domingo, 11 de janeiro de 2015

Por que não sou Charlie Hebdo - Je ne suis pas Charlie


Nada justifica o massacre na redação do jornal Charlie Hebdo, mas algumas generalizações e relativizações na cabeça da sociedade são tão perigosas quanto kalashnikovs na mão de fundamentalistas.

O caso Charlie Hebdo levantou grandes discussões. Há politicos, instituições, governos, jornalistas e comentaristas de facebook de todas as estirpes falando sobre o assunto em tribunas, periódicos e mesas de bar. Todos são unanimes em condenar a brutalidade dos ataques, porém as divergências de opinião são maiores do que as concordâncias.

Enquanto muitos discursos falam sobre o perigo da amplificação do ódio contra comunidades muçulmanas na França e ao redor do mundo, não faltam aqueles que de pronto condenem a “selvageria e brutalidade” da religião islâmica e dos povos árabes, engrossando as fileiras de fundamentalistas nacionalistas que organizam marchas xenófobas contra a “islamização da europa”, a favor das intervenções militares criminosas dos estados ricos do Ocidente nos países do Oriente Médio e África e respaldando o racismo que tornou possível e aceitavel a longa série de políticas coloniais e práticas exploratórias que sustentaram a economia e poder da França desde que esta se tornou um Estado-Nação.

Entretanto, não quero falar agora sobre as divergências de opinião, e sim sobre o consenso, expresso no slogan “Je suis Charlie” (Eu sou Charlie), que inundou as redes sociais e capas de jornais ao redor do planeta. O slogan é atrelado à ideia de que o que ocorreu ontem na França implica um atentado contra a liberdade de imprensa e valores democráticos ocidentais; implica dizer que toda imprensa é livre pra publicar irresponsavelmente qualquer conteúdo; implica dizer que o direito de zombar de uma religião é o mesmo que lutar pelo estado laico; e implica, principalmente, que o ataque foi simplesmente resultado do extremismo (ou da falta de senso de humor) religioso diante de uma critica “ácida e sagaz”, excetuando-se todo o contexto de marginalização e discriminação da comunidade muçulmana na França. Principalmente, implica ignorar à que se propõe e quais os efeitos dessas charges no contexto político-ideológico de um país com níveis alarmantes de racismo.

O argumento mais comum que encontrei nas redes sociais e comentários de jornais on-line é o de que o Charlie Hebdo fazia charges ofensivas sobre todas as religiões, e que portanto, se cristãos conseguem ver charges com Jesus e levar como uma piada, então muçulmanos também deveriam. Esse é um argumento raso porque coloca no mesmo patamar a situação das comunidades muçulmanas e das comunidades cristãs na Europa, ao mesmo tempo que reforça a ideia de superioridade ocidental racionalista. É o mesmo simplismo de quem diz que chamar um branco de “palmito” tem o mesmo peso de chamar um negro de “macaco”. Não é só uma piada.

Ano da Vida Consagrada


De novembro de 2014 a fevereiro de 2016, a Igreja celebra o Ano da Vida Consagrada, com o tema “Vida Consagrada na Igreja hoje: Evangelho, Profecia e Esperança”.

Segundo o Santo Padre, o Papa Francisco, os consagrados “são homens e mulheres que podem acordar o mundo. A vida consagrada é uma profecia”. Profecia no sentido de transformar todas as realidades estéreis e áridas sob o olhar fecundo e terno de Deus. Anunciar o Reino de Deus e experimentá-lo; anunciar os valores do Reino, os valores futuros que esse Reino traz.

Os religiosos, com a riqueza de seus Carismas, edificam toda a vida espiritual e pastoral da Igreja. Basta pensar no enorme trabalho que eles desenvolvem nas diversas áreas de promoção humana: hospitais, asilos, casas de repouso, orfanatos, centros de recuperação de tóxicos dependentes e todo o campo socioeducativo, colaborando para que a Igreja desempenhe sua missão de Esposa fiel a Cristo e de comunidade de Salvação no mundo inteiro. O Papa Francisco também destacou o papel dos religiosos no âmbito da educação, tanto nas escolas como nas universidades, realçando a importância de se “transmitir conhecimento, transmitir formas de fazer e transmitir valores. Através destes pilares, se transmite a fé. O educador deve estar à altura das pessoas que educa, e interrogar-se sobre como anunciar Jesus Cristo a uma geração que está mudando”.

