domingo, 18 de janeiro de 2015

Última Missa do Papa nas Filipinas festeja Santo Niño


Viagem do Papa Francisco às Filipinas
HOMILIA
Santa Missa no Rizal Park em Manila – Filipinas
Domingo, 18 de janeiro de 2015


«Um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado» (Is 9, 5). Sinto uma alegria particular por celebrar convosco o domingo do «Santo Niño». A imagem do Santo Menino Jesus acompanhou a difusão do Evangelho neste país desde o início. Vestido com os trajes reais, coroado e ornado com o ceptro, o globo e a cruz, recorda-nos continuamente a ligação entre o Reino de Deus e o mistério da infância espiritual. Disto mesmo nos fala Ele no Evangelho de hoje: «Quem não receber o Reino de Deus como um pequenino, não entrará nele» (Mc 10, 15). O «Santo Niño» continua a anunciar-nos que a luz da graça de Deus brilhou sobre um mundo que habitava nas trevas, trazendo a Boa-Nova da nossa libertação da escravidão e guiando-nos pela senda da paz, do direito e da justiça. Além disso, recorda-nos que fomos chamados para espalhar o Reino de Cristo no mundo.

Ao longo da minha visita, ouvi-vos cantar: «Somos todos filhos de Deus». Isto é o que o «Santo Niño» nos vem dizer. Recorda-nos a nossa identidade mais profunda. Todos nós somos filhos de Deus, membros da família de Deus. São Paulo disse-nos hoje que, em Cristo, nos tornamos filhos adoptivos de Deus, irmãos e irmãs em Cristo. Isto é o que nós somos. Esta é a nossa identidade. Vimos uma belíssima expressão disto, quando os filipinos se uniram em torno dos nossos irmãos e irmãs atingidos pelo tufão.

O Apóstolo diz-nos que fomos abundantemente abençoados porque Deus nos escolheu: «no alto do Céu [Ele] nos abençoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em Cristo» (Ef 1, 3). Estas palavras têm uma ressonância especial nas Filipinas, porque é o maior país católico na Ásia. E isto é já um dom especial de Deus, uma bênção; mas é também uma vocação: os filipinos estão chamados a ser exímios missionários da fé na Ásia. 

Ano da Paz proposto pela CNBB tem iniciativas pelo Brasil


Com a chegada do Ano Novo, iniciaram-se também ações pela Paz. Em 2014, os bispos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aprovaram, por unanimidade durante a 52ª Assembleia Geral, o Ano da Paz. Trata-se de um período de reflexões, orações e ações sociais, que se estenderá até o Natal de 2015. Baixe aqui o banner do Ano da Paz.

No dia 1º de janeiro, paróquias da arquidiocese de São Luís (MA) reuniram fiéis para proclamar a paz. As missas começaram logo cedo, com participação de centenas de pessoas. Outras atividades estão previstas ao longo do ano na cidade, que pretende, ainda, contar com o engajamento de escolas, universidades e outros setores da sociedade. Na arquidiocese do Rio de Janeiro, também foram celebradas missas pela paz. O arcebispo, cardeal dom Orani João Tempesta, recordou que a “alegria nasce da paz que Cristo concede”.

“Que possamos viver este Ano da Paz com muitas bênçãos. Atitudes, gestos concretos e sempre pedindo ao Senhor que nos ilumine e que traga esta paz aos nossos corações, às famílias e a todo o mundo. Que a Paz reine em nossas fronteiras! Sejamos propagadores e testemunhas da paz, aquela paz que vem do Senhor”, disse o cardeal Orani.

Com a proposta do Ano da Paz, a Igreja no Brasil quer ajudar na superação da violência e despertar para a convivência mais respeitosa e fraterna entre as pessoas, explica o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner. “A violência, a falta de paz, provém do desprezo aos valores da família, da escola na formação do cidadão, do desprezo da vida simples", pontua dom Leonardo.

De acordo com os últimos dados do Mapa da Violência, mais de 56 mil pessoas foram assassinadas no Brasil em 2012. Os jovens são os principais afetados neste contexto, somando mais de 27 mil vítimas naquele ano.

