quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Em encontro com embaixadores, Papa destaca tema da migração


DISCURSO
Audiência com o corpo diplomático creditado junto à Santa Sé
para as felicitações de início de ano
Sala Régia do Palácio Apostólico – Vaticano
Segunda-feira, 11 de janeiro de 2015


Excelências, Senhoras e Senhores!

De coração vos dou as boas-vindas a este encontro anual, em que tenho oportunidade de vos apresentar os meus votos para o novo ano e reflectir convosco sobre a situação deste nosso mundo, abençoado e amado por Deus e todavia atribulado e aflito por tantos males. Agradeço ao novo Decano do Corpo Diplomático, senhor Armindo Fernandes do Espírito Santo Vieira, Embaixador de Angola, as amáveis palavras que me dirigiu em nome de todo o Corpo Diplomático acreditado junto da Santa Sé; desejo aqui fazer memória especial – quase um mês depois da sua morte – dos falecidos Embaixadores de Cuba, Rodney Alejandro López Clemente, e da Libéria, Rudolf P. von Ballmoos.

Aproveito a ocasião também para dirigir uma saudação particular a quantos participam pela primeira vez neste encontro, notando com satisfação que, no decurso do ano passado, aumentou ainda mais o número de Embaixadores residentes em Roma. Trata-se de um sinal importante da atenção com que a comunidade internacional segue a actividade diplomática da Santa Sé. E outra prova disso mesmo são os Acordos internacionais assinados ou ratificados durante o ano findo. Em particular, desejo mencionar aqui as convenções específicas em matéria de tributação assinadas com a Itália e os Estados Unidos da América, que demonstram o crescente empenho da Santa Sé em prol duma maior transparência nas questões económicas. Não menos importantes, porém, são os acordos de carácter geral, visando regular aspectos essenciais da vida e da actividade da Igreja nos diferentes países, como o Acordo assinado em Díli com a República Democrática de Timor-Leste.

De igual modo, desejo recordar a troca dos Instrumentos de Ratificação do Acordo com o Chade sobre o estatuto jurídico da Igreja Católica no país, bem como o Acordo assinado e ratificado com a Palestina. Trata-se de dois acordos que, juntamente com o Memorando de Entendimento entre a Secretaria de Estado e o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Kuwait, demonstram, para além do mais, que a convivência pacífica entre membros de religiões diferentes é possível quando se reconhece a liberdade religiosa e se assegura uma real possibilidade de colaborar para a edificação do bem comum, no respeito mútuo da identidade cultural de cada um.

Aliás toda a experiência religiosa, vivida autenticamente, só pode promover a paz. Assim no-lo recorda o Natal que há pouco celebrámos, contemplando o nascimento dum menino indefeso, cujo «nome é: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz» (cf. Is 9, 5). O mistério da Encarnação mostra-nos o verdadeiro rosto de Deus, para quem o poder não significa força e destruição, mas amor; a justiça não significa vingança, mas misericórdia. Precisamente nesta perspectiva, quis proclamar o Jubileu extraordinário da Misericórdia, inaugurado excepcionalmente em Bangui durante a minha viagem apostólica ao Quénia, Uganda e República Centro-Africana. Num país longamente atribulado pela fome, a pobreza e os conflitos, onde a violência fratricida dos últimos anos deixou feridas profundas nos espíritos, dilacerando a comunidade nacional e gerando miséria material e moral, a abertura da Porta Santa da Catedral de Bangui pretendeu ser um sinal de encorajamento para erguerem o olhar, retomarem o caminho e reencontrarem as razões do diálogo. Lá onde se abusou do nome de Deus para cometer injustiça, quis reiterar, juntamente com a comunidade muçulmana da República Centro-Africana, que «quem afirma crer em Deus deve ser também um homem ou uma mulher de paz»1 e, consequentemente, de misericórdia, porque nunca se pode matar em nome de Deus. Só uma forma ideologizada e extraviada de religião pode pensar fazer justiça em nome do Omnipotente, massacrando deliberadamente pessoas indefesas, como aconteceu nos sanguinários ataques terroristas dos meses passados na África, Europa e Médio Oriente.

