quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

“A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68).


Jesus falava do Reino de Deus às multidões que acorriam. Fazia isso com palavras simples, com parábolas tiradas do dia a dia. E, no entanto, o seu falar exercia um fascínio especial. O povo se encantava com o seu ensinamento, porque ele ensinava como quem tem autoridade, não como os escribas. Inclusive os guardas enviados para prendê-lo, ao serem questionados pelos sumos sacerdotes e pelos fariseus por não terem cumprido as ordens, responderam: “Ninguém jamais falou como este homem” (Jo 7,46).

O Evangelho de João nos apresenta também luminosos diálogos individuais, com pessoas como Nicodemos ou a samaritana. Com os seus apóstolos, Jesus vai ainda mais em profundidade: fala abertamente do Pai e das coisas do Céu, não mais recorrendo a figuras; eles sentem-se conquistados, e não voltam atrás nem mesmo quando não compreendem completamente as suas palavras, ou quando elas parecem ser exigentes demais.

“Esta palavra é dura” (Jo 6,60), responderam-lhe alguns discípulos quando o ouviram dizer que lhes daria o seu corpo para comer e o seu sangue para beber.

Jesus, vendo que os discípulos se retiravam e não iam mais com ele, dirigiu-se aos doze Apóstolos: “Vós também quereis ir embora?” (Jo 6,67)

Pedro, que já se sentia vinculado a Jesus para sempre, fascinado pelas palavras que tinha ouvido pronunciar por Ele desde o dia em que o encontrara, respondeu em nome de todos:

“A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna”. 

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Podemos bater palmas nas Missas da Quaresma? - e outras questões!


O Salvem a Liturgia recebeu na caixa de comentários a seguinte mensagem, enviada por uma leitora, da qual constam algumas perguntas:

Gostaria de receber esclarecimentos com relação à palmas: neste momento que vivemos, o período da quaresma (sabemos que é um período de conversão e introspecção), em que situações pode-se tolerá-las (palmas)? Porque já vi ministros (em outras situação, que não a quaresma) iniciarem as palmas em pleno canto de ato penitencial (um absurdo!).Ontem, na saudação à Santíssima Trindade foi feito um canto em que foram suprimidas as palmas (... para louvar, e agradecer, bendizer e adorar... te aclamar(foi retirado pra não ter as palmas)... e foi emendado com " ...estamos aqui,Senhor, ao teu dispor" (pra finalizar o canto)") e uma bendita ministra, acredito que por enlevação, começou umas palmas bem fortes. Fiquei meio sem graça, pois foi dado a entender que eu tinha errado o canto. E agora, o que fazer da próxima vez?: 

1-Canta-se o canto inteiro e como a gente aprendeu, independe de ser quaresma? (resultando nas palmas).

2 - Canta-se outro canto?

3-Ou continua-se com o canto, suprimindo as palmas?

Aproveitamos esta mensagem para esclarecer algumas questões, ainda que já tenham sido abordadas. Não podemos deixar de agradecer a confiança depositada em nosso apostolado.

Na Missa não se batem palmas nunca. Não importa quão festivo seja o dia.

Na Quaresma não paramos de bater palmas, simplesmente porque nunca começamos. Em nenhum tempo litúrgico se batem palmas na Missa. Nem mesmo na Páscoa.

Bater palmas no Ato Penitencial é absurdo, mas no Gloria também, no Sanctus, no Introito etc. As palmas são absurdas em qualquer parte da Missa.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Sou muçulmano, não terrorista


Mustafa Mawla, muçulmano, foi para Yonge-Dundas Square, uma das ruas mais movimentadas de Toronto, de olhos vendados, e esperou pela reacção das pessoas. De braços abertos, estava acompanhado por cartazes no chão que diziam: "Sou muçulmano. Sou rotulado de terrorista" e "Eu confio em ti. Confias em mim? Dá-me um abraço".

A ideia foi desenvolvida por Assma Galuta, de 24 anos, que, juntamente com a equipa de produção da Time Vision, da qual Mustafa Mawla faz parte, realizou o vídeo e criou o Blind Trust Project (confiar cegamente, em português). Ao Huffington Post, afirma que "os muçulmanos têm que lidar com crises de identidade ao tentarem incluir-se na cultura canadiana" e esta iniciativa foi uma das formas de acabar com o preconceito.

