quinta-feira, 21 de abril de 2016

Santo Anselmo


Anselmo nasceu em Aosta, no norte da Itália, em 1033. Seu pai queria projetar seu filho na vida da nobreza e sonhava para ele uma carreira promissora. Quando soube do desejo de Anselmo em fazer padre, opõe-se radicalmente. Como Anselmo perdera a mãe muito cedo, e tinha um coração doce e manso, fez a vontade do pai até os vinte anos.

Mas na flor da juventude, Anselmo fugiu de casa, para poder se tornar um religioso. Ele queria dedicar-se de corpo e alma à sua fé, contrária à vida mundana de festas em meio ao luxo e à riqueza.

Viajou pela França até chegar à Normandia, onde se entregou aos estudos religiosos, sob a orientação do monge Lanfranco. Em pouco tempo ordenou-se e formou-se teólogo. Logo foi eleito abade do mosteiro e professor.

Passou então a pregar pelas redondezas e, como o cargo o permitia, começou a implantação de uma grande reforma monástica. Foram tantos os escritos deixados por ele que é considerado o fundador da ciência teológica no ocidente. Anselmo defendia a capacidade da razão humana para investigar os mistérios divinos. Propôs a prova da existência de Deus: se temos a ideia de um ser perfeito, a perfeição absoluta existe, logo o ser perfeito existe. A essência da redenção acha-se na união do indivíduo com Cristo na eucaristia. E o batismo abre o caminho para essa união.

Chegou a arcebispo-primaz da Inglaterra. Conta-se que enfrentou duras perseguições do rei Guilherme, o Vermelho, e de Henrique Primeiro. Mas, tinha a fala tão mansa e argumentos tão pacíficos que com eles desarmava seus inimigos e virava o jogo a seu favor.

Anselmo morreu em Cantuária, com setenta e seis anos, em 1109 e foi declarado "Doutor da Igreja" pelo Papa Clemente XI, em 1720.  


Verdadeiramente, Senhor, é inacessível a luz em que habitas; verdadeiramente ninguém pode penetrar nessa luz e ver-te de modo perfeito ... Peço-te, meu Deus, que te conheça, que te ame, para que encontre em ti meu gozo ... Que minha alma sinta fome dessa felicidade, que meu corpo sinta sede dela, que a deseje todo meu ser, até que chegue a penetrar no gozo do Senhor, ó Deus trino e uno, que é bendito pelos séculos. Amém.

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Política hoje: procurando o Messias no lugar errado

 
Observando os bizarros cultos à personalidade que estão sendo construídos em torno dos candidatos políticos, eu fico me perguntando: “será que o nosso país ficou louco?”.

Longe vão os dias de candidatos maçantes, mas decentes, que colocavam para fora posições políticas sem glamour. Se duvidávamos que a nossa era tenha alcançado o pico do “pão e circo”, nós somente precisamos olhar o conflito dos gritos dos demagogos que povoam nossos debates enquanto a multidão e a imprensa dão sinais positivos ou negativos.

Quase uma década após sua publicação, o livro de Bento XVI Jesus de Nazaré pode nos ajudar a compreender a doença que infectou nossa política, por meio de uma discussão sobre a terceira tentação sofrida por Cristo. É a tentação onde o diabo tenta seduzir Jesus com promessas de poder político ilimitado, o controle sobre todo o reino na Terra. Com tal poder, o mundo poderia ser refeito e aperfeiçoado: um fim ao sofrimento, guerra e pobreza; o estabelecimento de um reino de tranquilidade e justiça.

Nosso humor político atual parece-me uma encarnação desta mesma tentação diabólica, destinada aos eleitores.

Bento diz: O império cristão e o poder secular do Papa já não constituem tentações hoje, mas há uma nova forma da mesma tentação que consiste em explicar o cristianismo como receita para o progresso e reconhecer como objetivo próprio da religião, e assim também do cristianismo, o bem-estar geral. Ela se veste hoje na questão: o que é que Jesus trouxe, se não introduziu um mundo melhor? Não deve ser este o conteúdo da esperança messiânica? (Jesus de Nazaré, pág. 53)

Para muitos americanos na tradição protestante, a América é suposta como uma Nova Israel, a Terra Prometida onde os crentes encontram segurança, prosperidade e liberdade. Enfrentando reforma econômica e social, diminuída aos olhos de outras nações, há a tentação de identificar um salvador e instalá-lo no poder, a fim de “salvar a América!” – e como os judeus do primeiro século, o salvador desejado deve ser um líder político, aquele que vai “expulsar os estrangeiros, subjugar nossos inimigos e voltar-nos para a grandeza” À direita vemos demagogos que acreditam nesses impulsos, prometem uma América com menos imigrantes, mais força e respeito no exterior.

