terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Homilética: 4º Domingo Comum - Ano C: “Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria” (Lc. 4,24).


No Evangelho (Lc 4,21-30) encontramos Jesus na Sinagoga, onde Jesus disse: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabais de ouvir. Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíram as sua boca” (Lc 4,22). Mas, os nazarenos logo se deixaram envolver em considerações demasiadamente humanas: E diziam: “Não é este o filho de José? E se era realmente o Messias, porque não fazia ali os mesmos milagres que tinha feito em outros lugares? Não tinham igual direito os seus conterrâneos?

Pressentindo os seus protestos, Jesus responde: “Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria” (Lc. 4,24). Mas, nem por isso muda de atitude. Pelo contrário procura demonstrar-lhes que o homem não pode ditar leis a Deus e que Deus tem a liberdade de distribuir os seus dons a quem quer.

“Nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra”. E por quê? Eu acho que não se pode responder a essa pergunta se antes não se sabe o que é um profeta. Como você imagina o imagina? Às vezes se pensa que o profeta é um ser absorto em contemplação, um tanto distraído, num estado de exaltação mística que o faz praticamente alienado da terra; outras vezes, como um sujeito estranho, com umas roupas estragadas, barbas sem fazer, uma pessoa que vive denunciando e gritando contra tudo aquilo que é oposto à causa de Deus; a terceira imagem que me vem à mente é a de um homem que parece que tem uma bola de cristal para adivinhar o futuro, profeta acaba sendo alguém que sabe o futuro. Pura imaginação! Eu nunca vi nenhuma dessas três imagens na vida real, contudo conheço vários profetas: cada cristão, pelo batismo, é sacerdote, profeta e rei!

Tal é a sorte que o mundo guarda para aqueles que, como Cristo têm por missão o anúncio da verdade. Confirma-o o episódio bíblico da Vocação de Jeremias  (cf. Jr 1,4-5. 17-19). Deus tinha escolhido Jeremias como profeta, antes de nascer, mas, ao tomar conhecimento, por revelação divina, quando jovem, desta eleição, treme e, pressentindo futuras contrariedades, quer recusar. Mas Deus anima-o: “Não temas porque estarei contigo para te livrar” (Jr 1,8). O homem escolhido por Deus, para ser porta-voz da Sua palavra, pode contar com a graça de Deus que se lhe antecipa e o acompanhará em todas as situações. Não lhe faltarão contrariedades, perigos e riscos, tal como não faltaram aos profetas e ao próprio Jesus. Apesar disso, Deus também o anima, tal como aconteceu a Jeremias: “eles farão guerra contra ti, mas não te vencerão, porque eu estou contigo para defender-te” (Jr 1,19).

O profeta é uma pessoa que foi introduzida no Mistério de Cristo através do Batismo, que “viu” – com os olhos da fé – o Pai e o Filho e o Espírito Santo, e entendeu o plano de Deus para a humanidade e para cada ser humano. Depois dessa proximidade com Deus, o cristão-profeta se dedica a anunciá-lo convencido de que seguir o desígnio de Deus é o que realmente realiza o ser humano em quanto tal. Essa visão sobrenatural do profeta pode produzir, e de fato produz, verdadeiros choques na cultura atual cuja visão materialista, hedonista e naturalista se vê denunciada. No entanto, a denúncia é uma conseqüência do anúncio. Eu acho que não deveríamos descrever como tarefa principal do profeta a denúncia, mas o anúncio. Nós somos anunciadores e edificadores. O cristão não é um desmancha-prazer, um destruidor de coisas boas, um amargado com vontade de amargar a vida dos outros. Se um filho de Deus chega a destruir algo é simplesmente como consequência do anúncio de edificação. Como os fundamentos nem sempre estão prontos para receber o evangelho, eles caem, mas imediatamente se construirá e se fará um edifício muito mais forte e belo que o anteriormente edificado.

