MENSAGEM
DA CNBB
AOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS
1º DE MAIO DE 2018
“O clamor dos trabalhadores chegou aos ouvidos do Senhor todo-poderoso” (Tg 5,4)
1º DE MAIO DE 2018
“O clamor dos trabalhadores chegou aos ouvidos do Senhor todo-poderoso” (Tg 5,4)
A Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil -CNBB, fiel à sua missão profética, iluminada
pela Palavra de Deus e pela Doutrina Social da Igreja, saúda os trabalhadores e
trabalhadoras do Brasil que celebram o seu dia neste 1º de Maio. “Convencida de
que o trabalho constitui uma dimensão fundamental da existência do ser humano
sobre a terra” (Laborem Exercens, 4), a Igreja coloca-se ao lado dos
trabalhadores e trabalhadoras em sua luta por justiça e dignidade, sobretudo,
neste momento de prolongada crise vivida pelo Brasil.
O trabalho não
é mercadoria, mas um modo de expressão direta da pessoa humana (cf. Mater et
Magistra, 18) que, por meio dele, “deve procurar o pão quotidiano e contribuir
para o progresso contínuo das ciências e da técnica, e sobretudo para a
incessante elevação cultural e moral da sociedade, na qual vive em comunidade
com os próprios irmãos” (Laborem Exercens, Intr.).
Além disso,
recorda-nos o Papa Francisco, o trabalho humano é participação na criação que
continua todos os dias, inclusive, graças às mãos, à mente e ao coração dos
trabalhadores: “Na terra, há poucas alegrias maiores do que as que sentimos ao
trabalhar, assim como há poucas dores maiores do que as do trabalho, quando ele
explora, esmaga, humilha e mata” (Gênova, 2017). Com tão grande dignidade, o
trabalho humano não pode ser governado por uma economia voltada exclusivamente
para o lucro, sacrificando a vida e os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
Ao Estado
compete cuidar para que as relações de trabalho se deem na justiça e na
equidade (cf. Mater et Magistra, 21). A solução para a crise, que abate o País,
não pode provocar a perda de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Nos
projetos políticos e reformas, o bem comum, especialmente dos mais pobres, e a
soberania nacional devem estar acima dos interesses particulares, políticos ou
econômicos.