sexta-feira, 28 de março de 2014

Papa Francisco, o “político de Deus” no encontro com Barack Obama


O Papa Francisco demorou mais de um ano para conceder uma audiência ao presidente da superpotência mundial, Barack Obama. Agora entendemos o motivo: o Pontífice queria que fosse um encontro autêntico, queria expor suas preocupações e as dos bispos dos Estados Unidos. E assim foi.
 
Implicitamente, o encontro serviu para constatar suas capacidades políticas – ou melhor, para entendermos por que, na Argentina, alguns chamavam o então cardeal Bergoglio de “político de Deus”.

 
Em geral, os comunicados emitidos pelo Vaticano após estes encontros são bastante diplomáticos e genéricos. No entanto, dessa vez, o comunicado foi breve, mas tratou de todas as questões que separam a Igreja Católica da administração Obama. Um comunicado pouco diplomático.



Paz e direito internacional

 
Em primeiro lugar, ao falar da atualidade internacional, o comunicado expressou o desejo transmitido do Papa a Obama de que, nas regiões de conflito, sejam respeitados o direito humanitário e o direito internacional, e se chegue a uma solução negociada entre as partes interessadas.
 
O caso mais evidente desta diferença de posições entre o Vaticano e a Casa Branca é o da Síria. O Papa Francisco foi o opositor mais convincente aos planos de intervenção bélica dos Estados Unidos. A silenciosa vigília de oração pela paz na Síria, que o Papa presidiu no Vaticano em 7 de setembro, tornou-se o ato internacional mais decisivo para evitar uma degeneração total desse conflito.

 
A solução negociada também foi a linha que o Papa promoveu para resolver conflitos como o da Ucrânia, e a que levará a Israel e à Palestina por ocasião da sua viagem à Terra Santa, no próximo mês de maio.

 
Vida, liberdade religiosa e objeção de consciência

 
O comunicado aborda os motivos de divergência que a Igreja vive nos Estados Unidos com Barack Obama, em particular, o exercício do direito à liberdade religiosa, à vida e à objeção de consciência.

 
Numerosas instituições católicas, incluindo universidades, denunciaram diante da Suprema Corte alguns aspectos da lei conhecida como Obamacare, pois ela impõe aos hospitais e planos de saúde a distribuição ou financiamento de anticoncepcionais, esterilizadores e recursos para o aborto.

 
Esta é uma violação da liberdade religiosa e de consciência sem precedentes na história dos Estados Unidos, que o Papa Francisco quis deixar por escrito, oferecendo, dessa maneira, um apoio valioso aos bispos dos EUA, que haviam solicitado um gesto do Pontífice.
 
Direitos dos imigrantes

 
O primeiro papa latino da história também quis falar da reforma em matéria de migração, segundo explicou a Santa Sé.

 
A Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) se tornou uma verdadeira advogada dos direitos dos imigrantes, especialmente dos hispanos, e da reforma migratória à qual ainda se opõem grupos conservadores no senado dos EUA.

 
Como explica o redator da Aleteia e diretor de “El Observador”, Jaime Septién, “as pesquisas demonstram que a maioria dos americanos concordaria em gerar um caminho rumo à cidadania dos indocumentados. No entanto, a atual administração Obama já deportou cerca de dois milhões de imigrantes e refugiados, criando um problema maiúsculo nas famílias dos imigrantes e em suas comunidades, aumentando a pobreza, a mendicância e o tráfico de pessoas – muitas delas crianças abandonas por pais detidos em centros de deportação ou já deportados aos seus países de origem”.

 
Político de Deus

 
Finalmente, ao receber Obama, o Papa quis tratar o tema da erradicação do tráfico de pessoas no mundo, assunto pelo qual sente grande preocupação e no qual encontrou o apoio do presidente.

 
Antes de despedir-se, o Bispo de Roma entregou a Obama uma cópia da exortação apostólica “Evangelii gaudium”, o documento que expõe o programa do seu pontificado. O presidente disse que leria suas páginas em momentos de dificuldade e pediu ao Papa que rezasse por ele e sua família.


 
Quando se despediram, com um sorriso sóbrio, ficou bem claro por que o Papa Francisco pode passar à história como “o político de Deus”.


