terça-feira, 6 de outubro de 2015

Sínodo: "Acolhida aos divorciados, não comunhão. Respeito com os gays, não matrimônio", diz Cardeal Erdo.


Começa o tão esperado Sínodo ordinário dos bispos que tem como tema: A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo. Hoje foi a primeira Congregação Geral, na Sala do Sínodo, na presença de Francisco, com o discurso introdutório do cardeal Peter Erdo, relator geral do encontro. Em cima da mesa, o arcebispo de Esztergom-Budapeste colocou os diferentes temas que concentrarão a atenção dos 270 padres e dos, aproximadamente, 90 especialistas, observadores e representantes de outras igrejas cristãs até o próximo dia 25 de outubro. Ou seja, os temas listados no Instrumentum laboris preparado depois da Relatio Synodi da Assembleia de 2014, fruto também das respostas das Conferências Episcopais do mundo. Portanto: comunhão aos divorciados novamente casados, preparação dos jovens casais para o matrimônio, controle de natalidade, assistência às famílias em crise, discriminação de homossexuais, aborto, eutanásia, uniões civis. Argumentos polêmicos e questões espinhosas, sobre as quais a Igreja é convidada a manifestar o seu ponto de vista. E a fazê-lo com o mesmo olhar de Cristo: um olhar - explicou - que não é "de um sociólogo ou de um fotojornalista", mas dos "olhos do coração".

Mudanças antropológicas

Cardeal Peter Erdo
O arcebispo húngaro começou com uma reflexão sobre a atualidade, na qual se interligam os desafios que dizem respeito à família: dos efeitos das injustiças sociais, violências e guerras, que levam milhões de pessoas a deixarem as suas casas, até problemáticas como os salários tão baixos que mal permitem a sobrevivência de um homem, muito menos a criação de uma família. O cardeal analiza também outro fenômeno: “a assim chamada ‘mudança antropológica’ que corre o risco de se tornar um" reducionismo antropológico ", para o qual a pessoa" em busca de sua liberdade, procura, muitas vezes, ficar independente de qualquer ligação": da religião, como "ligação com Deus", dos laços sociais, especialmente daqueles relacionados a "formas institucionais da vida".

Fuga das instituições e das responsabilidades

Contemplamos também uma “fuga das instituições” – diz o cardeal – que explica o aumento do número de casais que vivem juntos estavelmente, mas que não querem contrair nenhum tipo de matrimônio nem religioso nem civil”. Por outro lado, também quem manifesta o desejo de casar-se é influenciado pelas mudanças antropológicas que “tocam as camadas mais profundas do ser humano”. "Tornou-se moda – observa Erdo – planejar até os mínimos detalhes as núpcias, prevendo tudo, da música ao cardápio, até as toalhas da mesa. Vemos jovens casais completamente tomados pela ansiedade e preocupação de realizarem da melhor forma possível estes detalhes, mas que, ao mesmo tempo, esquecem do verdadeiro significado do matrimônio”. Nesse contexto, soma-se também a exaltação da idade na qual se casa, ou seja, o medo dos jovens de assumir responsabilidades e compromissos definitivos, como, por exemplo, o matrimônio e a família. E especialmente uma crescente “instabilidade institucional” que se manifesta na alta taxa de divórcio. 

Solenidade de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil - 12 de Outubro




Viva a mãe de Deus e nossa! Viva a Senhora Aparecida! Celebramos com todo amor do nosso coração a Festa da Rainha e Padroeira de todos os brasileiros, Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

A Festa é em torno de uma imagem, encontrada por pobres pescadores. Eram homens muito simples e, na simplicidade do coração deles, Deus se revelou através de uma simples imagem, quebrada, esquecida e jogada no fundo de um rio.

Deus fala e se manifesta nas coisas mais simples, que talvez pareçam até insignificantes. A graça que aqueles pescadores alcançaram foi incomensurável. E desde que aquela imagem foi encontrada no rio Paraíba, até os dias de hoje, Deus tem concedido graças incontáveis ao Seu povo pelo sinal de uma simples imagem de Maria; a mãe de Deus, mãe de Jesus Cristo, mãe de todos nós.

A Palavra de Deus, hoje, aponta-nos a figura da rainha Ester, aquela que foi agradável ao rei, que concedeu qualquer pedido que ela [a rainha] fizesse ao seu coração. E ela pediu pela sua vida e a de seu povo. A rainha Ester é o modelo de uma intercessora.