Dom Leonardo afirma que as relações mais próximas, na atualidade, encontram dificuldade de manterem-se vivas e que há uma violência generalizada. "Violência que se manifesta na forma da morte de pessoas, na falta de ética na gestão da coisa pública, na impunidade. A violência, a falta de paz, provém do desprezo aos valores da família, da escola na formação do cidadão, do desprezo da vida simples", explicou. 

sábado, 17 de janeiro de 2015

Papa saúda multidão com gesto semelhante a símbolo usado por metaleiros. E agora?


Visita apostólica do Papa Francisco às Filipinas e mais uma polêmica! Ao participar de uma celebração voltada para a família, em Manila, nas Filipinas, na sexta-feira, 16 de janeiro, o Papa Francisco, acompanhado pelo arcebispo local Luis Antonio Tagle, para cumprimentar o público, resolveu usar o popular gesto com a "mão chifrada" que é muito utilizado pelos fãs de heavy metal para reverenciar bandas. Feito o gesto, prontamente a imprensa secular e mesmo aquelas ditas “católicas” já começaram a publicar matérias insinuando que o Papa estaria fazendo um gesto satânico, como podemos acompanhar aquiaqui e aqui, e também nos blogs de seitas protestantes, como este aqui . Mas será mesmo que o Papa fez um gesto satânico?


Na matéria publicada em nosso site com o título “Símbolos da Nova Era: perigo aos cristãos”, podemos encontrar este símbolo como “sinal dos ocultistas” e, ao mesmo tempo, uma nota em destaque ao final da matéria explicando que alguns dos símbolos que ali estão, são muito antigos e existiam antes mesmo da Nova Era que os adotou dando-lhes, porém, um novo significado. Exemplo publicado na matéria é a cruz de cabeça para baixo que enquanto no Cristianismo pode ser um símbolo significando a morte de São Pedro que morreu crucificado de cabeça para baixo, para a Nova Era simboliza zombaria da cruz de Jesus, ou seja, um significado completamente diferente e contraditório ao primeiro.

O símbolo da “mão chifrada” é conhecido também como Maloik ou Mano Cornuta tendo sido amplamente utilizado em diversas culturas ancestrais, principalmente mediterrâneas, como um sinal de proteção contra o mal (na Itália é como um equivalente das tradicionais três batidas na madeira).

Entre os fãs de Heavy Metal, este símbolo não tem propriamente o objetivo de satanismo, como lhe é comumente atribuído, mas foi introduzido ao gênero por Ronnie James Dio quando este estava no Black Sabbath que é uma banda de heavy metal. Ao longo de sua carreira "Dio" popularizou a expressão da "mão chifrada", que na verdade era usado para um símbolo satanista. No documentário "Metal: A headbanger's journey" ele faz referência a seus avós vindos da Itália (seu sobrenome é Padavona) e que sua avó usava o gesto para afastar ou lançar "mau-olhado" para alguém; gesto bem comum entre supersticiosos do Mediterrâneo.

O uso da mão chifrada às vezes é utilizado em um tom de ironia, visto que o heavy metal em geral já era uma música considerada satânica pela cultura popular, os precursores do metal adicionaram esse símbolo afim de ironizar, e consequentemente aumentar ainda mais esse clichê criado pela população, que na grande maioria das vezes é falso, visto que o satanismo não é considerado um tema tão lírico para o heavy metal. O único estilo musical dentro do metal que utiliza de ritos satânicos é o black metal.

Jesus não os abandona, diz Papa em Tacloban


VIAGEM APOSTÓLICA 
DO PAPA FRANCISCO
ÀS FILIPINAS

SANTA MISSA
 HOMILIA DO SANTO PADRE

Tacloban International Airport, Filipinas
Sábado, 17 de Janeiro de 2015


Que belas palavras de consolação acabámos de ouvir! Uma vez mais foi-nos dito que Jesus Cristo é o Filho de Deus, o nosso Salvador, o nosso Sumo Sacerdote que nos oferece misericórdia, graça e apoio em tudo o que precisamos (cf. Heb 4, 14-16). Cura as nossas feridas, perdoa os nossos pecados e chama-nos para sermos seus discípulos, como fez com São Mateus (cf. Mc 2, 14). Louvemo-Lo pelo seu amor, a sua misericórdia e a sua compaixão. Louvemos o nosso grande Deus!

