sexta-feira, 24 de abril de 2020

Chegou o Comunavírus

O Coronavírus nos faz despertar novamente para o pesadelo comunista.


É o que mostra Slavoj Žižek, um dos principais teóricos marxistas da atualidade, em seu livreto “Virus”, recém-publicado na Itália (*). Žižek revela aquilo que os marxistas há trinta anos escondem: o globalismo substitui o socialismo como estágio preparatório ao comunismo. A pandemia do coronavírus representa, para ele, uma imensa oportunidade de construir uma ordem mundial sem nações e sem liberdade.

Cito e comento, a seguir, alguns trechos do livreto de Žižek, essa obra-prima de naïveté canalha, que entrega sem disfarce o jogo comunista-globalista de apropriação da pandemia para subverter completamente a democracia liberal e a economia de mercado, escravizar o ser humano e transformá-lo em um autômato desprovido de dimensão espiritual, facilmente controlável:

“Tomara que se propague um vírus ideológico diferente e muito mais benéfico, e só temos a torcer para que ele nos infecte: um vírus que faça imaginar uma sociedade alternativa, uma sociedade que vá além do Estado-nação e se realize na forma da solidariedade global e da cooperação.”

“Uma coisa é certa: novos muros e outras quarentenas não resolverão o problema. O que funciona são a solidariedade e uma resposta coordenada em escala global, uma nova forma daquilo que em outro momento se chamava comunismo.”

Žižek não esconde seu anseio e sua convicção de que um vírus “diferente e mais benéfico” do que o coronavírus, o vírus ideológico, contagiará o mundo e permitirá construir o comunismo de uma forma inesperada. Não está sequer interessado naquilo que funciona ou não funciona para combater o coronavírus, a quarentena ou o fechamento de fronteiras, pois o objetivo não é debelar a doença, e sim utilizá-la como escada para descer até o inferno, cujas portas pareciam bloqueadas desde o colapso da União Soviética, mas que finalmente se reabriu. Tudo em nome da “solidariedade”, claro, do mesmo modo que no universo de 1984 de Orwell a opressão sistemática fica a cargo do “Ministério do Amor”. Quem quiser defender suas liberdades básicas, quem quiser continuar vivendo num Estado-Nação, estará faltando com o dever básico de “solidariedade”.

“Um primeiro e vago modelo de uma tal coordenação na escala global é representado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (...) Serão conferidos maiores poderes a outras organizações desse tipo.”

Não escapa a Žižek, naturalmente, o valor que tem a OMS neste momento para a causa da desnacionalização, um dos pressupostos do comunismo. Transferir poderes nacionais à OMS, sob o pretexto (jamais comprovado!) de que um organismo internacional centralizado é mais eficiente para lidar com os problemas do que os países agindo individualmente, é apenas o primeiro passo na construção da solidariedade comunista planetária. Seguindo o mesmo modelo, o poder deve ser transferido também para outras organizações, cada uma em seu domínio. Žižek não o especifica, mas provavelmente tem em mente uma política industrial global sendo ditada pela UNIDO, um programa educacional global controlado pela UNESCO e assim por diante.

“Tudo isto acaso não mostra com clareza a necessidade urgente de uma reorganização da economia global que não esteja mais sujeita aos mecanismos do mercado? E aqui não estamos falando do comunismo de outrora, naturalmente, mas de algum tipo de organização global que possa controlar e regular a economia, como também que possa limitar a soberania dos Estados nacionais quando seja necessário.”

Sim, não é o comunismo de outrora, que instalava ora num país, ora noutro, um sistema de planejamento econômico central, sempre fracassado em proporcionar bem-estar, sempre exitoso em controlar e oprimir a sociedade. Trata-se agora de um planejamento central mundial, que certamente traria o mesmo fracasso e o mesmo êxito desse modelo quando aplicado no passado na escala nacional.

“Muitos comentaristas progressistas moderados e de esquerda revelaram como a epidemia do coronavírus se presta a justificar e legitimar a imposição de medidas de controle e disciplina das pessoas até aqui inconcebíveis no quadro das sociedades democráticas ocidentais."

Žižek menciona entre esses comentaristas a Giorgio Agamben, filósofo de esquerda aparentemente não-marxista, que escreveu com grande apreensão sobre o cerceamento de liberdades que está em curso e que considerou a reação à pandemia um pânico altamente exagerado (**). Mas aquilo que esses comentaristas vêem com preocupação, Žižek recebe com júbilo, e intitula o capítulo em que trata desse tema justamente:

"Vigiar e punir? Sim, por favor!"

