quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Depois da notícia sobre o tumor papa, L'Osservatore Romano admite complô anti-Bergoglio


A "nostalgia" do papa doente é a única e verdadeira síndrome incurável, talvez não maligna, mas certamente maliciosa, que emerge de uma radiografia multicamadas realizada em profundidade entre as linhas e dobras do "furo jornalístico" que perturbou de madrugada o despertar dos bispos, até voltar a dormir e se apagar na hora da sesta vespertina: que, aliás, nas margens vaticanas do Tibre, continua sendo, em todo o caso, uma necessidade irrenunciável, também em tempos de Sínodo e turbulências epocais.

Não há nenhuma "sombra" no cérebro e na mente de Bergoglio, lúcido e determinado, e também com saúde para levar adiante a própria revolução, mas apenas a nostalgia pelos tempos que passaram por parte de uma camada eclesiástica que, "na sombra" dos papas idosos, estava de fato habituada a governar, em autonomia e por longos períodos, uma das maiores potências do planeta, entre círculos mágicos e eminências pardas.

Um destino do qual Ratzinger, tendo-o vivido e abominado de perto durante a doença e a agonia de João Paulo II, removeu para sempre a Igreja, com a maior reforma constitucional desde o Concílio até hoje.

A renúncia de Bento XVI, várias vezes indicadas pelo sucessor como modelo a seguir, ao que ele mesmo tem a intenção de se adequar, erradicou estruturalmente o "mal de Vatileaks" que ainda volta a aparecer em chave conjuntural, ao menos em função desestabilizadora. Ou, melhor, "manipuladora", parafraseando o L'Osservatore Romano, sem escrúpulos e sem tabus.

Não queremos alimentar conspirações de mau gosto quando se põe em causa a saúde, mas a intervenção explícita e sem precedentes do jornal da Santa Sé as autoriza, de algum modo, as obriga. Não podemos, portanto, nos abster de captar e salientar que, "em frente" à crescente popularidade do pontífice, a "frente" da oposição cresce dia a dia, em medida diretamente proporcional, dentro e fora da Igreja.

Trata-se de um exército variado, que, por enquanto, deixa vir à tona apenas uma parte dos seus efetivos, mas que inclui desde já episcopados inteiros, setores da imprensa, centrais econômicas e financeiras, movimentos católicos e partidos políticos, unidos pelo fato de considerar o pontificado argentino como um acidente de percurso, um parêntese e uma nêmesis, entre uma tentação do demônio e uma distração do Espírito Santo, no pior ou no melhor dos casos.

A carta dos 13 cardeais, número fatídico, sanciona, aliás, como logo escrevemos, a ruptura da maioria que, no dia 13 de março de 2013, elegeu Francisco, candidato da minoria, em nome de uma descontinuidade geopolítica e territorial, certamente não ideológica e doutrinal. Status do qual Bergoglio está perfeitamente consciente e que o levou, na manhã de sábado, ao comemorar o 50º aniversário do Sínodo, a segurar as rédeas, fazendo um discurso aparentemente descentralizador, mas, na realidade, preanunciando uma virada centralizadora.

Foi uma resposta aos adversários, certamente, mas, acima de tudo, para si mesmo, para a fragilidade que ele tinha evidenciado três dias antes, na Audiência da quarta-feira. Pela primeira vez em dois anos e meio, que coincidem temporal e provavelmente com o ponto de viragem de um mandato breve, Francisco traiu o temor de não ser capaz, olhando fixamente para o horizonte, para os desafios que o esperam e que, de repente, devem ter lhe parecido enormes. Assim como Moisés, quando viu de longe a Terra Prometida, no Monte Nebo, sabendo que havia uma guerra para combater, ainda longa, e que caberia a ele alcançá-la. 

Bispos alemães estão do lado de Santo Tomás Moro ou Henrique VIII?, questiona Arcebispo


O Arcebispo de Denver (Estados Unidos), Dom Samuel Aquila, criticou a proposta de muitos bispos alemães – entre eles o presidente da Conferência Episcopal Alemã, Cardeal Reinhard Marx –, e recordou o testemunho de fidelidade cristã dos Santos Tomás Moro e João Fisher, assassinados devido a sua oposição ao Rei Henrique VIII da Inglaterra, o qual procurava divorciar-se e ter novas núpcias.