Jesús Colina
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Fonte: Aleteia

A Igreja que nasceu antes da Bíblia


“Recebereis uma força, a força do Espírito Santo que virá sobre vós; e sereis então minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, 
até as extremidades da terra” (At 1,8).

Diante desta passagem podemos nos perguntar: “– Jesus deixou algo escrito?” Ele disse: “sobre a Bíblia edificareis a minha Igreja”? Não! Cristo fundou a Igreja sobre a vida e o testemunho dos apóstolos. Por esse motivo, não podemos afirmar que somos uma “religião do livro” – apesar de alguns estudiosos das religiões nos considerarem assim. Somos uma “religião do testemunho”.

Os livros contidos na Bíblia servem para nos relatar fatos e verdades de fé. “Diante daquilo que acabei de ler, como deve ser a minha atitude para com Deus e os meus irmãos?”. É para que façamos este tipo de confronto conosco mesmo que as Sagradas Escrituras existem. Servem para mudar a nossa vida (ação transformadora). Mas nem sempre estes textos sagrados existiram. Vejamos como se formou este conjunto de textos sagrados, para que compreendamos a essência da Palavra de Deus.

Comecemos pelo período em que alguns livros foram escritos. É importante saber que o escrito mais antigo do Novo Testamento é 1Tessalonicenses – redigido por volta do ano 51 d.C., quando Paulo se encontrava na Acaia (cf. At 18,12). É importante começarmos por este exemplo apenas para demonstrar que a Bíblia não segue uma ordem cronológica; o primeiro livro do Novo Testamento não foi o Evangelho de Mateus. Além disso, Paulo morreu e provavelmente não viu sequer um Evangelho escrito. Os fatos sobre a vida de Jesus que este incansável apóstolo tanto pregava foram-lhe relatados de maneira oral. 

A Igreja, portanto, não nasceu da Bíblia, mas o contrário. Ela não precisou esperar vinte anos após a morte de Jesus para que começasse a nascer (com a carta de São Paulo citada acima). Ela já estava aí. E, além disso, havia entre os cristãos um código de conduta, uma certa tradição, que consistia em dizer com fidelidade quem era Jesus Cristo.

O último livro do Novo Testamento a ser escrito foi o Apocalipse, escrito por São João por volta do ano 100 d.C., quando este se encontrava exilado na ilha de Patmos. Nesta altura da História ainda não havia Bíblia, apesar de todos os seus livros já estarem escritos. Isto porque, quando São Paulo, São João, São Judas Tadeu escreveram suas cartas eles não sabiam que estavam escrevendo partes do Novo Testamento. Os cristãos ainda precisavam escolher quais seriam os escritos que iriam compor as Escrituras Sagradas.

A decisão do Cânone Bíblico, isto é, dos livros que iriam compor as Sagradas Escrituras demorou cerca de 200 anos. Um tempo relativamente longo. Mas a Igreja não resolveu cruzar os braços e esperar esse tempo todo para então afirmar: “Pronto! Agora somos Igreja”. Ela já era antes das Escrituras existirem.

Por volta dos anos 70 d.C. surgem os evangelhos sinóticos e, aos 100 d.C., o evangelho de São João. Não somos nem capazes, muitas vezes, de lembrarmos o que comemos ontem no almoço, como é então que 70, 100 anos depois as pessoas ainda lembravam de detalhes da fala e da vida de Jesus Cristo? Somente por obra do Espírito Santo. O que nos faz crer que a Bíblia foi inspirada por Deus. 

Ou frio ou quente!


A pior coisa que existe é o tal termo: "católico não praticante", da mesma forma seria terrível dizer: "sou casado não praticante", "tenho namorada mas não sou praticante", "sou filho mas não praticante", entre outros... Isso é no mínimo abobinável! 

Num mundo globalizado, ganancioso e cada vez mais consumista, o que vale são os números. Muitos são influenciados sem perceber por esse tipo de comportamento, até mesmo no âmbito da fé, quando por exemplo muitos estão preocupados com o que a pesquisa IBOPE diz sobre o número de Católicos, preocupação que se antecipa a da conversão, intimidade, perseverança, enfim...

