segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Só venceremos o coronavírus com os olhos da Fé e o coração da caridade, afirmam Bispos Filipinos



Numa carta pastoral, difundida em 12 de agosto na página web do Episcopado, os bispos filipinos exortaram os fiéis a responder à pandemia do coronavírus “com os olhos da fé, o coração da caridade e o cinto da verdade”.

A Carta Pastoral foi assinada pelo arcebispo de Lingayen-Dagupan e responsável pela Comissão para os Seminários, dom Sócrates Villegas, e pelo bispo de San José e presidente da Comissão de Catequese e Educação Católica, dom Roberto Mallari.

Deploramos a marginalização dos valores religiosos em nossos programas de combate a esta pandemia

Os prelados apelam às comunidades dos fiéis, para que neste tempo de pandemia, quando a população tem sofrido, entre outras coisas, em isolamento, com medo de doenças e morte, perda de emprego e liberdades fundamentais e com o colapso da economia, elas sejam capazes de discernir a verdade e tomar decisões apropriadas com base nesta verdade:

“Precisamos de clareza de propósito e certeza de direção de nossos líderes neste caminho tortuoso.

Deploramos a marginalização dos valores religiosos em nossos programas de combate a esta pandemia. O programa Covid-19 deve ser radicado na ética, uma ética centralizada nas pessoas”, diz a Carta Pastoral.

A verdade libertará de medos e ansiedades desnecessárias

Os bispos apelam para que os círculos de estudo dentro das comunidades religiosas sejam críticos e perspicazes diante das falsas histórias da mídia e de muitas políticas públicas não científicas e irracionais, convidando os institutos e universidades católicas, e seus departamentos de pesquisa, a fazer de modo que os estudos científicos sobre a Covid-19 sejam amplamente compartilhados, usando a razão, a ciência e os ensinamentos sociais católicos.

“Eles darão a nossos compatriotas, acesso à verdade que os libertará de medos infundados e ansiedades desnecessárias”, afirmam os bispos na carta pastoral. 

Paraguai: Igreja divulga logo e lema do Ano da Eucaristia 2021

O lema escolhido para o Ano da Eucaristia no Paraguai foi “O reconheceram ao partir o pão” (Cf Lc 24, 30-31).


O Conselho Permanente da Conferência Episcopal do Paraguai (CEP) aprovou o programa, o tema e o logotipo do Ano da Eucaristia, que será celebrado no país em 2021. A notícia foi divulgada por Dom Amancio Benítez, secretário geral da CEP.

Logotipo e lema do Ano da Eucaristia

O logotipo do Ano da Eucaristia leva como título “Ano da Eucaristia 2021”. A imagem principal do mesmo se centra nos discípulos de Emaús que com alegria reconhecem ao Senhor e o pão eucarístico que é compartilhado. Ao fundo se observam os raios do sol, sinal de revelação, pois, “lhes abriram os olhos”, e também se inclui a representação de Cristo, Pão da Vida em sua Palavra e na Eucaristia.

Outros elementos gráficos que se relacionam com as celebrações comunitárias da Palavra, além do cálice e da patena, sinais da Liturgia Eucarística, podem ser vistos na arte. O lema escolhido para o Ano da Eucaristia no Paraguai foi “O reconheceram ao partir o pão” (Cf Lc 24, 30-31). 

CRB promove pela primeira vez Semana Nacional da Vida Consagrada em agosto



Pela primeira vez, dentro do Mês Vocacional, a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) realiza uma semana, dedicada à vida religiosa, a Semana Nacional da Vida Consagrada, com o tema “Amados e Chamados por Deus”, o mesmo dedicado ao mês vocacional.

Segundo a presidente da CRB, irmã Maria Inês, a iniciativa foi pensada não somente para celebrar no terceiro domingo de agosto, o dia do/a religioso/a, como também destinar toda a terceira semana para celebração, formação e divulgação da vocação à vida consagrada.

A Semana da Vida Consagrada ocorre de 16 a 22 de agosto, e em seu decorrer, a CRB preparou quatro momentos à nível nacional, “isto porque também as 20 seções regionais estarão fazendo cada uma a sua programação”, explica irmã Maria Inês.