Uma última consideração: um profeta de Deus diz sempre a verdade. Procurará dizê-la sempre com graça humana e sobrenatural, mas a dirá! Uma coisa é a simpatia para dizer as coisas, outra é enganar. Desses últimos profetas estamos fartos: eles deveriam falar em nome de Deus e não falam, leigos que tem vergonha de dizer que são católicos, sacerdotes que não tem coragem de falar que utilizar anticoncepcional é pecado, jornalistas que disfarçam a verdade com meias mentiras. Não! Assim não se é profeta! Não podemos ser como cães que não ladram.

Mensagem para Quaresma 2016: sair da alienação existencial, pede Papa


Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2016
Terça-feira, 26 de janeiro de 2016

“Prefiro a misericórdia ao sacrifício” (Mt 9, 13).

As obras de misericórdia no caminho jubilar


1. Maria, ícone duma Igreja que evangeliza porque evangelizada

Na Bula de proclamação do Jubileu, fiz o convite para que «a Quaresma deste Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus» (Misericordiӕ Vultus, 17). Com o apelo à escuta da Palavra de Deus e à iniciativa «24 horas para o Senhor», quis sublinhar a primazia da escuta orante da Palavra, especialmente a palavra profética. Com efeito, a misericórdia de Deus é um anúncio ao mundo; mas cada cristão é chamado a fazer pessoalmente experiência de tal anúncio. Por isso, no tempo da Quaresma, enviarei os Missionários da Misericórdia a fim de serem, para todos, um sinal concreto da proximidade e do perdão de Deus.

Maria, por ter acolhido a Boa Notícia que Lhe fora dada pelo arcanjo Gabriel, canta profeticamente, no Magnificat, a misericórdia com que Deus A predestinou. Deste modo a Virgem de Nazaré, prometida esposa de José, torna-se o ícone perfeito da Igreja que evangeliza porque foi e continua a ser evangelizada por obra do Espírito Santo, que fecundou o seu ventre virginal. Com efeito, na tradição profética, a misericórdia aparece estreitamente ligada – mesmo etimologicamente – com as vísceras maternas (rahamim) e com uma bondade generosa, fiel e compassiva (hesed) que se vive no âmbito das relações conjugais e parentais.

2. A aliança de Deus com os homens: uma história de misericórdia

O mistério da misericórdia divina desvenda-se no decurso da história da aliança entre Deus e o seu povo Israel. Na realidade, Deus mostra-Se sempre rico de misericórdia, pronto em qualquer circunstância a derramar sobre o seu povo uma ternura e uma compaixão viscerais, sobretudo nos momentos mais dramáticos quando a infidelidade quebra o vínculo do Pacto e se requer que a aliança seja ratificada de maneira mais estável na justiça e na verdade. Encontramo-nos aqui perante um verdadeiro e próprio drama de amor, no qual Deus desempenha o papel de pai e marido traído, enquanto Israel desempenha o de filho/filha e esposa infiéis. São precisamente as imagens familiares – como no caso de Oseias (cf. Os 1-2) – que melhor exprimem até que ponto Deus quer ligar-Se ao seu povo.

Este drama de amor alcança o seu ápice no Filho feito homem. N’Ele, Deus derrama a sua misericórdia sem limites até ao ponto de fazer d’Ele a Misericórdia encarnada (cf. Misericordiӕ Vultus, 8). Na realidade, Jesus de Nazaré enquanto homem é, para todos os efeitos, filho de Israel. E é-o ao ponto de encarnar aquela escuta perfeita de Deus que se exige a cada judeu pelo Shemà, fulcro ainda hoje da aliança de Deus com Israel: «Escuta, Israel! O Senhor é nosso Deus; o Senhor é único! Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças» (Dt 6, 4-5). O Filho de Deus é o Esposo que tudo faz para ganhar o amor da sua Esposa, à qual O liga o seu amor incondicional que se torna visível nas núpcias eternas com ela.