Para viver intensamente o Ano da Vida Consagrada, o Papa traçou três objetivos: “olhar para o passado com gratidão, viver o presente com paixão e abraçar o futuro com esperança”. Isso ajuda o consagrado a viver a confirmação de que Deus pode encher a vida de alegria e fermentar, ainda mais, a “espiritualidade da comunhão”.

A intolerância dos terroristas e a intolerância dos humoristas blasfemos


Os telejornais estão dando grande destaque ao ataque ocorrido na última quarta-feira em Paris, em que terroristas mataram 12 pessoas no escritório da revista Charlie Hebdo, deixando outras quatro gravemente feridas. A reação da sociedade está em geral está sendo desastrosamente equivocada. Não tem bonzinho nessa história! São quatro níveis de joselitagem:

Joselitos nível júnior – são aqueles que envolvem os vitimados numa aura de nobreza e heroísmo;

Joselitos nível sênior – tentam botar a culpa da tragédia nas próprias vítimas, dizendo que não deveriam ter “ofendido o Islã” (sobre isso, leiam o artigo de Leandro Narloch);

Joselitos nível master - querem jogar a culpa da tragédia em todas as religiões como um todo (é aquele velho papinho idiota de John Lennon de que o mundo só terá paz se não houver religião);

Joselitos nível “acredito em coelho da Páscoa” – são pessoas de espírito inocente, que engoliram fácil a estratégia da mídia esquerdista de mostrar os muçulmanos “pacíficos” que vivem na Europa como as grandes vítima desse atentado, pois agora os coitadinhos serão ainda mais perseguidos pelos europeus malvados islamofóbicos…

A seguir, vamos descer a ripa em toda essa joselitagem. Não há qualquer justificativa para os terroristas bárbaros, e nem tampouco os infelizes cartunistas blasfemos viraram heróis só porque morreram.

Fundamentalismo religioso, não! Fundamentalismo Islâmico.

Foi patético ver no Jornal Nacional o depoimento de famosos cartunistas brasileiros, que falaram em “crime de intolerância religiosa”, “fundamentalismo religioso” e outras frases covardes que podem espirrar de modo totalmente injusto e leviano para todas as outras religiões. Fundamentalismo religioso, não, meus senhores! FUNDAMENTALISMO ISLÂMICO. Mas, depois da chacina em Paris, quem vai querer dar nome aos bois, não é mesmo?

O pior é aquela galera que, para toda e qualquer desgraça que acontece no mundo, dá um jeito de falar mal da Igreja Católica. A perna da miss-bumbum infeccionou por causa do hidrogel? “Culpa da Igreja opressora e machista!” Terroristas islâmicos fuzilaram cartunistas blasfemos? “Não é culpa da Igreja, mas bem poderia ter sido, porque no Antigo Testamento tá escrito que os hebreus deveriam matar os outros povos!”. Única resposta razoável: retardado, tu já viu algum cristão explodir ou fuzilar blasfemos? 


Como bem disse o professor de História William Botazzini: “Se um cristão fosse matar todo mundo que zomba de seus costumes e de sua fé… ele se tornaria o maior serial killer da história”.

A blasfêmia contra a Igreja e o Cristo pulula em toda parte. As bizonhas do Fêmen, a Lady Gaga, exposições de “arte” e os atores aquela peça de teatro furreca ali na esquina blasfemam livremente, e ainda ganham a fama de “ousados”. Que ousadia pode haver na covardia e no clichê? Nesse sentido, é emblemática a declaração do comediante Fábio Porchat ao jornal Estadão: “A gente tem batido em coisas que, na verdade, merecem apanhar. (…) Eu, por exemplo, não faço piada com Alá e Maomé, porque não quero morrer! Não quero que explodam a minha casa só por isso (risos)”.

O Porta dos Fundos, aliás, faz vídeos escabrosos atacando a fé cristã, mas quando o assunto é islamismo eles pegam bem levinho! Fizeram apenas um vídeo bem fofo sobre a burca, sem qualquer tom de afronta. Quem nos dera que eles fizessem piadas com o cristianismo nesse nível! Ou seja, no fundo, até aqueles que mais odeiam a Igreja Católica sabem que o catolicismo é a verdadeira religião da paz. Espertinhos, hein?

