Não
há dúvida de que ele (o cristão) deve agradecer Àquele que, como afirma Paulo, “me amou e se entregou por mim”. E por
trás desta auto-doação de Cristo pelo Pai em colaboração com o Espírito Santo.
A
gratidão do cristão é endereçada ao Pai no Cristo dado através do Espírito
Santo. Pela auto-doação de Cristo “se constrói” a Igreja com Seu “Corpo”, Sua
“esposa” e vaso onde derrama a Sua Plenitude (e que já faz parte de tal
Plenitude), Igreja a quem confiou a própria Palavra (a Escritura) e que
administra os Seus Sacramentos.
Esta
última coisa não é mais evidente aos olhos do homem moderno: a Bíblia lhe
parece um livro como milhões de outros, um livro que ele adquire na livraria e
que depois lhe pertence como qualquer outro volume comprado. E os Sacramentos
perderam em grande parte a sua evidência de “meios necessários para a
salvação”. Será que não podem ser substituídos por uma vida honesta,
responsável sob o aspecto moral, vivida a serviço do mundo e do próximo? Uma e
outra coisa são frutos de uma ilusão de ótica.
Todo
homem de alguma forma religioso é grato por toda a vida, não só aos pais, mas
também a Deus, que acima de todos os outros bens do mundo, como dom supremo e
primário, lhe deu a vida.
Notemos
um particular importante: as duas orientações da gratidão – para com os pais e
para com Deus – existem sem fazer concorrência, uma ao lado da outra, com a
outra e na outra, enquanto o homem reconhece que Deus delegou aos seres vivos
algo de Seu poder criador e capaz de produzir frutos.