terça-feira, 10 de junho de 2014

Em defesa dos ateus


O mundo precisa respeitar mais o ateísmo. Pode parecer estranho que uma católica diga isto, mas, por favor, leve em consideração o que eu vou dizer.
 
Eu conheço um monte de ateus. No mundo acadêmico, uma fartura. Muitos deles estão convencidos de que o mundo os odeia. O cristianismo pode não estar no auge da sua popularidade hoje em dia, mas o ateísmo também não está.

 
Se você quer um bom emprego, declarar-se abertamente ateu pode não ser uma boa ideia. Você pode, no máximo, se dizer "não religioso". Mesmo os liberais, apesar do seu desconforto com a religião levada a sério, parecem considerar moralmente positivo frequentar uma igreja, tanto que um recente estudo norte-americano mostrou que os autoproclamados liberais, nos Estados Unidos, são especialmente propensos a exagerar o próprio nível de observância religiosa quando estão em ambientes sociais.
 
Os jornalistas liberais, às vezes, tentam usar casos como este para mostrar que a nossa sociedade é predominantemente pró-religião (e, de passagem, para dar a entender que boa parte das queixas de violações da liberdade religiosa são pura paranoia e busca de atenção). Na verdade, porém, não há muitas razões para que a sociedade se sinta “ameaçada” nem por ateus declarados nem por crentes religiosos, já que o que realmente está espalhado hoje pela sociedade é o triunfo da mornidão.
 

Pároco pede aos catequistas para se vestirem de palhaços na Santa Missa, o que fazer?


A Santa Missa é a celebração de um mistério sagrado; é a celebração da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Quando se tem essa visão as coisas ocupam os seus respectivos lugares, ou seja, Deus se torna o centro da celebração e abusos não acontecem. Entretanto, a Igreja vive um momento ímpar em sua história: o que se vê por todos os lados, é a inculturação, ou seja, o espaço sagrado sendo despido de sua sacralidade em nome de uma maior aproximação com o mundo. O mundo sendo trazido para dentro da Igreja, o rito sendo esvaziado de seu sentido e significado e, consequentemente, Deus sendo deixado à margem.

O Beato Cardeal John Henry Newman, acerca do sentido do sagrado diz que:

Os sentimentos de temor e do sagrado são ou não sentimentos cristãos? Ninguém pode em sã razão duvidar disso. São sentimentos que teríamos, em grau intenso, se tivéssemos a visão do Deus soberano. São sentimentos que teríamos se nos apercebêssemos claramente de sua presença. Na medida em que cremos que Ele está presente, devemos tê-los. Não tê-los é não perceber, não crer que Ele está presente. (Parochial and Plain Sermons, v. 5)

O Papa disse ou não disse isso?


Recebi por torpedo. Uma amiga me encaminhava a frase, dizendo: “O Papa disse”.
 
Era um texto dirigido aos jovens. Eu mal tinha começado a ler, quando saltou à vista uma frase que dizia que precisamos de santos que comam pizza e bebam cerveja, e que tomem refrigerante de cola (e dizia até a marca!). Então percebi que era um texto falso, porque o Papa nunca, jamais teria feito, faz ou fará propaganda de uma marca comercial.

 
Pesquisei e descobri que tal texto já havia circulado na internet há alguns anos, sendo falsamente atribuído ao Papa João Paulo II, e agora o tinham reciclado para atribuí-lo ao Papa Francisco.

 
Outro dia, no Facebook, publicaram um texto com a foto do Papa Francisco. Começava citando algo que o Papa disse no Ângelus, mas depois seguiam umas frases tão repetitivas e enfeitadas, que ficava evidente que o Papa não as havia dito nem de brincadeira!

 
Alguém usou uma parte da homilia do Papa, acrescentou o que lhe deu na telha e publicou, como se o Papa tivesse dito tudo aquilo!
 
E o pior é que tal texto já circulava nas redes sociais e em sites católicos administrados por pessoas que o divulgavam com boa vontade, mas de maneira imprudente.


Diocese entra na justiça contra pastor que incitou urinarem em imagens


A Igreja Católica, através da Diocese de Cajazeiras-PB, acionou a Justiça contra um grupo de evangélicos que teriam urinado sobre a imagem de uma santa na cidade de Carrapateira, no Alto Sertão da Paraíba. O grupo teria ainda incendiado a imagem.

A denúncia foi feita pelo padre Querino Pedro, titular da paróquia de Carrapateira. Ele revelou que estaria havendo uma espécie de perseguição dos evangélicos contra católicos da cidade.

