quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Santa Escolástica


Hoje celebramos a memória de Santa Escolástica, irmã gêmea do grande São Bento, pai do monaquismo. Esta grande santa nasceu na Úmbria, região central da Itália, no ano de 480.

Santa Escolástica foi uma mulher de grande espírito de oração e busca de santidade. Junto com seu irmão São Bento, tornou-se a fundadora de vários mosteiros femininos que também seguiam a Regra de vida monástica do irmão. Escolástica era piedosa, virtuosa, cultivadora da oração, temente a Deus e inimiga do espírito do mundo e das vaidades.

Relata-nos o Papa São Gregório Magno que Escolástica e Bento, embora morassem pertinho, encontravam-se para diálogos santos apenas uma vez ao ano. Numa dessas visitas, pressentindo que o dia de seu encontro com o Pai Eterno estava próximo, Escolástica pediu ao irmão que ficasse com ela até o amanhecer, mas foi repreendida pelo irmão, pois isto seria uma transgressão da Regra do mosteiro.

Diante da resposta negativa do irmão, Santa Escolástica entrelaçou as mãos, abaixou a cabeça e rapidamente conversou com Deus. De repente armou um tamanha tempestade fora do lugar do encontro , que São Bento ficou impedido de sair com seus irmãos. Diante do olhar de espanto do irmão, Escolástica disse-lhe: "Pedi a você e você não me ouviu; pedi ao Senhor e ele me ouviu. Vá embora, se puder, volte ao seu mosteiro". Alguns dias depois, São Bento teve uma visão da irmã, que rumava ao céu com vestes brancas. Quarenta dias depois, o próprio São Bento também rumou para a Vida Eterna em Deus.

O corpo de Escolástica foi transportado para o mosteiro de São Bento, e sepultado no túmulo que o santo abade tinha mandado preparar para si. Escolástica morreu em 543, na idade de 63 anos.

Santa Escolástica quando se achava em grandes tribulações fixava o olhar no Crucifixo. Este olhar trazia-lhe consolo e coragem para vencer todas as dificuldades. Ela dizia que um único olhar sobre a imagem do Crucificado tirava-lhe toda a aflição e suavizava-lhe o sofrimento.  

ORAÇÃO


Ó Deus, que prometestes habitar nos corações puros, dai-nos, pela intercessão de Santa Escolástica, viver de tal modo, que possais fazer em nós a vossa morada. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. Oração (2) Deus, nosso Pai, em Jesus, vosso Filho, nos cumulastes da dignidade dos filhos de Deus. Jesus nos mostrou que as leis devem estar a serviço do homem, não o homem a serviço das leis. É amor e misericórdia que pedis e não o sacrifício. Por isso nós vos pedimos por intercessão de Santa Escolástica: saibamos nos opor às leis injustas e opressoras, feitas para salvar interesses pessoais e de grupos. Ajudai-nos, Senhor, a compreender o amor verdadeiro, aquele amor que está acima da justiça dos fariseus. Deus, nosso Pai, vosso Filho Jesus não se deixou escravizar pela lei; fez do amor a Deus e ao próximo o maior mandamento. Libertai-nos dos formalismos, dos medos e legalismos que nos impedem de amar verdadeiramente. Amém.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Casa comum: pelos direitos dos povos (Am 5,24)


A construção de barragens no Brasil é marcada por um cenário de violações de Direitos Humanos, destruição ambiental e corrupção. O governo Brasileiro pretende construir na bacia do Tapajós, no Pará, até 9 usinas hidroelétricas. A de São Luiz do Tapajós, em fase de “licenciamento”, inundará unidades de conservação ambiental e parte dos Parques Nacionais da Amazônia e do Jamanxim, das Florestas Nacionais Itaituba I e II. Isso causará grandes danos ecológicos e afetará a biodiversidade. Também inundará terras indígenas afetando diretamente seu modo de vida, e comunidades tradicionais ribeirinhas que vivem na região desde 1.850.

Neste empreendimento, o Governo brasileiro está violando - entre outras coisas - tratados internacionais e a nossa Constituição por não realizar uma Consulta Prévia, Livre e Informada aos indígenas e ribeirinhos, como exige a Convenção 169 da OIT e a Constituição Brasileira no seu art. 231 § 3º. Por tudo isso, em defesa da VIDA, da ECOLOGIA e da BIODIVERSIDADE, DIGA NÃO às Hidroelétricas no Tapajós e à destruição da Amazônia. Apóie os indígenas Munduruku e ribeirinhos em suas lutas assinando este abaixo-assinado, que será enviado ao Governo Brasileiro, ao Supremo Tribunal Federal, ao Congresso Nacional, à ONU, à OEA, à União Europeia e outras Instituições.

