O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama,
vetou na última sexta-feira, 8, o projeto de lei que procurava cortar o
financiamento com dinheiro de impostos a multinacional abortista Planned
Parenthood Federation of America, investigada por acusações de tráfico de
órgãos de bebês abortados em suas instalações.
O projeto de lei foi aprovado no dia 6 de janeiro
deste ano pela Câmara de Representantes (deputados), um mês depois de ser
aprovado pelo Senado dos Estados Unidos.
Em uma mensagem remetida no dia 8 de janeiro à
Câmara de Representantes, Obama assinalou que devolve o projeto de lei “sem
minha aprovação” e lamentou que esta proposta legislativa “efetivamente corte o
financiamento a Planned Parenthood”.
Segundo Obama, a multinacional do aborto provê “uma
variedade de importante cuidado preventivo e serviços de saúde”.
O presidente dos Estados Unidos e seu partido, o
Partido Democrata, receberam importantes contribuições da Planned Parenthood
nos últimos anos.
De acordo com o Center for Responsive Politics, em
2014, exatamente 153 parlamentares do Partido Democrata receberam mais de 676
mil dólares do PPFA. O mesmo Obama, em sua campanha de reeleição em 2012,
recebeu aproximadamente 1,7 milhões de dólares da Planned Parenthood.
Em uma série de vídeos difundidos desde a metade do
ano de 2015, o Center for Medical Progress (CMP, Centro para o Progresso
Médico) revelou que PPFA negocia e vende os órgãos e tecidos dos bebês
abortados em suas instalações, por valores entre 35 e 100 dólares por
“espécime”.
Em uma das reportagens do CMP, uma ex-trabalhadora
de uma empresa que adquire órgãos e tecidos da Planned Parenthood revelou que
em uma ocasião, dentro de uma clínica da multinacional, pediram-lhe extrair o
cérebro de um bebê cujo coração ainda palpitava.
Diversas comissões do Congresso dos Estados Unidos
abriram investigações contra a Planned Parenthood depois da divulgação dos
vídeos. Em setembro do ano passado, o presidente do Comitê de Supervisão e
Reforma Governamental, Jason Chaffetz, apresentou 10 achados preliminares.
Entre seus achados, Chaffetz reportou que “Planned
Parenthood é autossuficiente” e não precisa dos mais de 500 milhões de dólares
de impostos americanos que recebe a cada ano.
Ao menos seis estados dos Estados Unidos retiraram
recursos públicos à multinacional. Entre eles Texas, Arkansas, Alabama, New
Hampshire, Utah e Louisiana.
Apesar de tudo isto, Obama argumentou em seu veto
ao projeto de lei que corta o financiamento a Planned Parenthood que este
“limitaria o acesso aos cuidados de saúde dos homens, mulheres e famílias em
todo o país e causaria um impacto desproporcional em pessoas de baixos
recursos”.
Recentemente o Center for Medical Progress
denunciou ao presidente dos Estados Unidos que, assim como chorou pelas vítimas
dos diversos tiroteios produzidos nesse país durante os últimos anos,
“manifeste a mesma indignação e compaixão pelos filhos que são assassinados a
fim de que partes do seu corpo sejam divididas e vendidas em todo o país como
automóveis usados”.
Claramente, não foi o caso.
Os líderes do Partido Republicano, depois do
projeto de lei a fim de cortar o financiamento de impostos da Planned
Parenthood, anunciaram que procurarão superar o veto em uma votação programada
para o dia 22 de janeiro, o mesmo dia no qual será celebrada a Marcha pela Vida
em Washington D.C.
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ACI digital
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