quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Deixam a Igreja e vão para as seitas. Será que voltam sozinhos?

Uma visão ingênua do êxodo de católicos rumo às seitas na América Latina

Há sacerdotes e agentes de pastoral que têm uma visão extremamente ingênua do problema pastoral que representa o êxodo dos católicos às mais variadas seitas e grupos proselitistas.

Costumam compará-lo com o fenômeno das ondas marítimas, que vão e vêm constantemente: "A apologética já não está na moda; é uma perda de tempo. É verdade que muitos abandonam a Igreja, mas depois de quatro ou cinco anos, percebem seu erro e voltam".

 
Por que dizemos que esta é uma visão ingênua? Porque parece ignorar as tendências manifestadas por diversas pesquisas e confirmadas pelos mais variados censos populacionais em todo o continente americano.


Quais são estas tendências?
 
- Crescem exponencialmente os grupos proselitistas pela chegada de novos integrantes procedentes do catolicismo.

 
- Cresce o número dos que se dizem católicos, mas que já não têm senso de pertença à Igreja e cultivam poucos vínculos com ela. É fácil constatar isso na participação na Missa dominical.

 
- Cresce o número dos que se declaram sem religião.

 
- O catolicismo diminui proporcionalmente.



Retorno espontâneo?

 
É verdade que existem ex-católicos que voltam à Igreja. Mas vale a pena lembrar que aqueles que voltam não o fazem sem motivo. Eles voltam porque encontraram sites, livros, folhetos e material didático impresso ou audiovisual que lhes ajudaram a esclarecer as inúmeras dúvidas semeadas em suas mentes e corações pelo proselitismo sistemático dos grupos não católicos.

 
Voltam porque conheceram alguém com formação adequada para resolver seus interrogantes e inquietudes sobre a Igreja Católica e a Sagrada Escritura. Em muitos casos, não se trata, portanto, de uma volta espontânea, no estilo do filho pródigo (Lc 15, 11-31). O mais comum é que seja o resultado do esforço contínuo que diversas pessoas e instituições fazem no âmbito bíblico e apologético, em uma perspectiva evangelizadora.
 
No geral, são iniciativas feitas a título pessoal, sem o apoio concreto das estruturas eclesiais e muitas vezes nadando contra a corrente, entre a indiferença, a rejeição e a oposição.

 
O que aconteceria se implementássemos uma pastoral específica com estas características, com o apoio decidido das dioceses, decanatos, paróquias, seminários, centros de formação para leigos e outras instituições eclesiais?
 
O que aconteceria se, além desta necessária pastoral de retorno, se implementasse uma pastoral preventiva, que freasse desde já o êxodo massivo de católicos, aproveitando ao máximo as estruturas eclesiais, especialmente a catequese pré-sacramental? Porque "é melhor prevenir que remediar".

 
Por outro lado, é necessário passar de uma pastoral meramente cultual e de conservação a uma pastoral de busca e conquista, segundo o modelo que Jesus nos apresenta na parábola da ovelha perdida (Mt 18, 10-14; Lc 15, 1-7) e no grande mandamento da missão que nos deixou antes de voltar ao Pai (Mt 28, 18-20; Mc 16, 15).

 
O êxodo de católicos às mais variadas propostas religiosas não é um assunto sem importância. Da resposta que dermos a esta problemática pode depender o futuro da fé católica no nosso continente.


 
Então, vamos trabalhar, conscientes de que o que fazemos é algo transcendente para a vida de toda a Igreja.
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Fonte: Aleteia

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