sábado, 7 de maio de 2016

Dei-lhes a glória que tu me deste




Se o amor expulsa completamente o temor, de tal modo que o temor se transforma em amor, então compreenderemos que a salvação nos é obtida pela unidade. Pois a salvação consiste em estarmos todos unidos, na íntima adesão ao único e sumo bem, pela perfeição que está representada naquela pomba de que nos fala o Cântico dos Cânticos.

É o que parece depreender-se das seguintes palavras: Uma só é a minha pomba, uma só é a minha perfeita; é a única filha de sua mãe, a predileta daquela que lhe deu à luz (Ct 6,9).

No evangelho, a palavra do Senhor no-lo diz ainda mais claramente. Jesus abençoa seus discípulos, dá-lhes todo o poder e concede-lhes os seus bens. Nestes bens incluem-se também as santas expressões que dirige ao Pai. Mas entre todas as palavras que ele diz e as graças que concede, há uma que é a mais importante e como que a fonte e a síntese de tudo o mais. É aquela em que adverte os seus para nunca mais se separarem por divergência alguma no discernimento das atitudes a tomar; mas, pelo contrário, sejam um só coração e uma só alma, procurando acima de tudo a união com aquele único e sumo bem. Deste modo, unidos no Espírito Santo pelo vínculo da paz, como diz o Apóstolo, serão todos um só corpo e um só espírito, animado pela mesma esperança a que foram chamados.

Entretanto, será melhor referir textualmente as divinas palavras do evangelho: Que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, e para que eles estejam em nós (Jo 17,21).

O vínculo desta unidade é a glória. Nenhuma pessoa sensata poderá negar que este nome “glória” é atribuído ao Espírito Santo, se recordar as palavras do Senhor: Eu dei-lhe a glória que tu me deste (Jo 17,22). Foi esta glória que o Senhor deu aos discípulos quando lhes disse: Recebei o Espírito Santo (Jo 20,22).

Ele sempre possuiu esta glória, antes mesmo que o mundo existisse; mas recebeu-a também ao assumir a natureza humana. E uma vez que a natureza humana de Cristo foi glorificada pelo Espírito Santo, a glória do Espírito foi comunicada a todos os que participam dessa natureza, a começar pelos apóstolos.

Por esta razão diz: Eu dei-lhes a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um: eu neles e tu em mim, para que assim eles cheguem à unidade perfeita (Jo 17,22-23). Por isso, todo aquele que vai crescendo desde a infância até alcançar o estado de homem perfeito, chega àquela maturidade espiritual que somente a inteligência, iluminada pela fé, pode compreender. Então será capaz de receber a glória do Espírito Santo, através de uma vida pura, livre de toda mancha. Esta é aquela pomba perfeita a que se refere o esposo quando afirma: Uma só e a minha pomba, uma só é a minha perfeita.



Das Homilias sobre o Cântico dos Cânticos, de São Gregório de Nissa, bispo
(Hom. 15:PG44,1115-1118)                (Séc.IV)

Proteção contra o demônio


Um jovem me perguntou uma vez se o demônio pode se manifestar em objetos, ou em maldições lançadas contra uma pessoa. Compartilho com os leitores minhas reflexões a partir dessa pergunta.

A rebelião de Satanás contra Deus não se deu somente em um passado distante e durante a vida terrena de Jesus. A história da salvação não chegou ainda ao seu termo, e o juízo final sobre os demônios deve ainda ocorrer. Até o retorno de Cristo, o mundo é ainda teatro do conflito entre o Reino de Deus e o de Satanás. Por isso, às potências demoníacas permanece a possibilidade de uma atividade (atenção: uma atividade limitada e permitida) na tentação e sedução dos homens.