A misericórdia foi, de certo modo, o «fio condutor» que guiou as minhas viagens apostólicas já no ano passado. Refiro-me, antes de mais nada, à visita a Sarajevo, cidade profundamente ferida pela guerra nos Balcãs e capital dum país, a Bósnia-Herzegovina, que se reveste dum significado especial para a Europa e o mundo inteiro. Como encruzilhada de culturas, nações e religiões, tem-se esforçado, com resultados positivos, por construir sem cessar novas pontes, valorizar aquilo que une e olhar as diferenças como oportunidades de crescimento no respeito por todos. Isto é possível através dum diálogo paciente e confiante, que sabe assumir os valores da cultura de cada um e acolher o bem proveniente das experiências alheias.2

Depois, penso na viagem à Bolívia, Equador e Paraguai, onde encontrei povos que não se rendem diante das dificuldades e, com coragem, determinação e espírito de fraternidade, enfrentam os numerosos desafios que os afligem, a começar pela pobreza generalizada e as desigualdades sociais. Durante a viagem a Cuba e aos Estados Unidos da América, pude abraçar dois países que, depois de prolongada divisão, decidiram escrever nova página na história, empreendendo um caminho de avizinhamento e reconciliação.

Em Filadélfia, por ocasião do Encontro Mundial das Famílias, bem como durante a viagem ao Sri Lanka e às Filipinas e com o recente Sínodo dos Bispos, recordei a importância da família, que é a primeira e mais importante escola de misericórdia, na qual se aprende a descobrir o rosto amoroso de Deus e onde cresce e se desenvolve a nossa humanidade. Conhecemos os numerosos desafios que, infelizmente, a família tem de enfrentar neste tempo em que está «ameaçada pelos crescentes esforços de alguns em redefinir a própria instituição do matrimónio mediante o relativismo, a cultura do efémero, a falta de abertura à vida».3 Hoje há um medo generalizado à condição definitiva que a família supõe e, quem o paga, são sobretudo os mais novos, muitas vezes frágeis e desorientados, e os idosos que acabam por ser esquecidos e abandonados. Pelo contrário, «da fraternidade vivida na família, nasce a solidariedade na sociedade»,4 que nos leva a ser responsáveis uns pelos outros. Isto só é possível se nas nossas casas, bem como na sociedade, não deixarmos sedimentar incómodos e ressentimentos, mas dermos lugar ao diálogo, que é o melhor antídoto contra o individualismo tão largamente espalhado na cultura do nosso tempo. 

São Pedro Donders


Pedro Donders nasceu em 27 de outubro de 1809, no sul da Holanda. Pedro tinha seis anos de idade, quando sua mãe morreu e diante dessa circunstância precisou deixar os estudos para ajudar seu pai, já muito idoso, na renda familiar. 

Por causa de sua saúde frágil e da pobreza, o jovem não conseguia realizar seu sonho: ser padre. Entretanto Pedro insistia com seu pároco, até que conseguiu que o recebessem no seminário diocesano, mais como empregado do que como noviço.

No ano de 1839 o Seminário foi visitado pelo Prefeito Apostólico do Suriname, buscando ajuda para seu território de missão que estava numa situação muito crítica. Apenas Pedro Donders se ofereceu. Em 5 de junho de 1841 foi ordenado sacerdote. Um ano mais tarde chegou em Paramaribo, uma região selvagem quatro vezes maior que a Holanda.

Os primeiros catorze anos foram dedicados à formação dos catequistas, das crianças e às visitas pastorais entre os escravos das fazendas holandesas. Recebeu o encargo da pastoral dos enfermos, dedicando-se especialmente aos leprosos. Foi um homem corajoso, aliviando as dores dos doentes terminais, sem nunca reclamar do apostolado.

Em 1865 chegaram os Missionários Redentoristas no Suriname, com a missão de continuar os trabalhos de evangelização. Padre Pedro decidiu ficar e pediu seu ingresso na Congregação do Santíssimo Redentor, professando os votos em 1867. No dia 14 de janeiro de 1887, morreu de uma grave enfermidade renal. 

ORAÇÃO


Pai de amor e de bondade, que escolhestes ao longo dos tempos homens e mulheres para proclamar as maravilhas de vosso amor, servindo os pobres e abandonados, concedei-nos, pela intercessão de Pedro Donders a paciência e a coragem de vos servir todos os dias de nossa vida. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

Ser discípulo de Cristo é renunciar tudo o que tem...


“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo
e tome cada dia a sua cruz, e siga-me”. (Lc 9,23).

