segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Homilética: Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo - Ano B: "Um Rei diferente".


Celebramos neste domingo a solenidade de Cristo Rei do Universo. A Festa que celebramos é o culminar de todo o Ano Litúrgico. Tudo atinge em Cristo o seu ponto culminante: Cristo vencedor da morte e do pecado. A Palavra de Deus que nos é proposta para este último domingo do ano litúrgico nos convida a tomar consciência da realeza de Jesus. Deixa claro, no entanto, que essa realeza não pode ser entendida à maneira dos reis deste mundo: é uma realeza que se concretiza de acordo com a vontade de Deus.

O último dia de Jesus está dedicado ao REI, tanto na acusação perante Pilatos como na sentença e causa da mesma, na cruz. O evangelista se apoia no julgamento oficial de Pilatos para declarar por boca da verdade [eu vim para dar testemunha da verdade] que Jesus era o Rei esperado pelos judeus e que por defender sua causa, ele, não a multidão ou os soldados que formam seu exército, morre como condenado. 

Jerusalém, a cidade santa, o templo, lugar de residência de Javé com seu povo, não mais são necessários. Serão destruídos como inúteis; mais, como contrários aos desígnios divinos. O profeta que o anunciou é Jesus que chora sobre esse duplo sino decretado pelo Pai, que ao mesmo tempo constitui sua dor e seu triunfo como Filho do Homem, isto é, como Senhor do novo Reino, o definitivo. 

Jesus veio ao mundo para buscar e salvar o que estava perdido; veio em busca dos homens dispersos e afastados de Deus pelo pecado. E como estavam feridos e doentes, curou-os e vendou-lhes as feridas. Tanto os amou que deu a vida por eles. Como Rei, vem para revelar o amor de Deus, para ser o Mediador da Nova Aliança, o Redentor do homem. No Prefácio da Missa fala-se de Jesus que ofereceu ao Pai “um reino de verdade e de vida, de santidade e de graça, de justiça, de amor e de paz”.

Assim é o Reino de Cristo, do qual somos chamados a participar e que somos convidados a dilatar mediante um apostolado fecundo. O Senhor deve estar presente nos nossos familiares, amigos, vizinhos companheiros de trabalho… “Perante os que reduzem a religião a um cúmulo de negações, ou se conformam com um catolicismo de meias-tintas; perante os que querem por o Senhor de cara contra a parede, ou colocá-Lo num canto da alma…, temos de afirmar, com as nossas palavras e com as nossas obras, que aspiramos a fazer de Cristo um autêntico Rei de todos os corações…, também dos deles” (São Josemaria Escrivá, Sulco, nº 608).

Professar a Igreja como santa significa apontar seu rosto de Esposa de Cristo, que a amou, entregando-se por ela precisamente para a santificar (Ef 5, 25-26). Este dom de santidade, por assim dizer, objetiva, é oferecido a cada batizado.

Por sua vez , o dom se traduz num dever que deve dirigir toda a existência cristã: ““Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação.” (1Ts 4,3). É um compromisso que diz respeito não apenas a alguns, pois os cristãos de qualquer estado ou ordem são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade.” (S. João Paulo II, Carta Apostólica Novo Millennio Ineunte, 30)

A atitude do cristão não pode ser de mera passividade em relação ao reinado de Cristo no mundo. Nós desejamos ardentemente esse reinado. É necessário que Cristo reine em primeiro lugar na nossa inteligência, mediante o conhecimento da sua doutrina e o acatamento amoroso dessas verdades reveladas. É necessário que reine na nossa vontade, para que se identifique cada vez mais plenamente com a vontade divina. É necessário que reine no nosso coração, para que nenhum amor se anteponha ao amor de Deus. É necessário que reine no nosso corpo, templo do Espírito Santo; no nosso trabalho profissional, caminho de santidade… Convém que Ele reine!”(Papa Pio XI).

Cristo é um Rei que recebeu todo o poder no Céu e na terra, e governa sendo manso e humilde de coração, servindo a todos, porque não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para a redenção de muitos.