Este é o coração pulsante do querigma apostólico, no qual ocupa um lugar central e fundamental a misericórdia divina. Nele sobressai «a beleza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e ressuscitado» (Evangelii gaudium, 36), aquele primeiro anúncio que «sempre se tem de voltar a ouvir de diferentes maneiras e aquele que sempre se tem de voltar a anunciar, duma forma ou doutra, durante a catequese» (Ibid., 164). Então a Misericórdia «exprime o comportamento de Deus para com o pecador, oferecendo-lhe uma nova possibilidade de se arrepender, converter e acreditar» (Misericordiӕ Vultus, 21), restabelecendo precisamente assim a relação com Ele. E, em Jesus crucificado, Deus chega ao ponto de querer alcançar o pecador no seu afastamento mais extremo, precisamente lá onde ele se perdeu e afastou d’Ele. E faz isto na esperança de assim poder finalmente comover o coração endurecido da sua Esposa. 

São Tito


Apesar de não ter seu nome mencionado nem nos Evangelhos nem nos Atos dos Apóstolos, São Tito é reconhecido como um dos 72 discípulos de Jesus. Não era só mais um seguidor, portanto, pois o Mestre era realmente muito exigente: "Enquanto caminhavam, um homem Lhe disse: 'Senhor, seguir-Te-ei para onde quer que vás.' Jesus replicou-lhe: 'As raposas têm covas e as aves do céu, ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.' A outro disse: 'Segue-Me.' Mas ele pediu: 'Senhor, permite-me ir primeiro enterrar meu pai.' Mas Jesus disse-lhe: 'Deixa que os mortos enterrem seus mortos; tu, porém, vai e anuncia o Reino de Deus.' Um outro ainda Lhe falou: 'Senhor, seguir-Te-ei, mas permite primeiro que me despeça dos que estão em casa.' Mas Jesus disse-lhe: 'Aquele que põe a mão no arado e olha para trás, não é apto para o Reino de Deus.'" Lc 9,57-62

São Lucas narrou assim: "Depois disso, designou o Senhor ainda setenta e dois outros discípulos e mandou-os, dois a dois, adiante de si, por todas as cidades e lugares para onde ele tinha de ir. Disse-lhes: 'Grande é a messe, mas poucos são os operários. Rogai ao Senhor da messe que mande operários para a sua messe. Ide; eis que vos envio como cordeiros entre lobos.'" Lc 10,1-3

Por certo, foi uma missão muito bem sucedida: "Voltaram alegres os setenta e dois, dizendo: 'Senhor, até os demônios se nos submetem em Teu Nome!'" Lc 10.17

São Tito presenciou o Primeiro Concílio da Igreja, realizado em Jerusalém, levado até lá por São Paulo e São Barnabé: "Catorze anos mais tarde, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também Tito comigo. E subi em consequência de uma revelação. Expus-lhes o Evangelho que prego entre os pagãos, e isso particularmente aos que eram de maior consideração, a fim de não correr ou de não ter corrido em vão." Gl 2,1-2

Não era judeu, como escreveu São Paulo quando defendia que a circuncisão não era mais obrigatória: "Entretanto, nem sequer meu companheiro Tito, embora gentio, foi obrigado a circuncidar-se." Gl 2,3

Ele foi enviado a Jerusalém por São Paulo para entregar uma coleta feita em Corinto, para ajudar cristãos que passavam por dificuldades: "De maneira que recomendamos a Tito que leve a termo entre vós esta obra de caridade, como havia começado." 2 Cor 8,6

De fato, ele era o missionário preferido de São Paulo, e andava na companhia de ninguém menos que São Lucas: "Bendito seja Deus, por ter posto no coração de Tito a mesma solicitude por vós. Não só recebeu bem o meu pedido, mas, no ardor do seu zelo, espontaneamente partiu para vos visitar. Juntamente com ele enviamos o irmão, cujo renome na pregação do Evangelho se espalha em todas as igrejas." 2 Cor 8,16-18

Prova da capacidade de São Tito como mediador, foi o fato de São Paulo ter-lhe enviado para resolver graves questões de comportamento entre os fiéis em Corinto: "Se minha carta vos penalizou, não me arrependo. De fato, a tristeza segundo Deus produz um arrependimento salutar de que ninguém se arrepende, enquanto a tristeza do mundo produz a morte. Portanto, se vos escrevi, não o fiz por causa daquele que cometeu a ofensa, nem por causa do ofendido; foi para que se manifestasse a vossa dedicação por mim diante de Deus. Eis o que nos tem consolado. Mas, acima desta consolação, o que nos deixou sobremaneira contentes foi a alegria de Tito, cujo coração tranquilizastes." 2 Cor 7,8.10.12-13