Dou graças ao Senhor Jesus por podermos estar juntos nesta manhã. Vim para estar convosco, nesta cidade que, há catorze meses, foi devastada pelo tufão Yolanda. Trago-vos o amor de um pai, as orações da Igreja inteira, a promessa de que não estais esquecidos enquanto procedeis à reconstrução. Aqui a tempestade mais forte de quantas já registadas no planeta foi vencida pela força mais poderosa do universo: o amor de Deus. Estamos aqui, nesta manhã, para dar testemunho deste amor, do seu poder de transformar morte e destruição em vida e comunidade. A ressurreição de Cristo, que celebramos nesta Missa, é a nossa esperança e uma realidade que experimentamos mesmo agora. E sabemos que a ressurreição só ocorre depois da cruz, aquela cruz que vós carregastes com fé, dignidade e força dada por Deus.

Estamos aqui congregados, antes de mais nada, para rezar por aqueles que morreram, por quantos ainda estão desaparecidos e pelos feridos. Elevemos a Deus as almas dos mortos, as nossas mães, os nossos pais, filhos e filhas, família, amigos e vizinhos. Temos confiança de que eles, tendo chegado à presença de Deus, encontraram misericórdia e paz (cf. Heb 4, 16). Mas resta muita tristeza por causa da sua ausência. Para vós que os conhecestes e amastes – e que ainda os amais –, a dor por tê-los perdido é real. Mas, contemplemos o futuro com os olhos da fé. A nossa tristeza é uma semente que um dia desabrochará na alegria que o Senhor prometeu a quantos acreditam nas suas palavras: «Felizes os que choram, porque serão consolados» (Mt 5, 4). 

Itamaraty pede que Papa interceda a favor de brasileiro condenado à morte


A presidente Dilma Rousseff conversou pelo telefone, na manhã desta sexta-feira, com o presidente da Indonésia, Joko Widodo, mas não conseguiu clemência para os brasileiros Marco Archer Cardoso Moreira e Rodrigo Muxfeldt, condenados à morte por tráfico de drogas. O assessor especial da presidência, Marco Aurélio Garcia, afirmou que só um “milagre” pode reverter a decisão e disse que ficará uma “sombra” na relação entre os dois países. O Itamaraty, por sua vez, afirmou que pediria ao Vaticano que o papa Francisco fizesse também algum apelo à Indonésia contra a execução do brasileiro, prevista para acontecer a 0h de domingo na Indonésia (15h deste sábado no horário brasileiro de verão).

Segundo o assessor especial, ja foi entregue à representação da Santa Sé no Brasil um dossiê sobre o caso. Marco Aurélio Garcia afirmou, contudo, ser “improvável” que a condenação à morte seja revertida:

— Me foi assegurado que seria enviado (o dossiê) para a secretaria de Estado do Vaticano, para que Sua Santidade pudesse interceder por uma atitude de clemência por parte do governo indonésio, o que me parece, sinceramente, absolutamente improvável.

— Vamos esperar que um milagre possa reverter essa situação — disse ele, em entrevista coletiva. 

Papa lamenta morte de voluntária na Missa em Tacloban, nas Filipinas.


O porta-voz do Vaticano revelou hoje que o Papa foi informado e lamenta a morte de uma voluntária na organização da Missa que decorreu junto ao aeroporto de Tacloban, nas Filipinas, por causa da tempestade que se abateu sobre o local.

O padre Federico Lombardi disse em conferência de imprensa que Francisco recebeu a notícia através Nunciatura (representação diplomática da Santa Sé) de Manila e rezou pela jovem.

O Papa pediu ao responsável pela organização das viagens papais, Alberto Gasbarri, informações sobre o acidente e possíveis contactos com a família da vítima, para lhe manifestar a sua solidariedade.