Islamofobia: só os ingênuos caem nesse papo


Acompanhando a repercussão da tragédia entre meus amigos católicos, percebi que muitos deles caíram no papinho de vitimização dos muçulmanos que vivem na Europa. A mídia esquerdizada está conseguindo mudar o foco do problema – que é “como o Ocidente pode se defender da jihad?” – para o mimimi da tal islamofobia.

Amigos, abram o olho! Que chongas de islamofobia é essa que permite que os muçulmanos construam centenas de mesquitas por toda a Europa, enquanto os cristãos (católicos, ortodoxos e protestantes) sofrem terríveis violências em quase todos os países de maioria muçulmana? E mesmo nos países onde a vida dos cristãos pode ser bastante tranquila – como na Arábia Saudita – estes não têm nem mesmo o direito de andar com um crucifixo no pescoço!

Vamos falar em reciprocidade? Roma abriga a maior mesquita na Europa. Ok… E será que os muçulmanos permitiriam que construíssemos uma catedral em Meca?

Então, que fique claro: AS VÍTIMAS AQUI SÃO OS MEMBROS DA CIVILIZAÇÃO CRISTÃ. Membros que são católicos, ortodoxos, protestantes, ateus… Esses é que estão encurralados. Se queremos sobreviver, não caiamos nesse trololó de “ain… e agora, a islamofobia?”. Rélôoooooou, quem está sofrendo violência, afinal?

Os 7 Sacramentos da Igreja: 5º Sacramento - Unção dos Enfermos

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

A CELEBRAÇÃO
DO MISTÉRIO CRISTÃO

SEGUNDA SECÇÃO
OS SETE SACRAMENTOS DA IGREJA

ARTIGO 4

A UNÇÃO DOS ENFERMOS

1499. «Pela santa Unção dos Enfermos e pela oração dos presbíteros, toda a Igreja encomenda os doentes ao Senhor, sofredor e glorificado, para que os alivie e os salve: mais ainda, exorta-os a que, associando-se livremente à paixão e morte de Cristo, concorram para o bem do povo de Deus» (95).

I. Os seus fundamentos na economia da salvação

A DOENÇA NA VIDA HUMANA

1500. A doença e o sofrimento estiveram sempre entre os problemas mais graves que afligem a vida humana. Na doença, o homem experimenta a sua incapacidade, os seus limites, a sua finitude. Qualquer enfermidade pode fazer-nos entrever a morte.

1501. A doença pode levar à angústia, ao fechar-se em si mesmo e até, por vezes, ao desespero e à revolta contra Deus. Mas também pode tornar uma pessoa mais amadurecida, ajudá-la a discernir, na sua vida, o que não é essencial para se voltar para o que o é. Muitas vezes, a doença leva à busca de Deus, a um regresso a Ele.

O DOENTE PERANTE DEUS

1502. O homem do Antigo Testamento vive a doença à face de Deus. É diante de Deus que desafoga o seu lamento pela doença que lhe sobreveio (97) e é d'Ele. Senhor da vida e da morte, que implora a cura (98). A doença torna-se caminho de conversão (99) e o perdão de Deus dá início à cura (100). Israel faz a experiência de que a doença está, de modo misterioso, ligada ao pecado e ao mal, e de que a fidelidade a Deus em conformidade com a sua Lei restitui a vida: «porque Eu, o Senhor, é que sou o teu médico» (Ex 15, 26). O profeta entrevê que o sofrimento pode ter também um sentido redentor pelos pecados dos outros (101). Finalmente, Isaías anuncia que Deus fará vir para Sião um tempo em que perdoará todas as faltas e curará todas as doenças (102).

CRISTO-MÉDICO

1503. A compaixão de Cristo para com os doentes e as suas numerosas curas de enfermos de toda a espécie (103) são um sinal claro de que «Deus visitou o seu povo» (104) e de que o Reino de Deus está próximo. Jesus tem poder não somente para curar, mas também para perdoar os pecados (105): veio curar o homem na sua totalidade, alma e corpo: é o médico de que os doentes precisam (106). A sua compaixão para com todos os que sofrem vai ao ponto de identificar-Se com eles: «Estive doente e visitastes-Me» (Mt 25, 36). O seu amor de predilecção para com os enfermos não cessou, ao longo dos séculos, de despertar a atenção particular dos cristãos para aqueles que sofrem no corpo ou na alma. Ele está na origem de incansáveis esforços para os aliviar.