O primeiro momento foi a missa de abertura no dia 16, domingo, que foi celebrada na Catedral Metropolitana de Brasília, e teve a participação de um número restrito de religiosos por causa do tempo de pandemia vivido. Por conta disso, a missa também será transmitida nas redes sociais da CRB (Facebook e Youtube).

No dia 17, segunda, ocorreu a  live com o tema “A relevância da vida consagrada nos tempos atuais”. Para este momento participarão o cardeal prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, dom João Braz de Aviz; o bispo referencial para a vocação cristã, dom João Inácio Muller e a presidente da CRB, irmã Maria Inês Ribeiro.

No dia 19, quarta-feira, das 20h às 21h30, haverá uma análise de conjuntura  com  o  tema “Diálogos Formativos: o  Chamado de Deus  diante  das Circunstâncias atuais”, que contará com a assessoria do Moisés Sbardelotto, doutor em Comunicação.

E no dia 21,  sexta-feira, das 20h às 21h30, haverá mais um  momento formativo  com  o frei Vanildo Luís  Zugno, com o tema “Diálogos Formativos: Os Conselhos Evangélicos à luz do Sínodo  da Amazônia”.

Todas as lives poderão ser acompanhadas no Facebook e Youtube da CRB. 

Na Semana Nacional da Vida Consagrada, Papa Francisco envia carta aos religiosos do Brasil



CARTA DO PAPA FRANCISCO AOS CONSAGRADOS E CONSAGRADAS DO BRASIL

Queridos consagrados e consagradas do Brasil,

É com grande alegria que me uno em espírito às orações e iniciativas promovidas pela Conferência dos Religiosos do Brasil por ocasião da Semana da Vida Religiosa Consagrada entre os dias 16 e 22 de agosto que visa promover e renovar a missão de cada um de vocês na terra de Santa Cruz. Neste sentido, convém recordar que a caminhada vocacional tem sua origem na experiência de saber-se amado por Deus: a própria vida já é fruto de uma chamada de Deus; nos chamou à vida porque nos ama e tudo predispôs para que cada um de nós fosse único acompanhando-nos ao longo das estradas poeirentas da nossa vida e, sabendo da nossa pungente nostalgia de amor e felicidade, chama-nos à alegria, que se encontra somente no dom de si aos outros (cf. Mensagem para o 55º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, 22/2/2018).

Por outro lado, diante dos desafios impostos pela sociedade atual, que vive numa mudança de época, é preciso estar vigilantes, a fim de se evitar a tentação de ter um olhar mundano, que nos impede ver a graça de Deus como protagonista da vida e nos leva a sair à procura de qualquer substituto (cf. Homilia no 24º Dia Mundial da Vida Consagrada, 1/2/2020). O melhor antídoto contra a tentação é dar prioridade à oração em meio a todas as nossas atividades, certos de que a pessoa que mantém o olhar fixo em Jesus aprende a viver para servir, pois experimenta aquilo que disse o profeta Isaías: “És precioso a meus olhos… Eu te amo” (43,4). 

Por que não viver?



Desde o momento que soube do assassinato da bebê de mais de 5 meses, de São Mateus (ES), com uma injeção de potássio na cavidade cardíaca da criança, em Recife (PE), cuja mãe é uma menina de dez anos, fiquei pensando, como explicar esse crime hediondo.

Por que não foi permitido esse bebê viver? Que erro ele cometeu? Qual foi seu crime? Por que uma condenação tão rápida, sem um processo justo e fora da legalidade? Por que o desprezo a tantas outras possibilidades de possíveis soluções em prol da vida? Foram muitos os envolvidos, mas o silêncio e omissão dos órgãos institucionais que têm a prerrogativa de defender a vida, se entregaram às manobras de quem defende a morte de inocentes. Por quê?