Segundo o Padre Querino, as crianças de famílias católicas estariam sendo amedrontadas nas escolas por fieis de uma igreja liderada pelo polêmico pastor Luiz Lourenço , conhecido na região como Pastor Poroca.

“Eles dizem que as crianças estão condenadas ao inferno. Estão fazendo a cabeça das crianças para repudiarem Nossa Senhora”, comentou.
Padre Querino também denunciou o grupo de evangélicos por estarem pichando as paredes da paróquia com ofensas aos católicos. “Estão chamando os católicos de baratas pretas”, contou.

A Diocese de Cajazeiras emitiu uma Nota de Desagravo contra o grupo, em que diz estar acionando os órgãos públicos responsáveis “para que as devidas sanções sejam tomadas, de acordo com o Código Penal Brasileiro”.

Confira a nota na íntegra:

No Regina Coeli, Papa fala sobre a festa de Pentecostes


REGINA COELI
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 8 de junho de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

A festa de Pentecostes comemora a efusão do Espírito Santo sobre os apóstolos reunidos no Cenáculo. Como a Páscoa, é um evento que aconteceu durante a pré-existente festa judaica, e que leva a uma realização surpreendente. O livro dos Atos dos Apóstolos descreve os sinais e os frutos daquela extraordinária efusão: o vento forte e as chamas de fogo; o medo desaparece e dá lugar à coragem; as línguas se soltam e todos entendem o anúncio. Onde chega o Espírito de Deus, tudo renasce e se transfigura. O evento de Pentecostes marca o nascimento da Igreja e a sua manifestação pública; e nos surpreendem dois aspectos: é uma Igreja que surpreende e desordena.

Um elemento fundamental de Pentecostes é a surpresa. O nosso Deus é o Deus das surpresas, sabemos disso. Ninguém esperava mais nada dos discípulos: depois da morte de Jesus, eram um grupo insignificante, derrotados órfãos de seu Mestre. Em vez disso, se verifica um evento inesperado que desperta admiração: as pessoas ficam perturbadas porque cada uma ouvia os discípulos falarem em sua própria língua, contando as grandes obras de Deus (cfr At 2,6-7.11). A Igreja que nasce em Pentecostes é uma comunidade que causa admiração porque, com a força que vem de Deus, anuncia uma mensagem nova – a Ressurreição de Cristo – com uma linguagem nova – aquela universal do amor. Um anúncio novo: Cristo está vivo, ressuscitou; uma linguagem nova: a linguagem do amor. Os discípulos são revestidos de poder do alto e falam com coragem – poucos minutos antes estavam todos covardes, mas agora falam com coragem e franqueza, com a liberdade do Espírito Santo.

Assim é chamada a ser sempre a Igreja: capaz de surpreender anunciando a todos que Jesus Cristo venceu a morte, que os braços de Deus estão sempre abertos, que sua paciência está sempre ali nos esperando para nos curar, para nos perdoar. Justamente para esta missão Jesus ressuscitado doou o seu Espírito à Igreja.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Papa alerta sobre cristãos aproveitadores na Igreja


A Igreja “não é rígida”, “é livre”. Foi o que destacou o Papa Francisco, na Missa desta quinta-feira, 5, na Casa Santa Marta. Na homilia, o Pontífice advertiu para três grupos que se declaram cristãos: os “uniformizadores”, os “alternativos” e os “aproveitadores”. Para eles, a Igreja não é a casa própria, mas vivem de aluguel.

Francisco recordou que Jesus reza pela Igreja e pede ao Pai que entre os Seus discípulos não existam divisões nem brigas. Porém, muitos afirmam que pertencem à Igreja, mas estão com um pé dentro e outro fora dela. Desse modo, outorgam-se a possibilidade de estar em ambos os lugares.

Sobre os três grupos de pessoas que se dizem cristãs, o Santo Padre começou por aqueles que querem que todos sejam iguais na Igreja. “A uniformidade. A rigidez. São rígidos! Não têm aquela liberdade que o Espírito Santo dá. E confundem aquilo que Jesus pregou no Evangelho com a doutrina deles de igualdade. E Jesus nunca quis que a sua Igreja fosse rígida. Nunca. E essas pessoas, por esta atitude, não entram na Igreja. Declaram-se cristãos, católicos, mas sua atitude rígida os afasta da Igreja”.

Outro grupo é formado pelos alternativos, que são aqueles que sempre têm uma ideia própria que não condiz com a da Igreja, e sim constitui uma alternativa. Desse modo, a pertença dessas pessoas à Igreja é parcial. “Alugam-na até um certo ponto. Eles não estavam presentes no início da pregação evangélica! Pensemos nos gnósticos que o apóstolo João repreende fortemente: ‘Somos, sim, católicos, mas com essas ideias’. Uma alternativa. Não compartilham aquele sentimento próprio da Igreja”.