Ele tinha grandes dons pessoais, pois se afeiçoava facilmente aos fiéis e conseguiu cativar os coríntios: "A sua afeição por vós é cada vez maior, quando se lembra da obediência que todos vós lhe testemunhastes, de como o recebestes com respeito e deferência." 2 Cor 7,15

Ainda na Carta aos Coríntios, São Paulo fala de São Tito com um carinho especial, pois era um grande interlocutor e mensageiro da consolação: "De fato, à nossa chegada em Macedônia, nenhum repouso teve o nosso corpo. Eram aflições de todos os lados, combates por fora, temores por dentro. Deus, porém, que consola os humildes, confortou-nos com a chegada de Tito; e não somente com a sua chegada, mas também com a consolação que ele recebeu de vós. Ele nos contou o vosso ardor, as vossas lágrimas, a vossa solicitude por mim, de modo que ainda mais me regozijei." 2 Cor 7,5-8

E pede que eles o apresentem e o recomendem aos demais cristãos: "Quanto a Tito, é o meu companheiro e o meu colaborador junto de vós; quanto aos nossos irmãos, são legados das igrejas, que são a glória de Cristo. Portanto, em presença das igrejas, demonstrai-lhes vossa caridade e o verdadeiro motivo da ufania que sentimos por vós." 2 Cor 8,23-24

São Paulo indicou São Tito como Bispo de Creta e, na Carta bíblica que leva seu nome, deu-lhe instruções para o crescimento da Igreja, investindo bispos e presbíteros e supervisionando-lhes o comportamento: "... a Tito, meu verdadeiro filho em nossa fé comum... Eu te deixei em Creta para acabares de organizar tudo e estabeleceres Anciãos em cada cidade, de acordo com as normas que te tracei. Porquanto é mister que o Bispo seja irrepreensível... ... repreende-os severamente, para que se mantenham sãos na fé..." Tt 1,4-5.7.13

Apesar de terremotos e ter sido atacada por vândalos e eslavos, além de várias vezes pelos árabes, ainda resistem ao tempo as ruínas da Basílica que lhe foi dedicada em Creta, uma das maiores ilhas do mar Mediterrâneo, onde floresceu a mais antiga civilização da Europa.

Sua missão não foi nada fácil. São Paulo avisou do quanto o povo de Creta lhe seria indócil: "Um dentre eles, o profeta deles disse: 'Os cretenses são sempre mentirosos, feras selvagens, glutões preguiçosos.'" Tt 1,12

Por isso lhe recomenda que dê ênfase ao seu testemunho de vida perante os jovens: "Exorta também os jovens a serem ponderados. ... mostra-te em tudo modelo de bom comportamento: pela integridade na doutrina, gravidade, linguagem sã e irrepreensível ..." Tt 2,6-8

E cita a purificação dos pecados pelo sacrifício de Cristo como o grande ensinamento da Igreja: "Veio para nos ensinar a renunciar ao ateísmo e às paixões mundanas e a viver neste mundo com toda sobriedade, justiça e piedade... Jesus Cristo, que Se entregou por nós, a fim de nos resgatar de toda a iniquidade, nos purificar e nos constituir Seu povo de predileção, zeloso na prática do bem. Eis o que deves ensinar, pregar e defender com toda a autoridade." Tt 2,12-15

Por fim, São Paulo faz uma exaltação à divina misericórdia e à regeneração operada pelo Espírito Santo, pedindo a São Tito que as ensine: "E, não por causa de obras de justiça que tivéssemos praticado, mas unicamente em virtude de Sua misericórdia, Ele nos salvou mediante o Batismo da regeneração e renovação, pelo Espírito Santo, que nos foi concedido em profusão, por meio de Cristo, Nosso Salvador, para que a justificação obtida por Sua graça nos torne, em esperança, herdeiros da Vida Eterna. Certa é esta doutrina, e quero que a ensines com constância e firmeza, para que os que abraçaram a fé em Deus se esforcem por se aperfeiçoar na prática do bem." Tt 3,5-8

