No mês passado (08/2012), O Catequista e eu estivemos na Catedral de Santiago de
Compostela, na Galícia, um dos centros católicos de peregrinação mais
importantes do mundo. Depois de rezar diante dos ossos do Apóstolo e de dar um
abraço em sua estátua no altar-mor, fomos contemplar as demais maravilhas do
templo.
Tava tudo lindo, até que nos deparamos com a grande e épica imagem de
Santiago Matamoros, o padroeiro da Espanha medieval. Ficamos com a maior cara
de bunda flácida ao notar que uma parte considerável da estátua foi
propositalmente encoberta por um alto, espesso e safado arranjo de flores.
O que as plantas escondiam? O que os patrulheiros da ditadura do
imbecilmente correto pretendem com isso? Parece que a cúria compostelana se
envergonha do episódio em que São Tiago, de espada em punho, mandou pro além um
grande número de invasores árabes que oprimiam os cristãos da Península Ibérica
medieval.
Ninguém
que seja minimamente sensível ao valor da vida humana pode simpatizar, à
primeira vista, com a imagem de um santo matador. Porém, a segunda reação após
o impacto negativo inicial é a de perguntar: “O que significa isso?”; “Por que
uma igreja cristã abriga uma imagem tão violenta?”. E aí, se não for preguiçoso
e buscar informações, o sujeito vai conhecer o sentido daquela iconografia, e
poderá entender porque ela é tão importante para a história da Espanha e da
Igreja Católica.
Qual é a origem
do Santiago Matamoros?
Imagine
um povo que só se phode. Então, estes são os cristãos habitantes da Península
Ibérica no século IX: os muçulmanos há tempos saqueavam seus bens, escravizavam
seus cidadãos em massa e estupravam suas mulheres.
Como
desgraça pouca é bobagem, um novo emir assumiu o poder e resolveu retomar um
antigo costume: exigir, como tributo anual, que os cristãos dos reinos do norte
lhes entregassem 100 moças virgens, que lhes serviriam como escravas sexuais –
50 fidalgas e 50 plebeias.
Já
era esperado que os cristãos, com o ânimo abatido e complexo de inferioridade
em relação aos mouros, aceitassem pagar o infame tributo sem resistência.
Afinal, o que é um peido pra quem tá todo cagado? Mas o povo se revoltou e o
rei Ramiro I, das Astúrias e Galícia, comprou a briga.
Mas
não basta coragem para vencer uma batalha. Refugiado em La Rioja, o exército de
Ramiro I estava acuado. Porém, São Tiago Apóstolo apareceu ao rei em sonho,
garantindo que fechava com ele no quebra-pau. E assim foi: durante a batalha em
Clavijo, os soldados cristãos avistaram um homem desconhecido cavalgando sobre
um cavalo branco, que distribuía espadadas e fazia cair os mouros por terra.
Milhares de peregrinos fazem o Caminho de Santiago todos os anos, a pé ou de bicicleta |
Ramiro
I reconheceu que aquele era São Tiago Maior, que veio cumprir a promessa que
lhe fizera em sonho e dar-lhe a vitória. Era o fim da era da vergonha,
humilhação e fracasso dos espanhóis sob a espada dos sarracenos.
Outros
testemunhos de aparições de Santiago Matamoros em campos de guerra se
repetiram, multiplicando as vitórias dos cristãos. Por isso, o santo tornou-se
o maior símbolo da expulsão dos invasores muçulmanos da Península Ibérica. A
catedral em que repousam seus restos mortais passou a atrair peregrinos vindos
de toda a Europa. Também se popularizou a prática de percorrer o Caminho de
Santiago, ou seja, a rota dos lugares por onde o santo passou quando vivo, em
missão por aquelas terras.
Santiago, eis
aqui os seus devotos sem-vergonha
Todos
concordamos que matar um ser humano, feito à imagem e semelhança de Deus, não é
algo bonito nem desejável. Mas se alguém, não satisfeito em lhe extorquir
dinheiro, reclama o direito de violar e escravizar 100 jovens do seu povo todos
os anos… é compreensível que sejam tomadas medidas enérgicas, que vão além de
desfiar as contas do Rosário, certo? Talvez seja até mesmo uma obrigação
brandir a espada contra este miserável.
E
se, de acordo com a Sua sabedoria e misericórdia, o Senhor resolveu mandar um
santo ninja pra ajudar a detonar os opressores do Seu Povo nos reinos da
Espanha medieval… tanto melhor! Então, do que temos que nos envergonhar? Depois
de tantas lágrimas, lutas e padecimentos, quem tem o direito de censurar a
nossa história na Reconquista da Península Ibérica? Se a cena sangrenta aos pés
do Matamoros é feia, mais feia ainda seria a sina dos cristãos espanhóis se não
tivessem reagido bravamente para resgatar sua liberdade e dignidade.
Insentatos
e covardes são aqueles que permitem essa chacota com um ícone religioso e histórico
tão importante. Aquelas florzinhas meigas são ridículas! Os responsáveis por
isso deveriam pegá-las e ENFIÁ-LAS… em seu jardim.
Pesquisando,
encontrei no site da BBC espanhola um artigo de 2004, noticiando que as
autoridades eclesiásticas responsáveis pela Catedral de Santiago haviam
decidido retirar a imagem do santo Matamoros do templo, para evitar ofensas ao
povo muçulmano. No lugar, seria colocada uma imagem menos inconveniente, a de
Santiago Peregrino.
Ora,
dificilmente um muçulmano visitará um templo católico. Mas se isso acontecer e
ele der de cara com a imagem do Matamoros, não deverá ter motivo algum para
fazer beicinho. Afinal, porque um muçulmano de hoje tomaria as dores de um
grupo específico de tarados do passado? Eu, por exemplo, não me ofendo nem
lamento quando um cristão criminoso é devidamente punido, muito pelo contrário!
Porque então um muçulmano deveria se ofender?
Bem,
o fato é que a decisão sobre a retirada da estátua da Catedral não foi aplicada
– ao menos ainda – e a imagem ainda está lá, no lugar de sempre… mas
visualmente mutilada. Aquele muro de flores esconde não só o triste e merecido
fim dos mouros estupradores, mas também a glória e o mérito de todos aqueles
cristãos que deram a vida para defender a dignidade de seus filhos, de suas
mulheres, suas terras e Sua Igreja.
Não
é de Santiago Matamoros que devemos ter vergonha, mas sim das lideranças
católicas que se deixam dominar pela ditatura do imbecilmente correto, a ponto
de considerá-la superior à nossa história, aos nossos valores, à nossa fé. Que
papelão…
Viva
Santiago Matamoros! Viva a Espanha cristã! Viva Nosso Senhor Jesus Cristo!
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O Catequista
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