“Mãe é uma só que a gente tem no mundo”. Frase
batida, não? Mas, ainda assim, profunda. Ela pertence a uma conhecida canção,
capaz de tirar lágrimas sinceras das mães homenageadas. Também, pudera,
geralmente elas desfrutam de paparicos e sinais de gratidão somente neste dia.
Conta-se que uma garotinha de 5 anos acordou
cedo e encontrou o pai fazendo o café da
manhã. Então, logo perguntou: “Por que o senhor está fazendo café?”. “Porque
hoje é o dia das mães” – respondeu o homem, todo carinhoso. Ele só não esperava
a reação de surpresada menina: “Ah, então todos os outros dias são dias dos
pais?”.
Maio, mês das mães, é propício para demonstrarmos
mais carinho às nossas mães. Sabemos, porém, que dias especiais não redimem uma
convivência difícil. É preciso que saibamos dar mais atenção e carinho a elas
no dia-a-dia. Tudo isso unido à paciência, pois não vou ser ingênuo em dizer
que todas as mães são o “máximo da perfeição”. Mas, afinal, quem nunca discutiu
ou respondeu para sua mãe? Às vezes escapa, não é?
Conta um padre que um dia, visitando uma casa,
presenciou um leve bate-boca entre uma mãe e sua filha de 25 anos. A mãe
reclamava dos gastos da filha, do namoro com o qual não concordava, da roupa
que usava, do som que escutava, etc... Já a filha reclamava que nada estava bom
para a mãe, que ela só implicava, não lhe dava liberdade, e que a vida era dela
(qualquer semelhança com alguém jovem não passa de mera coincidência). Em um
dado momento, a mãe solta a frase fatídica (quase uma chantagem emocional): “Cuidado,
filha, mãe é uma só, viu!”. E a resposta da filha veio direta e espontânea: “Graças
a Deus! Imagine se fosse duas! Ninguém merece.” Confessa o padre que começou a
rir da situação. Elas também riram e pararam a discussão boba. Depois ele ficou
pensando se não seria mais fácil a mãe dizer: “Filha, eu a amo muito, estou
preocupada com a sua vida”. Então daria alguns conselhos de mãe, a abraçaria e falaria da necessidade de ter a filha por
perto (às vezes essa é a parte em que o orgulho entra na conversa e não deixa o
coração falar). Não teria sido mais fácil a filha responder: “Mãe, eu também
amo você, quero ouvi-la e preciso ser ouvida e respeitada em algumas decisões”.
E, com calma, admitisse que exagerava nos gastos, andava preocupada com o
namoro, etc? Vale citar a carta aos Colossenses 3,20-21: “Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais, pois isto agrada ao Senhor. Pais,
não irriteis vossos filhos, para que eles não desanimem”.
“Isso, minha mãe precisa ler esse artigo” – pode alguém
dizer. Eu, porém, afirmo que ninguém é dono da verdade. No entanto, a experiência
de vida de nossas mães está, com certeza, além da nossa. Os sofrimentos também
(porque sofrem por elas e por nós). Portanto, façamos deste mês (dia) um tempo
favorável para manifestar, mais e melhor, nosso carinho por nossas mães e nossa
família (que também é única), para deixar o amor vencer o orgulho e dar lugar à
gratidão, à reconciliação, ao perdão e à paz. E que isso se estenda pelo
dia-a-dia. Deus abençoe as mães – as intercessoras no Céu e as lutadoras na
terra – e as coloque sob a proteção da Mãe de Jesus e nossa! Volto a dizer: “Mãe
é uma só! Graças a Deus!” (e esse “graças a Deus” é de gratidão e não de
alívio), mas acrescento: “Imagine se não existisse!”.
Pe. José
Fernandes de Oliveira, SCJ
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