Refere-se Žižek, naturalmente, ao título do livro de 1975 de Michel Foucault, Surveiller et Punir no original, que descrevia a evolução das prisões do Século XIX para as prisões sem grades da sociedade de controle da pós-modernidade ocidental.

"Não surpreende que, ao menos até agora, a China - que já empregava largamente sistemas de controle social digitalizado - se tenha demonstrado a mais bem equipada para enfrentar a epidemia catastrófica. Deveremos talvez deduzir daí que, ao menos sob alguns aspectos, a China represente o nosso futuro? Não nos estamos aproximando de um estado de exceção global?”

“Mas se não é esse [o modelo chinês] o comunismo que tenho em mente, que entendo por comunismo? Para entendê-lo, basta ler as declarações da OMS.”

Žižek tem uma atitude ambígua em relação à China. Admira o que considera o êxito chinês no controle social, mas ao mesmo tempo não parece querer identificar a sua própria concepção de comunismo com o regime chinês, talvez porque o comunismo, ao final das contas, exige o fim do Estado, enquanto a China representa o modelo de Estado forte que o comunismo visa a superar. Esse não-Estado, esse grau zero do Estado que corresponde ao grau máximo do poder, Žižek vai buscá-lo nos organismos internacionais, que permitiriam, no que parece ser a sua visão, o exercício totalitário sem um ente totalizante, um ultrapoder rígido mas difuso, exercido em nome da “solidariedade” e portanto inatacável – pois quem ousaria posicionar-se contra a solidariedade? “Solidariedade” é mais um conceito nobre e digno que a esquerda pretende sequestrar e perverter, corromper por dentro, para servir aos seus propósitos liberticidas. Já fizeram ou tentaram fazer o mesmo com os conceitos de justiça, tolerância, direitos humanos, com o próprio conceito de liberdade.

“Não é uma visão comunista utópica, é um comunismo imposto pelas exigências da pura sobrevivência. Trata-se de uma variante do ‘comunismo de guerra’ como foram chamadas as providências tomadas pela União Soviética a partir de 1918”.

Žižek parece querer dizer: “Não se preocupem. Não há nada de ideológico no que proponho. Apenas me guio pelo pragmatismo de quem quer salvar a humanidade, e neste momento o pragmatismo dita a opção por um sistema comunista, mas é um comunismo de emergência, só isso.” Então perguntaríamos: “E quando vai acabar essa emergência? Quando vai acabar esse estado de exceção?” Žižek possivelmente responderia, com um sorriso cheio de “solidariedade”: “A emergência vai durar para sempre.” 

“Enquanto eu for presidente, não terá aborto”, afirma Bolsonaro a crianças que pedem o fim do aborto



O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (23) que enquanto for presidente “não haverá aborto” no Brasil. A descriminalização do aborto nos casos de grávidas infectadas pelo zika vírus está sendo estudada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O julgamento começou nesta sexta-feira (24) e pode seguir até o dia 30.

Na saída do Palácio da Alvorada, o presidente parou para falar com apoiadores e ouvir um coral de crianças coordenadas pelo padre polonês Pedro Stepien que levou um grupo de crianças para cantar músicas religiosas para Jair Bolsonaro na saída do Palácio da Alvorada.

“Bom dia, senhor presidente. As crianças do Jardim Ingá, que representam as crianças de todo o Brasil querem cantar para o senhor, para todos, para alegrar nossos corações, um canto sobre Jesus. 1, 2, 3”, ordenou o padre às crianças, com sotaque estrangeiro, que foram estimuladas a dizer ao presidente a frase: “Não queremos aborto”. “Enquanto eu for presidente, não haverá”, respondeu.

Bolsonaro recebeu mensagens das mãos das crianças. “Muito bom começar o dia assim”, disse Bolsonaro. 

terça-feira, 21 de abril de 2020

"Não podemos viver de eucaristias virtuais", expressa Arcebispo



O Arcebispo de Assunção (Paraguai), Dom Edmundo Valenzuela, indicou que a Igreja não pode "viver de eucaristias virtuais" e informou que estão conversando com as autoridades para reabrir as igrejas em pequenos grupos e com as medidas sanitárias para impedir a propagação do coronavírus.

