O Tradicional
colégio carioca "Pedro II" quis igualizar: não define mais os
uniformes por sexo. A galera do gênero foi às alturas!
"Mais um golpe na maldita heteronormatividade".
Eu, que não sou assim tão
apressado, creio que o episódio seja apenas um exemplar do exibicionismo
transgressor típico de adolescentes. Não creio que os mesmos quererão ir ao
Shopping de saia, ou mesmo jogar futebol "alla femina". Como dizem,
foi só "zoeira". E "the zoeira never ends".
Contudo, digno de nota é
que foram os moçoilos que se vestiram de saia… Claro, porque foi exatamente
este o ponto transgredido. Desde que a moda unissex foi no mundo lançada, as
mulheres se masculinizaram, passaram a adereçar-se com elementos do vestuário
masculino, mas não o contrário. A despeito do feminismo, a saia continua sendo
feminina. No episódio em questão, não haveria nenhuma novidade em que as moças
usassem calças.
Nos garotos travestidos
jazia uma declaração subliminar: roupa de mulher é saia, e é assim que as vamos
parodiar.
Ao mesmo tempo, são eles
que as imitam. E isso mesmo é, por si, ultra-eloquente. Sim, porque a estética
masculina é dificilmente imitável por alguma mulher, visto que o masculino
contém em si um elemento de temor, como dizia Aristóteles, de uma agressividade
que transcende qualquer unissex.
Em outras palavras, o
travestismo sempre foi um fenômeno mais masculino que feminino. Claro, porque qualquer
performance precisa fazer as contas com a natureza, queiram ou não os
generopatas.
Enfim, o Colégio Pedro II
cedeu às falácias do movimento queer e da ideologia de gênero. É uma pena!, e
muito sintomático. Os alunos aproveitaram a onda para surfar na zoeira -- coisa
típica de moleques! E, não nos esqueçamos, em toda zoeira há um "quê"
de desmoralização, de escárnio e de crítica, também pro lado de lá.
Contudo, mesmo fazendo-o,
não conseguem, em seu espontaneísmo, escapar do fato em si mesmo irretorquível:
vestem-se de menina, e fazem-no porque é mais fácil que àquelas imitarem
homens, malgrado o unissex, e lhes é mais fácil, malgrado a ideologia de
gênero, serem apenas o que os oportunistas jornais noticiaram: uns meninos de
saia.
Pe. José Eduardo
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