1504. Frequentemente, Jesus pede aos doentes que acreditem (107). Serve-se de sinais para curar: saliva e imposição das mãos (108), lodo e lavagem (109). Por seu lado, os doentes procuram tocar-Lhe (110), «porque saía d'Ele uma força que a todos curava» (Lc 6, 19). Por isso, nos sacramentos, Cristo continua a «tocar-nos» para nos curar.

1505. Comovido por tanto sofrimento, Cristo não só Se deixa tocar pelos doentes, como também faz suas as misérias deles: «Tomou sobre Si as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças» (Mt 8, 17) (111). Ele não curou todos os doentes. As curas que fazia eram sinais da vinda do Reino de Deus. Anunciavam uma cura mais radical: a vitória sobre o pecado e sobre a morte, mediante a sua Páscoa. Na cruz, Cristo tomou sobre Si todo o peso do mal (112) e tirou «o pecado do mundo» (Jo 1, 29), do qual a doença não é mais que uma consequência. Pela sua paixão e morte na cruz. Cristo deu novo sentido ao sofrimento: desde então este pode configurar-nos com Ele e unir-nos à sua paixão redentora.

«CURAI OS ENFERMOS...»

1506. Cristo convida os discípulos a seguirem-no, tomando a sua cruz (113). Seguindo-O, eles adquirem uma nova visão da doença e dos doentes. Jesus associa-os à sua vida pobre e servidora. Fá-los participar no seu ministério de compaixão e de cura: E eles «partiram e pregaram que era preciso cada um arrepender-se. Expulsavam muitos demónios, ungiam com óleo numerosos doentes, e curavam-nos» (Mc 6, 12-13).

1507. O Senhor ressuscitado renova esta missão («em Meu nome... hão-de impor as mãos aos doentes, e estes ficarão curados»: Mc 16, 1 7-18) e confirma-a por meio dos sinais que a Igreja realiza invocando o seu nome (114). Estes sinais manifestam de modo especial, que Jesus é verdadeiramente «Deus que salva» (115).

1508. O Espírito Santo confere a alguns o carisma especial de poderem curar (116) para manifestar a força da graça do Ressuscitado. Todavia, nem as orações mais fervorosas obtêm sempre a cura de todas as doenças. Assim, São Paulo deve aprender do Senhor que «a minha graça te basta: pois na fraqueza é que a minha força actua plenamente» (2 Cor 12, 9), e que os sofrimentos a suportar podem ter como sentido que «eu complete na minha carne o que falta à paixão de Cristo, em benefício do seu corpo, que é a Igreja» (Cl 1, 24).

1509. «Curai os enfermos!» (Mt 10, 8). A Igreja recebeu este encargo do Senhor e procura cumpri-lo, tanto pelos cuidados que dispensa aos doentes, como pela oração de intercessão com que os acompanha. Ela "crê na presença vivificante de Cristo, médico das almas e dos corpos, presença que age particularmente através dos sacramentos e de modo muito especial da Eucaristia, pão que dá a vida eterna (117) e cuja ligação com a saúde corporal é insinuada por São Paulo (118).

1510. Entretanto, a Igreja dos Apóstolos conhece um rito próprio em favor dos enfermos, atestado por São Tiago: «Alguém de vós está doente? Chame os presbíteros da Igreja para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o aliviará; e, se tiver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados» (Ts; 5, 14-15). A Tradição reconheceu neste rito um dos sete sacramentos da Igreja (119).

UM SACRAMENTO DOS ENFERMOS

1511. A Igreja crê e confessa que, entre os sete sacramentos, há um, especialmente destinado a reconfortar os que se encontram sob a provação da doença: a Unção dos enfermos:

«Esta santa unção dos enfermos foi instituída por Cristo nosso Senhor como sacramento do Novo Testamento, verdadeira e propriamente dito, insinuado por São Marcos (120), mas recomendado aos fiéis e promulgado por São Tiago, apóstolo e irmão do Senhor» (121).