O texto do profeta Ezequiel salienta o amor de Cristo-Rei, que veio estabelecer o seu reinado, não com a força de um conquistador, mas com a bondade e a mansidão do Pastor: “Assim diz o Senhor Deus: “Vede! Eu mesmo vou procurar minhas ovelhas e tomar conta delas. Como o pastor toma conta do rebanho, de dia, quando se encontra no meio das ovelhas dispersas, assim vou cuidar de minhas ovelhas e vou resgatá-las de todos os lugares em que foram dispersadas num dia de nuvens e escuridão” (Ez 34, 11-12).

São Paulo ensina que a soberania de Cristo sobre toda a criação cumpre-se agora no tempo, mas alcançará a sua plenitude definitiva depois do Juízo universal. “É necessário que Ele reine…” (1Cor 15,25).

O Evangelho (Mt 25, 31-46) mostra que há um discernimento, um juízo. Jesus que tinha sempre falado do Bom-Pastor que “reúne” as ovelhas num só rebanho (Jo 10,16), agora fala do Pastor que “separa” ovelha de outra ovelha e forma dois rebanhos eternos: um para os carneiros e outro para as ovelhas. O Pastor deixa o lugar ao Rei-Juiz que senta “no trono de sua glória.”

Glorifiquemos e louvemos a Deus pelo dom maravilhoso do Seu Filho, glória de Deus e glória da Humanidade. Na eucaristia, Jesus Cristo, verdadeiramente presente, convida-nos a fazermos a experiência da Sua vitória, introduzindo-nos no mistério da Sua Cruz, Ressurreição e Ascensão. Assim ungidos pelo Espírito Santo, no seu mistério Pascal, somos «impelidos» à missão da esperança, da vida e de um amor sem barreiras e fronteiras.

A necessidade de uma nova Cruzada: a questão da legítima defesa


O mundo tem assistido atônito a escalada do mal nas ações sempre mais atrozes do chamado Estado Islâmico.

Atentado, bombas, decapitações de adultos e crianças, torturas de adultos e crianças, crucificações de adultos e crianças, leilões de meninas com a mais tenra idade para servirem de escravas sexuais, etc., etc., etc... a lista das barbaridades é extensa e macabra, especialmente contra os cristãos, mas também contra os adeptos de outras religiões que não a muçulmana. E a pergunta que se coloca é: o que devemos fazer? O que os governos do ocidente devem fazer? O que é moral e legítimo fazer?

Do ponto de vista humano o que precisa e já deveria ter sido feito é uma ação militar forte, incisiva e decisiva. Não apenas meros bombardeios como tem sido feito, mas uma ação por terra, uma verdadeira varredura em todos aqueles territórios onde estão instalados os terroristas do Estado Islâmico com a respectiva ocupação dos terrenos onde atualmente estão. É certo que eles têm células em vários outros países, como restou evidenciado pelos recentes ataques na França, mas ainda assim é preciso desbaratar seu centro de poder no Oriente Médio e manter vigilância continuada. O problema não será resolvido a curto prazo, pois o fim de tudo isso suporia uma mudança de mentalidade por parte dos terroristas que encontram no Corão a justificativa para suas ações, mas ao menos evitaria que continuem a se fortalecer de modo a poderem exterminar como meios sempre mais sofisticados um número cada vez maior de pessoas inocentes na outras nações, especialmente do ocidente.

Se nações do Ocidente não se unirem para conter, neutralizar e o tanto quanto exterminar esse Estado Islâmico, estarão fadadas a verem seus cidadãos serem explodidos e assassinados dos modos mais covardes. É preciso reagir com força, urgência e determinação. Alguém duvida que, se o Estado Islâmico continuar a crescer e fortalecer, os mesmos usarão contra o ocidente cristão armas de extermínio de massa? Alguém já imaginou se caírem em suas mãos bombas atômicas ou algo similar? (isso se já não as possuírem)… é urgente uma ação eficaz por parte dos governos ocidentais.