E pede sua presença para tratar de assuntos da Igreja na cidade de Nicópolis, situada na costa oeste da Grécia continental, em águas do mar Jônico: "Logo que eu te enviar Ártemas ou Tíquico, apressa-te a vir ter comigo em Nicópolis, onde decidi passar o inverno." Tt 3,12

São Paulo ainda enviou São Tito em uma missão especial à Dalmácia, na atual Croácia, onde ainda hoje sua memória é muito bem celebrada e, de 1291 a 1294, foi local de 'estadia' da Santa Casa do Loreto. Essa incumbência consta entre os despachos de São Paulo, conforme escreveu na Carta a São Timóteo: "Demas me abandonou, por amor das coisas do século presente, e se foi para Tessalônica. Crescente, para a Galácia; Tito, para a Dalmácia. Só Lucas está comigo. Toma contigo Marcos e traze-o, porque me é bem útil para o ministério. Tíquico enviei-o para Éfeso." 2 Tm 4,10-12


Mas em seguida ele teria retornado a Creta, onde viveu até 95 anos de idade, quando foi martirizado na cidade de Gortina, antiga capital romana da ilha. Hoje seu crânio é venerado na cidade portuária de Iráclio, atual capital, na igreja que leva seu nome. Ele havia sido levado a Veneza em 1669, por causa da invasão dos turcos, mas foi trazido de volta em 1966 para a alegria dos cretenses.

Onde está na Bíblia o fundamento para a legítima defesa?


Legítimo é aquilo que está de acordo com a lei. E necessariamente com a lei de Deus No êxodo, capítulo XXI, quando Deus trata do homicídio, há vários casos em que Deus ressalta o direito de defesa.

Ademais, se Cristo pregou o perdão dos que nos ofendem, e mandou oferecer a face esquerda, quando nos golpearem a face direita, você deve lembrar que, quando o próprio Cristo foi esbofeteado, na noite de seu julgamento por Anás, Ele mesmo não ofereceu a outra face, mas protestou contra aquele que o esbofeteava dizendo-lhe: 

"Se falei mal, mostra-me o que eu disse de mal; mas se falei bem, por que me feres?" (Jo. XVIII, 23).

Portanto, há casos em que se deve dar a outra face, e há casos em que se deve resistir e legitimamente defender-se.

Deve-se dar a outra face, sem resistir, quando vemos que essa atitude pode converter o nosso agressor.

Caso contrário devemos resistir e defender-nos legitimamente. Porque se não reagindo, levamos a pessoa a nos ofender de novo, estaremos cooperando para que ela peque outra vez.

Por isso, na Sagrada Escritura, se contam tantos casos de guerras justas feitas por homens santos, em legítima defesa, como Davi, os Macabeus, etc.

Foi por isso que Nosso Senhor não mandou Pedro jogar fora a espada. E noutra ocasião disse:

"Agora, quem não tem uma espada, venda o manto e compre uma". Eles responderam: "eis aqui duas". Jesus disse-lhes: "Basta". (Luc XXII, 37-38).

Logo, é legítimo ter armas, para se defender.
 

São Timóteo


Depois de celebrar a memória da conversão de São Paulo, a Igreja honra Timóteo, missionário que percorreu muitas comunidades junto com o grande apóstolo cristão.

Timóteo era o "braço direito" do apóstolo Paulo, seu grande amigo e companheiro, sendo considerado, ao lado do mestre, como o primeiro e corajoso pregador do cristianismo. Era tão querido por Paulo que este confiava missões exclusivas a ele, mandando-o como ser representante.

Timóteo nasceu em Listra, Ásia. Seu pai era grego e pagão, a mãe se chamava Eunice e era judia. Foi educado dentro do judaísmo. Assim, quando o apóstolo Paulo, converteu-se aos vinte anos enunca mais abandonou a vida missionária.