Podem varrer das pesquisas Ibope o número de "católicos não praticantes", creio que por mais que o Senhor deseja que todos voltem seus corações para ele, sabemos que não será tais números que darão este testemunho ou que garantirão a salvação que tanto buscamos, homens e mulheres que possuem o mínimo de fé.

Como católico, falo por mim, não estou preocupado e não me deslumbro com tais números, estou de fato preocupado com a salvação das almas, que tenham um encontro autêntico com Deus, isso se mede pelo desejo de conversão, fidelidade, perseverança, temor e intimidade com Deus.

Isso é o que vale, o mais importante é viver uma luta constante contra o pecado, buscar viver uma vida virtuosa, aprofundar o conhecimento da fé e ser coerente.


Não é possível manter conceitos como "não praticante".


"Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e sobre ti Cristo resplandecerá" (Ef 5, 14). A luz e o dia que vencem a escuridão são imagens que perpassam as culturas e as épocas, presentes também em várias concepções da vida humana em diversas religiões. Também a Sagrada Escritura recorre com frequência a esta polarização entre a luz e as trevas, como apresenta a Igreja durante estes dias de Quaresma.

A Igreja vive uma estação claramente catecumenal, proporcionando aos que já são batizados acompanharem os irmãos e irmãs que serão batizados na Vigília Pascal e renovarem seus compromissos. Neste percurso formativo, todos os cristãos são convidados a se confrontarem com Cristo, Água viva que sacia a humanidade, Luz do Mundo, vencedor das trevas do pecado, Cristo, Ressurreição e vida. Na presente etapa, o convite é dirigido a todas as pessoas que querem deixar-se tocar por Jesus, acompanhados por um certo cego de nascença, na narrativa esplendorosa do Evangelho de São João (Jo 9, 1-38). Jesus realiza uma obra nova, recria o cego, que alcança o ponto mais alto de sua existência: "Quando Jesus o encontrou, perguntou-lhe: 'Tu crês no Filho do Homem?' Ele respondeu: 'Quem é, Senhor, para que eu creia nele?' Jesus disse: 'Tu o estás vendo; é aquele que está falando contigo. Ele exclamou: 'Eu creio, Senhor!' E ajoelhou-se diante de Jesus" (Jo 9,35-38).

Ouvi de uma mulher, cega de nascença, na autoridade de seus mais de oitenta anos, uma afirmação desconcertante: "Agradeço a Deus por ser cega, pois a maior parte dos pecados começa com a vista! Não enxergando, posso pecar menos, dizia magistralmente esta senhora que nunca leu uma letra, diante de alguém que se tinha debruçado várias vezes diante da palavra do Evangelho: "Se teu olho direito te leva à queda, arranca-o e joga para longe de ti! De fato, é melhor perderes um de teus membros do que todo o corpo ser lançado ao inferno" (Mt 5,29). Trata-se uma revolução na escala de valores que pode orientar a vida, na qual importa efetivamente uma vida distante do pecado! É que Deus não nos fez para o egoísmo e a maldade, mas para a virtude e para o bem! 

Pastor se converte à Igreja Católica após 20 anos em igrejas evangélicas


Hoje faz exatamente 20 anos do meu batismo na Igreja Assembleia de Deus. Foi em 27 de Março de 1994, domingo, na igreja sede da Assembleia de Deus no Brás (Ministério em Madureira, hoje mais conhecida como AD Brás).

Foi um momento marcante em minha vida, eu estava vivendo uma linda experiência de conversão e aquele ato batismal era o cumprimento de uma decisão tomada poucos meses antes, quando aceitei a Jesus como meu Salvador. Sempre fui apaixonado pelo Evangelho desde criança, quando ganhei minha primeira Bíblia aos sete anos, poderia até ver isso como uma vocação sacerdotal.


Passados estes vinte anos eu vivo novamente a experiência da conversão, mas desta vez minha fé me trouxe de volta à Igreja Católica Apostólica Romana. 


No período em que estiva na Assembleia de Deus participei de grupos de mocidade, fui professor de Escola Bíblica Dominical e cursei Teologia(Básico) pela EETAD, curso que deixei pela metade para viver o meu sonho de trabalhar em uma emissora de rádio.