O terceiro grupo constitui-se por aqueles que se dizem cristãos, mas não entram no coração da Igreja. São os “aproveitadores”, que querem tirar vantagem da Igreja para interesses próprios, uma situação que existe desde o início dela.

“Nós os vimos em comunidades paroquiais, dioceses, congregações religiosas, em benfeitores da Igreja… são muitos! Vangloriam-se de serem benfeitores, mas do outro lado da mesa, fazem seus negócios. Eles também não sentem a Igreja como mãe, como sua”.

Discuso do Papa Francisco no encontro com Aram I


DISCURSO
Encontro do Santo Padre com o Catholicos da 
Igreja Armênia Apostólica da Cilícia, Aram I
Sala Clementina
Quinta-feira, 5 de junho de 2014

Santidade,
Queridos irmãos em Cristo,

Tenho o prazer de dar uma cordial saudação no Senhor Jesus à Sua Santidade e aos distintos membros da sua delegação. O meu pensamento se estende neste momento aos bispos, ao clero e a todos os fiéis do Catolicossato da Cilícia. “A vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e da parte do Senhor Jesus Cristo!” (Rm 1, 7). Bem vindos aos limiares dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo!

Há um mês tive o prazer de receber Sua Santidade o Catholicos Karekin II, hoje tenho a alegria de encontrar Vossa Santidade, Catholicos da Grande Casa da Cilícia. Agradeço junto convosco ao Senhor pelas relações que nos unem, pelo seu contínuo progresso e considero um autêntico dom de Deus poder partilhar este momento de encontro e de oração comum.

É bem conhecido por todos o empenho de Vossa Santidade na causa da unidade entre os crentes em Cristo. O senhor ocupou papéis de primeiro plano no Conselho Ecumênico de Igrejas, continua a oferecer um apoio eficaz ao Conselho das Igrejas do Oriente Médio, que desenvolve um papel precioso em apoiar as comunidades cristãs da região, tão provadas por numerosas dificuldades. E não iria me esquecer da contribuição especial oferecida por Vossa Santidade e pelos representantes do Catolicossato da Cilícia à Comissão mista de diálogo entre a Igreja católica e as Igrejas ortodoxas orientais. Eu diria que, neste caminho rumo à plena comunhão, partilhamos as mesmas esperanças e o mesmo empenho responsável, conscientes de caminhar assim na vontade do Senhor Jesus Cristo.

Vossa Santidade representa uma parte do mundo cristão profundamente marcada por uma história de provações e de sofrimentos, aceitos corajosamente por amor de Deus. A Igreja Apostólica Armênia se viu forçada a se tornar um povo peregrino, experimentando assim de modo singular o próprio estar em caminho rumo ao Reino de Deus. A história de emigração, perseguição e martírio de tão numerosos fiéis deixou feridas profundas nos corações de todos os armênios. Devemos vê-las e venerar como as feridas do próprio corpo de Cristo: justamente por isso são também causa de inabalável esperança e de confiança na misericórdia providente do Pai.

Ter piedade não é fazer cara de santo, diz papa na catequese


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 4 de junho de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia,

Hoje queremos nos concentrar em um dom do Espírito Santo que tantas vezes é mal entendido ou considerado de modo superficial, e em vez disso toca no coração a nossa identidade e a nossa vida cristã: trata-se do dom da piedade.

É preciso esclarecer logo que este dom não se identifica com ter compaixão de alguém, ter piedade do próximo, mas indica a nossa pertença a Deus e a nossa ligação profunda com Ele, uma ligação que dá sentido a toda a nossa vida e que nos mantém sadios, em comunhão com Ele, mesmo nos momentos mais difíceis e conturbados.

1.             Esta ligação com o Senhor não deve ser entendida como um dever ou uma imposição. É uma ligação que vem de dentro. Trata-se de uma relação vivida com coração: é a nossa amizade com Deus, dada a nós por Jesus, uma amizade que muda a nossa vida e nos enche de entusiasmo, de alegria. Por isso, o dom da piedade suscita em nós antes de tudo a gratidão e o louvor. É este, na verdade, o motivo e o sentido mais autêntico do nosso culto e da nossa adoração. Quando o Espírito Santo nos faz perceber a presença do Senhor e todo o seu amor por nós, aquece-nos o coração e nos move quase naturalmente à oração e à celebração. Piedade, então, é sinônimo de autêntico espírito religioso, de intimidade filial com Deus, daquela capacidade de rezar a Ele com amor e simplicidade que é própria das pessoas humildes de coração.