A petição: 

Homilética: 1º Domingo da Quaresma - Ano C: "Tentações e conversão!".




Hoje, a Palavra de Deus convida-nos a vencer todas as dificuldades que nos afastam do caminho do bem.

A primeira leitura convida-nos a eliminar os falsos deuses em quem às vezes apostamos tudo e a fazer de Deus a nossa referência fundamental. Alerta-nos, na mesma lógica, contra a tentação do orgulho e da auto-suficiência, que nos levam a caminhos de egoísmo e de desumanidade, de desgraça e de morte.

O Evangelho apresenta-nos uma catequese sobre as opções de Jesus. Lucas sugere que Jesus recusou radicalmente um caminho de materialismo, de poder, de êxito fácil, pois o plano de Deus não passava pelo egoísmo, mas pela partilha; não passava pelo autoritarismo, mas pelo serviço; não passava por manifestações espectaculares que impressionam as massas, mas por uma proposta de vida plena, apresentada com simplicidade e amor. É claro que é esse caminho que é sugerido aos que seguem Jesus.

A segunda leitura convida-nos a prescindir de uma atitude arrogante e auto-suficiente em relação à salvação que Deus nos oferece: a salvação não é uma conquista nossa, mas um dom gratuito de Deus. É preciso, pois, “converter-se” a Jesus, isto é, reconhecê-l’O como o “Senhor” e acolher no coração a salvação que, em Jesus, Deus nos propõe. Fé que será provada pelo inimigo das nossas almas, o Demônio, que nos tentará nos três pontos mais fracos que todos carregamos como herança do pecado original: ter, poder e glória (evangelho).

Ajudados pelos recursos pedagógicos da Quaresma- ambientação mais austera, cantos apropriados, o silêncio do aleluia e do Glória- e sobretudo pelas orações e leituras bíblicas, dispomo-nos para empreender, na companhia de Jesus, a sua “subida à Cruz”, para viver uma vez mais a Páscoa, a passagem a uma vida nova. Cristo quer nos comunicar um ano mais a sua vida nova com a oração e o sacrifício para sermos fortes diante das tentações diárias de Satanás no deserto da nossa vida, renovando a nossa fé no Senhor. Não podemos negociar com o maligno. Viver de outro jeito, ou seja, “de batismo, sou cristão e, de profissão, sou pagão” é uma incoerência e tentaríamos a Deus.

Unidos a toda a Igreja e vivendo este tempo santo de conversão, preparámo-nos para a festa da Páscoa do Senhor e da nossa Páscoa. Confiantes na misericórdia do Pai, que quer para nós, seus filhos, uma vida nova em Cristo, peçamos a conversão do coração, fonte de reconciliação com Deus e com os irmãos.

Santa teimosia. A diplomacia do encontro entre o Papa e Kyril


Não o acaso, não as coincidências, mas o paciente trabalho de tantas pessoas, as preces de muitos fiéis, a resoluta vontade dos dois primazes e as circunstâncias históricas fizeram, sim, que este abraço ocorresse não na Europa, ante as multidões ortodoxas ou católicas movidas pelo extraordinário evento, mas na ilha do Caribe, num aeroporto, lugar laico por excelência, ágora da era contemporânea, espelho evocativo de viagens, de chegadas e partidas, onde as pessoas se cruzam, mas não se conhecem, mas também lugar simbólico de decolagens para novos horizontes e perspectivas.

Aquela disponibilidade patenteada pela presença de observadores do patriarcado de Moscou no Concílio Vaticano II, aquele auspício levado a Roma pelo metropolita Nikodim falecido entre os braços de João Paulo I, aquele elo cultivado de uma parte e da outra pela ex-cortina de ferro de modo particularmente intenso após a queda do regime soviético, aquele desejo alimentado pelos esforços de João Paulo II e pela sabedoria de Bento XVI é hoje uma realidade, ao mesmo tempo fruto de anos laboriosos e germe de messes ainda mais abundantes.