Fiel colaborador de Paulo, o acompanhou em suas viagens a Filipos, Tessalônica, Atenas, Corinto, Éfeso e Roma. As vezes ia sozinho, como para Corinto, sendo recomendado por Paulo: "Estou lhes mandando Timóteo, meu filho dileto e fiel no Senhor: manterá em suas memórias os caminhos que lhes ensinei".

Por volta do ano 66, Timóteo era o bispo de Éfeso e, com este cargo, foi nomeado pelo apóstolo para liderar a Igreja da Ásia Menor. Faleceu no ano 97.

ORAÇÃO


Pai de amor, que escolheste Timóteo para ser um grande apóstolo, convertei-nos também a nós e inspirai-nos gestos de renovação da sociedade e das nossas comunidades eclesiais. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

De onde veio este papo de fundamentalismo?


Trata-se de uma ação coordenada e inteligente para bloquear a resistência religiosa à Nova Ordem Mundial pela via da estigmatização verbal: qualquer tipo de pretensão pública da religião ou das pessoas religiosas deve ser taxada implacavelmente como “fundamentalista”.

Quando você expõe um argumento racionalmente, com todo rigor metodológico, apresentando fontes primárias, documentação farta, e o seu interlocutor lhe fixa o rótulo de “fundamentalista”, inicialmente você tolera, mas depois começa a desconfiar que a recorrência da ideia não é casual…

De fato, hoje em dia, quanto mais uma pessoa repete chavões como quem pontifica infalivelmente, respaldado pelo chorum uníssimo da coletividade, mais é necessário averiguarmos qual a origem do bordão, essa sim, quase sempre infalivelmente ignorada pelo acusador.

O termo em questão foi uma invenção de teólogos conservadores presbiterianos e batistas que, por volta de 1910, para se distinguirem de teólogos “liberais”, acabaram por se autodenominarem “fundamentalistas”.

Contudo, a noção de “fundamentalismo” sofreu uma mutação, e esta sua nova acepção foi criada propositalmente para liquidar com a resistência religiosa ao secularismo-laicismo imposto pelos agentes globalistas com sua nova ética relativista.

Numa obra muito conhecida sobre o tema, Karen Armstrong afirma que o “fundamentalismo” é um fenômeno recente, característico do final do século passado.

“Um dos fatos mais alarmantes do século XX foi o surgimento de uma devoção militante, popularmente conhecida como ‘fundamentalismo’, dentro das grandes tradições religiosas. Suas manifestações são às vezes assustadoras. Os fundamentalistas não hesitam em fuzilar devotos no interior de uma mesquita, matar médicos e enfermeiras que trabalham em clínicas de aborto, assassinar seus presidentes e até derrubar um governo forte. Os que cometem tais horrores constituem uma pequena minoria, porém até os fundamentalistas mais pacatos e ordeiros são desconcertantes, pois parecem avessos a muitos dos valores mais positivos da sociedade moderna. Democracia, pluralismo, tolerância religiosa, paz internacional, liberdade de expressão, separação entre Igreja e Estado – nada disso lhe interessa” (Karen Armstrong, Em nome de Deus. O Fundamentalismo no judaísmo, no cristianismo e no islamismo, Companhia das Letras, São Paulo, 2009, p. 9).

Pouco mais abaixo, a autora explicita ainda mais o motivo pelo qual seria necessário enquadrar os tais “fundamentalistas”: “Em meados do século XX acreditava-se que o secularismo era uma tendência irreversível e que nunca mais a fé desempenharia um papel importante nos acontecimentos mundiais. Acreditava-se que, tornando-se mais racionais, os homens já não teriam necessidade da religião ou a restringiriam ao âmbito pessoal e privado. Contudo, no final da década de 1970, os fundamentalistas começaram a rebelar-se contra essa hegemonia do secularismo e a esforçar-se para tirar a religião de sua posição secundária e recolocá-la no centro do palco” (Ibidem, p. 10).

Em outras palavras, a preocupação fundamental da autora é assegurar aos agentes secularistas que continuem expandindo-se vorazmente, corroendo as raízes religiosas do ocidente, confinando os “religiosos” em sua intimidade até que os mesmos sejam totalmente aniquilados, e o homem pós-moderno possa continuar sendo alvo de um projeto pseudo-civilizatório irreligioso. 