É preciso sempre lembrar que a vitória de Cristo é vitalmente muito mais eficaz e poderosa na defesa e proteção da Igreja. Na rebelião contra Deus, o influxo de Satanás sobre o homem nunca se iguala ao de Deus: somente Deus pode agir no íntimo da pessoa, a partir do seu interior. Por ser criatura, Satanás pode influenciar o homem somente por meio da instrução, da persuasão e da excitação, a partir de fora, das paixões e dos afetos do homem.

Há também casos da ação demoníaca por possessão. Em senso estrito, possessão é a tomada de posse do corpo por parte de Satanás. Desconhecemos a extensão total dos poderes do demônio sobre o universo criado, no qual se inclui a humanidade. Sabemos que, tanto na Bíblia quanto na História, há casos em que o diabo penetra no corpo de uma pessoa e controla as suas atividades físicas (palavra, movimentos e ações). Mas o diabo não pode controlar a alma; a sua liberdade permanece inalterada e nem todos os demônios do inferno juntos têm o poder ou a permissão de forçá-la. Em princípio, não devemos menosprezar a influência do demônio e julgá-la insignificante; nem devemos julgar que todos os transtornos de personalidade (histeria, doença psíquica, distúrbios mentais, desvios) sejam possessão demoníaca. O remédio sacramental contra a possessão é o exorcismo. 

Santa Flávia


Domitila Flávia era sobrinha de Flávio Clemente, que era então um dos cônsules de Roma. Nesta época, os cristão que não adoravam os deuses romanos eram considerados ateus. O imperador Domiciano emplacou umas séria perseguição aos cristãos. Flávia Domitila teria sido convertida ao cristianismo por dois eunucos. Enquanto ela se preparava para o casamento com o filho de um cônsul, Nereu e Aquiles lhe falaram sobre Cristo e a beleza da virgindade. Ela teria abandonado o casamento e se convertido imediatamente. Juntamente com numerosas pessoas, Flávia foi deportada para a ilha de Ponza, por ter confessado a Cristo. No atas do martírio da nobre dama romana, vemos a força penetrante do Evangelho na sociedade romana, conquistando adeptos até mesmo entre a família imperial. Sua morte aconteceu de forma lenta, cruel e dolorosa, numa ilha abandonada, sem as menores condições de sobrevivência, conforme escreveu sobre ela São Jerônimo. 


Deus, nosso Pai, Santa Flávia foi reduzida ao silêncio, porque confessou publicamente o vosso Nome. Velai, Senhor, por aqueles que, lutando pela justiça, foram reduzidos ao silêncio, exilados ou assassinados. Olhai por todos os silenciados da América Latina, especialmente pelas mulheres sofridas do nosso continente. Dai-nos denunciar as injustiças e lutar sempre pela verdade. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Todas as Gerações me Proclamarão Bem-Aventurada




A devoção a Nossa Senhora em todo o mundo é algo que ultrapassa o entendimento humano; é algo sobrenatural; não há país ou cidade onde não haja igrejas, praças, imagens, etc., a ela dedicadas. Os títulos de louvor e glória que Nossa Senhora recebe em todo o mundo são incontáveis; livros e livros já foram escritos sobre seus títulos, suas aparições, suas graças, seus milagres… Seus santuários se espalham pelo mundo todo: Lourdes, Fátima, Aparecida, Guadalupe… A Igreja encorajou e regulou essa devoção universal à Virgem Maria, mas jamais pode tê-la inventado ou criado. Nos momentos mais críticos da história, sobretudo quando a Igreja era mais ameaçada, os Papas orientaram os fiéis a recorrerem confiantes à proteção de Nossa Senhora e rezar o Rosário. É um sentimento universal que atravessou vinte séculos e chegou até nós mais forte do que nunca. Esse sentimento não teve uma origem humana, se assim fosse não teria tanta força e duração; foi o Espírito Santo quem difundiu nos corações dos cristãos.