Por um período de sete anos eu apresentei um programa chamado "Jovens Para Cristo", que era patrocinado pelos membros da igreja. Neste período eu trabalhei como funcionário desta emissora até o seu fechamento pela Anatel em 2002. Após o fechamento da emissora de rádio, passei por um período de depressão e me afastei da igreja.


Meses depois eu, por conta própria, decidi procurar uma igreja diferente para frequentar, um misto de vergonha e orgulho me impediu de retornar à minha antiga congregação. Deste tempo, até aqui, fui membro de três igrejas diferentes, passei por altos e baixos na minha fé. Apesar de sucessivas decepções, aconteceu a maior dádiva da minha vida, conheci a moça que hoje é minha esposa e mãe de meu filho. Deus me abençoou com uma família maravilhosa.


Nestes últimos anos desenvolvi diversas atividades ministeriais, especialmente voltadas para a evangelização de jovens, também ministrei cursos para formação de lideres e obreiros. Até que cheguei ao pastorado, fui pastor auxiliar pelo período de um ano e pastor titular por outro período de um ano em uma congregação que inaugurei junto ao ministério do qual fazia parte.


Pouco depois do nascimento de nosso filho, por motivos alheios à minha vontade, renunciei à direção da igreja que pastoreava e meses depois entendi que deveria abrir mão do ministério pastoral. Era dia 12 de Outubro de 2012 eu preguei o meu último sermão na igreja sede da igreja que congregava e sabia que não retornaria mais a um púlpito na condição de pastor.


Tudo que eu sempre almejei e alcancei, deixei pra trás, somente restou em meu coração a ardente paixão pelo Evangelho e minha vida consagrada a Cristo. Ao longo desta experiência muita dor, angústia e lágrimas derramadas.


Talvez, nesse ponto, você esteja se perguntando o motivo de atitudes tão drásticas, tão radicais. Tais motivos, claro existem, mas decidi não falar sobre tais assuntos no momento. 

Reencontro com o catolicismo


Fui criado católico, fui batizado, fiz a primeira comunhão, mas aos 18 anos, nenhum destes fundamentos fazia o menor sentido pra mim. Na adolescência fiz parte de movimentos ligados à "Teologia da libertação" e com o passar do tempo fui me afastando da igreja. Aos 18 anos aceitei ao convite de um amigo e fui com sua família a um culto da Assembleia de Deus, fiquei maravilhado com aquela atmosfera. Nunca havia sentido uma sensação tão boa,eu me senti tocado por Deus e aceitei seguir aquele caminho.


De modo algum eu quero invalidar este processo de conversão. Foi uma experiência real, verdadeira e produziu frutos em minha vida.


Porém, não é segredo para ninguém que a expansão do Protestantismo no Brasil, especialmente o ramo pentecostal, se deu por conta de uma visão anti-católica que, baseada em textos bíblicos, proclamava a verdadeira salvação por meio apenas de igrejas pertencentes a este seguimento. Igreja Católica era sinônimo de idolatria e o Papa, o próprio Anti-cristo.


Passei a ver o catolicismo como uma religião idólatra e anti-bíblica. Por anos tive esta visão e convicção.

No auge da rede social Orkut, entrei em uma comunidade de debates entre católicos e evangélicos. A comunidade "Debate Católicos e Evangélicos" carinhosamente chamada de "DC&E" congregava um número interessante de pessoas tanto católicos quanto evangélicos, ali tínhamos debates teológicos de grandeza magistral, mas também exemplos extremistas de fundamentalismo religioso, de ambas as partes.


Logo em minha primeira participação na comunidade entrei em um tópico que debatia algo sobre as Escrituras, fui logo confrontando e declarando de que adiantava debater sobre a Bíblia e não acreditar, nem fazer o que ela mandava.


Naquele dia eu levei a maior surra de interpretação bíblica, apanhei até cansar de um católico chamado Paulo, mais conhecido como Confrade. Eu não tinha argumentos, mesmo sendo um leitor ativo da Bíblia, me considerando apto a debater as Escrituras, eu fui calado pela sabedoria e conhecimento daquele rapaz. Derrotado, pedi perdão pelo equívoco...

Passei e estudar com mais afinco o catolicismo, seus costumes, o Magistério, a Tradição, os dogmas, especialmente os ligados a Maria, mãe do Mestre.


