quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Por que a grande mídia brasileira odeia o Papa Francisco?


Não 'habemus' mais Papa? As manifestações politizadas de Francisco tiveram pouca repercussão nas pautas nobres da grande mídia. Mas e se ele tivesse defendido o liberalismo de direita?

Vamos imaginar uma situação diferente da que aconteceu na semana passada, na qual o Papa asseverou que o capitalismo é uma “ditadura sutil”, que a concentração monopolista dos meios de comunicação impõe “pautas alienantes” e gera um “colonialismo ideológico”, e supor o que ocorreria se o Papa defendesse a redução das funções públicas do Estado, o direito a monopolizar a formação da opinião, o mercado desregulado e o império cultural dos países ricos sobre os países pobres. Convém notar, em primeiro lugar, que as importantes manifestações do Papa tiveram escassos reflexos nas pautas nobres da grande mídia, com exceção da Folha de São Paulo, e só foram expandidas, como informação, pelas “redes” alternativas de comunicação.

Creio que se o Papa tivesse defendido as posições já conhecidas do liberalismo de direita, teríamos o início de uma nova grande campanha contra o setor público, contra os pressupostos de um Estado Social de Direito e, certamente, um novo ciclo de propaganda dos “ajustes”, que tem massacrado as camadas sociais mais pobres de todos os continentes. Se o Papa tivesse adotado as posições já conhecidas da direita liberal, teríamos um novo ciclo de lavagem cerebral, de natureza ideológica, baseada num velho princípio que informou as saídas de crises, sob governos comprometidos com os mais ricos: na hora de bonança e crescimento concentremos renda, na hora de perdas e recessão distribuímos os prejuízos para baixo. 

Missa ao Rei do Baião? Não!


Como se já não bastasse as tantas ofensas que Nosso Senhor sofre pelos pagãos, me aparece uma tal “Missa de Luís Gonzaga, o Rei do Baião”! Ora, não é Cristo o nosso Rei? Não foi a Ele que elegemos como Rei no último domingo? Como podemos eleger agora outro Rei senão Cristo?

A “Missa do Rei do Baião” ou “Missa do Vaqueiro” trata-se de um culto à personalidade, onde o “dono da missa” não é Deus e sim o homem; onde o sacrifício celebrado não é o de Cristo, mas o do homem; onde não é a Eucaristia que é celebrada, mas a “farinha, rapadura e mandioca”. É um ato público de idolatria!

Sim, o Papa Paulo VI tinha razão: “Por alguma brecha a fumaça de Satanás entrou no templo de Deus”. No afã de prestigiar o “Rei do Baião”, salientam-lhe qualidades que ele nunca teve. Vale aqui lembrar que Luiz Gonzaga era maçom, cujos “princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja”, e foi iniciado na Loja Paranapuan, na Ilha do Governador, em 3 de abril de 1971, e os fiéis que pertencem às associações maçônicas estão em estado de pecado grave e não podem aproximar-se da Sagrada Comunhão”, ou seja, estão excomungados, expulsos da Igreja, fora da comunhão com ela!  

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Medjugorje e o veredicto do Vaticano: um dilema nas mãos do Papa Francisco


Escritor e novelista
francês Leon Bloy (1846-1917)
Leon Bloy — o “católico selvagem”, como costumava se definir — dizia que não há fé em ir a Lourdes como doentes que buscam uma cura. Fé mesmo é a daqueles que, saudáveis, vão banhar-se na gruta pedindo para ficarem doentes, quem sabe de uma doença repugnante, para, então, poder melhor tomar parte na cruz de Cristo. Tal paradoxo me ocorre quando às vezes me pedem para falar o que penso a respeito de Medjugorje. Na verdade, eu fui entre os primeiros a ir àquela planície, então, semidesértica, no centro da qual havia uma igreja de paróquia construída há pouco tempo e claramente excessiva para o lugar. Dimensões de santuário que levantavam suspeitas, como se os dirigentes franciscanos quisessem criar um espaço adequado para as multidões de peregrinos. O que me movia naquela empreitada não era o fervor dos devotos, mas a curiosidade jornalística: queria ver o que estava acontecendo naquele lugar pouco conhecido, sobre o qual, nos ambientes católicos, circulavam há já um bom tempo boatos estranhos.