Com o passar do tempo eu percebi que quando uma pessoa vai conversar com outra para resolver alguma desavença, ela sempre leva consigo alguns valores, valores renunciáveis que deve haver de ambas as partes para que o acordo seja feito, e também aqueles valores dos quais não abre mão, são inalienáveis. Acredito que não é segredo para ninguém que um valor grandioso que carrego comigo é a fé católica que professo. E não sou católico, como muitos por aí, desinformados, que não sabem sequer o que significa a palavra “católico”, que não conhecem a Jesus Cristo, nem a Sua Igreja e tampouco o evangelho. Sou católico por convicção, ou como bem dizia o meu ex-pároco, frei Inocêncio Pacchioni: “não sou tão leigo assim”. Não sou perfeito, só Deus é perfeito. Carrego comigo, como todas as pessoas falhas, pecados que precisam constantemente ser corrigidos ao longo da vida. E tenho essa convicção porque fui chamado “pessoalmente” pelo Senhor. Desde que me aproximei d’Ele, inicialmente por caminhos tortuosos, mas que serviram para fazer de mim quem hoje sou, Ele não me abandonou e a minha convicção é tão grande que é preferível ser ateu a professar uma fé que não seja a fé católica.

No trecho de Lucas acima citado, Jesus coloca duas condições para segui-lo: “negar a si mesmo” e “carregar a sua cruz”. A primeira tem relação com a segunda. O que seria negar a si mesmo senão deixar de lado seus instintos puramente carnais? E que cruz seria essa senão a de ter que negar a si mesmo, às suas vontades, aos seus desejos? De fato, “minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou” (Jo 7,16). Por isso o verdadeiro discípulo de Cristo “não anuncia a si mesmo” (v.18), as suas convicções, os seus desejos e pensamentos, mas Aquele que o chamou e escolheu. Acontece, porém, que o sistema inteiro sob o qual vivemos é muito, muito afastado de Cristo. Pode não haver respostas, mas nós temos que fazer pelo menos as perguntas. A nossa inteligência, como católicos, não pode deixar de notar a violência satânica e cheia de segredos terríveis que é perpetrada pelo nosso governo! 

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Profanação de um cemitério entristece os cristãos na Terra Santa


Desconhecidos profanaram o cemitério junto ao mosteiro salesiano de Beit Gemal, localizado na cidade israelense de Beit Shemesh, no oeste de Jerusalém. As cruzes de madeira e de concreto colocadas em muitas tumbas também foram destruídas.

De acordo com a agência Fides, embora estes fatos tenham ocorrido no mês de dezembro, as fontes oficiais do Patriarcado Latino de Jerusalém informaram a respeito recentemente.

Esta não é a primeira vez que feitos assim ocorrem nesta local. Na madrugada do dia 31 de março de 2014, na região de Beit Shemesh, vândalos escreveram frases blasfemas nos muros de duas casas pertencentes ao mosteiro católico latino de Deir Rafat.

As religiosas do mosteiro, pertencente à Família monástica de Belém, da Assunção da Virgem Maria e de São Bruno, confirmaram à agência vaticana Fides que entre as frases escritas em hebraico, algumas expressam “blasfêmias contra Jesus e a Virgem Maria”. Outras pedem “vingança” e acusam de “nazismo” a Alemanha e os Estados Unidos. Inclusive alguns carros estacionados na região foram objeto do vandalismo e tiveram os pneus furados. 

Homilética: 2º Domingo Comum - Ano C: "O Primeiro Milagre".


Após as festas natalinas, inicia o Tempo Comum, em que revivemos os principais Mistérios da Salvação.

O Evangelho (Jo 2, 1-11) fala das Bodas de Caná. O motivo da escolha deste texto, para este domingo – o segundo depois da Epifania – é explicado na frase conclusiva: Jesus, em Caná da Galiléia, deu inicio aos sinais e manifestou sua glória e seus discípulos creram nele (Cf. Jo 2, 11).

Em Caná aconteceu uma nova epifania de Jesus: ele se manifestou como havia se manifestado no início aos magos e a João Batista no Batismo do Jordão.

Segundo o costume da época a festa, o banquete, durava oito dias. Depois de alguns dias começou a faltar o vinho; a alegria daqueles esposos e de sua família estava ameaçada…

Maria percebe a situação, e disse a Jesus, em tom aflito: “Eles não têm mais vinho”. Jesus opôs um pouco de resistência, mas depois fez o milagre: Da água soube tirar um novo vinho para continuar a festa. A presença de Jesus salvou a alegria dos esposos e permitiu que a festa continuasse.

Acontece em todo casamento aquilo que aconteceu nas Bodas de Caná; começa no entusiasmo e na alegria; o vinho é o símbolo, precisamente, desta alegria e do amor recíproco que lhe é a causa. Mas este amor e esta alegria – como o vinho de Caná – com o passar dos dias e dos anos, consome-se e começa a faltar; todo sentimento humano, exatamente porque humano, é recessivo, tende a consumir-se e a se exaurir; então desaba sobre a família uma nuvem de tristeza e desgosto; aos convidados para as bodas que são os filhos, não se tem mais nada a oferecer, a não ser o próprio cansaço, a própria frieza recíproca e muitas vezes a própria amarga desilusão. Falhas cheias de água. O fogo para o qual tinham vindo para se aquecer vai se apagando e todos procuram outros fogos fora dos muros da casa para aquecer o coração com um pouco de afeto.