Papa: não confundir família com outro tipo de união


O Papa Francisco concluiu sua série de audiências nesta sexta-feira, 22, recebendo os membros do Tribunal da Rota Romana por ocasião da Inauguração do Ano Judiciário. Francisco reiterou a importância da família e sua concepção cristã.

Em seu discurso, o Papa recordou o objetivo do Tribunal da Rota Romana. O órgão auxilia o Santo Padre para que a Igreja, junto com a família, continue a proclamar o projeto de Deus sobre a sacralidade e beleza da instituição  familiar.

O Tribunal da Rota Romana é definido como “tribunal da família”, o tribunal da verdade e do vínculo sagrado. Neste sentido, a Igreja mostra o amor misericordioso de Deus às famílias, explicou o Papa, e deve indicar ao mundo que não pode haver confusão entre a família, querida por Deus, e qualquer outro tipo de união.

“A família, fundada no matrimônio indissolúvel, unitivo e procriador, pertence ao sonho de Deus e da sua Igreja para a salvação da humanidade. A Igreja é e deve ser a família de Deus. Com renovado sentido de responsabilidade, ela continua a propor o matrimônio nos seus elementos essenciais: descendência, bem dos cônjuges, unidade, indissolubilidade e sentido sacramental”. 

Celibato: por que o padre não pode casar?


Vários textos na Sagrada Escritura ajudam entender o sentido de muitas coisas, no caso, sobre o Celibato ou a Virgindade. Esse citado abaixo parece ser de melhor clareza, até mesmo em relação ao matrimônio, porque são sacramentos que cultivam valores semelhantes. Por isso começaremos a reflexão com ele.

No Evangelho de São Mateus vamos encontrar: “Alguns fariseus se aproximaram de Jesus, e querendo pô-lo à prova perguntaram: É lícito repudiar a própria mulher por qualquer motivo que seja? Jesus respondeu: Não lestes que desde o princípio o Criador os fez homem e mulher? E que disse: por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher e os dois serão uma só carne? De modo que os eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve separar”.

Os discípulos ficam indignados com tudo o que Jesus afirma e dizem que se é assim a condição do homem e da mulher não vale a pena casar-se. Jesus acrescentou: “Nem todos são capazes de compreender essa palavra, mas só aqueles a quem foi concedido. Com efeito, há eunucos que nasceram assim, desde o seio materno. E há eunucos que foram feito eunucos pelos homens. E há eunucos que se fizeram eunucos por causa do Reino dos Céus. Quem tiver a capacidade para compreender que compreenda”. (Mt 19)

Por que o padre não pode casar? Paralelo a isso pode ser feito outra pergunta: Por que o casal não pode se separar?

Se a primeira pergunta for respondida que o padre pode casar, pode ser respondida a Segunda dizendo que o casal pode se separar. No entanto, “desde o princípio não era assim”. Onde está o valor da opção fundamental na liberdade e fidelidade ao Celibato? E onde está o valor da opção fundamental na liberdade e fidelidade ao Sacramento do Matrimônio (prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te na alegria e tristeza, saúde e doença todos os dias de nossa vida)?

O Celibato, assim como qualquer opção consagrada, ou até mesmo de estar a serviço do outro, deve ser irrigado e sustentado pela Sabedoria divina. Caso contrário, tudo isso não passa de uma "loucura". Mesmo porque isso é um Dom de Deus para seus filhos. Ainda mais para uma mentalidade hedonista que se respira nos tempos hodiernos. O Celibato ou Virgindade têm um valor que extrapola os raciocínios humanos, justamente por ser um Dom de Deus; assim como é um Dom de Deus a fidelidade no Matrimônio para a União e a Procriação.

Para assumir o Celibato como Dom, assim como qualquer outra opção de liberdade pessoal, necessariamente deve haver renúncias, as mais "duras" são aquelas que partem do interior, ou seja, renunciar a si mesmo. “Quem não renunciar a tudo que possui e até a própria vida, não pode ser meu discípulo”. Tudo isso, humanamente é impossível.