O efeito disso foi a anulação do sentimento anti-catolicismo adquirido e o início de uma fase de fraternidade e aprendizado. Porém, nunca concebi a ideia de me tornar católico novamente. Deste período de debates surgiram amizades, encontros, como o da foto abaixo.

Esta imagem é um registro histórico de um dos orkontros realizados pelos membros da comunidade. Este foi o primeiro em São Paulo, havendo outros no Rio de Janeiro e algumas outras cidades do Brasil.


A comunidade foi fundamental para renovar a minha mente. Passei a enxergar a Igreja Católica com a Igreja de Cristo, todo protestante deve entender que, sem ela, o Evangelho não nos alcançaria.


No entanto foram necessários alguns anos para que eu entendesse que deveria regressar à Igreja mãe. Foram necessárias várias decepções, muitas frustrações, para poder abrir o meu coração e conceber que meu lugar é na Igreja Católica.


Após renunciar ao pastorado e à direção de uma igreja, eu me desigrejei. Não queria mais saber de templos e religião institucionalizada.


Decidi romper com a religião. Eu tinha a minha fé, acreditava em Deus e viveria para fazer o bem e por minha família. Não queria mais vínculo com denominação alguma, minha religião era Cristo, e pronto.


Iniciei o projeto deste blog [Compartilhando a Graça], compartilhando textos com amigos do Facebook. Comecei a escrever sobre a fé cristã, postar reportagens e notícias sobre os cristianismo, inclusive algumas polêmicas e escândalos.


Até que um belo dia escrevi o texto Castel Gandolfo: Onde o Papa passa as férias. Isso foi no dia 11 de Janeiro de 2013, no início da noite.


Foi uma noite mal dormida, pois sonhei com o Papa Bento XVI e a ideia de ser novamente um católico. Cheguei a comentar com minha esposa: "... e se eu voltasse para Igreja Católica?"

A ideia se transformou em desejo, e o desejo, decisão. Eu comecei a compartilhar isso com meu amigo Marcio Araújo, mais um remanescente da "DC&E", e desde então ele tem me ajudado. Márcio é dono da página Beleza da IgrejaCatólica e tem sido um grande incentivador da minha jornada. Pouco tempo depois criei a página Francisco,o Papa da humildade, fiquei maravilhado com a mensagem cristocêntrica do Papa, só faltava conferir se a Igreja correspondia a tamanho entusiasmo.


Comecei a participar da Missa, mas mantive a discrição. No início ia para observar, mas, com o passar do tempo, eu já estava envolvido de corpo e alma. Um determinado dia marquei uma reunião com o padre Douglas, pároco da nossa região. O recebi em minha casa para um café da manhã e conversamos bastante.


Foi muito especial, contei a ele minha história e tenho recebido o seu apoio e instrução, iniciei o curso de Crisma a pouco dias em uma classe de Catequese voltada para os adultos. Estou vivendo intensamente este processo de conversão, aprendendo a viver esta fé milenar em sua plenitude.



Se alguém tiver alguma pergunta a me fazer ou comentário específico, por favor envie email para: atusturquete@hotmail.com ou me adicione no Facebook: https://www.facebook.com/atusturquete

Não responderei a anônimos e nem tenho a intenção de fazer comentário agressivos à fé de quaisquer. 


Adenilton Turquete
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Fonte: Aleteia

A última prova da Igreja antes do fim


Gostaríamos de compartilhar o que o Catecismo da Igreja Católica diz a respeito da última prova da Igreja, projetada para o fim dos tempos:

675. Antes da vinda de Cristo, a Igreja deverá passar por uma prova final, que abalará a fé de numerosos crentes (Cf. Lc 18, 8; Mt 24, 12). A perseguição, que acompanha a sua peregrinação na Terra (Cf. Lc 21, 12; Jo 15, 19-20), porá a descoberto o «mistério da iniquidade», sob a forma duma impostura religiosa, que trará aos homens uma solução aparente para os seus problemas, à custa da apostasia da verdade.

A suprema impostura religiosa é a do Anticristo, isto é, dum pseudo-messianismo em que o homem se glorifica a si mesmo, substituindo-se a Deus e ao Messias Encarnado (Cf. 2 Ts 2, 4-12; 1 Ts 5. 2-3; 2 Jo 7; 1 Jo 2, 18.22).

