segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Reencarnação: almas não são recicláveis!


Lembra que aquela sua tia esotérica garantiu que você tinha sido um poderoso rei em uma outra encarnação? Pois é.  Não fique triste, mas era caô.  Reencarnação não existe e a doutrina da Igreja sempre deixou isso bem claro.  Obviamente, alguns defensores da reciclagem de almas tentam dizer o contrário, retorcendo os ensinamentos da Igreja.  E vamos agora colocar os pingos nos “I”s.

Alguns irmãos espíritas buscam legitimar a doutrina da reencarnação dizendo que esta um dia já foi defendida pela Igreja Católica, em seus primórdios. Amigos, por favor… não apelem! Um mínimo de conhecimento teológico e histórico faz essa historinha cair por terra.

Abaixo, confira um dos textos divulgados por espíritas no Facebook.

CAÔ ESPÍRITA na web:

“Você sabia?

A Reencarnação era aceita pela Igreja Católica até o ano de 553.

Mas essa tese foi recusada no segundo Concílio de Constantinopla, não pela Igreja ou pelo Papa, mas pelo Imperador Justiniano por influência de sua esposa, ex-prostituta, que não achava conveniente a lei do carma.”

A assombração que escreveu isso viajou no ectoplasma, hein?

Como muitos sabem, a doutrina da Igreja se baseia na Tradição dos Apóstolos e na Bíblia. A Tradição que herdamos dos Apóstolos está registrada, em parte, nos escritos dos padres dos primeiros séculos. Então, vejam a seguir o que dizem a Bíblia e os primeiros padres.

Na Carta aos Hebreus (9,27), está dito: “E como é fato que os homens devem morrer uma só vez, depois do que vem um julgamento…”. Tal ensinamento é confirmado na parábola de Jesus sobre o “Rico e o Lázaro”: após a morte, o rico egoísta vai direto para os tormentos do inferno, enquanto o bom Lázaro é acolhido imediatamente por Abraão, em um bom lugar (Lucas 16,19-31). Em nenhum momento Jesus diz que o rico reencarnaria pra ter uma nova chance.

Lembremos que Jesus prometeu a Dimas, o bom ladrão, que naquele mesmo dia ele estaria no Paraíso. Ou seja, nada de reencarnar pra purgar o mal que fez.

Em outra passagem, Jesus ensina que “se alguém não nascer de novo, não poderá ver o Reino de Deus” (Jo 3,3). Nicodemos, então, pergunta se trata de algo como entrar no ventre da mãe e renascer, e a isso Jesus responde: “ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nasce da água e do Espírito”. Ou seja, não tinha nada a ver com um renascimento biológico, carnal, pois “Quem nasce da carne é carne”; mas sim de um renascimento espiritual, marcado pelo batismo, que é feito… com água!

Reparem que Jesus diz precisamente a Nicodemos o que é preciso para esse renascimento – a fé: “Quem acredita n’Ele não está condenado; quem não acredita já está condenado, porque não acreditou no Nome do Filho único de Deus”. E, logo depois da conversa com Nicodemos, Jesus foi à Judeia para batizar as pessoas, isto é, para fazê-las renascer pela água e pelo Espírito.


Bem, já vimos que a Bíblia não dá margem a qualquer crença na reencarnação. E quanto aos primeiros Padres da Igreja, aqueles que foram os primeiros a receber e guardar o ensinamento oral dos Apóstolos? Tal doutrina foi tida como herética por Clemente de Alexandria (+215), por Santo Irineu (+202) e Eneias de Gaza (+518).

Além deles, podemos citar Orígenes de Alexandria (+254), que considerava a doutrina da reencarnação uma FÁBULA. “Ué? Mas não foi justamente Orígenes o autor cristão que propôs essa doutrina como verdadeira?”. Não, não mesmo!

Orígenes, na verdade, propôs uma tese esquisita sobre a preexistência das almas (quem quiser saber mais, leia esse artigo de Dom Estevão Bettencourt), mas que não tinha nada a ver com reencarnação. Ele jamais foi herege; era um teólogo brilhante, e foi sempre fiel ao Magistério da Igreja. Para Bento XVI, Orígenes foi “o autor mais fecundo dos primeiros três séculos cristãos” (Fonte: site do Vaticano).

A tese equivocada de Orígenes sobre a preexistência das almas, infelizmente, foi tomada como artigo de fé por um grupo de fãs mocorongos – os origenistas. No século III, esses discípulos fanáticos resolveram tomar como dogma aquilo que seu mestre propunha como mera hipótese, e ainda perverteram suas ideias, passando a professar a crença na reencarnação.

O origenismo ganhou força e se espalhou pela Palestina. Foi então que, em 539, o Patriarca de Jerusalém mandou um S.O.S. pro Imperador Justiniano, que então publicou um duro pronunciamento contra os origenistas. O Papa Virgílio e os demais Patriarcas também aprovaram e repercutiram os artigos condenatórios de Justiniano, conforme explica D. Bettencourt: “Como se vê, tal condenação foi promulgada por um sínodo local de Constantinopla reunido em 543, e não pelo Concílio ecumênico de Constantinopla II, o qual só se realizou em 553”.
Como vocês viram, a Bíblia, a patrística, os documentos papais e os demais registros históricos comprovam que a Igreja Católica jamais aceitou a tese da reencarnação. Essa foi abraçada nos séculos III e IV por um grupo restrito de monges, sendo condenada e combatida pelos bispos e Papas, em todos os tempos.

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Fonte: O Catequista

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