Através de um artigo intitulado “Tomás Moro e João Fisher morreram em vão?”, Dom Samuel Aquila assinalou: “No Sínodo sobre a Família que acontece até o dia 25 de outubro em Roma, alguns dos bispos alemães e seus partidários estão pressionando para que a Igreja permita aos divorciados em nova união receberem a comunhão, enquanto que outros bispos do mundo inteiro insistem em que a Igreja não pode mudar os ensinamentos de Cristo”.

“Isto nos leva a perguntar: os bispos alemães acreditam que os Santos Tomás Moro e João Fisher sacrificaram suas vidas em vão?”, questionou.

O Arcebispo americano recordou que 500 anos antes dos atuais bispos alemães, o episcopado da Inglaterra “foi pioneiro neste experimento em doutrina cristã”.

“O assunto em questão nessa época não era se qualquer católico poderia casar-se novamente, mas se o rei podia, porque sua esposa não lhe deu um filho homem”, assinalou.

O Arcebispo explicou que “da mesma forma que alguns defendem o acesso a comunhão para aqueles que se casaram novamente pelo civil, os bispos ingleses estavam incomodados com a ideia de aceitar o divórcio e o novo casamento abertamente”.

“Em seu lugar, escolheram modificar a lei de acordo com as circunstâncias individuais do caso que enfrentavam, concedendo ao Rei Henrique VIII uma ‘anulação’ — de maneira fraudulenta e sem ser aprovada em Roma”, recordou.

Enquanto a maioria de bispos ingleses, com o Cardeal Thomas Wolsey como líder, apoiaram a tentativa do rei, o qual pretendia desfazer seu primeiro e legítimo matrimônio, o Bispo de Rochester, Dom João Fisher, e o leigo Tomás Moro – chanceler do rei – se opuseram.

“Ambos foram martirizados e posteriormente canonizados”, indicou o Arcebispo de Denver.

Boato de que o Papa teria um tumor cerebral é divulgado por um neurocirurgião e desmentido pelo Vaticano.


Hoje, na abertura da coletiva de imprensa sobre os trabalhos do Sínodo, o padre Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, leu uma segunda declaração sua sobre o desajeitado "furo", falso e jornalisticamente pouco decoroso, sobre um suposto tumor cerebral do Papa Francisco.

O Pe. Lombardi, em certo ponto, disse: "Reitero que a publicação ocorrida é um grave ato de irresponsabilidade, absolutamente injustificável e inqualificável. E também é injustificável continuar alimentando tais informações infundadas. Por isso, esperamos que esse assunto se encerre, portanto, imediatamente".

Nós também desejamos a mesma coisa, especialmente por respeito ao Papa Francisco. Mas o fato é de tal gravidade, e sem precedentes, que é preciso abordar algumas perguntas, uma em particular: por que uma publicação jornalística, envolvendo vários dos seus empregados, chega a extremos que o Pe. Lombardi definiu como "irresponsáveis"?

A resposta agora é simples e clara: o jornal Quotidiano Nazionale – ainda não sabemos com que grau de consciência – caiu em uma terrível armadilha de um personagem que, apresentado como grande luminar da neurocirurgia mundial, na realidade, acabou se revelando, de modo despudorado, como um mitômano desavergonhado.

O neurocirurgião japonês Takanori Fukushima, que foi apontado como o médico que estaria tratando um tumor benigno cerebral do papa Francisco, deletou duas publicações de seu blog onde narrava viagens ao Vaticano e encontro com o religioso.

A primeira mostrava uma foto realizada em outubro de 2014, ao final de uma audiência geral, na praça São Pedro, durante uma visita do cirurgião ao Vaticano. Fukushima explicou no blog que foi convidado para um evento especial, ocasião em que pode se encontrar com Francisco. Também foram publicadas imagens de uma visita em janeiro de 2015, quando Fukushima aparece nos corredores do Vaticano.

Estas são fotografias publicadas pelo Dr. Fukushima no seu blog (em japonês): 

Itália: criada a Comissão Científica para a Família


Depois de um longo trabalho em rede com a sociedade civil italiana e uma cuidadosa observação das posições político-institucionais no tocante aos direitos civis de crianças, mulheres e homens, um grupo de técnicos constituiu a Comissão Científica para a Família.