Maria é aquela que, diante do rei, diante do Senhor da Vida, intercede por nós, seu povo. Ela pede em favor da nossa vida, em favor de nossas necessidades. Por isso nos voltemos, hoje, de coração sincero, a devotarmos aquela que é a Nossa Rainha, a nossa Padroeira, a Nossa Senhora!

Tudo a ver com a celebração de Nossa Senhora Aparecida, a nossa Mãe negra, que apareceu a pobres pescadores em 1717 num contexto de escravidão dos negros.

Há algo muito sublime no amor a Nossa Senhora. Primeiro, porque foi Deus quem a amou em primeiro lugar, como filha e depois como aquela que desposou do Espírito Santo. E dessa união do céu e da terra, no ventre de Maria, foi que aconteceu o maior dos milagres e a maior das graças que a terra já concebeu: o nascimento de Cristo Jesus, Nosso Senhor.

Maria foi o templo da grande graça divina. E é neste templo chamado ‘Maria’, é no ventre de Maria, que Deus continua gerando novos homens, uma nova humanidade. Quantas pessoas se convertem, mudam de vida, quantas pessoas são agraciadas pelos méritos, pela intercessão daquela que é medianeira das graças! O povo brasileiro guarda-lhe profunda veneração. A solidariedade de Maria com as pessoas necessitadas e excluídas é importante indicativo para todos os que desejam caminhar na vida como discípulos e missionários de Jesus.

Maria, mãe de Deus, Senhora Aparecida, pedimos hoje pelo seu povo, o povo de Deus; os doentes, os aflitos, os necessitados, os desamparados, aqueles que só têm porto seguro no coração de Deus. Ó Virgem soberana, intercede e pede pelo seu povo, não nos deixeis sozinhos nem desamparados em nossas aflições e necessidades!

Mãe de Deus, Senhora Aparecida, intercedei por nós!

Conflitos e desafios que a Família enfrenta na modernidade.


Infidelidade

Entre tantos outros fatores que geram conflitos e desafios na Família atual, destaca-se com muita intensidade a infidelidade conjugal.

Em uma sociedade enaltecedora do hedonismo, do consumismo e sobretudo da auto-realização prazerosa, a fidelidade e muitos outros valores que durante muitos séculos foram basilares no que diz respeito ao processo de realização humana, hoje perdem gradativamente seu valor por conta de ideologias fomentadoras de pseudo-liberdades que visam principalmente a realização e a felicidade subjetiva.

Neste contexto, os meios de comunicação orientados por um sensacionalismo capitalista, acentuam com muita relevância o erotismo e destacam as anomalias, as crise conjugais, a infidelidade e o divorcio como algo muito natural e de acordo com as circunstancias  até mesmo convenientes e necessário.

Por isso, a Família vem sofrendo serias conseqüências por conta de uma crescente difusão da idéia que propaga a fidelidade ilimitada do matrimonio como uma responsabilidade imposta ao homem extremamente pesada e ao mesmo tempo corre o grande risco de tirar-lhe a própria liberdade.

Diante deste cenário, se tem a impressão que o ideal da realização familiar e conseqüentemente a construção de uma sociedade mais justa fraterna e humana, está desmoronando, pois hoje se corre o grande perigo de mergulharmos na infeliz pretensão egoísta do próprio prazer, da auto realização.

Em nossos dias a televisão assim como muitos outros meios de comunicação apresenta constantemente esse desejo egocêntrico como a única possibilidade ou paradigma de realização e felicidade existente.

Dessa forma o compromisso com a fidelidade matrimonial é transformada em uma proposta que inibe e ao mesmo tempo assusta as pessoas, daí vem a preferência pelas desastrosas uniões descompromissadas que buscam a satisfação afetiva e sexual que geralmente tornam-se transitórias e ao mesmo tempo frustrantes.

Hoje mais do que nunca se precisa de homens e mulheres corajosos que proclamem através dos seus exemplos a riqueza e a preciosidade de viver em uma Família feliz e consciente de que a felicidade foi e sempre será proveniente da fidelidade, como enfatiza veementemente o Santo Padre João Paulo II, às famílias em 1999 no Rio de Janeiro:

Pais e famílias do mundo inteiro, deixai que volo diga: Deus vos chama à   santidade! Ele mesmo escolheu-nos por Jesus Cristo, antes da criação do mundo, nos diz São Paulo, para que sejamos santos na sua presença. Ele vos ama loucamente, deseja a vossa felicidade, mas quer que saibais conjugar sempre a fidelidade com a felicidade, pois não pode haver uma sem a outra.( ).