1512. Na tradição litúrgica, tanto no Oriente como no Ocidente, temos, desde os tempos antigos, testemunhos de unções de doentes praticadas com óleo benzido. No decorrer dos séculos, a Unção dos enfermos começou a ser conferida cada vez mais exclusivamente aos que estavam prestes a morrer. Por causa disso, fora-lhe dado o nome de «Extrema-Unção». Porém, apesar dessa evolução, a liturgia nunca deixou de pedir ao Senhor pelo doente, para que recuperasse a saúde, se tal fosse conveniente para a sua salvação

1513. A Constituição Apostólica «Sacram Unctionem Infirmorum», de 30 de Novembro de 1972, na sequência do II Concílio do Vaticano (123), estabeleceu que, a partir de então, se observasse o seguinte no rito romano:

«O sacramento da Unção dos Enfermos é conferido aos que se encontram enfermos com a vida em perigo, ungindo-os na fronte e nas mãos com óleo de oliveira ou, segundo as circunstância, com outro óleo de origem vegetal, devidamente benzido, proferindo uma só vez, as palavras: "Por esta santa unção e pela sua infinita misericórdia o Senhor venha em teu auxílio com a graça do Espírito Santo, para que, liberto dos teus pecados, Ele te salve e, na sua bondade, alivie os teus sofrimentos"» (124).

sábado, 10 de janeiro de 2015

Os 7 Sacramentos da Igreja: 4º Sacramento - Penitência e Reconciliação

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

A CELEBRAÇÃO
DO MISTÉRIO CRISTÃO

SEGUNDA SECÇÃO
OS SETE SACRAMENTOS DA IGREJA

CAPÍTULO SEGUNDO

OS SACRAMENTOS DE CURA

1420. Pelos sacramentos da iniciação cristã, o homem recebe a vida nova de Cristo. Ora, esta vida, nós trazemo-la «em vasos de barro». Por enquanto, ela está ainda «oculta com Cristo em Deus» (Cl 3, 3). Vivemos ainda na «nossa morada terrena» (1), sujeita ao sofrimento à doença e à morte. A vida nova de filhos de Deus pode ser enfraquecida e até perdida pelo pecado.

1421. O Senhor Jesus Cristo, médico das nossas almas e dos nossos corpos, que perdoou os pecados ao paralítico e lhe restituiu a saúde do corpo (2) quis que a sua Igreja continuasse, com a força do Espírito Santo, a sua obra de cura e de salvação, mesmo para com os seus próprios membros. É esta a finalidade dos dois sacramentos de cura: o sacramente da Penitência e o da Unção dos enfermos.

ARTIGO 4

O SACRAMENTO DA PENITÊNCIA E DA RECONCILIAÇÃO

1422. «Aqueles que se aproximam do sacramento da Penitência obtêm da misericórdia de Deus o perdão da ofensa a Ele feita e, ao mesmo tempo, são reconciliados com a Igreja, que tinham ferido com o seu pecado, a qual, pela caridade, exemplo e oração, trabalha pela sua conversão» (3).

I. Como se chama este sacramento?

1423. É chamado sacramento da conversão, porque realiza sacramentalmente o apelo de Jesus à conversão (4) e o esforço de regressar à casa do Pai (5) da qual o pecador se afastou pelo pecado.

É chamado sacramento da Penitência, porque consagra uma caminhada pessoal e eclesial de conversão, de arrependimento e de satisfação por parte do cristão pecador.

1424. É chamado sacramento da confissão, porque o reconhecimento, a confissão dos pecados perante o sacerdote é um elemento essencial deste sacramento. Num sentido profundo, este sacramento é também uma «confissão», reconhecimento e louvor da santidade de Deus e da sua misericórdia para com o homem pecador.

E chamado sacramento do perdão, porque, pela absolvição sacramental do sacerdote. Deus concede ao penitente «o perdão e a paz» (6).

E chamado sacramento da Reconciliação, porque dá ao pecador o amor de Deus que reconcilia: «Deixai-vos reconciliar com Deus» (2 Cor 5, 20). Aquele que vive do amor misericordioso de Deus está pronto para responder ao apelo do Senhor: «Vai primeiro reconciliar-te com teu irmão» (Mt 5, 24).