"A Comissão examinará a produção discursiva sobre o conceito de ‘gênero’ no âmbito cultural, midiático e informativo, político, jurídico, legislativo e psicológico. As análises serão conduzidas à luz dos estudos sobre o ser humano e sobre o seu desenvolvimento psico-físico e antropológico, a fim de produzir informações científicas multi e interdisciplinares sobre as teorias de gênero e sobre os efeitos da aplicação dessas teorias na instituição da família e na identidade da pessoa".

De acordo com os promotores, "o espírito da iniciativa é o de proporcionar respostas e orientações para os cidadãos e para os seus representantes políticos na preservação e proteção da família como a única instituição predisposta à evolução da humanidade e à educação das crianças, instituição que, assim, contribui para a estabilidade do tecido social". 

Como começa um processo de nulidade matrimonial?


Quem deve tomar a iniciativa?

Se você se encontra numa situação matrimonial que não pode ser reconhecida pela Igreja, porque já houve uma cerimônia de casamento anterior com outra pessoa; ou se rompeu tão definitivamente com seu marido e a sua mulher, que já não exista mais nenhuma chance de verdadeira reconciliação, pense bem se o seu caso não se enquadra em alguma das causas de nulidade descritas no artigo Nulidade de Casamento. Se fosse assim, é do seu interesse conseguir uma declaração da autoridade eclesiástica, que lhe permita reconstruir sua vida em paz com Deus e com a sua consciência. Para isso, existem na Igreja, os tribunais eclesiásticos. Só que ninguém vai tomar o seu lugar. Quem deseja que o tribunal atue deve pedir sua intervenção. O pároco ou algum sacerdote amigo poderão dar um conselho, uma orientação. Mas algumas coisas você vai ter que fazer por si mesmo. Vá, sim, em primeiro lugar, falar com o seu pároco. Mas não desespere se ele achar que o seu caso não terá chances no tribunal. O campo do direito canônico é um campo especializado e nem todos os padres estão atualizados nesta matéria. De um jeito ou do outro, você vai ter de procurar o próprio tribunal eclesiástico. 

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Apelo de médica cai como uma bomba no Sínodo.


A doutora Anca-Maria Cernea, uma médica do Center for Diagnosis and Treatment – Victor Babes (Centro de Diagnóstico e Tratamento – Victor Babes) e Presidente da Associação dos Médicos Católicos de Bucareste (Romênia), apresentou ao sínodo, aos 16 de outubro, o seguinte apelo ao Papa Francisco e aos padres sinodais:

Santidade, Padres sinodais, irmãos e irmãs,

Eu represento a Associação dos Médicos Católicos de Bucareste.
Pertenço à Igreja Grego-Católica Romena.

Meu pai era um líder político cristão que foi preso pelos comunistas por 17 anos. Meus pais estavam noivos, prestes a se casar, mas o casamento deles ocorreu 17 anos depois. Minha mãe esperou por meu pai por todos esses anos, mesmo sem saber se ainda estava vivo. Foram heroicamente fiéis a Deus e ao compromisso deles. O exemplo deles mostra que, com a Graça de Deus, se pode superar terríveis dificuldades sociais e a pobreza material.

Nós, como médicos católicos, em defesa da vida e da família, podemos ver que, antes de tudo, se trata realmente de uma batalha espiritual. A pobreza material e o consumismo não são as causas principais da crise da família. A causa principal da revolução sexual e cultural é ideológica.

Nossa Senhora de Fátima disse que a Rússia espalharia os seus erros pelo mundo. Isso aconteceu primeiro com a violência: o marxismo clássico matou dezenas de milhões de pessoas. Agora acontece, sobretudo, com o marxismo cultural. Há uma continuidade entre a revolução sexual de Lenin, passando por Gramsci e a Escola de Frankfurt, até à hodierna defesa ideológica dos “direitos” dos gays.

O marxismo clássico pretendia redesenhar a sociedade, através da violenta apropriação dos bens. Agora, a revolução vai ainda mais a fundo: pretende redefinir a família, a identidade sexual e a natureza humana. Essa ideologia se autodenomina “progressista”. Mas nada mais é do que a oferta da antiga serpente ao homem no sentido de assumir o controle, de substituir Deus, de organizar a Salvação aqui, neste mundo. É um erro de natureza religiosa: é o gnosticismo. É tarefa dos pastores reconhecê-lo, e alertar o rebanho contra este perigo.

“Buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo” (Mt 6,33).

A missão da Igreja é a de salvar as almas. O mal, neste mundo, provém do pecado, e não da desigualdade de renda nem das “mudanças climáticas”. A solução é a Evangelização, a conversão. 

O caso do menino que repartiu a Hóstia consagrada com seu pai divorciado era mentira?


Repercutiu entre os católicos com grande polêmica um relato compartilhado neste sínodo a respeito de um menino que, no dia da sua primeira comunhão, teria partido a hóstia em duas partes e dado uma delas ao seu pai, divorciado e novamente casado. Vários padres sinodais se declararam comovidos com o relato, por evocar o sofrimento vivido pelos católicos nessa situação. Entre eles, o patriarca latino de Jerusalém, dom Fouad Twal: “O gesto nos tocou e nos fez pensar que esse drama afeta todos nós. Não somos indiferentes a estas situações”. O bispo italiano dom Enrico Solmi, de Parma, declarou que o relato “certamente balançou a assembleia. O menino nos mostrou uma vida real”.

No entanto, junto com os muitos protestos acusando o sínodo de “propensão a trair a doutrina da Igreja” e das críticas diante das deficiências na formação catequética do menino, surgiram também questionamentos nas redes sociais sobre a veracidade do relato.

A história do menino que resolveu dividir a comunhão com seu pai divorciado e recasado tinha sido atribuída inicialmente ao pe. Roberto Rosa, pároco em Trieste, na Itália, mas depois foi assumida por dom Alonso Gerardo Garza, da diocese mexicana de Piedras Negras, durante uma entrevista para o canal TV2000.

O fato é que o relato foi mesmo apresentado aos padres sinodais no Vaticano e reacendeu as atenções, dentro e fora do sínodo, sobre as possibilidades pastorais relacionadas com os católicos que se divorciaram e depois se uniram civilmente a novos cônjuges. 

Catequese do Papa Francisco sobre a fidelidade do amor


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Na reflexão passada, refletimos sobre as promessas importantes que os pais fazem às crianças, desde quando elas são pensadas no amor e concebidas no ventre.

Podemos acrescentar que, olhando mais de perto, toda a realidade familiar é fundada sobre a promessa – pensar bem nisso: a identidade familiar é fundada sobre promessas – pode-se dizer que a família vive da promessa de amor e de fidelidade que o homem e a mulher fazem um ao outro. Essa comporta o empenho de acolher e educar os filhos; mas inclui também o cuidado com os pais idosos, em proteger e socorrer os membros mais frágeis da família, em ajudar-se de perto para realizar as próprias qualidades e aceitar os próprios limites. E a promessa conjugal se alarga a partilhar as alegrias e os sofrimentos de todos os pais, as mães, as crianças, com generosa abertura nos confrontos da convivência humana e do bem comum. Uma família que se fecha em si mesma é como uma contradição, uma mortificação da promessa que a fez nascer e a faz viver. Não esquecer nunca: a identidade da família é sempre uma promessa que se alarga e se alarga a toda a família e também a toda a humanidade.

Nos nossos dias, a honra da fidelidade à promessa da vida familiar parece muito enfraquecida. Por um lado, porque um mal entendido direito de buscar a própria satisfação, a todo custo em qualquer relação, é exaltado como um princípio não negociável de liberdade. Por outro lado, porque se confia exclusivamente à constrição da lei os vínculos da vida de relação e do compromisso pelo bem comum. Mas, na verdade, ninguém quer ser amada só pelos próprios bens ou por obrigação. O amor, bem como a amizade, devem a sua força e a sua beleza justamente a este fato: que geram um laço sem tirar a liberdade. O amor é livre, a promessa da família é livre e essa é a beleza. Sem liberdade não há amizade, sem liberdade não há amor, sem liberdade não há matrimônio.

Portanto, liberdade e fidelidade não se opõem uma a outra, antes, se apoiam proximamente, seja nas relações interpessoais, seja naquelas sociais. De fato, pensemos nos danos que produzem, na civilização da comunicação global, a inflação de promessas não mantidas, em vários campos, e a indulgência pela infidelidade à palavra dada e aos compromissos firmados!