Então devemos fazer uma guerra contra o Estado Islâmico? Claro que sim. Aliás se o ”iluminado” Barack Obama ”em nome da paz” não tivesse retirado as tropas americanas do Iraque, provavelmente não se haveriam criado as condições para a formação do Estado Islâmico. A pretensa ”paz” do presidente americano agraciado com o prêmio Nobel matou e tem matado muitíssimas mais pessoas do que a ocupação que havia no Iraque. 

Em Roma, há hierarcas que têm muito medo do Papa Francisco


Os Evangelhos nos dizem, repetidas vezes, que as pessoas que exerciam o máximo poder na sociedade judaica do tempo de Jesus, tinham medo (Mc 11,18; 12,12; Mt 14,5; 21,26.46; Lc 20,19; 22,2). Concretizando mais, aqueles que tinham medo eram os “sumos sacerdotes”, os “senadores” (“anciãos”) e os “escribas” ou mestres da Lei (Mt 21, 26. 46; Lc 20, 19; Mc 11, 18; Lc 22, 2). Ou seja, os assustados eram os homens do poder, aqueles que mandavam naquela sociedade.

E de quem tinham medo? Simplesmente do “povo” (Mc 11,18; Mt 21,26; Lc 20,6, etc.). Ou seja (segundo a expressão que os Evangelhos usam), aqueles que mandavam tinham medo do “óchlos”, da “multidão”, do povo simples, de condição modesta, aqueles que eram considerados ignorantes e até malditos (Jo 7,48). Dito com poucas palavras: os mais poderosos, entendidos e privilegiados tinham medo dos fracos, dos ignorantes e daqueles que eram vistos como gente indesejável.

Tudo isso é ainda mais estranho se considerarmos que aqueles governantes assustados não eram apenas governantes civis, mas, além disso, governantes também religiosos. Ou seja, concentravam todo o poder, toda a riqueza e todos os privilégios.

Então, por que tinham medo? Há uma diferença fundamental entre os governantes de agora e os daquela época. Agora, a diferença entre o poder civil e o poder religioso é suficientemente clara e bem delimitada. No tempo de Jesus – e concretamente na Palestina – o poder que mandava era, sobretudo, o poder “religioso”, o poder do Sinédrio. Os romanos encarregavam-se de modo especial das tarefas de impor a ordem civil e cobrar os impostos. Sendo assim, os “homens da religião” não queriam, de modo algum, dar pretexto para que houvesse tumultos populares. Porque Roma não o tolerava. Por isso, o Sinédrio decidiu finalmente que teria que matar Jesus (Jo 11,47-53). 

A paz que buscamos!


Este ano de 2015 foi proclamado como o Ano da Paz pela Conferência dos Bispos do Brasil. Creio que a busca da paz nunca deixou de estar presente no coração dos homens e mulheres de boa vontade na história da humanidade, mesmo convivendo com experiências de dor, de violência e de morte no itinerário da vida.

O Papa Francisco tem procurado, no seu ministério de pastor, ajudar os governantes das nações a serem construtores de pontes de diálogo que favoreçam a aproximação dos povos. Porém, diante do flagelo da violência e da guerra que atinge muitas nações, alguns governantes procuram solucionar o problema erguendo cercas e muros, para excluir as vítimas relegando-as à condição de pessoas sem pátria e sem direitos, “indesejadas”.

“É possível percorrer o caminho da paz? Podemos sair desta espiral de dor e de morte?”, nos interroga o Papa Francisco. O cristão, que tem consciência de que, em Cristo, foi agraciado com a paz, deve se tornar um reconciliador, um construtor de paz. “Não haverá paz na terra, enquanto perdurarem as opressões dos povos, as injustiças e os desequilíbrios econômicos que ainda existem. A paz exige quatro condições essenciais: verdade, justiça, amor e liberdade”, dizia o santo Papa João XXIII, retomadas por São João Paulo II.