II. Porquê, um sacramento de Reconciliação depois do Baptismo?

1425. «Vós fostes lavados, fostes santificados, fostes justificados pelo nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus» (1 Cor 6, 11). Precisamos de tomar consciência da grandeza do dom de Deus que nos foi concedido nos sacramentos da iniciação cristã, para nos apercebermos de até que ponto o pecado é algo de inadmissível para aquele que foi revestido de Cristo (7). Mas o apóstolo São João diz também: «Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós» (1 Jo 1, 8). E o próprio Senhor nos ensinou a rezar: «Perdoai-nos as nossas ofensas» (Lc 11, 4 ), relacionando o perdão mútuo das nossas ofensas com o perdão que Deus concederá aos nossos pecados.

1426. A conversão a Cristo, o novo nascimento do Baptismo, o dom do Espírito Santo, o corpo e sangue de Cristo recebidos em alimento, tornaram-nos «santos e imaculados na sua presença» (Ef 1, 4), tal como a própria Igreja, esposa de Cristo, é «santa e imaculada na sua presença» (Ef 5, 27). No entanto, a vida nova recebida na iniciação cristã não suprimiu a fragilidade e a fraqueza da natureza humana, nem a inclinação para o pecado, a que a tradição chama concupiscência, a qual persiste nos baptizados, a fim de que prestem as suas provas no combate da vida cristã, ajudados pela graça de Cristo (8). Este combate é o da conversão, em vista da santidade e da vida eterna, a que o Senhor não se cansa de nos chamar (9). 

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Homilética: Festa do Batismo do Senhor (Ano B): "O Pai manifesta a missão do Filho".


A Festa do Batismo do Senhor, celebrada no Domingo depois da Epifania, encerra o ciclo das Festas da Manifestação do Senhor, o ciclo de Natal. Comemoramos o Batismo de Jesus, por São João Batista, nas águas do rio Jordão. Sem ter mancha alguma que purificar, Jesus quis submeter-se a esse rito, tal como se submetera às demais observâncias legais que também não o obrigavam.

O Senhor desejou ser batizado, diz Santo Agostinho, “para proclamar com a sua humildade o que para nós era uma necessidade”. Com o Batismo de Jesus, ficou preparado o Batismo cristão, diretamente instituído por Jesus Cristo e imposto por Ele como lei universal, no dia da sua Ascensão: Todo poder me foi dado no céu e na terra, dirá o Senhor; ide, pois, ensinai a todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28, 18-19).

O dia em que fomos batizados foi o mais importante da nossa vida, pois nele recebemos a fé e a graça. Antes de recebermos o batismo, todos nós nos encontrávamos com a porta do Céu fechada e sem nenhuma possibilidade de dar o menor fruto sobrenatural.

Devemos agradecer a Deus a Graça do Batismo. Agradecer que nos tenha purificado a alma da mancha do pecado original, bem como de qualquer outro pecado que tivéssemos naquele momento. A água batismal significa e atualiza de um modo real o que é evocado pela água natural: a limpeza e a purificação de toda a mancha e impureza.

“Graças ao sacramento do Batismo tu te converteste em templo do Espírito Santo: não te passe pela cabeça – exorta São Leão Magno – afugentar com as tuas más ações um hóspede tão nobre, nem voltar a submeter-te à servidão do demônio, porque o teu preço é o sangue de Cristo.”

Na Igreja, ninguém é um cristão isolado. A partir do Batismo, o cristão passa a fazer parte de um povo, e a Igreja apresenta-se como a verdadeira família dos filhos de Deus. O Batismo é a porta por onde se entra na Igreja.

“E na Igreja, precisamente pelo Batismo, somo todos chamados à santidade” (LG 11 e 42), cada um no seu próprio estado e condição. A chamada à santidade e a conseqüente exigência de santificação pessoal são universais: todos, sacerdotes e leigos, estamos chamados à santidade; e todos recebemos, com o Batismo as primícias dessa vida espiritual que, por sua própria natureza, tende à plenitude. É importante lembrar o caráter sacramental do Batismo “um certo sinal espiritual e indelével” impresso na alma no momento (Dz, 852). É como um selo que exprime o domínio de Cristo sobre a alma do batizado. Cristo tomou posse da nossa alma no momento em que fomos batizados. Ele nos resgatou do pecado com a sua Paixão e Morte.