“Estamos conversando com as autoridades nacionais para abrir os templos e assim, com as precauções sanitárias tanto pessoal como ambiental, poder celebrar os sacramentos em pequenos grupos. Sem dúvida, será uma grande oferta de cura para muitos cristãos”, afirmou o Arcebispo, que animou a celebrar os sacramentos o mais rápido possível, quando termine a quarentena pelo coronavírus COVID-19.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Paraguai atualmente tem 206 casos confirmados de coronavírus e oito mortes pela doença.

Em 10 de março, o governo do país declarou quarentena parcial, que suspendeu as aulas em nível nacional e todas as atividades que envolviam aglomeração de pessoas. No entanto, devido ao aumento de casos, a quarentena total no Paraguai foi estabelecida até 26 de abril.

Em sua homilia no Domingo da Divina Misericórdia, em 19 de abril, o Prelado indicou, em relação à passagem do Evangelho de São João, que, frente ao medo que os apóstolos sentem, Jesus ressuscitado se apresenta com uma saudação de paz, “que é toda bênção de amor e misericórdia”, e sopra sobre eles o Espírito Santo.

"Que coincidência, também nós estamos com as portas fechadas, por medo do contágio. Jesus saúda cada um de nós, deseja-nos a paz, ou seja, todo o bem que procede de Deus e da vida”, destacou.

O Prelado destacou que este domingo tocou a vida dos cidadãos com força, em meio à atual pandemia que “desestabilizou a sociedade” e criou desconfiança nas relações sociais.

"Não podemos sair como antes, porque poderíamos nos contagiar", afirmou. "Fazem com que os avós sintam temor dos netos. Os netos já descartaram seus avós. Assim o descarte começou a adquirir mais força”, acrescentou.

Por isso, Dom Valenzuela indicou que esse "terrível mal psicológico e social" influenciou a cultura, a sociedade e a própria Igreja, onde, infelizmente, sem comunidade, os fiéis se sentem "afastados, distantes, virtualmente próximos, mas fisicamente pensamos que o outro é um inimigo".

“Mais do que nunca, a Igreja precisa recuperar a experiência da comunidade. Não podemos viver de eucaristias virtuais", destacou o Prelado. 

Arcebispo argentino propõe medidas para reabrir igrejas durante a pandemia de COVID-19



O presidente da Comissão de Fé e Cultura da Conferência Episcopal Argentina (CEA), Dom Víctor Fernández, propôs 13 medidas para reabrir as igrejas durante a pandemia de coronavírus para celebrar as Missas, reduzindo os riscos de contágio.

Em 21 de abril a quarentena estabelecida pelo Governo argentino para controlar o contágio de coronavírus fez um mês. Segundo a Universidade John Hopkins, na Argentina há 3.031 casos confirmados de COVID-19, com 145 falecidos.

Dom Fernández, também Arcebispo de La Plata, indicou que, embora a Igreja colabore concedendo o apoio material às pessoas mais afetadas pela pandemia, quando “pensamos em apoiar a vida interior dos fiéis e incentivar seu crescimento, encontramos a séria dificuldade de vê-los privados da Eucaristia durante muito tempo, prevendo também que essa situação possa se prolongar por vários meses”.

Em uma carta datada de 19 de abril, dirigida à Comissão Executiva da CEA, o Prelado destacou que isso representa um dilema, uma vez que o Concílio Vaticano II ensina que "não se constrói nenhuma comunidade cristã se esta não tem a sua raiz e centro na celebração da Sagrada Eucaristia”; e que “São João Paulo II destacava que a Missa ‘antes que um preceito deve ser sentida como uma exigência inscrita profundamente na existência cristã’”.

Dom Fernández, que indicou que a carta inclui sugestões de vários bispos, disse que é compreensível "que muitos fiéis exijam que procuremos alguma maneira de torná-la acessível". “Dizemos a eles que podem experimentar outras formas de oração, e o fazem, mas já dizia São João Crisóstomo: ‘Também podes rezar em tua casa; no entanto, não podes rezar da mesma forma que na Igreja, onde se reúnem os irmãos’”.

"Além disso, há as Missas transmitidas online e eles sabem bem que a comunhão espiritual tem valor, que Deus também derrama sua graça dessa maneira, mas o faz desde que seja o desejo de Cristo presente na Eucaristia", afirmou.

No entanto, recordou que o Papa Francisco "ensina que Deus                 ‘no auge do mistério da Encarnação, quis chegar a nossa intimidade através de um pedaço de matéria’. É bom que nossos fiéis tenham aprendido isso, e é por isso que não são indiferentes”, mas desejam “o alimento do amor que é a fonte da vida sobrenatural”.

