Pessoas que promovem o
laicismo nos Estados insistem que a religião deve permanecer no âmbito privado
dos funcionários públicos e dos políticos. Isto é possível? Para o Procurador
Geral da Nação da Colômbia, Alejandro Ordóñez, atuar assim evidenciaria uma “espécie
de esquizofrenia social”.
Alejandro
Ordóñez, católico e um dos mais assíduos defensores da vida,
da família e da legalidade na Colômbia, em seu cargo suportou diversos ataques
midiáticos, ao mesmo tempo que enfrentou diversas instituições do Estado como o
Tribunal Constitucional.
Ordóñez
serviu no cargo de Procurador Geral da Nação por dois períodos, desde 2009.
Em
entrevista concedida ao Grupo ACI,
Ordóñez assinalou: “Hoje vemos uma espécie de esquizofrenia social dos
servidores públicos. É permitido que eles possam pensar o quiserem em privado,
mas atuar diferente em público”.
“Há
algo que atualmente sentimos falta em nossa sociedade, e isso é a coerência. A
coerência que o católico deve ter entre sua vida privada e sua vida pública”,
indicou.
Para
o Procurador Geral da Nação, “nossa vida familiar e religiosa é claramente
determinante em nossa vida pública”, pois de outra forma “estamos frente a um
grave problema, pois terminamos fazendo coisas que não acreditamos e não
pensamos”.
Ao
atuar contra o que acreditamos que seja correto, “convertemo-nos em homens sem
consciência ou atuando contra a nossa consciência”.
“É um dramático cenário moral que hoje a experiência nos demonstra os
lamentáveis atos de corrupção em nosso Estado”.
Ordóñez
sublinhou que “é evidente que se tivermos bons filhos, bons pais, bons esposos,
com certeza teremos bons cidadãos e bons funcionários”.
“Mas
se aceitarmos o divórcio entre as esferas privada e pública, onde se patrocine
a desordem pessoal, encontraremo-nos com homens em conflito consigo mesmos que
geralmente terminarão fazendo mau uso do público”.
Um bom católico é
“garantia de um bom funcionário”
“Ser
um bom católico é a garantia de ser um bom funcionário”, assegurou o
Procurador, pois “as virtudes e normas morais lhe impedirão de servir-se ‘do’
público para, na verdade, servir ‘o’ público”.
“Como
disse no discurso quando assumi pela segunda vez o cargo de Procurador,
primeiramente eu perdoo todos os que me odeiam, perseguem e, também disse
coloquialmente, fazem bullying, pelo simples fato das minhas crenças e
opiniões”, assinalou.
“Em
segundo lugar, devo dizer que para mim é uma grande honra, embora um mérito não
merecido, ter sido promovido de soldado a general no campo de batalha, pois não
duvido que há pessoas muito melhor preparadas e dotadas que eu para estas
lutas, mas quanto eu gostaria que mostrassem seus rostos, que abandonassem as
falsas prudências, os silêncios hostis”, disse.
“Davi contra Golias”
Ordóñez
recordou que durante seu trabalho à frente da Procuradoria e ao receber os
fortes ataques midiáticos, “houve vários momentos dolorosos e difíceis,
sobretudo para a minha família”.
“Há
momentos em que realmente nos sentimos como Davi contra Golias ou como um peixe
que nada contra a corrente. Mas tivemos que passar por isso.
Entretanto,
precisou, enquanto “os meios dominantes – bem poucos em número – se organizam
com frequência quase que ao uníssono contra tudo o que diga ou faça o
Procurador ou, em geral, contra tudo o que não seja ‘progre’”, a ele resulta
“muito edificante o agradecimento, as felicitações e especialmente as orações
de muitos cidadãos de todo o país”.
“Quando
pretenderam deslegitimar meu cargo‘acusando-me’ algumas vezes de conservador e
outras de reacionário, normalmente me lembro do pensador francês Georges
Bernanos, que em seu texto ‘Liberdade para quê?’ explica: ‘ser reacionário quer
dizer simplesmente estar vivo, pois só os cadáveres não reagem contra os vermes
que o devoram. Essa é a tarefa dos reacionários, permanecer vivos, levar os
germes da vida, dentro do corpo agonizante do estado’”.
Em
seguida, Ordóñez lamentou a atual “intolerância aberta” contra “as posições de
princípios”, o qual levou a que muitas pessoas que defendem os princípios da
vida e da família “temam o linchamento midiático, que se converteu na
ferramenta mais efetiva para promover as agendas radicais“.
A valentia vem do Senhor
O
Procurador explicou que a valentia para enfrentar esta intolerância “vem de uma
graça especial que Nosso Senhor concede àqueles que a pedem com fé”.
Por
isso, Ordóñez agradeceu “as orações de milhões de compatriotas que expressam
que diariamente estou presente em suas preces, porque sabem que eu defendo o
que é verdadeiramente justo e bom para a sociedade”.
Além
disso, indicou que a valentia “nasce da consciência de saber que de meus atos e
omissões um dia não muito longe terei que prestar contas ao Criador”.
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ACI Digital
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