Diante de tantos ataques feitos ultimamente à
Igreja e, especialmente, ao Papa, corroendo a sua autoridade, faz-se necessário
explicar aos católicos o importante papel, dado por Jesus, daquele que ele
constituiu o seu Vigário na terra, a cabeça visível da sua Igreja. Destruir a
autoridade do Papa é corroer a autoridade da própria Igreja. Os inimigos
externos sempre fizeram isso. O estranho é isso acontecer por parte de membros
da Igreja.
No meu prefácio ao livro “O Cristo, o Papa e a
Igreja’, do grande escritor Pe. Júlio Maria Lombaerde, publicado pela Editora
Centro Santo Afonso de Ligório, fiz algumas observações sobre esses alicerces
da nossa catolicidade, explicando que o Espirito Santo, enviado por Jesus à sua
Igreja, completou a sua obra e realizou a sua promessa: “Eis que estou convosco
todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28, 20).
Nenhuma sociedade humana sobreviveria a tantas
perseguições, tantas heresias e cismas, tantos inimigos externos e internos,
tanta gente ruim no seu seio (nós, por exemplo!), leigos, padres, Bispos e
Papas ruins, tantos escândalos da parte dos seus membros, tantas dificuldades,
se não fosse a ação do Espírito Santo que a mantém incólume no meio de todas
essas tempestades, até a consumação dos séculos.
Uma das provas de que a Igreja é indefectível,
apesar das fraquezas humanas, e goza da assistência contínua e infalível do seu
fundador, é a instituição do Papado, que nos dá a garantia da presença contínua
dele na sua Igreja, através daquele que lhe faz as vezes, o seu Vigário.
Jesus escolheu como seu vigário (que lhe faz
as vezes) na terra, Pedro, a pedra. E Pedro, primeiro Papa, é uma figura
emblemática e paradigmática. Pedro se chamava Simão. Jesus lhe mudou o nome,
significando sua missão, como é habitual nas Escrituras: “Tu és Simão, filho de
João. Tu te chamarás Cefas! (que quer dizer Pedro - pedra)” (Jo 1, 42). Quando
Simão fez a profissão de Fé na divindade de Jesus, este lhe disse: “Não foi
carne e sangue quem te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso,
eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as
forças do inferno não poderão vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus
(a Igreja): tudo o que ligares na terra será ligado nos céus e tudo o que
desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16, 13-19). Corajoso e com
imenso amor pelo Senhor, sentiu também sua fraqueza humana, ao negar três vezes
que o conhecia. “Simão, Simão! Satanás pediu permissão para vos peneirar, como
o trigo. Eu, porém, orei por ti, para que tua fé não desfaleça. E tu, uma vez
convertido, confirma os teus irmãos” (Lc 22, 31-32). E Pedro, depois de ter chorado seu pecado,
foi feito por Jesus o Pastor da sua Igreja.