Um jovem cristão foi detido
recentemente no Paquistão por “curtir” uma publicação supostamente blasfema
contra o islã no Facebook.
Segundo
informou o jornal britânico ‘The Independent’, o agente policial Akhtar Ansari
explicou que o jovem, que é menor de 18 anos, foi detido depois que a
publicação “inapropriada” foi reportada por um muçulmano, que a considerou
ofensiva.
A
publicação, segundo as autoridades, incluía uma fotografia da Caaba, na Meca,
uma construção em forma de cubo, considerado o local mais sagrado para os
muçulmanos.
Outro
policial, Shahbaz Ahmed, disse à agência AFP que o jovem foi acusado de “ferir
os sentimentos religiosos dos muçulmanos e dessacralizar o lugar religioso”.
Em julho de 2016, a agência vaticana
Fides advertia sobre o progressivo aumento das denúncias por “blasfêmia digital” no Paquistão. As denúncias se realizam com ou sem provas, apoiadas na
chamada lei de blasfêmia regida nesse país.
Em
declarações à Fides, o Pe. Emmanuel Parvez, da diocese de Faisalabad, em Punjab
(Paquistão), explicava que “acontece sempre assim: um cristão é acusado, a
acusação deve ser demonstrada, entretanto, toda a comunidade corre o risco de
uma punição coletiva”.
Um dos casos
reportados pela agência Fides foi o do cristão James Nadeem, detido por ter
enviado uma mensagem supostamente blasfema por WhatsApp. Ele foi denunciado
pelo seu próprio amigo, Yasir Bashir.
A lei de
blasfêmia no Paquistão agrupa várias normas contidas no Código Penal inspiradas
diretamente na Sharia – lei religiosa muçulmana – para sancionar qualquer
ofensa de palavra ou obra contra Alá, Maomé ou o Corão.
Um cristão
acusado de blasfêmia pode ser até condenado com pena de morte.
Um dos casos
mais emblemáticos de cristãos acusados falsamente de blasfêmia contra o islã é
o de Asia Bibi, uma mãe de família que espera a aplicação de sua condenação à
morte desde 2010, depois de uma acusação injusta de ofender Maomé.
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ACI
Digital
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