Estas duas palavras Felicidade e Fidelidade estão intimamente ligas e são tão parecidas que não podem ser dissociadas tanto ao serem focalizadas como na realidade da vida, assim afirma Cifuentes:

Fidelidade. Felicidade. Pode-se começar por qualquer uma dessas duas palavras, que se terminará na outra. Não apenas as palavras, mas os conceitos, as realidade, as vivencias: entrelaçam-se e completam-se. Não podem viver uma sem a outra. Casam-se, confundem-se foneticamente, comprometem-se poeticamente. Fidelidade, Felicidade; Felicidade, Fidelidade; compõem o poema da vida. (CIFUENTES, 1995).

Atrelado à infidelidade está o que o jurista italiano Béria di Argentine conceituou como Síndrome da Subjetividade, nela o principal interesse em um matrimonio não consiste na busca da objetividade, mas única e exclusivamente o resultado subjetivo, ou seja, um perseguir excessivo do seu próprio beneficio. 

“Sair do armário” na Igreja e a visão do papa sobre os lobbys de pressão


Krzysztof Charamsa, padre católico e alto funcionário do Vaticano, “saiu do armário”, como se diz popularmente quando uma pessoa revela a sua homossexualidade. De origem polonesa, Charamsa trabalhava desde 2003 na Congregação para a Doutrina da Fé e era secretário da Comissão Teológica Internacional, além de ensinar teologia em duas universidades pontifícias de Roma.

Foi o jornal Corriere della Sera que apresentou a polêmica revelação na sua capa de sábado, 3 de outubro, véspera do início do sínodo sobre a família. Ao mesmo tempo, a edição polonesa da revista Newsweek publicava outras declarações de Charamsa sobre o mesmo assunto.

Não satisfeito com as duas entrevistas, o até então “monsenhor Krzysztof” fez mais duas coisas no mesmo sábado: participou da primeira assembleia internacional da “Global Network of Rainbow Catholics” (um autodenominado grupo católico que faz pressão para que a Igreja mude a sua doutrina sobre a homossexualidade) e deu uma coletiva sobre a sua “saída do armário” (na ocasião, também apresentou seu companheiro, o catalão Eduardo).

Por conta do cargo de Chamrasa, do tema em questão e do momento do anúncio, o caso tomou de assalto toda a imprensa internacional.

Sobre o momento do anúncio, Charamsa declarou: “…Quero dizer ao sínodo que […] um casal de lésbicas ou de homossexuais deve poder dizer à Igreja: ‘Nós nos amamos de acordo com a nossa natureza e oferecemos aos outros este bem do nosso amor porque ele é um fato público, não privado”.

Na entrevista publicada pelo Corriere della Sera, Chamrasa faz uma interpretação bastante subjetiva da Bíblia para concluir que ela não condena a homossexualidade. Perguntado sobre a sua condição de sacerdote e o fato de que ter um companheiro, o que implica a ruptura do livre compromisso com o celibato, ele respondeu: “Sei que a Igreja me verá como alguém que não soube manter uma promessa, que se perdeu e não por uma mulher, mas por um homem. E sei também que terei de renunciar ao ministério, que é toda a minha vida. Mas não o faço para poder viver com o meu companheiro. Esta é uma decisão muito mais ampla, que nasce da reflexão sobre o pensamento da Igreja”.

O porta-voz da Santa Sé, pe. Federico Lombardi, se manifestou sobre o episódio:

“Acerca das declarações e entrevistas concedidas por mons. Krzystof Charamsa, cabe destacar que, apesar do respeito que merecem os fatos e circunstâncias pessoais e as reflexões sobre eles, a escolha de declarar algo tão clamoroso na véspera da abertura de sínodo é muito grave e não responsável, já que visa submeter a assembleia sinodal a uma pressão midiática injustificada. Certamente, mons. Charamsa não poderá continuar desempenhando as tarefas precedentes na Congregação para a Doutrina da Fé e nas universidades pontifícias, ao passo que os outros aspectos da sua situação competem ao seu ordinário diocesano”. 

Impedimentos para o Sacramento do Matrimônio


Este Artigo tem por objetivo apresentar alguns impedimentos para a realização do sacramento do Matrimônio, veremos de forma detalhada alguns aspectos que ainda hoje são enfrentados por pessoas, em vista o sacramento deve ser entendido como o bem da fidelidade (bonum fidei), o bem da prole (bunum prolis). Portanto, usando algumas fontes que nos servirão de base para o desenvolvimento do trabalho que logo mais estaremos citando-as para um melhor acompanhamento da nossa pesquisa. Em princípio, todos os fiéis cristãos podem dar-se e receber-se em matrimônio. Há, porém, algumas restrições ou situações especiais protegidas pelo Direito Canônico através de proibições ou impedimentos. Nestes casos, é exigida uma licença prévia da Autoridade eclesiástica, na maioria dos casos, do Bispo Diocesano; em outros, porém, a licença deve ser solicitada à Santa Sé. Uma destas situações é, por exemplo, os chamados matrimônios mistos, nos quais um dos contraentes é católico e o outro é ateu ou professa outra religião.

