O que é isso? Uma missa diferente, uma missa “mais legal” para atrair os jovens… Sugere-se até que seja colocado um globo girando, luzes coloridas e espera-se que os jovens que se aproximarem encontrem Deus na missa-balada.
Contudo, não se pode permitir que o relativismo seja infiltrado na liturgia, de modo especial na missa. A razão de celebrar-se a missa não deve ser a de agradar os fiéis inventando-se missas-baladas.
Ora, um jovem não vai à igreja para encontrar uma balada. Isso se busca nos lugares apropriados. Vai-se à igreja querendo-se participar da missa da Igreja, deixada como herança pelo autor da mesma: Jesus Cristo e não da “missa” inventada por alguns padres. O mundo não pode entrar na Igreja, mas a Igreja, sim, deve influenciar positivamente o mundo. Querendo-se pura e simplesmente agradar os fiéis, acaba-se por desagradar a Deus. A liturgia não é propriedade pessoal, mas sim, da Igreja. O padre, a equipe de liturgia e de cantos são meros servidores, devem ajudar os fiéis a estarem em sintonia com Deus.
Existem comentários do tipo: “temos que transformar a liturgia em algo mais popular, a liturgia do povo, mudando um pouquinho para que ela se adapte à nossa realidade. Pra que utilizar nomes como corporal, cálice, patena? Não! Vamos utilizar coisas do dia a dia. Usemos copo, ao invés de cálice, guardanapos ao invés de corporal”.
Desse modo, a missa já não faz mais com que o fiel olhe para o céu, para Deus. Esquecendo-se da verticalidade, se permanece num puro horizontalismo. A missa não pode ser algo “comum”. Trata-se de algo que une o Céu e a Terra. É por isso que o padre veste uma roupa diferente (paramenta-se), pois ele não está vivendo algo do dia-a-dia. As pessoas também não saem de casa para ir à igreja como se estivessem indo para a balada. Na missa, acontece algo diferente, não humano, mas divino. Dessa forma, fica claro que o altar não pode ser um palco; o padre não pode ser um ator ou cantor, mas sim, como ensina a Teologia, deve agir da pessoa de Cristo.
O que se precisa talvez, hoje, seja de obediência àquilo que a Igreja pede e no geral, convencer-se de que Cristo é o protagonista da Celebração Eucarística, não o padre. Para isso, a Igreja criou aquilo que se chama “rubrica”, ou seja, normas que servem não para engessar uma celebração litúrgica, mas para que ao realizar essa ação sagrada, o padre “não roube a cena” e o principal seja o Cristo.
Muitas pessoas vão à missa do padre fulano, cicrano, pois um faz de um modo, outro faz de outro, que acaba agradando alguns e desagradando outros… Quando os padres acalmarem seu ímpeto de “aparecer”, a missa do padre “x” ou do padre “y” será a mesma, aquela querida por Jesus Cristo… Então se voltará à participação na Eucaristia por causa de Jesus e não por conta de afinidade com esse ou aquele padre!
Disse o papa Bento XVI no livro Luz do Mundo: “Não somos um centro de produção, não somos uma empresa voltada para o lucro, somos Igreja. Somos uma comunidade de pessoas que vivem na fé. Nossa tarefa não é criar um produto ou conseguir êxito nas vendas. Nossa tarefa é viver exemplarmente a fé, anunciá-la e mantermo-nos em uma relação profunda com Cristo e, assim, com o próprio Deus. Não ser um grupo utilitarista, mas uma comunidade de pessoas livres que se doam, e que atravessam nações e culturas, o tempo e o espaço”.
É importante deixar longe o catolicismo de supermercado, onde se escolhe a igreja, o padre, o tipo de cantos, esquecendo-se de que na Igreja ou se leva “pacote completo” ou não se leva nada. Ou se é cristão por inteiro ou não se pode dizer cristão.
Alguns dizem: “eu sou católico, mas penso que a Igreja deveria mudar isso, aquilo, e aquele outro…”. Pois bem, quando se professa a fé, rezando-se o Credo, ou se acredita ou não se acredita… Impossível ser membro sem concordar com aquilo que é matéria de fé. Não faz bem colocar uma máscara de católico e por dentro ser infiel à Igreja.
Cristo é a cabeça, nós somos os membros. Coloquemo-lo no trono de majestade na Igreja e no mundo.
Rafael Uliano
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Título original: Missas-Baladas
Fonte: Rafael Uliano
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