Há remédio para esta triste perspectiva ? Sim, o mesmo remédio que houve em Caná da Galiléia: Convidar Jesus para as bodas! Se ele for de casa, a ele se poderá recorrer quando enfraquecerem o entusiasmo, a atração física, a novidade, enfim, o amor com que se tinha começado como namorados, porque da água da “rotina”, ele saberá fazer brotar, pouco a pouco, um novo vinho melhor do que o primeiro, isto é, um novo tipo de amor conjugal, menos efervescente do que o da juventude, mas mais profundo, mais duradouro, feito de compreensão, de conhecimento mútuo, de solidariedade, feito também de muita capacidade de se perdoar.

Convidar Jesus para o próprio matrimônio! Sim, isto significa reconhecer desde o tempo de namoro que o matrimônio não é uma questão privada entre um homem e uma mulher, em que a religião e o padre devem entrar somente para pingar sobre nós um pouco de agra benta ou para lhe dar um pouco de prestígio exterior com órgão, flores e tapete, mas é uma vocação, um chamado para realizar, de certa forma, a própria vida e o próprio destino; vocação que vem de Deus cuja norma e cuja força devem orientar a vida do casal.

Merecem ser destacadas as palavras de Maria: “Eles não tem mais vinho”; “Fazei o que ele vos disser” (Jo 2, 3.5).

“Em Caná, ninguém pede à Santíssima Virgem que interceda junto de seu Filho pelos consternados esposos. Mas o coração de Maria, que não pode deixar de ser compadecer dos infelizes, impele-a a assumir, por iniciativa própria, o ofício de intercessora e a pedir ao Filho o milagre. Se a Senhora procedeu assim sem que lhe tivessem dito nada, que Teria feito se lhe tivessem pedido que interviesse?” (Sto. Afonso Maria de Ligório). Que não fará quando – tantas vezes ao longo do dia! – lhe dizem “rogai por nós” ? Que não iremos conseguir se recorremos a Ela ?

“Maria põe-se de permeio entre o seu Filho e os homens na realidade das suas privações, das suas infigências e dos seus sofrimentos. Maria faz-se de Medianeira, não como uma estranha, mas na posição de Mãe, consciente de que como tal pode – ou antes, tem o direito de – tornar presentes ao Filho as necessidades dos homens” (Beato João Paulo II).

Jesus não nos nega nada; e concede-nos de modo particular tudo o que lhe pedimos através de sua Mãe.

Maria continua dizendo a nós, seus filhos: “Fazei o que Ele vos disser”.

Isto é o que diz o Papa Francisco sobre os homossexuais em novo livro


Chegou ontem às livrarias do mundo inteiro o livro-entrevista do Papa Francisco com o título “O nome de Deus é Misericórdia”. Este é o resultado de uma série de diálogos do Santo Padre com o vaticanista italiano Andrea Tornielli.

Entre os diferentes temas mencionados pelo Pontífice neste libro, ressalta a importância do Ano Santo da Misericórdia, iniciado no dia 8 de dezembro de 2015.

Diversos meios de comunicação falaram deste texto e se centraram na pergunta que Tornielli fez a respeito dos homossexuais. A seguir a pergunta do vaticanista e a resposta completa do Papa:

Tornielli: Posso lhe perguntar sobre sua experiência como confessor de homossexuais? Na coletiva de imprensa no voo de retorno do Rio de Janeiro à Roma, você disse a famosa frase: ‘Quem sou eu para julgar?’.

Papa Francisco: Naquela ocasião disse isto: Se uma pessoa for gay e busca o Senhor e está disposto a isso, quem sou eu para julgá-la? Estava parafraseando com o Catecismo da Igreja Católica, o qual afirma que estas pessoas devem ser tratadas com delicadeza e não devem ser marginalizadas. Alegra-me que falemos sobre as pessoas homossexuais, porque antes de mais nada existe a pessoa individual em sua totalidade e dignidade. E as pessoas não devem ser definidas somente pelas suas tendências sexuais: não esqueçamos que Deus ama todas suas criaturas e que estamos destinados a receber seu amor infinito. Prefiro que os homossexuais busquem a confissão, que estejam perto do Senhor e que rezemos todos juntos. Podemos pedir-lhes que rezem, mostrar-lhes boa vontade, mostrar-lhes o caminho e acompanhá-los a partir da sua condição. 