É uma história que precisa ser esclarecida. É um processo que precisa ser desvendado. Duas crianças que poderiam viver… teve laudo técnico a favor da vida, teve suporte profissional a favor da vida, teve hospital disposto a cuidar até o fim da gestação, tiveram todas as condições de salvar as duas vidas, mas, de repente, uma transferência, de um Estado para o outro, e toda uma mobilização para que o aborto fosse realizado. Nas mãos de quem ficou a tutela dessa menina, quem decidiu tudo por ela?

Por que a obsessão de apresentar uma única saída? Por que burlar as leis para alcançar esse objetivo de usar de uma criança para um intento assassino?

Difícil raciocinar o que aconteceu, como aconteceu e porque terminou assim!

Ministério Público do Espírito Santo, Conselho Tutelar, Secretários Municipais da Saúde de Vitória e Recife e Secretários Estaduais da Saúde do Espírito Santo e de Pernambuco têm muitas explicações a dar à sociedade brasileira. Por que foi rejeitado um laudo técnico de profissionais e o suporte dos mesmos, obrigando o hospital a dar alta e subitamente transferir a menina-mãe para um hospital em outro Estado? Há claramente um abuso de poder que merece ser investigado.

Mas, de tudo isto, ainda resta a pergunta: por que o bebê não pôde viver? Por que foi sentenciado à morte, mesmo sendo inocente, e tendo todas as condições para vir à vida com os devidos cuidados e com o apoio técnico profissional à disposição? Por que optaram pela morte e não pela vida, desrespeitando a lei, pois se tratava de um bebê de 22 semanas?

Se não somos capazes nem de defender a nossa própria espécie, que tipo de humano estamos nos tornando? Estamos negando nossa própria humanidade. A violência do estupro e do abuso sexual é infame e horrenda, mas a violência do aborto provocado em um ser inocente e sem defesa é tão terrível quanto. Ambos são crimes. Apontam como sinais da degradação moral e da decadência dos costumes, ferindo os valores mais sublimes como o respeito à dignidade do ser humano e a sacralidade do valor da vida! 

Nota do Arcebispo dom Fernando Saburido a respeito do aborto praticado no Recife



NOTA DO ARCEBISPO DOM FERNANDO SABURIDO A RESPEITO DO ABORTO PRATICADO NO RECIFE

“…Apresentei diante de vós a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe, pois, a vida… ( Dt 30, 19)

Nesta segunda-feira, 17 de agosto, o evangelho de Mateus, capítulo 19, nos apresenta Jesus sendo questionado sobre o que se deve fazer de bom para possuir a vida eterna. Sua resposta é clara: “Observa os mandamentos”, e destaca entre eles: “Não matarás”.

O lamentável caso da criança de São Mateus, município situado a 215 km de Vitória do Espírito Santo, encaminhada pela justiça capixaba para o Centro Integrado de Saúde Amauri de Medeiros – CISAM, no Recife, terminou com a morte da menina de 5 meses. Tudo realizado às pressas, em dia de domingo com dificuldade de articulação, além das informações desencontradas. Conclusão: o mandamento destacado por Jesus, no texto acima, foi mais uma vez desrespeitado.

Como Arcebispo de Olinda e Recife, não posso calar diante desse fato. Se grave foi a violência do tio que vinha abusando de uma criança indefesa, culminando com violento estupro, gravíssimo foi o aborto realizado em Recife, quando todo o esforço deveria ser voltado para a defesa das duas crianças, mãe e filha. Infelizmente, Recife está criando fama de “capital do aborto” e precisamos “combater o bom combate” para mudar essa triste fama. 

Menina de 10 anos é submetida a um aborto no Brasil



Uma menina de 10 anos, que engravidou após ser estuprada pelo próprio tio, foi submetida ao procedimento de aborto de sua filha, que já estava na 22ª semana de gestação; o caso gerou a o rechaço de bispos e de grupos pró-vida no Brasil.

A gravidez da menina, do município de São Mateus (ES), foi descoberta no início de agosto, após ser levada ao hospital com dores abdominais. Exame constatou a gravidez e a criança revelou que era estuprada pelo tio desde os 6 anos.