Às vezes, podemos ser tocados pelo pecado da omissão e da indiferença, não nos envolvendo, achando que a violência só acontece lá longe ou na casa do vizinho, no bairro do lado e por isso não assumimos nenhuma ação que promova a paz e cuide da pessoa, da sua dignidade humana. “O que mais preocupa não é o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons”, dizia Martin Luther King, baluarte da não violência. 

Bento Rodrigues: Ondas de lama


As ondas de lama vindas do desastre ambiental no arrasado Distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, afetam não apenas pontos específicos dos estados diretamente atingidos. Atolam toda a sociedade. Uma tragédia anunciada que ultrapassa os limites do município de origem e as divisas do estado. Invade todo o ecossistema, sufoca a vida. A crueldade com que a natureza é atingida e, sobretudo, a dor dos pobres que perdem familiares e o pouco que têm, contracenam com a terrível destruição de casas e de outros cenários urbanos. 

Os desdobramentos dessa tragédia exigem repensar definitivamente a vocação e o destino das Minas Gerais, diante do risco de novas irresponsabilidades recaírem sobre a população em forma de desastres ainda mais graves. Impõe-se a necessidade de um direcionamento novo, fora dos parâmetros da ganância e até mesmo da justificativa de que a economia do Estado só se sustenta e avança por meio dessas atividades. Tarefa que deve ser assumida, com urgência, pelo Governo do Estado, prefeituras, Poder Legislativo e setores privados - especialmente o minerário - mas, principalmente, pelos órgãos de controle público. É indispensável que sejam ouvidas as vozes sensatas de igrejas e outros segmentos sérios e representativos da sociedade. 

Agir a partir de compreensão simplista sobre a geração de riquezas e empregos, sem considerar a complexidade da realidade, gera consequências devastadoras. É, incontestavelmente, “assinar atestado de incompetência”. É comodismo e falta de inventividade para a necessária produção de bens. 

No horizonte desenhado por essa tragédia, os representantes do povo no poder público têm o compromisso moral de redirecionar a história minerária do Estado de Minas Gerais. Uma história controversa. Para além da lucratividade e dos benefícios apresentados como decorrentes da mineração, exige-se um ordenamento jurídico novo, não apenas fundamentado no rigor das burocracias para licenciamentos, mas fruto de um entendimento que a lucidez da Carta Encíclica Laudato Si’ - sobre o cuidado da casa comum, do Papa Francisco, trata com inigualável propriedade. O documento traça o horizonte de transformações radicais e de mudanças urgentes em procedimentos e atividades, e no compromisso de consertar, no ambiente e na vida das pessoas, o que absurdamente já se tem produzido.  

O que é a Igreja Ortodoxa?


Na recente visita do nosso Papitcho à Terra Santa, um dos momentos mais marcantes foi o seu encontro com Bartolomeu, o Patriarca de Constantinopla, líder das Igrejas Ortodoxas orientais. Muita gente ficou boiando e não entendeu a importância do momento: o senhor de barba na foto aí em cima é nada mais, nada menos do que… o sucessor do Apóstolo André!

Se você não entende o que são as Igrejas Ortodoxas e qual a sua relação com a Igreja Católica Romana, este post é pra você!

O que é a Igreja Ortodoxa?

Antes de tudo, vamos lembrar que, conforme ensinam a Bíblia e a Tradição dos padres primitivos, Jesus fundou a Sua Igreja sobre Pedro (entenda aqui); ele é representante visível do Cristo invisível, o Deus que é a verdadeira Pedra angular da Igreja. Os demais apóstolos, por sua vez, foram instituídos como COLUNAS da Igreja, ou seja, aqueles que sustentam a Sagrada Tradição e a fé dos cristãos. Cada Apóstolo fundou uma igreja particular (também chamada de diocese), que era parte integrante da Igreja Católica, ou seja, da igreja universal.

Então, a Igreja Católica é um conjunto de igrejas particulares (dioceses) que estão em plena comunhão com Pedro. Exemplos de dioceses e de igrejas particulares católicas: a Arquidiocese de Olinda, a Arquidiocese de Nova York, a Arquidiocese de Tóquio, a Igreja Católica Copta, a Igreja Maronita de Antioquia, a Igreja Grego-Católica Melquita… e milhares de outras igrejas particulares pelo mundo!