João Paulo II havia sonhado com a viagem a Moscou e foram feitas tentativas significativas, mas sempre se confrontara com a recusa da igreja ortodoxa russa que repetia: “os tempos não estão maduros”. De fato, a memória dos conflitos patriótico-religiosos entre a Polônia católica e a Rússia ortodoxa e a defesa dos uniatas greco-católicos na Ucrânia da parte de um Papa polaco não dissipava a desconfiança. Fora projetado um encontro no mosteiro beneditino de Pannonhalma na Hungria, depois na Áustria, alguns haviam ventilado o encontro em torno ao Sudário em Turim... mas, de fato nenhuma hipótese resultara praticável.

O que, então, acelerou este encontro, preparado com discrição há meses, mas anunciado no último momento? Quem segue desde o início o intensificar-se das relações entre Roma e Moscou, quem conhece o que anima simples trocas de cortesias ou mensagens aparentemente rituais de vizinhança e fraternidade, pode pesar o alcance deste encontro além de todo cálculo geo-religioso ou de realpolitik. 

O sacrifício de Abraão


Abraão tomou a lenha do sacrifício e colocou-a sobre os ombros de seu filho Isaac. Tomou na mão o fogo e o cutelo, e foram ambos juntos. Ora, Isaac, carregando a lenha para o próprio holocausto, é uma figura de Cristo carregando sua cruz. No entanto levar a lenha para o holocausto é ofício de sacerdote. Torna-se então ele mesmo a vítima e o sacerdote. O que se segue: e foram ambos juntos refere-se a essa realidade, porque Abraão, como sacrificador, leva o fogo e o cutelo; mas Isaac não vai atrás e sim a seu lado, para que se veja que, juntamente com ele, exerce igual sacerdócio.

E depois? Disse Isaac a seu pai Abraão: Pai! Neste momento, uma palavra assim parece uma tentação. Como terá abalado o coração paterno esta palavra do filho que ia ser imolado! Mesmo endurecido pela fé, Abraão responde com voz branda: Que queres, filho? E ele: Vejo o fogo e a lenha, mas onde está a ovelha para o holocausto? Abraão respondeu: Deus providenciará uma ovelha para o holocausto, meu filho.

Impressiona-me a resposta cuidadosa e prudente de Abraão. Não sei o que via em espírito, pois responde olhando para o futuro e não para o presente: Deus mesmo providenciará uma ovelha. Assim fala do futuro ao filho que indaga pelo presente. O Senhor providenciava para si um cordeiro em Cristo.

Abraão estendeu a mão para pegar a faca e imolar o filho. O anjo do Senhor chamou-o do céu, dizendo: Abraão, Abraão. Respondeu ele: Eis-me aqui. Tornou o anjo: Não toques no menino nem lhe faças nenhum mal. Agora sei que temes a Deus.

Comparemos estas palavras com as do Apóstolo a respeito de Deus: Ele não poupou seu Filho, mas entregou-o por todos nós. Vede Deus rivalizando com os homens em magnífica generosidade. Abraão, mortal, ofereceu a Deus o filho mortal, que não morreria então. Deus entregou à morte por todos o Filho imortal.

Olhando Abraão para trás, viu um carneiro preso pelos chifres entre os espinhos. Dissemos acima, creio, que Isaac figurava Cristo e, no entanto, também o carneiro parece figurar Cristo. É muito importante ver como ambos se relacionam a Cristo: Isaac que não foi morto e o carneiro que o foi. Cristo é o Verbo de Deus, mas o Verbo se fez carne.

Padece, portanto, Cristo, mas, na carne; morre enquanto homem do qual o carneiro é figura; já dizia João: Eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. O Verbo, porém, permanece incorrupto, isto é, Cristo segundo o espírito; a imagem deste é Isaac. Por isto ele é vítima e também pontífice segundo o espírito. Pois aquele que oferece a vítima ao Pai, segundo a carne, este mesmo é oferecido no altar da cruz.


Das Homilias sobre o Gênesis, de Orígenes, presbítero 

(Hom. 8,6.8.9: PG 12,206-209)           (Séc.III)

Depois da consagração da missa, quando devemos ficar em pé?


Os fiéis ficam de joelhos durante a consagração. Mas a consagração não é somente o momento em que o padre, impondo as mãos, diz: “Santificai, pois, estas oferendas, derramando sobre elas o vosso Espírito…”, mas inclui também as palavras de Jesus na Última Ceia: “Tomai e comei…”, “Tomai e bebei…”.

Quando o sacerdote pronuncia estas palavras, o pão e o vinho, em sentido estrito, se transformam no Corpo e Sangue de Cristo. E a consagração termina com as palavras do padre: ” Eis o mistério da fé!”.