Com estas considerações, é fácil compreender porque é de desejar que as crianças recebam logo o Batismo. Desde cedo a Igreja pediu aos pais que batizassem os seus filhos o quanto antes. É uma demonstração prática de fé. Não é um atentado contra a liberdade da criança, da mesma forma que não foi uma ofensa dar-lhe a vida natural, nem alimentá-la, limpá-la, curá-la, quando ela própria não podia pedir esses bens. Pelo contrário, a criança tem direito a receber essa graça. No Batismo está em jogo um bem infinitamente maior do que qualquer outro: a Graça e a Fé; talvez a salvação eterna. Só por ignorância e por uma fé adormecida se pode explicar que muitas crianças sejam privadas pelos seus próprios pais, já cristãos, do maior dom da sua vida.

Também nós fomos marcados pelo Espírito Santo. No Batismo, Ele derramou-se sobre nós. Fomos chamados a viver segundo o Espírito. Isto significa um ato de fé na presença atuante do Espírito Santo em nós. Implica uma disponibilidade para deixar-se conduzir por ele a fim de realizar uma missão como a de Cristo.

Quando realmente acaba o período do Natal?

No dia 1º de janeiro? Na epifania? 
Na festa da candelária? Talvez a resposta lhe surpreenda

Todos sabem que o Natal começa na noite do dia 24 de dezembro. Mas você sabe quando termina o período do Natal para os católicos?

Qual destas opções você acha ser a correta?

(  ) 26 de dezembro
(  ) 1º de janeiro
(  ) 6 de janeiro (Epifania)
(  ) 2 de fevereiro (Candelária)
(  ) Todas as anteriores
(  ) Nenhuma das anteriores

Muitos acham que o período do Natal acaba no dia 2 de fevereiro, na festa da Candelária. Celebrada 40 dias após o Natal, esta data era tradicionalmente o fim oficial do período natalino. Mas este período, ainda que continue sendo observado na forma extraordinária (do rito latino), já não é um período litúrgico no rito ordinário (ainda que, no Vaticano, por exemplo, os enfeites de Natal sejam mantidos até esse dia, N. do E.).

Isso não tira a importância da festa da Candelária, que recorda a purificação de Maria e a apresentação de Jesus no templo. O nome “candelária” deriva da referência de Simeão a Jesus como luz dos povos.

Então, será que o Natal acaba no dia 1º de janeiro? Sendo este dia o último da Oitava de Natal, e dado que cada dia da Oitava de Natal é celebrado como o dia do Natal, faz sentido que o período natalino termine no dia 1º de janeiro, solenidade da Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus. Porém, ainda que a festa do Natal acabe nesse dia, o período do Natal continua.

Será, então, na Epifania (6 de janeiro – ou domingo entre os dias 2 e 8 de janeiro), referindo-se à adoração dos Reis Magos? A revisão de 1969 do calendário romano geral deixou a festa da Epifania como parte do período natalino. Então, esta resposta também é incorreta.

A única alternativa correta é: “nenhuma das anteriores”.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Papa pede orações pelas vítimas do atentado de Paris


Três homens armados entraram nesta quarta-feira dia 7 na redação do jornal satírico Charlie Hebdo, em Paris, França, e causaram pelo menos doze vítimas mortais e quatro feridos muito graves, bem como outros sete feridos ligeiros. Os mortos são dez jornalistas e dois agentes da polícia.

O Papa Francisco exprimiu através de comunicado a sua mais firme condenação destes atentados. Foi o Padre Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, a revelar esta comunicação do Papa:

“O Santo Padre exprime a sua mais firme condenação pelo horrível atentado que atingiu esta manhã a cidade de Paris com um alto número de vítimas, semeando a morte, consternando a inteira sociedade francesa, perturbando profundamente todas as pessoas amantes da paz, para além das fronteiras da França.”

“O Papa participa através da oração no sofrimento dos feridos e das famílias dos defuntos e exorta todo o mundo a opor-se com todos os meios à propagação do ódio e de todas as formas de violência, física e moral, que destrói a vida humana, viola a dignidade das pessoas, prejudica radicalmente o bem fundamental da coabitação pacífica entre as pessoas e os povos, apesar das diferenças de nacionalidade, religião e cultura”.