"O objectivo em estar de olhos vendados foi para lhe mostrar total confiança, mostrar à sociedade canadiana que ele se sente parte da comunidade", explica Galuta ao mesmo jornal. "Como estava de olhos vendados, qualquer um podia magoa-lo mas ele mostrou que confiava totalmente nos canadianos e quis ver se eles confiavam o suficiente para lhe dar um abraço", adianta a mentora da ideia.

No final do dia, Mawla recebeu muito mais abraços do que aqueles que a organização desta iniciativa expectava. Inicialmente, esperava-se até que as pessoas tivessem reacções negativas aos cartazes, imaginando-se que se ouvissem insultos ou reacções contra a religião de Mawla. "Foi muito emocionante", confessou Galuta.

O que é o Espiritismo?


O Espiritismo é a doutrina que acredita na reencarnação e na comunicação com os mortos.

A única relação que existe entre nós e aqueles que se encontram em outro plano espiritual é esta: que nós que estamos ainda peregrinos neste mundo, Igreja Militante, oramos pelas almas do purgatório, Igreja Padecente (2Mc 12,43-46; 2Tm 1,18; Tb 4,18;12,12; Jó 1,18-20; 1Jo 5,16-17; Eclo 38,16-24), e de que os santos, Igreja Triunfante, oram por nós (Tb 12,12.15; Ap 8,3-5; Hb 12,1; 2Mc 15,11-14; At 16,9-10). Esta forma de “comunhão dos santos” (Igreja Militante, Igreja Padecente e Igreja Triunfante) expressam mais nitidamente a universalidade da Igreja Católica como meio necessário para a salvação, haja vista que os que estão “fora dela” não poderão salvar-se, ou seja, as almas daqueles que estão no inferno: “Não existe arrependimento para eles [os anjos caídos] depois da queda, como não existe para os homens após a morte” (CIC, 393).

De forma prática, um espírita não pode ser considerado cristão, pois não crê nas verdades básicas do Cristianismo. Basta observar rapidamente os princípios que o regem para perceber a enorme diferença entre ambos.

MANIFESTAÇÕES ESPONTÂNEAS x MANIFESTAÇÕES PROVOCADAS

Conforme uma pesquisa feita pelo blog “O Catequista”, tanto católicos quanto espíritas admitem dois tipos de manifestação dos espíritos: as espontâneas e as provocadas. As manifestações espontâneas levam em conta que a iniciativa parte do além. Essas manifestações não afrontam a doutrina da Igreja. Já as manifestações provocadas têm sua iniciativa em nós, os vivos. Citando as Escrituras, temos o episódio em que o rei Saul pede à necromante de Endor que evoque a alma do falecido Samuel (I Samuel 28, 3-25). As manifestações provocadas, ou evocações, são divinamente proibidas (Ex 22,18; Lv 20,27; Dt 18,10-12; 1Sm 28,3-9; 2Rs 23,24-25; Is 8,19-20). O espiritismo é justamente isso: a evocação de gente morta.

Campanha da Fraternidade: igreja e sociedade


Caros leitores e leitoras, 

Graça e paz!

A Campanha da Fraternidade (CF) de 2015 traz como tema “Fraternidade: Igreja e sociedade” e lema “Eu vim para servir” (cf. Mc 10,45). A escolha desse tema teve como objetivo inserir a campanha nas comemorações do jubileu do Concílio Vaticano II, com base nas reflexões propostas pela Constituição Dogmática Lumen Gentium e pela Constituição Pastoral Gaudium et Spes, que tratam da missão da Igreja no mundo. Podemos dizer que a eclesiologia e o esforço pela renovação da Igreja perpassam não apenas esses dois, mas todos os documentos do concílio, o qual foi eminentemente eclesiológico. A própria CF nasceu dos esforços de renovação suscitados pelo Vaticano II. Lembramos que as primeiras campanhas propuseram uma temática mais eclesial e depois houve uma série de campanhas de temática social, manifestando uma compreensão da Igreja como servidora da sociedade e da humanidade para a promoção da justiça do Reino de Deus. Na campanha de 2015, temos a oportunidade de englobar as duas dimensões: qual Igreja e qual sociedade queremos? Uma Igreja a serviço da sociedade que almejamos, a sociedade desejada pelo próprio Cristo: justa, fraterna, solidária, com vida digna e em abundância para todos.

Ao longo da história, a Igreja havia se distanciado desses anseios nascidos do evangelho. A inspiração de João XXIII para convocar o Vaticano II constituiu uma oportunidade de reaproximação. O concílio foi uma volta às fontes bíblicas e patrísticas e uma busca de superação do embate, da rejeição mútua entre Igreja e modernidade. Essa volta às fontes permite a elaboração de uma eclesiologia de comunhão, de cunho sacramental, que tem como ponto de partida e de chegada a Santíssima Trindade e Cristo “luz dos povos”. 

