CATEQUESE
Praça
São Pedro – Vaticano
Quarta-feira,
3 de junho de 2014
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Nestas quartas-feiras temos refletido sobre família
e sigamos adiante neste tema, refletir sobre família. E a partir de hoje, as
nossas catequeses se abrem, com a reflexão à consideração da vulnerabilidade
que tem a família, nas condições da vida que a colocam à prova. A família tem
tantos problemas que a colocam à prova.
Uma dessas provas é a pobreza. Pensemos em tantas
famílias que povoam as periferias das megalópoles, mas também nas zonas rurais.
Quanta miséria, quanta degradação! E depois, para piorar a situação, em alguns
lugares chega também a guerra. A guerra é sempre uma coisa terrível. Essa
também afeta especialmente as populações civis, as famílias. Realmente a guerra
é a “mãe de todas as pobrezas”, a guerra empobrece a família, uma grande predadora
de vidas, de almas e dos afetos mais sagrados e mais queridos.
Apesar disso tudo, há tantas famílias pobres que
com dignidade procuram conduzir a sua vida cotidiana, muitas vezes confiando
abertamente na benção de Deus. Esta lição, porém, não deve justificar a nossa
indiferença, mas sim aumentar a nossa vergonha pelo fato de existir tanta
pobreza! É quase um milagre que, mesmo na pobreza, a família continua a se
formar e até mesmo a conservar – como pode – a especial humanidade das suas
relações. O fato irrita aqueles planejadores de bem-estar que consideram os
afetos, as relações familiares como uma variável secundária da qualidade de
vida. Não entendem nada! Em vez disso, nós deveríamos nos ajoelhar diante
dessas famílias que são uma verdadeira escola de humanidade que salva a
sociedade das barbáries.
O que nos resta, de fato, se cedemos à chantagem de
César e do Dinheiro, da violência e do dinheiro, e renunciamos também aos
afetos familiares? Uma nova ética civil chegará somente quando os responsáveis
da vida pública reorganizarem os laços sociais a partir da luta contra a
espiral perversa entre família e pobreza, que nos leva ao abismo.