À esquerda, é claro, vemos demagogos a serviço das preocupações sociais. Eles representam o Messias ideal para pessoas que acreditam que nossa dor e sofrimento vêm de uma simples falta de recursos, o que pode ser vencido, se apenas for dado ao governo o poder de redistribuir as receitas que julgar necessário. Esse ideal também levou Judas a criticar a mulher penitente que ungiu Jesus com óleo caro, (e Jesus por permitir isso), sugerindo que os atos de fé não tinham valor, a menos que servisse para necessidades sociais específicas.

Quando uma nação está à procura de um Messias, eleições às vezes transbordam componentes religiosos com apaixonado fervor, mas isso é falsa religião: se o seu candidato é o salvador da nação, seu oponente deve ser um contraponto, o mal, levando as pessoas ao erro. O rumo desagradável que o nosso processo eleitoral tem tido nas últimas décadas é simplesmente o que acontece quando as pessoas estão procurando um messias com poderes ligados à terra.

Papa: distinguir entre pecado e pecador




PAPA FRANCISCO

AUDIÊNCIA GERAL

Quarta-feira, 20 de Abril de 2016

A palavra de Deus ensina-nos a distinguir entre o pecado e o pecador: com o pecado, não devemos descer a compromissos, ao passo que os pecadores – isto é, nós todos – são como doentes que necessitam de ser curados e, para isso, o médico precisa de se encontrar com eles, visitá-los, tocá-los. É claro que o doente, para ser curado, tem de reconhecer que tem necessidade do médico. Ouvimos narrar o caso daquela mulher pecadora que veio chorar seus pecados aos pés de Jesus, quando Ele Se encontrava à mesa em casa de um fariseu chamado Simão. Este, embora tenha convidado Jesus, não se quer comprometer nem arriscar a reputação com o Mestre, enquanto a mulher se confia plenamente a Jesus com amor e veneração. Pois bem! Entre o comportamento do fariseu e o da pecadora, o Senhor toma partido por esta. Livre de preconceitos que impeçam a misericórdia de se expressar, o Mestre deixa-a fazer o que lhe dita o coração: Ele, o Santo de Deus, deixa-Se tocar por ela, sem medo de ficar contaminado. Mais ainda, dirigindo-Se à mulher, diz-lhe: «Os teus pecados estão perdoados». E assim põe termo àquela condição de isolamento a que pecadora fora condenada pelos juízos impiedosos de Simão e seus correligionários fariseus. Agora a mulher pode ir «em paz». O Senhor viu a sinceridade da sua fé e da sua conversão. Por isso, acrescenta diante de todos: «A tua fé te salvou». Ressalta à vista de todos a conversão da pecadora, demonstrando que, em Jesus, habita a força da misericórdia de Deus, capaz de transformar os corações.

Jubileu 150 anos: "Mãe do Perpétuo Socorro: ícone do amor".



 
O Ícone de Nossa Mãe do Perpétuo Socorro é, sem dúvida, o Ícone universalmente mais amado na Igreja. Tem um apelo a todas culturas, línguas e mesmo a outras diferentes tradições religiosas. Em 26 de abril de 2016 será celebrado o aniversário de 150 anos da restauração pública do Ícone original de Nossa Mãe do Perpétuo Socorro na Igreja de Santo Afonso em Roma, entregue aos Redentoristas pelo Papa Pio IX, como estas palavras: “Faça-a conhecida no mundo inteiro”.

Este Jubileu de 150 anos pretende ser uma ocasião especial para reacender o amor e a devoção dos redentoristas para com a Mãe do Perpétuo Socorro, “pois ela nos acompanha na missão evangelizadora. Deve também ser um revigoramento do mandato dado aos Redentoristas para ‘Fazê-la conhecida’.

Já são 6 as igrejas católicas destruídas no Chile em 2016

 
Somente durante este ano, seis igrejas católicas e dois templos evangélicos foram destruídos por ocasião do intenso conflito mapuche ocorrido na região sul do Chile.