A jovem voluntária, que integrava uma equipa da CRS (o equivalente à Cáritas, nas Filipinas) foi atingida por estrutura metálica preparada para a Missa a que o Papa presidiu, que caiu na sequência dos fortes ventos, informou o padre Amadeo Alvero, porta-voz da Arquidiocese de Palo. 

CFE 2016: Música e Cartaz serão escolhidos em concurso


A Campanha da Fraternidade de 2016 será ecumênica, ou seja, reunirá outras igrejas cristãs além da católica. Tal como nas três versões anteriores, a ação será coordenada pelo CONIC. Uma das maiores novidades para esta IV edição é que ela deverá transpor fronteiras nacionais, já que contará com a participação da Misereor - entidade episcopal da Igreja Católica da Alemanha que trabalha na cooperação para o desenvolvimento na Ásia, África e América Latina.

O objetivo principal da iniciativa será chamar atenção para a questão do saneamento básico que, no Brasil, caminha a passos lentos – apesar da importância do mesmo para garantir desenvolvimento, saúde integral e qualidade de vida para tod@s.
  
“Casa comum, nossa responsabilidade” será o tema da Campanha. O lema bíblico para apoiar esta escolha a baseia-se em Amós 5:24, que diz: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”. Ambos, tema e lema, foram definidos em uma reunião realizada em São Paulo, entre os dias 4 e 6 de novembro, reunindo membros da Comissão da Campanha e representantes da Misereor.

Música e Cartaz da Campanha: você pode participar

A música tema e o cartaz da Campanha serão escolhidos por meio de um concurso. Todos poderão participar, desde que obedeçam aos critérios dos Regulamentos.
  

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Por que nos mobilizamos pela França, mas nos esquecemos da Nigéria?


A imprensa anglo-saxã comenta a “hierarquia da morte”, ou seja, o fato de darmos mais cobertura a algumas vítimas do que a outras, especialmente no noticiário internacional. Essa hierarquia é influenciada por vários fatores, que podemos dividir em dois grupos: a proximidade e a qualidade da informação.

1. A proximidade. Interessa-nos mais o que ocorre em nosso país e em países próximos, e também se há alguma vítima local. A análise de Jacoba Urist na The Atlantic recorda como o The New York Times publicou mais de 2.500 obituários para os assassinados nos atentados de 11 de setembro de 2001, coisa que o EL PAÍS também fez com os mortos no ataque islâmico de 11 de março de 2004 em Madri.

“Toda informação é local”, diz o jornalista Miguel Ángel Bastenier, do EL PAÍS, “e se repercutimos as notícias internacionais é pela proximidade e pela vinculação que temos com esses países, e também pela qualidade da informação que conseguimos obter”. Ele acrescenta que “é preciso informar sobre a Nigéria, e se informa”, mas esses dois fatores fazem com que se fale mais sobre o atentado na França do que sobre muitos outros conflitos.

Tal proximidade provoca uma maior empatia entre jornalistas e leitores, mas também pode favorecer o confronto, observa a jornalista Leila Nachawati, cofundadora do site Syria Untold. “Há um posicionamento do ‘nós contra eles’”, algo que na opinião dela transparece, por exemplo, nas declarações oficiais sobre o atentado ao Charlie Hebdo, em que muitos líderes ocidentais apontaram “um ataque contra nós, contra nossos valores”, esquecendo-se de que esses grupos “nascem e se promovem dentro da Europa”.

No caso da Nigéria, a Boko Haram chamou a atenção da imprensa ocidental em relativamente poucas ocasiões, apesar de esse grupo estar ativo desde 2002 e já ter causado milhares de mortes. Uma dessas situações se deu após o sequestro de mais de 200 meninas em abril do ano passado. Naquela ocasião, a atenção foi motivada por uma campanha nas redes sociais, intitulada #BringBackOurGirls (“tragam nossas garotas de volta”), que contou com a participação, por exemplo, da primeira-dama norte-americana, Michelle Obama. Ou seja, tanto naquela época como agora (quando se compara a atenção midiática dada ao atentado de Paris com a cobertura do conflito nigeriano), o volume de informação cresce porque se busca relação com o que está ocorrendo no Ocidente.