No dia 1º de
maio, Dia de São José Operário, comemoramos o Dia do Trabalhador. São João
Paulo II, em sua encíclica sobre o trabalho humano — Laborem exercens —,
recordou com muita clareza que a Igreja é a favor da luta pela justiça. Com
efeito, pregando o respeito pelos direitos humanos, a Igreja não pode deixar de
se engajar, a seu modo, repudiando os métodos violentos, numa luta pela
justiça. Assim faz a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB –, assim
cada batizado é chamado a fazer. E é o que cada um é chamado a fazer em nome do
Evangelho de Jesus Cristo.
Para celebrar
este dia, de modo próprio, a Igreja, pela ação do Romano Pontífice Pio XII,
introduziu a Festa de São José Operário. A solenidade do Pai Adotivo de Jesus
ocorre no dia 19 de março, quando ele é focalizado como Padroeiro da Igreja e
dos Agonizantes (da Igreja, que é o Corpo de Cristo, de quem ele foi na Terra o
Pai de Criação; e dos Agonizantes, porque São José teve na hora de sua morte a
presença de Cristo e de Maria). O 1º de maio nos é apresentado o Homem do
Trabalho, pobre, que ganhou o pão de cada dia com o suor de seu rosto. O
exemplo de São José é contemplado pelo do próprio Jesus, que até os 30 anos de
idade trabalhou também como operário.
A Igreja ensina
a dignidade do trabalho humano, qualquer que ele seja. Cristo dignificou o
trabalho por seu exemplo. São Paulo nos fala, na Carta aos Tessalonicenses ,
que quem não trabalha não deve comer, enunciando assim uma obrigatoriedade do
trabalho.
Sinteticamente
podemos dizer que o pensar da Igreja acerca do trabalho consiste em que o
trabalho dignifica o homem e deve aperfeiçoá-lo e deve ser uma contribuição
para a sociedade. Quem trabalha se realiza, constrói a sociedade e presta um
serviço aos irmãos e irmãs. Existem, porém, os que exploram seus semelhantes
formando uma sociedade injusta e perversa. Além disso, existem as situações de
“trabalho escravo”, ainda hoje, que tiram toda a beleza da dignidade humana.
Portanto, ao lado de tanta beleza da importância do trabalho não podemos nos
esquecer das situações injustas. E neste tempo, especificamente em nosso país,
o grande número de desempregados, que não têm como sustentar sua família devido
à situação de crise nacional.
Toda sociedade e
nosso Brasil dependerá de se integrar à dignidade do trabalho ou não na
‘civilização do trabalho’, como dizia Alceu Amoroso Lima. Afinal, o trabalho é
a base da sociedade, pois o trabalho não é apenas uma condição de
sobrevivência, mas uma forma necessária de realização da personalidade.