Gender Care Consumer Advocacy Network, organização que luta por melhores tratamentos para pessoas que “passaram ou estão passando por serviços de assistência relacionadas a gênero”.

Lidinsky-Smith apóia os padrões da WPATH, a Associação Profissional Mundial para a Saúde Transgênero, que qualifica como “amplamente aceitos”, mas lamenta que não exista obrigatoriedade de segui-los por parte dos médicos.

“Em minha própria odisseia médica, não recebi a maior parte da exploração terapêutica recomendada pelos padrões de atendimento da WPATH”, disse. “Deixaram-me ao meu próprio autodiagnóstico”.

Imagem da “pachamama” foi usada como ostensório no México


A polêmica imagem da “pachamama” ou “mãe terra”, que acompanhou diversas atividades do Sínodo da Amazônia de 2019, foi usada como ostensório da Eucaristia em uma igreja em Guadalajara, no México.

Em imagens publicadas pelo sacerdote mexicano José Luis González Santoscoy em sua página do Facebook, mas posteriormente eliminadas, se vê o ostensório com a forma da pachamama, uma mulher grávida nua, levando em seu ventre a Eucaristia.

As fotos foram tiradas no interior da paróquia São João Macías, em Zapopan, na área metropolitana de Guadalajara.

Em declarações à ACI Prensa, o padre González Santoscoy afirmou que “não tenho absolutamente nada a comentar”, e disse que “o assunto já foi discutido com o meu bispo, com as minhas autoridades”.

A arquidiocese de Guadalajara não se pronunciou sobre o assunto.

O padre Juan Pedro Oriol, pároco da paróquia São João Macías, disse que não sabia nem autorizou o uso do ostensório com a forma da pachamama.

“Saí por alguns dias de férias, na segunda-feira, 28 de junho, e isso foi feito sem o meu conhecimento e sem a minha permissão”, disse, ressaltando que se trata de “uma enorme tristeza para mim”.

O padre Oriol explicou que “obviamente esse ostensório não é da paróquia” e afirmou que “na nossa paróquia se usa sempre o mesmo ostensório e expomos o Santíssimo todos os dias”.

“Inclusive nestas férias estou tentando encontrar um ostensório parecido, um pouco mais novo, mas nunca usamos outro ostensório diferente do que temos na nossa sacristia e usamos todos os dias para a exposição e adoração do Santíssimo, quando temos adoração noturna ou horas santas especiais”, reiterou.

Justiça revoga suspensão de aborto ditada por juiz argentino


Uma corte de apelação de Mar del Plata revogou a medida cautelar que suspendeu a aplicação da lei do aborto na Argentina.

Em 7 de junho, o juiz Alfredo López, do Tribunal Federal n º 4 de Mar del Plata, aceitou um recurso de amparo para que se declarasse a inconstitucionalidade da lei do aborto na Argentina e suspendeu a aplicação da lei no país. Em 14 de junho, o Ministério da Saúde da Argentina recorreu perante a Câmara Federal de Apelações de Mar del Plata pedindo a suspensão dos efeitos do recurso até a sentença definitiva sobre o pedido de inconstitucionalidade.

No recurso, o ministério explicou que a suspensão da lei do aborto só atinge hospitais públicos nacionais, mas não centros de saúde provinciais e municipais, de obras sociais ou clínicas privadas.

Enquanto se espera a sentença definitiva sobre a constitucionalidade da lei do aborto, os juízes Eduardo Jiménez e Alejandro Tazza resolveram que o amparo interposto é “improcedente”, já que não existia um caso ou uma causa que desse lugar a uma intervenção.

Segundo o jornal La Capital MDP, a decisão dos juízes descreve a ação do juiz López como um “erro grosseiro” e lhe recomenda que “mantenha a moderação e o adequado critério interpretativo ao resolver processos judiciais com repercussão social”.

O secretário-geral do Partido Celeste, o advogado Claudio Venchiarutti, disse à ACI Prensa que ainda não foi resolvida “a apresentação de duas organizações pró-vida como partes interessadas”, a fundação Más Vida e as Ciudadanas defensoras del derecho a la vida, que poderiam apelar da sentença feita pela Câmara de Mar del Plata contra o arquivamento da causa.

Diocese do Chile lamenta que o incêndio na igreja não seja punido


A diocese de Ancud, no Chile, manifestou sua profunda dor e incômodo pela decisão do Ministério Público que pediu a suspensão do julgamento contra a pessoa suspeita de ter provocado o incêndio da igreja de São Francisco, deixando impune o fato ocorrido em 22 de janeiro de 2020.

Na madrugada daquele dia, um incêndio destruiu completamente a igreja e instalações vizinhas, na Ilha de Chiloé, no sul do país. O pároco da igreja ficou levemente ferido ao tentar salvar a documentação histórica. Uma investigação foi iniciada para determinar as causas do incêndio, qualificado como intencional.

O único suspeito foi um jovem de 24 anos, detido nos arredores da igreja no dia do incêndio. Psiquiatras forenses concluíram que ele é doente mental. Depois de um ano no Centro de Detenção Preventiva de Chiloé, o suspeito teve a prisão domiciliária decretada em abril de 2021.

Em 23 de junho de 2021, o Ministério Público pediu o arquivamento definitivo do processo ao tribunal de Castro. O motivo é que provas obtidas no mesmo do incêndio foram descartadas por terem sido obtidas de modo considerado ilegal pelo tribunal.