O último ataque ocorreu na madrugada do dia 12 de abril, na capela da Assunção da Virgem Maria, na cidade de Cañete, onde um grupo de indivíduos ficou completamente queimado.

Nesse mesmo momento, denunciaram o incêndio em uma cabana particular a 43 quilômetros de distância do templo.

O sacerdote encarregado da capela, Pe. Oscar García, comentou à AraucoTV que quando há uma atitude como esta “é o mal o que prevalece na mente”, por isso “temos que continuar procurando o bem e a paz de todos os cidadãos”.

Dom Fernando Chomali, Arcebispo de Concepción – arquidiocese à qual pertence a capela – lamentou o ataque e exortou a “dizer não à violência” para “abrir caminhos de diálogo”.

O Prelado pediu para “gerar maiores e mais reais laços com o povo mapuche, porque é a região mais deprimida do Chile. Os habitantes são pessoas que tiveram escasso acesso ao desenvolvimento do qual nosso país teve”.

 
“Se as pessoas que cometeram este lamentável atentado, que não aprovo sob nenhum ponto de vista, tivessem tido educação e oportunidades de trabalho, não estariam nisto”, acrescentou.

Por sua parte, Dom Jorge Concha Cayuqueo, primeiro Bispo de origem mapuche no Chile e Auxiliar da Arquidiocese de Santiago, disse ao jornal ‘La Terceira’: “O problema é que os afetados são do povo mapuche, são comunidades cristãs aos quais suas capelas foram queimadas”.

“Isto nos causa dor, não só pelo que significa a perda de um templo, mas também porque isto mostra uma situação centenária que não foi resolvida. É um sintoma de um problema mais profundo”, indicou.

Nesse sentido, Dom Francisco Javier Stegmeier, Bispo de Villarrica, disse ao Grupo ACI: “É claro que nossas comunidades cristãs estão sofrendo perseguição religiosa por causa de Jesus Cristo. Ele continuará sendo a nossa fortaleza, alegria e esperança. Ele também nos capacita para sempre perdoar e responder com o bem ao que nos faz mal”.

Antes deste último atentado, no documento da 111ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal do Chile, realizada em abril de 2016, os bispos afirmaram que “quando não se respeitam valores tão essenciais para a existência de um povo crente, como são o direito à vida humana, sua segurança e seus espaços sagrados, estão ferindo a própria alma mesma deste povo”.

“Estes fatos, que são rechaçados pela imensa maioria da população, correm o risco de estigmatizar todo o povo mapuche e desacreditar sua busca de reconhecimento e reparação”, sustentaram.

A união natural dos fiéis em Deus pela encarnação do Verbo e pelo sacramento da Eucaristia


Proclamamos como uma verdade que a Palavra se fez carne (Jo 1,14) e que na ceia do Senhor nós recebemos esta mesma Palavra que se fez carne. Então, como se pode negar que permaneça naturalmente em nós aquele que, ao nascer como homem, não só assumiu a natureza da nossa carne como inseparável de si, mas também uniu sua natureza humana à natureza divina no sacramento em que nos dá a comunhão do seu corpo? Deste modo todos somos um só, porque o Pai está em Cristo e Cristo está em nós. Portanto, ele está em nós pela sua carne e nós estamos nele; e através dele, o que nós somos está em Deus.

Em que medida estamos nele pelo sacramento da comunhão com sua carne e com seu sangue, o próprio Cristo o afirma quando diz: Pouco tempo ainda, e o mundo não mais me verá, mas vós me vereis, porque eu vivo e vós vivereis, pois eu estou no meu Pai e vós em mim e eu em vós (Jo 14,19.20). Se com estas palavras o Senhor pretendia apenas significar uma unidade de vontade, por que então estabeleceu uma certa gradação e ordem na realização de tal unidade? Assim procedeu para acreditarmos que ele está no Pai pela natureza divina, e que nós estamos nele pelo seu nascimento corporal; além disso, ele também está em nós pelo mistério dos sacramentos. Ensina-nos desta forma a perfeita unidade estabelecida por meio do único Mediador. Nós estamos unidos a Cristo, que é inseparável do Pai, e Cristo, sendo inseparável do Pai, permanece unido a nós. Deste modo, temos acesso à unidade com o Pai. Porque se Cristo está por natureza no Pai, por ter sido gerado por ele, e se nós por natureza estamos em Cristo, então de certa maneira, também nós estamos por natureza no Pai através de Cristo. 