"Não será fácil fundamentar que essa situação se prolongue por muito tempo, nem poderemos esperar simplesmente que a pandemia passe por completo”, expressou Dom Fernández.

"Sabemos que expor-se ao contágio é uma irresponsabilidade, sobretudo porque implica expor outros ao contágio e indiretamente pode favorecer uma situação de crise de saúde que não queremos ver em nosso país", indicou.

Por isso, para dar "uma mensagem clara ao nosso Povo de Deus, mostrando que estamos realmente preocupados e que estamos tentando dar um passo para resolver esta situação o mais rápido possível", sem deixar de acompanhar “a preocupação sanitária das autoridades", propôs uma série de medidas obrigatórias para celebrar a Missa, minimizando os riscos e que não seja caracterizada como um ato massivo.

Essas medidas obrigatórias são: 

SC: Ultrapassando limites, governador impõe condições polêmicas para celebração da Santa Missa



Em Santa Catarina o governador anunciou em entrevista coletiva à imprensa a liberação de grande parte dos serviços e atividades que estavam suspensos devido à pandemia do novo coronavírus. Entretanto um dos pontos chamou a atenção dos católicos por modificar a liturgia e avançar além dos limites de sua jurisdição.

Veja a denúncia feita pelo professor Felipe Nery através de suas redes sociais:

Senhores Bispos, vejam essa aberração decretada pelo Governador de Santa Catrina, Carlos Moisés.

A seguir, o trecho referente às missas:

V –Nos cultos em que houver a celebração de ceia, com partilha de pão e vinho, ou celebração de comunhão, os elementos somente poderão ser partilhados se estiverem pré-embalados para uso pessoal.

O Governador não foi constituído por Jesus Cristo para impor, alterar ou criar normas para a celebração dos Sacramentos. Isso cabe SOMENTE à Igreja.

Primeiro aceitamos que nos proibissem o acesso ao culto; agora eles querem mudar a forma que o culto deve ser celebrado; o que mais quererão fazer após isso? Como São Pedro, a Pedra sobre a qual a Igreja está construída, os senhores bispos precisam reagir: “Julgai-o vós mesmos se é justo diante de Deus obedecermos a vós mais do que a Deus”. (Atos 4,19)

“A primeira vez que uma boca mortal pronunciou a palavra da grande liberdade, o primeiro ato da grande liberdade que se cumpriu perante o gênero humano, aconteceu quando dois pobres judeus, os apóstolos Pedro e João, proclamaram o dever de obedecer antes a Deus que aos homens e continuaram a espalhar o ensino que o erro e a perseguição, sob as máscaras da justiça e da prudência, queriam suprimir.” (Louis Veuillot)

Senhores Bispos, sabemos da imensa responsabilidade que os senhores têm diante de Deus. Cada alma que lhes foi confiada será cobrada, pois a quem muito foi dado, muito será cobrado. Por isso, rezamos e suplicamos a Deus para que os senhores sejam assistidos pela força que vem do alto e que já derrubou impérios e reinos para levar a Verdade a todos os povos. Que Deus não permita que se encontre no meio dos senhores algum a quem se dirija a Palavra de Deus em Isaías 56, 9-12.
Reajam como Pastores e os cães fugirão de medo.

Outros detalhes do decreto do Governador:

“Em relação às igrejas, templos religiosos e afins, temos regulamentado a questão de número limite de capacidade nesses estabelecimentos. Temos alguns regramentos específicos, como aqueles que já utilizamos para todas as atividades e estão, neste momento, devidamente regulamentados, como o uso de máscaras e a questão do álcool em gel. Estamos trabalhando também com relação à ocupação das fileiras de bancos ou cadeiras dentro das igrejas e templos. O regramento do afastamento das pessoas tem que ser de pelo menos 1,5 metro. Temos ainda uma recomendação especial em relação à população mais vulnerável, idosos, pessoas de baixa imunidade, para atendimento domiciliar, e também a questão de atendimento individual e por agendamento, assim como assepsia, e sua frequência, nos estabelecimentos. Hábitos que já estão se tornando frequentes”, enumerou. 

segunda-feira, 20 de abril de 2020

A corrupção da prudência


Um dos mais frequentes ardis do mau é apresentar-se a nós sob uma enganosa aparência de bondade. Desde a tentação original, quando a serpente seduziu a mulher com a promessa de serem “como deuses”, a humanidade frequentemente se vê surpreendida pela malignidade das suas “boas ações”.