Por sua vez, a Igreja Ortodoxa é o conjunto de igrejas orientais particulares que se desligou do corpo da Igreja Católica, ao rejeitar formalmente a primazia de Pedro, isto é, a autoridade máxima do bispo de Roma. Apesar desse Grande Cisma, que aconteceu no século XI, os patriarcas ortodoxos são legítimos sucessores dos Apóstolos. Portanto, os sacramentos concedidos pela Igreja Ortodoxa são todos válidos. O mesmo não ocorre com as igrejas evangélicas, pois nenhuma delas possui sucessão apostólica.

Pra ficar mais claro, propomos um rápido joguinho: trace os caminhos abaixo e descubra quais deles levam aos doze Apóstolos de Cristo!


domingo, 15 de novembro de 2015

Após Paris, Estado Islâmico promete atacar Roma, Washigton e Londres


Na noite de sexta-feira, 13 de novembro, cerca de três horas após os ataques que ceifaram a vida de dezenas de pessoas na capital francesa, o grupo terrorista Estado Islâmico reivindicou a autoria do massacre e ameaçou fazer o mesmo em Washington, nos Estados Unidos, em Roma, na Itália e em Londres, no Reino Unido.

Os terroristas comemoraram na internet usando uma hashtag em árabe que traduzida significa 'Paris em Chamas'. Além de comemorar, o grupo avisa que os ataques foram uma 'lição' aos franceses. Nessa semana, caças do exército francês destruíram uma base de petróleo dominada pelo EI na Síria. Acredita-se que a 'lição' tenha relação com esse ocorrido e que tenha servido de represália.

Assim que o massacre começou, o presidente da França se encontrava no estádio de futebol da capital para acompanhar a partida amistosa entre a seleção da França e da Alemanha. Com as primeiras explosões o presidente foi retirado do local às presas. Imediatamente, ele mandou fechar todas as fronteiras da França, decretou estado de urgência e colocou o exército francês nas ruas.

Até o momento, sabe-se que mais de cem pessoas foram cruelmente executadas pelos terroristas. Mais centenas de outras pessoas estão feridas. Dentre os feridos encontram-se dois brasileiros, uma estudante que segundo a cônsul brasileira passa bem e um arquiteto que levou três tiros nas costas e que passa por uma cirurgia nessa madrugada. Seu estado é delicado e grave. 

Santiago Matamoros - 25 de julho


No mês passado (08/2012), O Catequista e eu estivemos na Catedral de Santiago de Compostela, na Galícia, um dos centros católicos de peregrinação mais importantes do mundo. Depois de rezar diante dos ossos do Apóstolo e de dar um abraço em sua estátua no altar-mor, fomos contemplar as demais maravilhas do templo.

Tava tudo lindo, até que nos deparamos com a grande e épica imagem de Santiago Matamoros, o padroeiro da Espanha medieval. Ficamos com a maior cara de bunda flácida ao notar que uma parte considerável da estátua foi propositalmente encoberta por um alto, espesso e safado arranjo de flores.

O que as plantas escondiam? O que os patrulheiros da ditadura do imbecilmente correto pretendem com isso? Parece que a cúria compostelana se envergonha do episódio em que São Tiago, de espada em punho, mandou pro além um grande número de invasores árabes que oprimiam os cristãos da Península Ibérica medieval.


Ninguém que seja minimamente sensível ao valor da vida humana pode simpatizar, à primeira vista, com a imagem de um santo matador. Porém, a segunda reação após o impacto negativo inicial é a de perguntar: “O que significa isso?”; “Por que uma igreja cristã abriga uma imagem tão violenta?”. E aí, se não for preguiçoso e buscar informações, o sujeito vai conhecer o sentido daquela iconografia, e poderá entender porque ela é tão importante para a história da Espanha e da Igreja Católica.