Na sexta-feira, 14 de agosto, a Justiçado Espírito Santo, por meio da Vara da Infância e da Juventude de São Mateus, autorizou o aborto. A decisão foi do juiz Antônio Moreira Fernandes, atendendo a um pedido do Ministério Público do Espírito Santo.

No Hospital das Clínicas, em Vitória (ES), onde a menina ficou internada no sábado, a equipe médica se recusou a praticar o aborto afirmando que “a idade gestacional não estava amparada na legislação”.

Entretanto, a criança foi levada para o Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiro (CISAM-UPE), no Recife (PE), onde o aborto foi finalmente praticado.

Em entrevista ao ‘Bom Dia Espírito Santo’, da TV Gazeta, o médico Olímpio Barbosa de Moraes Filho, gestor do Cisam, contou que no domingo “foi induzido o óbito fetal, por meio de medicamento” e que hoje “deve estar sendo expulso o feto” e “deve ser realizada a curetagem”.

O médico ainda informou que a equipe do Cisam “é treinada” e tem “experiência”, pois este “é um serviço de referência aqui desde 1996”.

Além disso, declarou que “a lei garante” a prática do aborto neste caso, pois, segundo ele, “no caso de estupro, a norma técnica é até 22 semanas, mas não é proibitivo acima de 22 semanas”.

Ainda no domingo, várias grupos em defesa da vida foram para frente do Cisam a fim de interceder e lutar pela defesa da vida da mãe e do bebê.

Por sua vez, o coordenador do Movimento Legislação e Vida, Prof. Hermes Rodrigues Nery, expressou, por meio de suas redes sociais o sentimento de muitos brasileiros que entendem o valor da vida: “realmente muito triste tudo isso”.

“Terrível o assassinato de um bebê de cinco meses, injetando a substância letal de cloreto de potássio em seu coração”.

“Mais triste ainda a tibieza de muitos que tem hoje poder de decisão e que poderiam ter agido com mais ênfase para ter evitado essa tragédia”, assinalou o acadêmico.

Prof. Nery indicou ainda que “esse caso poderá ser ainda manipulado para o STF voltar a colocar em discussão a ADPF 442”, isto é, a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 442/2017, apresentada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que propõe a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação.

“É lamentável que muitos que têm hoje poder de decisão tenham feito pouco do que poderiam. Até quando novas vítimas continuarão sofrendo esse horror? Realmente muito triste isso. Cada vez mais os indefesos e fragilizados da sociedade estão sem amparo”, completou. 

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Palavra de Vida: “Quem poderá separar-nos do amor de Cristo?” (Rm 8,35)



A carta que o apóstolo Paulo escreveu aos cristãos de Roma é um texto extraordinariamente rico de conteúdo. De facto, Paulo revela aqui a força do Evangelho na vida das pessoas que o acolhem, a revolução que este anúncio traz: o amor de Deus liberta-nos!

Paulo fez esta experiência e quer testemunhá-la, com as palavras e com o exemplo. A sua fidelidade ao chamamento de Deus vai levá-lo precisamente a Roma, onde terá a ocasião de dar a vida pelo Senhor.

“Quem poderá separar-nos do amor de Cristo?”

Pouco antes, Paulo tinha afirmado: «Deus está por nós». (1) Para ele, o amor de Deus por nós é o amor do Esposo fiel, que nunca abandonará a sua esposa, a quem se ligou livremente com um vínculo indissolúvel, à custa do seu próprio sangue.

Portanto, Deus não é um juiz, pelo contrário, é Aquele que assume a nossa defesa.

Por isso, nada nos poderá separar de Deus, porque nos encontrámos com Jesus, o seu Filho amado.

Nenhuma dificuldade, grande ou pequena, que possamos encontrar, em nós e fora de nós, é um obstáculo intransponível para o amor de Deus. Pelo contrário, diz Paulo, é precisamente nestas situações que todo aquele que confia em Deus e a Ele se entrega sai “super-vencedor” .(2)

Neste nosso tempo de super-heróis e super-homens, que têm a pretensão de querer vencer tudo com a arrogância e o poder, a proposta do Evangelho é a mansidão construtiva e a abertura às razões dos outros.