domingo, 1 de outubro de 2017

Semana Nacional da Vida aborda tema relacionado ao Ano Mariano


De 1º a 7 de outubro acontece a Semana Nacional da Vida, que nesta edição traz um tema em sintonia com o Ano Nacional Mariano, em razão do tricentenário do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, “Bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1,42).

De acordo com o presidente da Comissão para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom João Bosco Barbosa de Sousa, esta frase dita por Isabel a Maria serve para “nos orientar e dar muita importância àquele fruto que está no ventre das mães, que é o nascituro, que é a esperança, a vida que nasce, o dom de Deus”.

A Semana Nacional da Vida foi instituída em 2005 pela 43ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil e culmina no Dia do Nascituro, 8 de outubro, data escolhida pela proximidade com a festa de Nossa Senhora Aparecida, em 12 de outubro.

O objetivo é propor à sociedade o debate sobre os cuidados, proteção e a dignidade da vida humana, em todas as suas fases, desde a concepção até o seu fim natural.

Abusos Litúrgicos


“Parece-me que não havia coisa mais desagradável do que ver a diversidade das cerimônias com que se celebravam a Missa. Uns começavam o santo sacrifício pelo Pater noster; outros, enquanto se revestiam da casula, recitavam o Introibo. Lembro-me de que, um dia, estando em Saint-Germain-en-Laye, notei que sete ou oito padres celebravam a Missa de modo diferente: um fazia de um modo, outro de modo diverso; era uma variedade que provocava lágrimas”.

Assim descrevia São Vicente de Paulo (1581-1660) os abusos litúrgicos de sua época, que ele procurou corrigir. Estamos nos séculos XVI e XVII, portanto, depois da reforma litúrgica feita por São Pio V, em cumprimento do estabelecido pelo Concílio de Trento.

Nesse tempo, explica o livro da vida de São Vicente, também em consequência das guerras de religião demorou a entrar em prática a disciplina eclesiástica estabelecida pelo Concílio Tridentino. “O relaxamento do clero era deplorável... praticavam mal as cerimônias dos sacramentos... muitos padres não usavam batina, nem hábito eclesiástico para celebrar a Missa, e ministravam os sacramentos em traje secular”.

São Paulo apóstolo (1 Cor 11) invectivava contra os abusos litúrgicos que já havia entre os primeiros cristãos. Portanto, não são exclusividade da nossa época. Mas a fé e o respeito devidos à Eucaristia nos impelem a não nos conformarmos com esses desmandos.

sábado, 30 de setembro de 2017

Parlamentares saem em defesa de crianças erotizadas em exposição no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM)


Um desrespeito sem precedentes. Onde estão as feministas, os defensores do Estatuto da Criança e do Adolescente? Uma criança do sexo feminino de aparentes cinco anos conduzida por uma adulta a tocar em um homem nu? Quer dizer que isso é normal e ainda desclassificar e ridicularizar quem se chocou com a cena?

Os cidadãos de bem não podem deixar passar em branco aberrações como esta que tendem a se multiplicarem na tentativa de normatizar práticas doentias e que a maioria da população considera como excrescência. Associação de pais, representantes do povo na política, Igreja e demais setores da sociedade não podem se calar diante de horrores como este protagonizado pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM.

A “performance La Bête” que chocou brasileiros de bem no Museu da Arte Moderna- MAM de São Paulo recebeu o rechaço de alguns parlamentares que saíram em defesa das crianças. Em um vídeo que circula na internet observa-se uma criança de pouco mais de cinco anos sendo conduzida por uma adulta a tocar no corpo nu de um homem, que segundo o museu estaria em uma “performance cultural”.

O deputado Flavinho classificou o ato como “asqueroso e criminoso”. “Mais uma vez estamos chocados com a audácia dos que querem destruir a inocência de nossas crianças. Eles são na verdade animais insanos que estão à solta, disfarçados de ‘artistas’, ‘intelectuais’, ‘cantores’, ‘jornalistas’, ‘médicos globais’ e ‘políticos’”!

Papa Francisco nomeia Cardeal Burke juiz do Tribunal da Assinatura Apostólica


Boletim de Imprensa da Santa Sé deste sábado, dia 30, apresentou a nomeação de cinco novos juízes para o Tribunal da Assinatura Apostólica, entre eles o cardeal Raymond Burke. Completam a lista Cardeal Agostino Vallini, Edoardo Menichelli e os Monsenhores  Frans Daneels e Johannes Willibrordus Maria Hendriks.

Burke fora presidente do Tribunal de 2008 a 2014, donde saiu para assumir a  Ordem Soberana Militar de Malta. Para o Vaticanista Andrea Tornieli, em artigo ao jornal Italiano La Stampa, “a nomeação do cardeal americano atesta a estima do Papa Francisco sobre a sua competência canônica, já demonstrada ao dar-lhe o trabalho incômodo de colecionar os depoimentos sobre a complexa questão das acusações de pedofilia em relação ao arcebispo de Guam Anthony Sabran Apuron”.

Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica (Supremum Tribunal Signaturae Apostolicae), além de exercer a função de Supremo Tribunal, provê à reta administração da justiça na Igreja. 

A mudança da práxis relativa à recepção da Sagrada Comunhão


Até o século XIX, os critérios para comungar eram doutrinalmente tão exigentes que, na prática, poucas pessoas comungavam.

Considerava-se que, para além de uma preparação que eu chamaria de negativa — o fiel não deveria ter consciência de nenhum pecado grave –, era necessária uma cuidadosa preparação positiva: jejum eucarístico desde a meia noite, asseio e modéstia pessoais muito mais salientados que o normal, oração fervorosa com a repetição de inúmeros atos de fé, esperança, ADORAÇÃO, humildade, caridade etc. No dia-a-dia, as pessoas comungavam raramente, somente depois de se confessarem e fora da Santa Missa.

Essa prática era tão consagrada, que Santa Teresa foi considerada suspeita de heresia porque desejava comungar todos os domingos.

A propósito, o Concílio de Trento deixou muito clara a distinção entre o rito da Santa Missa (com a comunhão do sacerdote) e o rito da Santa Comunhão dos fieis, para salvar a Igreja do erro protestante de se considerar a Missa como somente uma Ceia e, portanto, a Comunhão como o momento essencial da ação litúrgica (e não a consagração).

Os santos sempre sofreram com essa dificuldade em receber o Santíssimo Sacramento, a tal ponto que a própria Santa Teresinha do Menino Jesus chegou a dizer que, quando chegasse ao céu, a primeira coisa que pediria a Deus seria a “comunhão diária” para toda a Igreja.

De fato, ela morreu em 1897 e, em 1903, foi eleito o grande São Pio X, que, em 1905, escreveu o Decreto “Sacra Tridentina Synodos”, oferecendo a todos os fieis a possibilidade de comungarem diariamente.

Isso foi uma grande graça! Um tremendo prodígio!

Contudo, a recepção diária não servia para afrouxar as exigências de uma preparação negativa e positiva para comungar. Antes, era instrumento para difusão de maior santidade na Igreja.

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Homilética: 28º Domingo do Tempo Comum - Ano A: "O banquete do Cordeiro"


Jesus ficava encantado quando comia com as pessoas. Por isso não é estranho para nós que Ele compara o Reino a um Rei que preparou um banquete ao que convida todos. Os insistentes convites do rei no evangelho de hoje através dos seus emissários, que não são outros que os profetas, encontram os seus destinatários indiferentes, desprezando a honra que Ele lhes tinha feito, preocupados só pelos assuntos materiais: negócios e mais negócios. Por terem sido cuidadosamente eleitos pelo rei como comensais da festa de bodas, se percebe que eram de um certo grau, que aos olhos do rei tinham um certo privilégio, o que também agrava notavelmente o seu comportamento, que chega ao ultraje e à mesma morte dos porta-vozes reais que levam os convites. Que ofensa e que humilhação infligidas ao rei! Até pegaram e mataram os que levavam os convites do Rei. Assim se explica o motivo de porquê na parábola não se considera exagerada a reação do monarca, o qual ordena que as suas tropas façam justiça aos assassinos e incendeiem a sua cidade, quase como para apagar da face da terra toda a lembrança de tão horrível episódio. 

“Dizei aos convidados que já está preparado o meu banquete (…). Vinde às bodas!” (Mt 22,4). Jesus deixou-nos esse prodígio de amor, que é a eucaristia, para que participemos de suas alegrias eternas. Ele instituiu o sacramento do seu corpo e do seu sangue no contexto de uma ceia e se deu em alimento para que nós, fortalecidos, pudéssemos chegar à glória celestial. Mas a eucaristia não é somente um banquete, nem é um simples banquete. Trata-se de um banquete sacrificial. O Catecismo da Igreja Católica faz essa conexão – eucaristia-ceia – já que o Novo Testamento também o faz: “Jesus expressou de modo supremo a oferta livre de si mesmo na refeição que tomou com os Doze Apóstolos na “noite em que foi entregue” (1 Cor 11,23). Na véspera de sua Paixão, quando ainda estava em liberdade, Jesus fez desta Última Ceia com seus apóstolos o memorial de sua oferta voluntária ao Pai, pela salvação dos homens: “Isto é o meu corpo que é dado por vós” (Lc 22,19). “Isto é o meu sangue, o sangue da Aliança, que é derramado por muitos para remissão dos pecados” (Mt 26,28)” (Cat. 610).

Como se pode considerar diversamente o desprezo dos bens divinos por parte de alguns de nós, a rejeição de um Deus que oferece a sua própria vida ao homem? Por que alguns não participam da missa, por que não se confessam, por que não leem a Bíblia? Veem à minha memória aquelas severas palavras de são Paulo: “Não façais ilusões, com Deus não se brinca” (Gal 6, 7). Não se pode desdenhar impunemente os dons de Deus, e ainda menos pretender que Deus renuncie o seu plano de salvação universal, opondo-lhe um muro de incompreensão e superficialidade. Excluir-se deste plano indica só o fracasso do homem e não de Deus. É isso o que quer dizer a parábola quando mostra o rei que envia os seus servos às ruas para juntar quantos encontrar, “bons e maus”, e assim encher a sala do banquete, substituindo os “indignos”. 