Essa deturpação opera sempre do mesmo modo: pela degradação da linguagem. No exemplo bíblico, o engano diabólico operou-se através da utilização da mesma palavra usada por Deus, porém em seu sentido inferior, vulgar. Deus disse ao homem que se comesse do fruto da árvore do bem e do mal, “certamente morrerás”, e a serpente, abordando a mulher, lhe afirma “certamente não morrereis”.

Obviamente, a morte a que Deus se referiu era a verdadeira morte, o inferno, a separação definitiva de Deus. A serpente, no entanto, ao afirmar que Eva não morreria, se referia à morte física, a qual, diante da verdadeira morte, não passa de uma figura de linguagem. Ou seja, o que satanás fez? Usou a palavra morte de forma intencionalmente vulgar, inferior, retirando-lhe o sentido pleno, superior, elevado.

O mesmo acontece hoje com a palavra prudência. Prudência é uma das quatro virtudes cardeais, junto com a Temperança, a Justiça e a Fortaleza. A doutrina católica consagrou, desde os Pais da Igreja, sete virtudes: essas cardeais e as teologais (a Fé, a Esperança e o Amor).

Muito grosso modo, as virtudes cardeais são aquelas que são exigíveis de qualquer pessoa que queira se considerar civilizada, seja ela cristã ou não, diferentemente das virtudes teologais, que são exigíveis apenas dos cristãos. Não que seja possível algum cristão apresentar as virtudes teologais sem que apresente, anteriormente, as virtudes cardeais. Isso, de fato, não ocorre. Só a título de exemplo: é impossível ter as virtudes da fé, da esperança ou do amor sem ter fortaleza (coragem), pois o medo (a covardia) se opõe e anula todas elas.

A Prudência como virtude cardeal, ou seja, em seu sentido mais elevado, é o bom e velho bom senso, aquela dose de sabedoria necessária para viver sem sofrimentos desnecessários. Buscar a prudência como virtude a ser incorporada em nosso ser consiste, portanto, no esforço de desenvolver a nossa inteligência o máximo possível, cada um dentro das suas limitações. É o dever que todo ser humano têm de buscar a Verdade.

É, em certo sentido, o amar a Deus sobre todas as coisas, uma vez que entendemos que Ele é a Verdade. O que não significa, é claro, que pessoas com baixa escolaridade não serão boas cristãs, até porque, como explica C. S. Lewis, tornar-se cristão é, em si, um ato de educação. Ninguém é obrigado a ser intelectual, mas ninguém está autorizado a ter preguiça intelectual – vício em nada diferente de qualquer outro tipo de preguiça.

No entanto, não se trata de qualquer tipo de inteligência. A pista para o correto entendimento do que seja a Prudência está nas palavras do Cristo: “sede prudentes como as serpentes e símplices como as pombas”.

Deus não escolhe as palavras em vão, nem as usa de forma desatenta. Não é curioso que o modelo de prudência dado a nós por Nosso Senhor tenha sido justamente a serpente, o animal que, na narrativa do Gênesis, tentou a humanidade, levando-a ao pecado original? O que se diz sobre a serpente é que ela era “mais astuta que todos os animais selvagens que o Senhor Deus tinha feito”.

Isso é revelador. Primeiramente, indica o quê, exatamente, Cristo quis dizer ao nos dizer para sermos prudentes e qual o real significado dessa virtude cardeal: astúcia, sagacidade, agudeza de mente. O mero acúmulo de informações não pode dar isso – fato cotidianamente comprovado pelos nossos liberais. Isso também ajuda a ignorar as críticas de nossos opositores, de que para ser conservador é preciso ser um pacifista inofensivo. Serpentes não são animais pacíficos. 

Como psicóloga, alerto: números de depressão e suicídio podem explodir com quarentena



Os números de depressão e suicídio tendem a aumentar com o isolamento social e o pânico gerados pelas mídias em relação ao coronavírus. Como psicóloga, tenho esta preocupação, pois não podemos separar o ser humano da sua mente, já que são dimensões intimamente relacionadas e exigem cuidados na promoção do equilíbrio.

O ser humano é um ser social, relacional. Nascemos para interagir uns com os outros - amigos, familiares - e, como toda espécie, não nos sentimos bem "aprisionados" em nossas casas, especialmente quando isso acontece de forma abrupta, por causa de uma pandemia por exemplo.