1. IMPEDIMENTOS QUANTO A IDADE.

Podemos conferir no cânon 1083 “O homem antes dos dezesseis e a mulher antes dos quatorze igualmente completos não podem contrair matrimonio válido”. Como é óbvio, este impedimento se baseia numa exigência natural: a necessidade de um amadurecimento psicológico, que permita aos cônjuges a compreensão das obrigações que assumem. O amadurecimento fisiológico, de per si, não é necessário para dar um verdadeiro consentimento, embora o seja para o início de uma convivência matrimonial autêntica. “como é óbvio, esse impedimento de idade é temporário pela sua própria natureza, cessando pelo simples transcurso do tempo, pode cessar também pela dispensa do bispo local quando a falta de idade não excede de um ano[1]”.

2. IMPEDIMENTO DE IMPOTÊNCIA

É a incapacidade para copular, ou seja, para realizar a conjunção carnal, se for antecedente e permanente, tanto por parte do homem quanto da mulher; o código faz duas afirmações que podemos considerar importantes a primeira é “a impotência é impedimento dirimente” e a segunda é “que esse impedimento é de direito natural” em nenhuma parte define o que seja impotência. O Codex Iuris Canonici (1883) cân. 1084 §1 diz que o fim primário do matrimonio é a geração...”. Já o cânon ---- diz que "o matrimônio se chama consumado se os cônjuges praticaram o ato conjugal ao qual se ordena, pela sua própria natureza   

Papista!


Infelizmente se tem notado, na Internet, certa leviandade dos católicos em relação ao Papa. O Pontífice Romano frequentemente é criticado como se fosse um qualquer, o que mostra uma grande ignorância da instituição do papado para a Igreja.

Em linhas gerais, a doutrina católica sobre o Papa foi condensada na Constituição Dogmática Pastor Aeternus, do Concílio Vaticano I [1]. As definições aí contidas são dogmáticas. Para nós, católicos, portanto, o seu conteúdo trata de certezas inabaláveis. Devemos dar o nosso consentimento total a algo ou por evidência ontológica (quando se diz, por exemplo, que dois mais dois são quatro), ou pelo testemunho de uma pessoa infalível (como é o caso de Cristo, cuja ação se manifesta também no Concílio Ecumênico). Por isso – pela autoridade divina que revela –, a infalibilidade papal é de fé obrigatória para todos os católicos. O teólogo suíço Hans Küng, por exemplo, quando escreveu a obra Unfehlbar? [“Infalível?”], perdeu a licença para lecionar teologia católica, já que tinha questionado um dogma de fé.

O texto da Pastor Aeternus começa lembrando a fundação divina da Igreja, a qual Nosso Senhor colocou sob o encargo dos apóstolos. Em seu primeiro capítulo, sobre “a instituição do primado apostólico em S. Pedro”, o documento confirma que Cristo deu pessoalmente ao Apóstolo Pedro um poder que estava acima daquele dado aos doze. E conclui:

“Se, pois, alguém disser que o bem-aventurado Pedro Apóstolo não foi constituído por Jesus Cristo príncipe de todos os Apóstolos e chefe visível de toda a Igreja militante; ou que ele recebeu, direta e imediatamente, do mesmo Senhor nosso Jesus Cristo, apenas um primado de honra, não porém um primado de jurisdição verdadeira e própria: seja anátema.” [2]

Portanto, São Pedro não era um primus inter pares, mas possuía uma autoridade realmente superior à dos demais apóstolos. Quando São Paulo, por exemplo, repreende publicamente São Pedro [3], ele o faz como um súdito que repreende o seu superior, não um igual. 

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Você sabe o que é o Estatuto da Família?


O projeto de lei do Estatuto da Família foi aprovado em uma comissão especial da Câmara Federal? Qual é a sua função? O projeto de lei 6583/13, é um conjunto de 15 artigos que “institui o Estatuto da Família e dispõe sobre os direitos da família, e as diretrizes das políticas públicas voltadas para valorização e apoiamento à entidade familiar”.

O Projeto apresenta no artigo 2º, a definição de família: “define-se entidade familiar como o núcleo social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes”.