676. Esta impostura anticrística já se esboça no mundo, sempre que se pretende realizar na história a esperança messiânica, que não pode consumar-se senão para além dela, através do juízo escatológico.

A Igreja rejeitou esta falsificação do Reino futuro, mesmo na sua forma mitigada, sob o nome de milenarismo (Cf. Santo Ofício, Decretum de millenarismo (19 de Julho de 1944): DS 3839), e principalmente sob a forma política dum messianismo secularizado, «intrinsecamente perverso» (Cf. Pio XI, Enc. Divini Redemtptoris (19 de Março de 1937): AAS 29 (1937) 65-106, condenando o «falso misticismo» desta «simulação da redenção dos humildes» (p. 69); II Concílio do Vaticano, Const. past. Gaudium et spes, 20-21: AAS 58 (1966) 1040-1042). 

Proibição de vedar "qualquer discriminação em razão da orientação sexual" no Brasil


Todo ordenamento jurídico está fundamentado na discriminação. Discrimina-se, por exemplo, quem trabalhou honestamente, e recebeu uma determinada quantia como salário, como sendo um “possuidor legítimo”, cuja propriedade deve ser protegida pelo Estado, daquele que, aproveitando-se da superioridade física ou mesmo da distração do legítimo possuidor, subtrai furtivamente esta mesma quantia – e que é tido como criminoso. Alguém que estudou e submeteu-se a concurso público, ou candidatou-se e foi eleito, é um legítimo servidor público e pode legitimamente exercer poder sobre a comunidade, enquanto aquele que, valendo-se da força das armas e do lucro do tráfico de drogas, domina uma comunidade é considerado um bandido e chefe de quadrilha – e deve ser preso e isolado do convívio social.

Existem, é claro, discrímens justos e injustos. Os justos são aqueles que decorrem das escolhas das pessoas, do uso bom ou mau da sua liberdade, do seu esforço e das suas forças pessoais. Os injustos são aqueles que decorrem de características pessoais inatas, como a cor, o sexo, a altura, a proveniência étnica, dentre outros que não se relacionam, nem direta nem indiretamente, com nenhum âmbito de escolha pessoal. Assim, pode-se dizer que o ordenamento jurídico de um país deve preocupar-se tanto em promover as discriminações justas e adequadas (como aquela que separa os assalariados dos ladrões, ou os pais dos torturadores de criança) quanto em combater as discriminações injustas e insustentáveis, como aquelas que transformam em cidadãos de segunda categoria os provenientes de determinado grupo étnico. Posto isto, é absolutamente adequado dizer que discriminar injustamente é tão pernicioso quanto eliminar uma discriminação justa.


É por isto que tomar por bandeira a “eliminação pura e simples das discriminações” é uma imbecilidade. Um Estado que não saiba promover as discriminações justas é tão maléfico quanto um que promova as injustas. Imaginemos um Estado que não consiga distinguir trabalhadores de ladrões, ou servidores públicos de chefes de quadrilha, ou mesmo esposos de estupradores. Um Estado cego às discriminações justas. Seria revoltante, tão ou mais do que um Estado que não reconhecesse a cidadania plena às mulheres, ou aqueloutro que reconhecesse o direito de escravizar ou eliminar membros de uma minoria étnica. Ambos são execráveis.


A virtude estatal, aqui, está no meio. Naquele meio, como lembra Aristóteles na Ética a Nicômaco, (Livro 2, capítulo 6, linha 1006b), que não é quantitativo, mas qualitativo, e que, portanto, exige a prudência para ser discernido. É por isso que, sob o aspecto da justiça, é tão imprudente o jovem que carrega cartazes de “abaixo a discriminação” (pura e simples) numa manifestação, e equipara implicitamente trabalhadores a bandidos, quanto o que pertence a grupelhos intolerantes de machistas ou “skinheads”, por exemplo. Os primeiros querem eliminar insensatamente as discriminações justas. Os outros promovem violentamente as discriminações injustas.


