Primeiramente, afirmo que sou padre da Igreja Católica Apostólica Romana, sou imensamente feliz em fazer parte do Corpo Místico de Cristo, por meio do sacerdócio ministerial. Assim como a minha Igreja, acredito que todas as pessoas devem ser acolhidas e respeitadas, como afirma as Escrituras, Deus acolhe a qualquer pessoa que o procure de coração sincero, mesmo aqueles que não estejam na Igreja, e caminhem na penumbra, desde que busquem a verdade, serão alcançadas por ela e por ela iluminados.
Com a minha Igreja, professo e defendo a Sacralidade da vida, em todas as suas instâncias, da família que é a união entre um homem e uma mulher, também defendo a sacralidade de toda forma de vida presente nesta terra porque a vida é um dom do criador que nos ama. E como adepto de um ramo da Teologia, creio, como minha Igreja que os pobres e sofredores deste mundo, os últimos da história, os inúmeros crucificados de meu tempo e de todos os tempos, merecem de toda a Igreja uma atenção especial porque a própria Igreja nasce como herança de um Deus crucificado por nos amar, que se fez último para nos reerguer. Creio que a Igreja de Cristo depende daqueles que o próprio Cristo coloca à frente de seu rebanho. E respeitosamente, creio que seja possível dialogar com todas as diversidades de pensamento presentes neste mundo. E sei de forma irrevogável que não podemos retroceder naquilo que defendemos como verdade!
Assistimos preocupados o incidente deselegante envolvendo um deputado federal e este atropelo na defesa de ideias revela, não o direito de defesa de um ideal e sim a imposição de um estilo de vida a todas as pessoas como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.
A nossa sociedade afirma ser laica e ao mesmo tempo levanta a bandeira da liberdade de expressão, segundo a qual todos podem falar o que pensam. Os dois pontos são questionáveis. Primeiro, como uma sociedade pode se aclamar laica tendo a maioria como adeptos de uma fé? Segundo, toda vez que a Igreja fala, aparece alguém para dizer que ela está errada? Ou até para impedir as expressões de opinião por parte dela. Ora, se todos temos o direito de expressar o que pensamos, é lícito que o Papa fale o que a Igreja pensa sobre determinado assunto, ainda mais porque os católicos esperam que aquele que fala em nome da Fé e da Moral católica se expresse. O verdadeiro descompasso do deputado Jean Wylys, em relação à posição do Papa sobre a família demonstra toda a hipocrisia desta sociedade que embora fale de respeito e liberdade, de acolhida das diferenças não é capaz de interagir com posições que lhe sejam opostas. Dizem que após a sua violenta declaração sobre o Papa Bento XVI, o deputado removeu toda reação de defesa ao soberano pontífice feita por católicos da sua página oficial do Facebook, dando provas evidentes de que se tenta instalar nesse país uma ditadura nova. Ditadura das minorias, e que vemos refletida no comportamento do deputado em questão pois ao retirar as opiniões contrárias em sua página, mostra três incapacidades:
1. Incapacidade de respeitar a opinião alheia; porque nessa vida, sempre teremos que nos deparar com posições afins ou contrárias às nossas e até opiniões que relativizam as nossas.
2. Incapacidade de lidar com as consequências dos seus atos; porque como esta é uma sociedade livre, na qual se fala o que se pensa, todos temos o direito de defender nossas idéias quando tivermos a oportunidade ou quando nos sentirmos desrespeitados, só que isso se faz com educação;
3. Agir com um mínimo de honestidade intelectual, pois o deputado generaliza determinadas coisas em seus argumentos. Assim como não podemos dizer que todos os políticos sejam ladrões, não posso condenar toda a Igreja por causa de um erro de um pequeno grupo. Nem posso condenar no presente uma Instituição por erros que não foram cometidos pelos que agora estão caminhando. Muito menos julgar com critérios de agora atos que estão no passado. Toda vez que condeno algum fato do passado usando critérios do presente, cometo uma desonestidade intelectual pois agora, estamos em um lugar privilegiado da história em relação ao passado.