Obama veta a lei que tira financiamento público à maior rede de abortos do mundo


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vetou na última sexta-feira, 8, o projeto de lei que procurava cortar o financiamento com dinheiro de impostos a multinacional abortista Planned Parenthood Federation of America, investigada por acusações de tráfico de órgãos de bebês abortados em suas instalações.

O projeto de lei foi aprovado no dia 6 de janeiro deste ano pela Câmara de Representantes (deputados), um mês depois de ser aprovado pelo Senado dos Estados Unidos.

Em uma mensagem remetida no dia 8 de janeiro à Câmara de Representantes, Obama assinalou que devolve o projeto de lei “sem minha aprovação” e lamentou que esta proposta legislativa “efetivamente corte o financiamento a Planned Parenthood”.

Segundo Obama, a multinacional do aborto provê “uma variedade de importante cuidado preventivo e serviços de saúde”.

O presidente dos Estados Unidos e seu partido, o Partido Democrata, receberam importantes contribuições da Planned Parenthood nos últimos anos.

De acordo com o Center for Responsive Politics, em 2014, exatamente 153 parlamentares do Partido Democrata receberam mais de 676 mil dólares do PPFA. O mesmo Obama, em sua campanha de reeleição em 2012, recebeu aproximadamente 1,7 milhões de dólares da Planned Parenthood.

Em uma série de vídeos difundidos desde a metade do ano de 2015, o Center for Medical Progress (CMP, Centro para o Progresso Médico) revelou que PPFA negocia e vende os órgãos e tecidos dos bebês abortados em suas instalações, por valores entre 35 e 100 dólares por “espécime”.

Em uma das reportagens do CMP, uma ex-trabalhadora de uma empresa que adquire órgãos e tecidos da Planned Parenthood revelou que em uma ocasião, dentro de uma clínica da multinacional, pediram-lhe extrair o cérebro de um bebê cujo coração ainda palpitava.

Diversas comissões do Congresso dos Estados Unidos abriram investigações contra a Planned Parenthood depois da divulgação dos vídeos. Em setembro do ano passado, o presidente do Comitê de Supervisão e Reforma Governamental, Jason Chaffetz, apresentou 10 achados preliminares.

Entre seus achados, Chaffetz reportou que “Planned Parenthood é autossuficiente” e não precisa dos mais de 500 milhões de dólares de impostos americanos que recebe a cada ano.

Ao menos seis estados dos Estados Unidos retiraram recursos públicos à multinacional. Entre eles Texas, Arkansas, Alabama, New Hampshire, Utah e Louisiana.

Apesar de tudo isto, Obama argumentou em seu veto ao projeto de lei que corta o financiamento a Planned Parenthood que este “limitaria o acesso aos cuidados de saúde dos homens, mulheres e famílias em todo o país e causaria um impacto desproporcional em pessoas de baixos recursos”. 

Papa inicia ciclo de catequeses sobre misericórdia segundo a perspectiva bíblica.


PAPA FRANCISCO

 AUDIÊNCIA GERAL

Sala Paulo VI
Quarta-feira, 13 de Janeiro de 2016


Falando com Moisés, o Senhor revelou-Se como «Deus misericordioso». Assim Se apresentou. Este é o seu nome, o rosto com que Se manifesta, o seu coração. A imagem que Ele nos dá de Si mesmo é de um Deus que se comove e enternece por nós, como uma mãe quando pega no seu filho ao colo, desejosa apenas de o amar, proteger, ajudar, pronta a dar tudo, inclusive dar-se a si mesma. Deste Deus misericordioso, diz-se também que é «vagaroso na ira», isto é, com grande capacidade de suportar. Deus sabe esperar. Não é impaciente como os homens. Ele é como o agricultor que sabe esperar, deixa crescer o bom trigo e, por amor dele, não arranca sequer a cizânia. Deus é cheio de bondade e fidelidade. É grande e poderoso, sem dúvida; mas esta sua grandeza e esta sua força usa-as para nos amar a nós, tão pequeninos, incapazes e insignificantes. No seu grande amor, é Ele que dá o primeiro passo, sem atender aos nossos méritos humanos, com plena gratuidade. Sim, a solicitude divina é tão grande e tão forte que nada a pode deter, nem mesmo o pecado: é capaz de ultrapassar o pecado, vencendo o mal e perdoando a falta. E isto sempre, numa fidelidade sem limites! A sua presença misericordiosa junto de nós é fiel, firme e estável, porque o Senhor é o guardião que nunca dorme, mas sempre vigia para nos conduzir à vida.