Nesse banquete devemos entrar com traje de gala, isto é, com a graça santificante, que no Apocalipse se descreve como “vestido de linho das obras justas dos santos” (19, 8). É preciso ter a túnica branca da pureza, a coroa de palmeira ou a oliva da caridade, e as sandálias e os pés limpos após a fadiga e a luta. Segundo o protocolo oriental, o rei não participava no banquete, porém num certo momento entrava na sala para receber o obséquio e o agradecimento dos convidados. No Oriente, desde os tempos remotos do rei Hamurabi (s. XVIII a.C.), os reis acostumavam presentear aos seus hóspedes vestidos idôneos para a solenidade das suas audiências ou para o privilégio do comparecimento diante deles. O homem da parábola que não tinha vestido de festa foi porque não quis prover-se do traje –que estava na entrada do palácio-, o que indica uma falta de respeito não menos grave que a daqueles que rejeitaram o convite do Rei. Também foi expulso à geena eterna, o inferno. Nenhuma interpretação poderá negar que Cristo ameaçou com este castigo irreparável quem faz vãos os dons de Deus, rejeitando a sua graça. Porém, não nos esqueçamos de que também esta terrível parábola precede às três parábolas da misericórdia, já que Deus ameaça com a intenção de perdoar e nos corrigir.

Que triste seria se desprezássemos tanto amor de Deus! Como eu participo da santa missa? Desejo, de verdade, que chegue o momento de participar da próxima missa? Procuro ir bem preparado para participar do banquete que o Senhor fez para mim, para a minha salvação e para o fortalecimento do meu apostolado? Encontro na santa missa o centro da minha vida espiritual?

STF libera ensina religioso confessional nas escolas


Em sessão plenária realizada na tarde desta quarta-feira (27), o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou improcedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4439 na qual a Procuradoria-Geral da República (PGR) questionava o modelo de ensino religioso nas escolas da rede pública de ensino do país. Por maioria dos votos (6 x 5), os ministros entenderam que o ensino religioso nas escolas públicas brasileiras pode ter natureza confessional, ou seja, vinculado às diversas religiões.

Na ação, a PGR pedia a interpretação conforme a Constituição Federal ao dispositivo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB para assentar que o ensino religioso nas escolas públicas não pode ser vinculado a religião específica e que fosse proibida a admissão de professores na qualidade de representantes das confissões religiosas. Sustentava que tal disciplina, cuja matrícula é facultativa, deve ser voltada para a história e a doutrina das várias religiões, ensinadas sob uma perspectiva laica.

O julgamento foi retomado hoje com o voto do ministro Marco Aurélio que acompanhou o relator, ministro Luís Roberto Barroso, pela procedência do pedido. Para ele, a laicidade estatal “não implica o menosprezo nem a marginalização da religião na vida da comunidade, mas, sim, afasta o dirigismo estatal no tocante à crença de cada qual”.

“O Estado laico não incentiva o ceticismo, tampouco o aniquilamento da religião, limitando-se a viabilizar a convivência pacífica entre as diversas cosmovisões, inclusive aquelas que pressupõem a inexistência de algo além do plano físico”, ressaltou, acrescentando que não cabe ao Estado incentivar o avanço de correntes religiosas específicas, mas, sim, assegurar campo saudável e desimpedido ao desenvolvimento das diversas cosmovisões.

Papa reafirma validade do ensinamento da exortação «Amoris Laetitia»


O Papa Francisco reafirmou a validade do ensinamento da exortação ‘Amoris Laetitia’, em resposta às várias críticas recebidas pelo documento que resultou das duas assembleias do Sínodo dos Bispos sobre a família, em 2014 e 2015.

“Ouço muitos comentários - respeitáveis, porque são ditos por filhos de Deus, mas errados - sobre a exortação apostólica pós-sinodal”, disse, num encontro com jesuítas que decorreu a 10 de setembro, durante a viagem pontifícia à Colômbia e que foi divulgado esta quinta-feira, na mais recente edição da revista ‘La Civiltà Cattolica’.

O Papa defendeu a necessidade de ler a ‘Alegria do Amor’ do início ao fim, desde o “primeiro capítulo” e de “refletir”.

“Alguns sustentam que sob a ‘Amoris laetitia’ não há uma moral segura. Em relação a isto quero repetir, com clareza, que a moral da ‘Amoris laetitia’ é tomista, a do grande Tomás [de Aquino]”, declarou.

Francisco criticou depois os que julgam que a moral é “pura casuística” e convidou todos a aprofundar a “grandíssima riqueza” do trabalho de São Tomás de Aquino (1225-1274), doutor da Igreja.