Padre Luciano Gustavo Lustosa pediu afastamento da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Conde (PB), por estar sendo “hostilizado” após o episódio em que foi conduzido à delegacia depois de pintar um cruzeiro localizado em frente à Igreja.
O caso ocorreu em 3 de outubro, depois que o sacerdote pintou de marrom um cruzeiro que havia sido pintado de azul pela prefeitura de Conde.
O caso ocorreu em 3 de outubro, depois que o sacerdote pintou de marrom um cruzeiro que havia sido pintado de azul pela prefeitura de Conde.
Pe. Lustosa foi conduzido pela Guarda Municipal para a delegacia da cidade de Alhandra, para prestar esclarecimentos “sobre o dano causado ao patrimônio, conforme alegou a prefeita Márcia [Lucena, do PSB], uma vez que a Prefeitura havia feito um gesto para recuperar o Cruzeiro”, indicou ‘Paraíba Online’. O sacerdote, porém, declarou que o cruzeiro pertence à Paróquia.
Diante desses fatos, Pe. Lustosa informou por meio de uma nota publicada no Facebook da Paróquia Nossa Senhora da Conceição que pediu “a Arquidiocese um afastamento provisório da Paróquia”.
Trata-se de uma medida para se “resguardar”, explicou o sacerdote, acrescentando: “temo por minha integridade física, uma vez que eu estou sendo hostilizado por meio de discursos de ódio e ataques verbais dirigidos a mim através de redes sociais”.
“A referida salvaguarda de minha integridade física em nada prejudica todos os procedimentos administrativos, policiais e judiciais sobre os lamentáveis fatos ocorridos, inclusive a respeito de qualquer tipo de ameaça decorrente de posicionamentos divergentes e lamentáveis”, ressaltou.
Além disso, Pe. Lustosa recordou que o caso “está sendo devidamente acompanhado pela Arquidiocese da Paraíba, através do Arcebispo Metropolitano e da assessoria jurídica, buscando assim as elucidações dos fatos ocorridos”.
“Desta forma, vivendo em um estado democrático de direito e respeito as garantias fundamentais do cidadão, desejamos que a luz da justiça, da democracia e da verdade, se evite erros, tiranias e abusos porvindouros”, afirmou.
O sacerdote também agradeceu o apoio recebido por parte dos paroquianos e moradores de Conde, bem como de pessoas de outros locais que ficaram sabendo do ocorrido.
“Procuremos construir um mundo com base na solidariedade, buscando nas divergências o complemento e não o afastamento em convívio social, respeitando sempre o próximo naquilo que lhe seja de direito, buscando o diálogo, a serenidade e a paz”, concluiu.
Após a condução do sacerdote à delegacia, a Arquidiocese da Paraíba publicou uma nota no dia 7 de outubro, afirmando que “acompanha com indignação o episódio” e que “entende que se tratou de uma exposição desnecessária no contexto de um estado democrático de direito e respeito às garantias fundamentais do cidadão”.
“Reivindicamos que o caso seja acompanhado com o devido respeito às pessoas envolvidas e às instituições públicas e religiosa, que buscarão todos os meios para elucidar o caso, à luz da justiça, da democracia e da verdade, tudo a evitar qualquer espécie de abuso de autoridade posterior”, concluiu a Arquidiocese.
Na tarde do sábado, 3 de outubro, Padre Luciano Gustavo Lustosa da Silva foi conduzido à delegacia de Conde (PB), por ter pintado um cruzeiro localizado em frente à Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição; diante desse episódio, a Arquidiocese da Paraíba se disse indignada e pediu que “o caso seja acompanhado com o devido respeito”.
De acordo com o site ‘Paraíba Online’, o cruzeiro de arquitetura barroca tinha sido pintado de azul pela Prefeitura de Conde. O sacerdote, por sua vez, mudou a cor para marrom e declarou que o cruzeiro pertence à Paróquia.
No sábado, então, Pe. Lustosa foi conduzido pela Guarda Municipal para a delegacia da cidade de Alhandra, para prestar esclarecimentos “sobre o dano causado ao patrimônio, conforme alegou a prefeita Márcia [Lucena, do PSB], uma vez que a Prefeitura havia feito um gesto para recuperar o Cruzeiro”, indica ‘Paraíba Online’.
Em um vídeo gravado pelo portal ‘A Voz do Conde’, no momento em que estava sendo conduzido para a delegacia, o sacerdote classificou o ocorrido como um absurdo. “A prefeita mandou me prender porque eu troquei a pintura do Cruzeiro que é da Paróquia. É uma coisa absurda”.
“A gente fica de boca aberta diante dos desmandos, da arbitrariedade e do autoritarismo, mas também existe um viés comunista nisso, né? A gente sabe disso. Nós sabemos que quem é comunista odeia padre, odeia igreja, odeia tudo que é religioso, persegue, não tem caridade por ninguém. Eu estou no meu direito e vou à delegacia, comparecer diante das autoridades para conversar sobre isso”, acrescentou.
Por sua vez, a prefeita Márcia Lucena gravou um vídeo no qual declarou que não mandou prender o sacerdote. “Tudo isso será esclarecido pela Polícia Civil já que foram até a delegacia, pela própria Guarda Municipal, porque vamos cobrar esclarecimentos do comandante, e pela Arquidiocese, porque eu já foi informada de que a Arquidiocese está mandando o pessoal que faz isso lá para cá para checar tudo”, disse.
De acordo com ela, a prefeitura precisou trocar o cruzeiro, no marco zero do município, porque o anterior estava velho e desgastado. O cruzeiro novo teria sido pintado de azul, “porque remete ao barroco, que é a referência que a Igreja tem”.
Márcia Lucena disse que em julho Pe. Lustosa pediu que o cruzeiro fosse pintado de marrom para combinar com as portas da Igreja. Segundo ela, essa mudança de cor seria feita e estava prevista no cronograma, mas o correto seria retirar a pintura laqueada azul para depois colocar a tinta marrom, pois se fosse pintado por cima, iria descascar.
Diante do ocorrido, a Arquidiocese da Paraíba publicou uma nota na quarta-feira, 7 de outubro, afirmando que “acompanha com indignação o episódio ocorrido no último sábado”.
“A Arquidiocese entende que se tratou de uma exposição desnecessária no contexto de um estado democrático de direito e respeito às garantias fundamentais do cidadão”, afirmou.
Além disso, expressou que causa “estranheza que um sacerdote seja abordado por agentes públicos sob a alegação de que teria cometido um crime de desobediência, sem que os mesmos tenham uma determinação judicial que justificasse tal ato ou diante de um flagrante delito”.
Segundo a Arquidiocese, Pe Luciano Lustosa “está sendo devidamente assistido de modo institucional, jurídico e espiritual”.
“Reivindicamos que o caso seja acompanhado com o devido respeito às pessoas envolvidas e às instituições públicas e religiosa, que buscarão todos os meios para elucidar o caso, à luz da justiça, da democracia e da verdade, tudo a evitar qualquer espécie de abuso de autoridade posterior”, concluiu a nota.
_____________________
ACI Digital
Nenhum comentário:
Postar um comentário