Tal condição causa sim danos à nossa psiquê. Precisamos nesse momento repensar nossas medidas de proteção, a fim de aliviar dores emocionais de pessoa que já se encontram fragilizadas por outros motivos. Se nada for feito neste sentido poderemos estar diante de uma tragedia anunciada de ordem psicopatológica.

Precisamos em tempos de pandemia aprender a conviver com o coronavírus sem pânico. Sem radicalismo nas medidas de proteção, mas com muita educação, senso de responsabilidade e prevenção em todos os aspectos de higiene. Substituir medidas que soam autoritárias e focar na conscientização das pessoas me parece o melhor caminho.

Os governos precisam entender que apesar do coronavírus há outra "epidemia" silenciosa, a qual é entendida pela OMS como o "mal do século": a depressão. Além dessa, o suicídio também é outro grave problema diretamente associado ao contexto de vida da população. Achar que estes males não podem agravar terrivelmente em um cenário de desemprego, por exemplo, é ilusão.

Estima-se que atualmente 322 milhões de pessoas no mundo possuem depressão. No Brasil  os números são alarmantes. Dados da OMS mostram que taxas de suicídio foram 7% maiores no Brasil em 2016, último ano da pesquisa, do que em 2010. Para cada 100 mil habitantes o aumento foi de 7% no país, ao contrário do índice mundial, que caiu 9,8%, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Embora os números mundiais estejam em queda, os índices ainda são alarmantes: cerca de 800 mil pessoas acabam com suas vidas todos os anos no mundo, o que equivale a uma morte a cada 40 segundos. Apesar disso, não vemos na TV reportagens que abordam constantemente essa dura realidade, não é mesmo? 

Brasileiros se manifestam contra tentativa de despenalização do aborto por parte do STF



O final de semana no Brasil foi marcado por inúmeras ações emergenciais e manifestações nas redes sociais a favor da vida, em vista à iminente possibilidade da aprovação do aborto no Brasil no caso de mulheres que foram contagiadas pelo Zika vírus. A medida seria implementada por via do Supremo Tribunal Federal, e não através de votação na câmara dos deputados.

Mesmo sendo a prática do aborto no Brasil ilegal, a mesma é despenalizada nos casos de gravidez decorrente de estupro, risco comprovado de vida para a mãe e mais recentemente, no caso de bebês diagnosticados com anencefalia. O pedido que será votado pela Corte Suprema do país, nesta sexta-feira, 24, caso seja aprovado, ocasionaria mais uma exceção no direito à vida, garantido pela Constituição Federal, estendendo a despenalização da prática anti-vida às mães infectadas pelo Zika vírus, sob o argumento de que a incidência do mesmo leva ao nascimento de crianças portadoras de microcefalia e outras graves deformidades.

Desde que o STF trouxe novamente a pauta da descriminalização do aborto para grávidas com zika vírus, bispos, padres, religiosos e leigos têm se manifestado contra a medida, considerada incoerente pelos manifestantes, dado que o país tem adotado medidas extraordinárias visando a preservação da vida diante da pandemia do coronavírus. O julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 5581) está agendado para acontecer por meio de voto escrito, em Plenário Virtual.

O bispo auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Antonio Augusto Dias Duarte, foi um dos que se manifestou contra esta eventual despenalização do aborto em um vídeo dirigido aos ministros do STF que já alcançou milhares de visualizações. Dom Antonio, que é médico, pediu que os ministros não levem adiante o julgamento que pode favorecer mais uma mortandade no Brasil.

Na ocasião, o bispo afirmou: “Eu apelo à consciência social dos ministros do STF, para os seus sentimentos filiais. Se suas mães fossem a favor do aborto talvez vocês não estivessem vestindo essas togas e se erigindo como verdadeiros juízes que selecionam quem merece ou não merece morrer”.

Por sua parte, o sacerdote católico Pe. Jorge Carrera, por meio de um áudio enviado a milhares de usuários de whatsapp também reforçou a importância de ações para proteção da vida e pediu a divulgação e assinatura da petição online contra a aprovação da ADI 5581.

“Como católicos, temos que nos comprometer com a vida. Incentivo e aconselho a assinarem essa petição. Vamos rezar por essa pandemia chamada aborto, que é uma maldição no Brasil e no mundo”, afirmou Pe. Carrera.