O que foi inicialmente anunciado pela imprensa local como uma missa pela
falecida esposa do ex-presidente Lula no sábado, 07, resultou em um ato
religioso ecumênico repleto de discursos partidários que suscitou o lamento do
Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, quem condenou a
instrumentalização política do momento de oração.
A Arquidiocese de São
Paulo lançou na sua conta de Facebook no domingo, 08, um post contendo um
esclarecimento aos fiéis nos seguintes termos:
“Sobre o ato religioso realizado ontem na frente
do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a assessoria de imprensa da Arquidiocese
de São Paulo esclarece que:
1. Não se tratou de Missa, mas de um ato
ecumênico;
2. Foi iniciativa pessoal de quem promoveu o ato;
3. Não houve participação da CNBB nem da
arquidiocese de São Paulo;
4. O ato aconteceu fora da jurisdição e
responsabilidade do arcebispo e da arquidiocese de São Paulo;
O arcebispo de São Paulo lamenta a
instrumentalização política do ato religioso”.
A cerimônia foi
presidida pelo Bispo Emérito de Blumenau, Dom Angélico Sandalo Bernardino, de
85 anos, um amigo de décadas do ex-presidente e que desde o início de seu
episcopado deu apoio a Lula e ao Partido dos Trabalhadores. Segundo o próprio
Dom Angélico o ato ia ser uma missa, mas depois de refletirem junto aos
organizadores, decidiu-se fazer uma celebração da Palavra sem a celebração da Eucaristia.
Dom Angélico, e demais
sacerdotes presentes estavam paramentados de alva e estola. Entretanto,
manifestações políticas por parte dos celebrantes de dos participantes, levaram
à indignação de católicos nas redes sociais pelo evidente desrespeito às normas
litúrgicas aprovadas pela CNBB para a Celebração da Palavra sem a celebração da
Eucaristia.