Isto posto, vale testar se a pretensão de inserir, no nosso ordenamento, a proibição pura e simples de vedar “qualquer discriminação em razão da orientação sexual”, através da inserção de norma neste sentido no Plano Nacional de Educação, se enquadra nesta noção de promover “discriminação justa” ou combater a “injusta”. Este ponto é particularmente grave, porque será inserida numa lei que diz respeito à raiz da reprodução e da construção da nossa própria sociedade futura: a educação dos nossos jovens.


Tomemos como paradigma, para testar a justiça desta norma, a doutrina científica de um pesquisador particularmente conhecido como um combatente antirreligioso, o inglês Richard Dawkins (autor, dentre outras obras, de um livro denominado “Deus, um Delírio”, e portanto insuspeito de religiosidade). Bom, toda a pesquisa científica deste professor está baseada no evolucionismo neodarwinista, que insiste que a explicação básica da existência humana está na transmissão da sua própria carga genética à geração seguinte, por meio da reprodução dos mais aptos. Ele expõe esta doutrina, com seus próprios fundamentos científicos, em livros como “ O gene Egoísta” e “O Relojoeiro Cego”, além de possuir um sítio na internet onde publica seus estudos sobre a irrelevância (e mesmo perniciosidade) das religiões e sobre o poder de explicação científico da sua visão a respeito da sobrevivência do mais apto e da transmissão do patrimônio genético à próxima geração como fins últimos, e portanto explicações fundamentais, da própria vida e comportamento humanos.


A convicção de Richard Dawkins quanto ao poder científico de sua tese é tamanha que ele publicou recentemente um artigo de outro cientista, o dr. William Kremer, chamado “O Quebra-Cabeças Evolucionário da Homossexualidade” (veja aqui) no qual este último cientista relaciona qualquer eventual vantagem evolutiva do comportamento homossexual a três fatores: 1) à reprodução e cuidado de uma prole própria, mesmo sem ou contra as próprias inclinações afetivas, 2) Ao cuidado com a prole de um parente muito próximo, multiplicando a capacidade de que seu “pool de genes” passe, por meio da carga genética deste parente, à próxima geração ou 3) à hipótese de que os mesmos alelos que causem a homossexualidade masculina estejam num cromossomo que, quando presente nas mulheres da família, multiplicam sua fecundidade e seu cuidado com a prole, favorecendo a continuidade daquele “pool de genes” na próxima geração.

Está claro, portanto, que, por meios estritamente científicos, e mesmo antirreligiosos, professores seriíssimos chegam à conclusão de que há diferença de valor nas “orientações sexuais”, e que portanto se pode validamente discriminar, por critérios científicos, aquelas condutas que envolvem o cuidado responsável com uma prole própria, gerada mesmo contra eventuais inclinações sexuais pessoais, ou com uma prole de um parente muito próximo, como uma irmã, daquelas orientações sexuais que envolvam a infertilidade deliberada e a promiscuidade não potencialmente fértil, seja entre pessoas do mesmo sexo, seja entre pessoas de sexos diversos, ou a provocação sistemática do aborto em si ou nas parceiras, como condutas indesejáveis do ponto de vista do sucesso evolutivo e sob um prisma exclusivamente científico.


Se, no entanto, a norma educacional brasileira proibir qualquer discriminação quanto à orientação sexual no seu sistema educacional, parece que estará aberta a porta para que qualquer grupinho de minorias sexuais radicais possa validamente pedir a supressão do ensino dessas teorias neodarwinistas (que valoram as condutas sexuais tendentes à reprodução do pool de genes como superiores àquelas que impedem ou mesmo suprimem esta reprodução) como preconceituosas àquelas minorias cuja “orientação sexual” não envolva nem a responsabilidade com uma prole própria, nem com o cuidado da prole de parentes muito próximos. E estarão perfeitamente cobertas por esta norma cuja aprovação está sendo proposta com o aval imprudente de uma grande parte da própria comunidade científica. Esta mesma comunidade que será em seguida censurada por estas minorias a quem hoje imprudentemente se alia, e que imprudentemente desqualifica os adversários desta norma injusta como irracionalistas religiosos.