A Letônia e a Semana de Oração pela Unidade Cristã 2016

 
Para nos ajudar a orar, todos os anos o CMI convida um país para conduzir as meditações de toda oikouméne, conferindo à SOUC um caráter plural e multiétnico. Em 2016, nos unimos aos/às Irmãos/ãs da Letônia, uma nação com pouco mais de dois milhões de habitantes, localizada no Leste Europeu e com uma rica história de diversidade cultural e lutas por afirmação da identidade e dos direitos de seu povo. A preparação do texto se deu por uma comissão composta, majoritariamente, por católicos, luteranos, ortodoxos e batistas, reunidos em Riga, capital da Letônia.

O mais antigo batistério da Letônia remonta a São Meinhard (século XII) e hoje se situa bem no centro da catedral luterana de Riga, a capital do país. O local do batistério fala com eloquência do vínculo entre batismo e pregação, assim como do chamado a proclamar os altos feitos do Senhor, dirigidos a todos os batizados. Este chamado constitui o tema da SOUC 2016. Ele foi inspirado em dois versículos da primeira Carta de São Pedro, escolhidos, meditados e partilhados por membros de diversas Igrejas e organizações ecumênicas da Letônia.

CONHECENDO A LETÔNIA

A Letônia é como uma “ponte” entre as tradições católicas, protestantes e ortodoxas. Com mais frequência, e num número crescente de lugares, os/as cristãos/as de diferentes tradições se encontram para rezar juntos e para dar um testemunho conjunto. Esse “ecumenismo vivo” provém de experiências de cantos e orações em comum dos/ãs cristãos/ãs daquele país, que encontraram o caminho da unidade no processo de independência e redemocratização da nação, nos anos 1990.

O material para a SOUC deste ano reflete a diversidade religiosa daquele povo e seus inúmeros esforços no caminho para unidade, nos quais também está implicado o empenho pela paz e pela justiça na sociedade.

Neste sentido, a Letônia nos anima para que a Semana de Oração pela Unidade Cristã fortaleça a prece pela unidade e que ela encontre ressonância e ecoe na vida de todas as pessoas, especialmente daqueles/as que tocam o âmago da misericórdia de Deus, os/as pobres. Há muitos Irmãos/ãs nossos/as que sofrem diretamente a contradição das divisões provocadas e mantidas por uma sociedade desigual, excludente e em crescente intolerância religiosa. Que nossa oração comum seja um testemunho vivo de que o diálogo e o amor fraterno são os caminhos para a paz!

“Junto à cruz de Jesus, estava sua mãe”(Jo 19,25)


Estimados Diocesanos! Neste domingo a mãe Igreja nos convida a celebrarmos a Solenidade da Ascensão do Senhor, isto é, o retorno de Jesus ao Pai. As separações, especialmente quando quem parte é uma pessoa amada, podem ser muito difíceis. A vontade de permanecer junto da pessoa amada faz a distância ser portadora de saudades e sofrimentos que afligem o coração de quem ama.

Neste domingo, gostaria de lembrar com carinho e afeto todas as mães, tendo presente a mãe de Jesus, “o Ressuscitado”. Mulher simples, mãe corajosa, que esteve junto à cruz acompanhando a agonia e a morte do Filho na cruz. Não disse uma palavra, mas a sua presença falava e testemunhava o amor que sentia por seu Filho. A figura de Maria me faz lembrar tantas mães do nosso tempo que veem e acompanham de perto as alegrias, os sofrimentos e os sucessos dos filhos.

Mães simples de mãos calejadas e deformadas pelo duro trabalho cotidiano, que pouco frequentaram a escola, mas formaram filhos doutores, engenheiros, advogados e professores. Penso que a maioria nunca visitou a universidade onde os filhos estudaram, mas creio que com amor e por amor estiveram sempre presentes na vida dos filhos. 