Isto está de acordo com o que reza a Constituição Federal de 1988, mas vai de encontro a uma decisão absurda do Supremo Tribunal Federal brasileiro de 2011; pois, o art. 266 da Constituição reconhece “a união estável entre o homem e a mulher” e “a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes” como família. A regulamentação do artigo, sancionada em 1996, manteve os termos.

No entanto, em 2011, de maneira incoerente, violando inclusive as atribuições do Congresso Nacional, os ministros do STF reconheceram por unanimidade a união entre pessoas do mesmo sexo como família, igualando direitos e deveres de casais heterossexuais e homossexuais. E, em 2013, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) regulamentou a união homo afetiva por meio de resolução que obriga os cartórios a realizar o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Foi uma violência contra a Constituição e um desrespeito ao povo brasileiro, especialmente contra os cristãos.

O que o Estatuto aprovado na Comissão da Câmara Federal dispõe, é que não se pode dar direitos ligais de família a uma entidade que não seja família, de acordo com o que diz o artigo 226 da Constituição; por exemplo, o direito a licença-maternidade, pensão, INSS. 

 O Diabo odeia a CRUZ


A serpente introduziu o veneno da morte na história humana. E o veneno é este: "não deves obediência a ninguém, és deus. A felicidade consiste em fazeres de tua vida o que quiseres. Não haverá limites para teus desejos, estarás livre do jugo de um Deus que não admite rivais"(cf. Gn 3,5s.)

“Diábolos" - em hebraico Satã (Adversário) - significa caluniador, aquele que semeia a divisão através da mentira. No Novo Testamento sua figura aparece e parece poderosa na narrativa das tentações de Cristo depois dos quarenta dias de jejum e oração no deserto. Peço ao leitor ler em Mateus e em Lucas essa narrativa (Lc 4,1-13; Mt 4,1-11). A narrativa de Lucas termina assim: "Terminadas todas as tentações, o diabo afastou-se dele até o tempo oportuno". Seu retorno se dará na paixão de Jesus (Lc 22,3). Sem entrar em detalhes exegéticos, fica evidente que a missão de Jesus é confrontar-se com as tentações que continuamente ameaçam a humanidade.

Ele as vencerá pela Cruz. Diante das três tentações Jesus responde: a) "Não se vive somente de pão, mas de toda palavra que sai da boca de Deus"; b) "Não porás à prova o Senhor teu Deus"; c) "Afasta-te, Satanás, pois está escrito; "Adorarás o Senhor teu Deus  e só a Ele prestarás culto"(cf Mt 4,1-11). Não resisto ao impulso de colocar o texto da terceira tentação. Assim: "O diabo o levou ainda para uma montanha muito alta. Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua riqueza, e lhe disse: 'Eu te darei tudo isso, se caíres de joelhos para me adorar’. Jesus lhe disse: Afasta-te, Satanás, pois está escrito: 'Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele prestarás culto'. Por fim, o diabo o deixou, e os anjos se aproximaram para servi-lo."( Mt 4,8-11). Eis o pecado radical, uma verdadeira monstruosidade: o desejo de ser adorado, a tentativa de destronar Deus. Foi o mesmo veneno destilado no paraíso: "sereis como Deuses". Satanás não é um anti-deus, apenas uma miserável e abjeta criatura, que, tomada por ódio eterno, tenta arrastar para a destruição o ser humano. Todos os que o seguem, os anjos decaídos - demônios -  e os seres humanos na terra, são também autores da desgraça que perpassa a história. No livro do Apocalipse, através de imagens  muito fortes,  é descrita a guerra  que a serpente antiga, agora descrita como um dragão de sete cabeças, move contra a Mulher, que "deu à luz um Filho, um menino, aquele que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro". A proteção dada por Deus à Mulher enfurece o Dragão : "Este, então, se irritou contra a Mulher e foi fazer guerra ao resto de sua descendência, aos que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus". (cf. Ap 12). A descrição do Apocalipse tem diante dos olhos a perseguição movida pelo Império Romano aos cristãos. Ao fazê-lo projeta luz sobre o mistério do mal que perpassa toda a história. O ser humano tem em Cristo a salvação, a real possibilidade construir uma história na justiça e no amor, para, enfim, participar da plenitude da vida para além da história. Na sua liberdade, entretanto, o ser humano pode escolher o caminho insinuado permanentemente pela serpente: "serás como um deus", acima do bem e do mal, absolutamente livre para quaisquer escolhas. Interessante : o caminho que o Verbo Eterno, o Filho de Deus, fez para chegar até nós foi o caminho inverso: "Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até  a morte, e morte de cruz"(Flp 2,6-8).