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Na Quaresma, entramos no deserto e lutamos contra o mal


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 22 de fevereiro de 2015

“Queridos irmãs e irmãs

Quarta-feira passada, com o rito das Cinzas, teve início a Quaresma e hoje é o primeiro Domingo deste tempo litúrgico que faz referência aos quarenta dias que Jesus passou no deserto, após o Batismo no Rio Jordão. São Marcos escreve no Evangelho de hoje: “O Espírito levou Jesus para o deserto. E ele ficou no deserto durante quarenta dias, e aí foi tentado por Satanás. Vivia entre animais selvagens, e os anjos o serviam”

Com estas breves palavras o evangelista descreve a prova enfrentada voluntariamente por Jesus, antes de iniciar sua missão messiânica. É uma prova da qual o Senhor sai vitorioso e que o prepara a anunciar o Evangelho do Reino de Deus. Ele, naqueles quarenta dias de solidão, enfrentou satanás “corpo a corpo”, desmascarou as suas tentações e o venceu. E nele todos vencemos, mas nós devemos proteger esta vitória no nosso dia a dia.

A Igreja nos faz recordar tal mistério no início da Quaresma, porque isto nos dá a perspectiva e o sentido deste tempo, que é o tempo do combate – na Quaresma se deve combater – um tempo de combate espiritual contra o espírito do mal. E enquanto atravessamos o deserto quaresmal, nós temos o olhar dirigido à Páscoa, que é a vitória definitiva de Jesus contra o Maligno, contra o pecado e contra a morte. Eis então o significado deste primeiro Domingo da Quaresma: colocar-nos decididamente no caminho de Jesus, o caminho que conduz à vida. Olhar Jesus, o que fez Jesus e seguir com Ele.

A Rede Globo e o Espiritismo


A Rede Globo investe pesado na difusão do espiritismo em sua programação. Na teledramaturgia da emissora as figuras do mundo católico como padres, freiras e devotos são apresentados de forma esteriotipada e ridicularizada, bem diferente da retratação dos personagens espíritas.

Em dias que se fala tanto contra o preconceito, poderíamos nos perguntar o porquê do preconceito contra a Igreja Católica e de seus membros à emissora carioca. Por que favorecer o espiritismo e ridicularizar, algumas vezes, personagens do mundo cristão?  O pior de tudo é a confusão  – talvez com um propósito – que fazem acerca do tema, pretendendo associar o espiritismo à fé católica, levando ao público a ideia de que se trate de duas realidades conciliáveis, quando não o são.

As manchetes sobre a próxima novela espírita da globo fazem questão de explicitar que a autora é católica. Denominam essa vertente de espiritismo cristão. A Igreja Católica não reconhece tal ligação e não permite ao católico frequentar sessões mediúnicas ou ter como fonte de doutrinamento a filosofia espírita. Quem queira assim agir que o faça sem a alcunha de católico, isto é uma opção, entanto, reafirmando o pensamento, para quem escolheu ser católico não lhe é permitido um adendo religioso.

A investida da emissora na divulgação do espiritismo  não é ocasional ou sazonal, parece fazer parte da ideologia do grupo, dada a  frequência que aparecem na programação, no decorrer dos anos. A Sra. Lily Marinho, viúva de Roberto Marinho, se diz católica, mas desde a década de 60 é espírita.

Por que cobrir as imagens nas Igrejas com véus roxos durante a Quaresma?


Do ponto de vista espiritual, o costume da velatio foi interpretado como sinal da penitência à qual todos os fiéis são chamados como sinal da antecipação do luto da Igreja pela morte do seu Esposo e da humilhação de Cristo, que teve de esconder-se para escapar da ameaça de morte. (Cf.: Jo 8,59).

O motivo principal para a orientação de COBRIR AS IMAGENS NAS IGREJAS, COM VÉUS ROXOS, é para que os fiéis não "se distraiam" com os Santos e que a sua devoção deve estar fundamentada no Mistério Pascal de Cristo, ou seja, na Sua paixão, morte e ressurreição.

Assim, cobrindo-se todas as imagens dos Santos e os crucifixos, surge com maior evidência o que há de essencial nas igrejas: o altar, onde se opera e atualiza o Mistério Pascal de Cristo, por seu Sacrifício incruento.