"Se Deus chorou, também eu posso chorar", diz Papa em Vigília




Reflexão do Papa Francisco  
Vigília “para enxugar as lágrimas”
5 de maio de 2016

Na sequência dos testemunhos comoventes que escutamos e à luz da Palavra do Senhor que clarifica a nossa situação de sofrimento, comecemos por invocar a presença do Espírito Santo, para que venha entre nós. Seja Ele a iluminar a nossa mente, a encontrar as palavras certas e capazes de proporcionar conforto; seja Ele a abrir o nosso coração, para ter a certeza da presença de Deus que não nos abandona na provação. O Senhor Jesus prometeu aos seus discípulos que nunca os deixaria sozinhos: em cada situação da vida, estaria junto deles com o envio do Espírito Consolador (cf. Jo 14,26) que havia de os ajudar, sustentar e confortar.

Nos momentos de tristeza, na tribulação da doença, na angústia da perseguição e na desolação do luto, cada um de nós procura uma palavra de consolação. Temos intensa necessidade de alguém que esteja ao nosso lado e sinta compaixão por nós. Experimentamos o que significa estar desorientados, confusos, feridos profundamente como nunca tínhamos pensado acontecer-nos. Incertos, olhamos em redor para ver se encontramos alguém que possa realmente compreender a nossa dor. A mente enche-se de interrogações, mas as respostas não chegam. A razão, sozinha, não é capaz de iluminar o nosso íntimo, compreender a dor que sentimos e dar a resposta que esperamos. Nestes momentos, temos mais necessidade das razões do coração, as únicas capazes de nos fazerem entender o mistério que envolve a nossa solidão.

Quanta tristeza nos acontece vislumbrar em tantos rostos que encontramos! Quantas lágrimas são derramadas,em cada instante, no mundo; uma diferente da outra; e, juntas, formam como que um oceano de desolação, que invoca piedade, compaixão, consolação. As mais amargas são as lágrimas causadas pela maldade humana: as lágrimas de quem viu arrancar-lhe violentamente uma pessoa querida; lágrimas de avós, de mães e pais, de crianças… Há olhos que muitas vezes param fixos no pôr-do-sol e têm dificuldade em ver a alvorada dum dia novo. Precisamos de misericórdia, da consolação que vem do Senhor. Todos nós precisamos dela; é a nossa pobreza, mas também a nossa grandeza: invocar a consolação de Deus, que, com a sua ternura,vem enxugar as lágrimas do nosso rosto (cf.Is 25,8; Ap 7,17; 21,4).

Nesta nossa dor, não estamos sozinhos. Também Jesus sabe o que significa chorar pela perda duma pessoa amada. Uma das páginas mais comoventes do Evangelho é esta: quando Jesus vê Maria a chorar pela morte do irmão Lázaro, também Ele não conseguiu conter as lágrimas. Emocionou-se profundamente e desatou a chorar (cf. Jo 11,33-35). Com esta descrição, o evangelista João quer mostrar como Jesus toma parte na tristeza dos seus amigos e Se solidariza com o seu desconforto. As lágrimas de Jesus embaralharam muitos teólogos ao longo dos séculos, mas sobretudo lavaram tantas almas, aliviaram tantas feridas! Também Jesus experimentou, em Si mesmo, o medo do sofrimento e da morte, a decepção e o desconforto pela traição de Judas e de Pedro, a dor pela morte do amigo Lázaro. Jesus «não abandona aqueles que ama» (Agostinho, Inevangelium Johannis 49,5). Se Deus chorou, também eu posso chorar, ciente de que sou compreendido. O pranto de Jesus é o antídoto contra a indiferença face ao sofrimento dos meus irmãos. Aquele pranto ensina-me a assumir a dor dos outros, a tornar-me participante do incômodo e do sofrimento de quantos vivem nas situações mais dolorosas. Mexe comigo para me fazer perceber a tristeza e o desespero de quantos viram até roubar-lhes o corpo dos seus entes queridos, e já não têm sequer um lugar onde possam encontrar consolação. O pranto de Jesus não pode ficar sem resposta por parte de quem acredita n’Ele. Como Ele consola, assim somos chamados nós a consolar.