Quando o padre diz isso, o povo responde: “Anunciamos, Senhor, a vossa morte, e proclamamos a vossa Ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!” ou “Todas as vezes que comemos deste pão e bebemos deste cálice, anunciamos, Senhor, a vossa morte, enquanto esperamos a vossa vinda!”, dependendo da oração eucarística utilizada.

É exatamente após esta frase da assembleia que as pessoas se levantam e permanecem em pé, não antes dela.

Depois disso, a oração eucarística segue seu curso normal. Mais ainda: segundo a Instrução Geral do Missal Romano, há lugares em que os fiéis permanecem ajoelhados desde o final do “Santo” até a conclusão da Oração Eucarística e antes da comunhão, quando o padre diz “Eis o Cordeiro de Deus…”. Este costume é louvável e pode ser respeitado (IGMR, 43). 

Santa Apolônia


A história de Apolônia nos chegou pela narrativa de Dionísio, bispo de Alexandria, escrita em 249. Assim ele se expressa:

"No dia 9 de fevereiro, um charlatão alexandrino provocou uma terrível revolta entre os pagãos. As casas dos cristãos foram invadidas e jóias e objetos preciosos foram roubados.
  
Os cristãos, mesmo os velhos e as crianças, foram arrastados pelas ruas, espancados, escorraçados e, condenados a morte, caso não renegassem a fé em voz alta.

Os pagãos prenderam também a bondosa virgem Apolônia, que tinha idade avançada. Foi espancada violentamente e teve os dentes arrancados. Além disso, foi arrastada até a grande fogueira, que ardia no centro da cidade, onde seria queimada viva se não repetisse, em voz alta, uma declaração pagã renunciando a fé em Cristo. Neste instante, ela pediu para ser solta por um momento, sendo atendida ela saltou rapidamente na fogueira, sendo consumida pelo fogo."

O martírio da virgem Apolônia, que terminou aparentemente em suicídio, causou, exatamente por isto, um grande questionamento dentro da Igreja, que passou a avaliar se era correto e lícito, se entregar voluntariamente à morte para não renegar a fé.

Contudo, o gesto da mártir Apolônia, a sua vida reclusa dedicada à caridade cristã, provocou grande emoção e devoção na província africana inteira, onde ela consumou o seu sacrifício. Passou a ser venerada, porque foi justamente o seu apostolado desenvolvido entre os pobres da comunidade que a colocou na mira do ódio e da perseguição dos pagãos.

ORAÇÃO


Ó gloriosa Santa Apolônia, por aquela dor que padecestes, quando, por ordem do tirano, vos foram arrancados os dentes que tanto decoro ajuntavam ao vosso angélico rosto, obtende do Senhor a graça de estarmos sempre livres de qualquer moléstia relativa a este sentido ou pelo menos de sofrê-la constantemente com imperturbável resignação. Amém.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Governo chinês removeu 18 cruzes na província de Zhejiang


As autoridades da província de Zhejiang começaram mais uma vez a retirar cruzes das igrejas, 18 só neste ano. Pelo menos 13 cruzes foram removidas na semana passada, informou Zhang Kai, um advogado cristão que ajuda as igrejas a combater as campanhas governamentais.

Os cristãos em Zhejiang, disse o advogado a Ucanews, continuam sem saber se a retirada “era só de cruzes que não tinham sido retiradas como estava no programado no ano passado ou se é uma nova onda de perseguições”.

Depois de retirar mais de 1.500 cruzes católicas de igrejas católicas e protestantes em Zhejiang desde o final de 2013, a campanha parecia ter abrandado em setembro do ano passado. No seu auge, as autoridades chegaram a enviar funcionários do Estado para tentar que as pessoas não falassem da retirada de cruzes, quando se reunia por ocasião das missas.

Entre os líderes cristãos mais críticos estava Joseph Gu, pastor principal da Igreja de Chongyi em Hangzhou, a maior templo na província de Zhejiang. Depois de condenar a campanha no mês de Julho, foi oficialmente preso em meados de janeiro e, pelo que parece, encontra-se em uma “prisão negra”, um edifício secreto, destaco a organização chinesa Aid.

O pastor Gu está sendo investigado atualmente por desvio de fundos, segundo reconheceu o Conselho Cristão apoiado pelo Estado de Zhejiang em um comunicado no dia último dia 29 de janeiro. “A sua prisão aumenta a crescente campanha contra todos aqueles que se oponham às demolições forçosas de cruzes”, manifestou o presidente de China Aid, Bob Fu. “Ele tinha o cargo mais alto dos líderes cristãos presos desde a Revolução Cultural”, disse.