Bom, os religiosos às vezes podem ser mais racionais que os cientistas: enquanto a liberdade de falar mal, respeitosamente, da religião alheia parece bem razoável às pessoas religiosas (que admitem, portanto, a liceidade das especulações religiosas de Dawkins, embora discordem delas no mérito), alguns cientistas que apoiam a introdução da norma que veda a discriminação de condutas em razão da “ideologia do gênero” na educação estão, em seu ódio a Deus, cegos para o fato de que combater a liberdade religiosa neste particular é também combater a própria liberdade científica.
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Fonte: ZENIT
Disponível em: Aleteia

50 anos de luta pela democracia


Neste ano de 2014 somos chamados a fazer a memória das nossas alegrias e esperanças, das nossas tristezas e dores. Neste momento, lembramos, sobretudo, os 50 anos da Ditadura, um dos mais dolorosos episódios da história do Brasil, que com o ato de força de 1º de abril, significou um golpe profundo para as instituições democráticas e durou longos 21 anos, jogando o País numa noite de terror, prisões, torturas, mortes e desaparecimento de pessoas.

Nasci e cresci num ambiente de forte resistência a essa situação. Aprendi, desde pequeno, que nem tudo que aparecia nos jornais e televisão correspondia à verdade. Conheci homens e mulheres honrados, muitos, imbuídos pela fé, que se engajaram seriamente contra este sistema, e, por esta razão, foram tratados como “subversivos”. Milhares de pessoas foram presas, torturadas e exiladas. Muitas foram mortas. Políticos tiveram seus mandatos revogados; cidadãos, funcionários públicos e militares foram demitidos; estudantes expulsos das escolas e Universidades. Imperava a Lei de Segurança Nacional. 

Lembro-me muito bem do meu pároco, cuidadoso e prudente com as palavras, quando nos ensinava o Evangelho, falando-nos do amor, da justiça, da democracia e da liberdade. Tocava no fundo do nosso coração as palavras do grande pastor e profeta, Dom Helder Câmara, Arcebispo de Olinda e Recife, silenciado pela ditadura: “quando dou pão aos pobres me chamam de santo, quando pergunto pela causa de sua pobreza me chamam de comunista.”

Esta data de forma alguma poderá ser esquecida. É, sem dúvida, uma oportunidade rica de refletirmos e debatermos a respeito da construção social e política do nosso país. Tempo propício de levantar questões sérias: Por que o Brasil acolheu esse Regime ditatorial e autoritário em 1964? Como a ditadura civil militar redesenhou esse País Continente e quais são hoje as suas marcas mais profundas? Como foi possível passar do autoritarismo para a Democracia?


Nossos jovens precisam saber o que de fato aconteceu. Por que tantos meninos e meninas daquela época entraram nesta luta? Quais eram os seus sonhos e a razão de tamanha coragem? Lembro-me, como se fosse hoje, da paródia da música “Tristeza”, que cantávamos no Colégio em que eu estudava em Brasilia, no final dos anos 70, com muito receio, mas com segura nitidez e grande orgulho. Pedíamos o fim da ditadura: “Figuerêdo, por favor vai embora, é o povo que implora, esperando seu fim. O meu salário diminui a cada dia, já é demais o meu penar. Quero de volta a Democracia. Quero de novo votar”. Havia um desejo de mudança, um sonho de justiça e liberdade.

Vejo com bons olhos o grandioso esforço da Comissão da Verdade. Por outro lado, percebo que muitos querem minimizar esse período de exceção. Chegam a afirmar que a Ditadura não foi tão dura assim e até defendem o seu retorno como remédio à violência e corrupção. São os mesmos que apoiam mortes, criminalizam os movimentos sociais e demonizam a política.

Graças a Deus a Ditadura foi vencida. Foi uma vitória da população brasileira, o sonho das Comunidades Eclesiais de Base que, desde os meados dos anos 70, com outras forças da sociedade, indo às ruas, denunciando torturas e mortes, articulando-se e mobilizando-se em favor da anistia, participaram de uma das mais espetaculares campanhas que este pais já assistiu, a Diretas já!

A luta pela consolidação da Democracia continua. Conseguimos a Lei Contra a Corrupção Eleitoral (Lei 9.840) e a Lei da Ficha Limpa. Agora, estamos empenhados para que essa vitória alcançada tenha suas bases ancoradas no direito, na liberdade e na justiça, por uma reforma do Estado com a participação democrática.


Dom Zanoni Demettino Castro

Bispo de São Mateus (ES)