As duas vidas


A Igreja conhece duas vidas, que lhe foram anunciadas por Deus; uma é vivida na fé; a outra, na visão. Uma, no tempo da caminhada; outra, na mansão eterna. Uma, no trabalho; outra, no descanso. Uma no exílio; outra, na pátria. Uma, no esforço da atividade; outra, no prêmio da contem­plação.

A primeira é representada pelo apóstolo Pedro; a segun­da, pelo apóstolo João. A primeira desenvolve-se completa­mente sobre a terra até que o mundo acabe, e então encon­trará o fim; a outra prolonga-se para além do fim dos tempos, e nunca acabará no mundo que há de vir. Por isso foi dito a Pedro: Segue-me (Jo 21,19); mas a João diz-se: Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, o que te importa isso? Tu, segue-me!(Jo 21,22).

"Segue-me tu, imitando minha paciência em suportar os males temporais. E ele permaneça até que eu venha, para conceder os bens eternos". Ou ainda mais claramente: "Siga-me a atividade que, a exemplo de minha paixão, já terminou. Mas a contemplação, que apenas começou, per­maneça assim até que eu venha para levá-la à perfeição".

Portanto, quem segue a Cristo, acompanha-o na santa plenitude da paciência, até à morte. Permanece até a vinda de Cristo, para lhe manifestar a plenitude da ciência. Agora suportam-se os males deste mundo, na terra dos mortais. Depois, contemplaremos os bens do Senhor, na terra dos vivos.

As palavras de Cristo: Quero que ele permaneça até que eu venha, não devem ser interpretadas como se quisesse dizer: "permanece até o fim" ou "fica assim para sempre", mas "permanece na esperança"; pois o que João representa não atinge agora a sua plenitude, mas apenas quando Cristo vier. Pelo contrário, o que Pedro representa, a quem o Senhor disse: Segue-me, deve cumprir-se agora, para podermos alcançar o que esperamos.

Contudo, ninguém ouse separar estes dois insignes apóstolos. Ambos se encontravam na situação representada por Pedro e ambos haviam de se encontrar na situação representada por João. No plano do símbolo, Pedro seguiu e João ficava; mas no plano da fé, ambos suportavam os males da vida presente, ambos esperavam os bens da felici­dade futura.

O que sucedeu com eles, sucede com toda a santa Igreja, esposa de Cristo: também ela lutará no meio das tentações do mundo para alcançar a felicidade futura. Pedro e João representavam as duas vidas, cada um simbolizando uma delas; mas ambos viveram esta vida temporal, animados pela fé, e agora já se alegram eternamente na outra vida, pela contemplação.

Pedro, o primeiro apóstolo, recebeu as chaves do reino dos céus, com o poder de ligar e desligar os pecados, para que fosse timoneiro de todos os santos, unidos inseparavelmente ao corpo de Cristo, em meio às tempestades desta vida. E João, o evangelista, reclinou a cabeça sobre o peito de Cristo, para exemplo dos mesmos santos, a fim de lhes indicar o porto seguro daquela vida divinamente tranquila e feliz.

Todavia, não é somente Pedro, mas a Igreja universal, que liga e desliga os pecados. E não é só João que bebe da fonte do coração do Senhor, para ensinar com sua pregação que, no princípio, a Palavra era Deus junto de Deus, e outros ensinamentos profundos a respeito da divindade de Cristo, da Trindade e da Unidade de Deus. No reino dos céus, estas verdades serão por nós contempladas face a face, mas na terra nos limitamos a vê-las como num espelho e obscuramente, até que o Senhor venha. Não foi só ele que descobriu estes tesouros do coração de Cristo, mas a todos foi aberta pelo mesmo Senhor a fonte do evangelho, a fim de que por toda a face da terra todos bebessem dele, cada um segundo sua capacidade.


Dos Tratados sobre o Evangelho de João, de Santo Agosti­nho, bispo
(Tract. 124, 5.7: CCL 36, 685-687)         (Séc. V)