Até que ponto esta unidade é natural em nós, o mesmo Senhor o declara: Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele (Jo 6,56). Realmente, ninguém poderá estar em Cristo, se Cristo não estiver nele; isto é, Cristo somente assume em si a carne daquele que recebe a sua.

O Senhor já havia ensinado antes o mistério desta perfeita unidade, dizendo: Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim o que me come viverá por causa de mim (Jo 6,57). Vive, portanto, pelo Pai; e do mesmo modo que vive pelo Pai, também nós vivemos pela sua carne.

Toda a comparação deve ser adaptada à inteligência de tal modo que o exemplo proposto nos ajude a compreender o mistério de que tratamos. Esta é, portanto, a causa da nossa vida: Cristo, pela sua carne, habita em nós, seres carnais, para que nós vivamos por ele como ele vive pelo Pai.


Do Tratado sobre a Trindade, de Santo Hilário, bispo
(Lib. 8,13-16: PL10,246-249)         (Séc.IV)

Lutero e a Carta aos Romanos


Acontece daqui a dois anos o quinto centenário da Reforma Protestante e desde já se observa um renovado interesse por Lutero e pelos temas desse movimento. A próxima edição da revista La Civiltà Cattolica publicará um ensaio do padre Giancarlo Pani sobre a centralidade da carta de Paulo aos Romanos no pensamento de Lutero.

Lutero ensinava a ler e comentar a Bíblia na Universidade de Wittenberg, fundada havia pouco tempo pelo príncipe da Saxônia, Frederico, o Sábio. Depois de se dedicar à explicação dos Salmos, suas palestras focaram na Carta aos Romanos com uma leitura não puramente exegética, mas existencial, encontrando nas palavras de Paulo uma resposta para as suas inquietações.

Ao estudar a obra de Paul e os respectivos comentários de Santo Agostinho, Lutero chega às questões de justificação, graça e fé, centrais na reforma protestante.

O pe. Pani escreve: "Lutero quer destacar o maior pecado no homem. Não é só a rebelião contra a lei de Deus e o apego aos bens materiais, mas o acreditar que se pode vir a ser irrepreensível com os próprios esforços: não é raro ver judeus e hereges renunciarem aos bens materiais, mas poucos sabem renunciar às virtude, bens espirituais e méritos pessoais que são um impedimento muito maior para acolher a graça de Cristo. Esta é recebida apenas na fé e pela misericórdia de Deus. A salvação não vem do esforço do homem, como acham os "iustitiarii": um termo, este, talvez inventado e certamente valorizado extraordinariamente por Lutero, para indicar os que afirmam poder ser justos com o próprio esforço espiritual. A conclusão é lapidar: a santidade é um dom de misericórdia".

Curiosamente, para Lutero, a Carta aos Romanos era uma espécie de porta para a compreensão de toda a Escritura. "O primeiro mérito de Lutero é ter destacado, ainda que por vias tortuosas, o evangelho de Paulo, o mais antigo escritor do Novo Testamento e o primeiro intérprete da mensagem cristã. Para ele, a carta abre à inteligência de toda a Bíblia, que deve ser entendida toda de Cristo". 

terça-feira, 19 de abril de 2016

Arquidiocese de São Luís lança cartaz para a festa de Corpus Christi 2016

 
A Arquidiocese de São Luís lançou nesta terça-feira, 19, o cartaz de Corpus Christi 2016. Este ano o evento que acontece dia 26 de maio, no aterro do Bacanga, traz como tema: a Eucaristia nos compromete com o direito e a justiça. O tema recupera a proposta da Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano, que trata do cuidado com a “Casa Comum”, tema da encíclica do papa Francisco que aborda, sobretudo, a Ecologia.

A festa do Corpo e Sangue de Cristo, é um evento religioso tradicional na capital maranhense, embora seja uma data móvel, o evento ocorre em todo o  mundo. Destacando o Brasil, em vários estados do nosso país, são realizadas procissões por importantes ruas das cidades, e por onde o Santíssimo Sacramento passa costuma-se confeccionar os tapetes de materiais reciclados. O tapete é preparado pelos fieis durante a noite e madrugada anterior, ou mesmo no dia da procissão.