E como estamos em uma nação livre, na minha opinião, embora Jean Wyllys pose como um dos maiores "defensores" da liberdade de expressão, verdadeiramente, como todo esquerdista, caminha abraçado com o véu da censura. Eis as regras que o deputado baixou após ter a sua página visitada pelos católicos, segundo consta em alguns lugares da internet:
"Políticas de participação na página do deputado federal Jean Wyllys no Facebook:
Esta página pretende ser um canal de comunicação do deputado federal Jean Wyllys com o público em geral. O Mural desta página está aberto para receber suas mensagens de apoio, sugestões e críticas, as quais desde já agradecemos.
Entretanto, o direito humano fundamental à liberdade de expressão não pode violar outros direitos igualmente valiosos, como a dignidade e a vedação à discriminação. Por isso, a Assessoria de Comunicação do deputado federal Jean Wyllys moderará as publicações, excluindo-as caso constituam atos ilícitos (como, por exemplo, calúnia, injúria, difamação, preconceito de raça ou origem etc.), caso ofendam algumas das políticas abaixo, ou ainda quando violem Termos e Condições do Facebook. O autor da mensagem poderá ainda ser bloqueado, de acordo com os critérios mencionados.
Agradecemos sua compreensão.
Políticas de publicação:
1. Procure se expressar em bom nível e com clareza.
2. Não publique conteúdo inadequado (pornográfico, discriminatório, que estimule o ódio etc.) e/ou termos chulos (como palavrões ou ofensas).
3. Nenhum SPAM será permitido.
4. Não faça divulgação de produtos e/ou serviços com fins comerciais.
5. Cite a fonte ao compartilhar conteúdo de terceiros.
6. Os trollers e a prática de trolagem (assim entendido o "comportamento que tende a, sistematicamente, desestabilizar uma discussão, provocar e enfurecer as pessoas envolvidas") não serão tolerados.
7. Ameaças de qualquer natureza serão tratadas conforme a sua gravidade, incluindo o encaminhamento às autoridades competentes.
Colabore, participe e ajude o deputado federal Jean Wyllys a construir uma nova política!
Assessoria de Comunicação do deputado federal Jean Wyllys"
Como se dão conta, as pessoas que tentaram entrar, muitos daqueles comentários apagados pela Assessoria de Comunicação do Deputado não feriam em nada as normas de conduta estabelecidas por ele próprio. Então o que justificaria sua remoção? Simples, como já dissemos, foi a incapacidade do deputado lidar com opiniões contrárias, algo típico de um político que flerta com o totalitarismo, neste caso um totalitarismo ideológico. O deputado pede que colaboremos, para que possamos ajuda-lo a construir uma nova política. Mas que nova política é essa? Seria uma política baseada na calúnia, na ofensa gratuita? Seria uma nova política edificada na pedra da opressão e da patrulha ideológica? Se sim, então não, nobre deputado, não irei ajuda-lo a construir essa nova política.
Como Teólogo, sou homem da Esperança e nisto que aconteceu vejo algo de positivo: máscaras caindo. É bom ver totalitários esbravejando a sua ira irracional contra a verdadeira liberdade, que orientada a Deus e Dele emana. Porém dialogando de acordo com o que a lei me permite, lembro ao deputado, "grande arauto" da liberdade que aquilo que ele fez é crime, é difamação qualificada contra um chefe de estado estrangeiro e crime contra o sentimento religioso. Ambos previstos pelo código penal. arts 141 I e 208 respectivamente. É, a gente também conhece a lei dos homens e faz-se necessária a retratação pública do mesmo deputado que age como absolutista e não tem equilíbrio para o diálogo!
Padre Dalmo Radimack
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Disponível em: Paróquia São Pedro e São Paulo - Tibiri II
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