Medjugorje está localizada ao sul da Bósnia e Herzegovina

Na volta, no entanto, o carro em que peguei carona derrapou na neve enquanto atravessávamos a região da Ístria, na Croácia, e acabamos em uma ribanceira. Fomos retirados com cordas por bombeiros. Depois dos primeiros-socorros, eles tornaram-se rudes quando descobriram bíblias em nossa bagagem. Saímos abatidos, malquistos, com as lesões curadas de maneira áspera. Quando eu consegui chegar em casa, ao sair da cama, caí por terra devido a uma vertigem violenta, que se repetiria a cada vez que tentava me levantar. O carro capotou várias vezes, eu bati com a cabeça, levou tempo e terapias adequadas para colocar as coisas no lugar. Em suma, alguma coisa me fez voltar o pensamento para o paradoxo de Bloy, embora não tenha certeza se havia rezado antes de partir. Estava em grande forma, tinha quarenta anos na época, mas retornei com a cabeça enfaixada, como se vestisse um turbante, e ainda por cima ferido a ponto de ter que andar segurando uma bengala.

Os seis videntes: Vicka, Jakov, Mirjana, Ivanka, Marija e Ivan

Em contrapartida, devo dizer, tive um privilégio que, para muitos peregrinos entusiasmados de hoje, seria digno de “santa inveja”: estava entre os poucos que, amontoados na pequena sacristia da igreja, assistiram ao êxtase — real ou presumido — dos então seis adolescentes, e entre aqueles que puderam trocar algumas palavras, numa mistura de várias línguas, tanto com os “videntes” quanto com os franciscanos, que ainda mostravam espanto e medo da polícia política do regime, devido à atenção de que eram objeto.

Um aspecto que muitas vezes é esquecido: Tito estava morto há um ano, e seus sucessores já prenunciavam a destruição que depois se pode verificar. Para se manterem no poder, ao invés de afrouxar as rédeas, puxaram-nas, inclusive na questão da luta antirreligiosa. Certamente, aqueles não eram tempos favoráveis para quem quisesse organizar encenações de falsas aparições do Céu, usando-se, além de tudo, de seis jovenzinhos: muito novos para ludibriarem de forma convincente uma polícia famosa por sua brutalidade, que no primeiro interrogatório poderia desmascará-los. 

Papa fala sobre bem comum, atenção com os jovens, pobres e meio ambiente com autoridades e diplomatas do Quênia


VIAGEM DO PAPA FRANCISCO À ÁFRICA
– QUÊNIA, UGANDA e REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA –

Encontro com as autoridades do Quênia e com o corpo diplomático

State House de Nairóbi
Quarta-feira, 25 de novembro de 2015


Senhor Presidente,
Ilustres membros do Governo e Autoridades Civis,
Distintos membros do Corpo Diplomático,
Amados Irmãos Bispos,
Senhoras e Senhores!

Estou muito grato pela vossa calorosa recepção nesta minha primeira visita à África. Agradeço-lhe, Senhor Presidente, as amáveis palavras que me dirigiu em nome do povo queniano, e olho com esperança a minha estadia entre vós. O Quênia é uma nação jovem e vigorosa, uma comunidade com ricas diversidades, que desempenha um papel significativo na região. A vossa experiência de moldar uma democracia é compartilhada de vários modos por muitas outras nações africanas. Como o Quênia, também elas trabalham por construir, sobre as bases sólidas do respeito mútuo, do diálogo e da cooperação, uma sociedade multiétnica que seja verdadeiramente harmoniosa, justa e inclusiva.

A vossa é também uma nação de jovens. Nestes dias, espero encontrar muitos deles e falar com eles a fim de encorajar as suas esperanças e aspirações para o futuro. A juventude é o recurso mais valioso de qualquer nação. Proteger os jovens, investir neles e dar-lhes uma mão amiga é o modo melhor para garantir um futuro digno da sabedoria e dos valores espirituais queridos aos seus anciãos, valores que são o coração e a alma dum povo.

O Quênia foi abençoado não só com uma beleza imensa nas suas montanhas, rios e lagos, nas suas florestas, savanas e regiões semi-desertas, mas também com a abundância de recursos naturais. O povo queniano nutre grande apreço por estes tesouros que Deus lhe deu, sendo reconhecido por uma cultura de conservação que o honra. A grave crise do meio ambiente, que o mundo enfrenta, exige uma sensibilidade ainda maior pela relação entre os seres humanos e a natureza. Temos a responsabilidade de transmitir a beleza da natureza, na sua integridade, às gerações futuras e a obrigação de exercer uma justa administração dos dons que recebemos. Estes valores estão profundamente arraigados na alma africana. Num mundo que continua mais a explorar do que proteger a nossa casa comum, tais valores devem inspirar os esforços dos governantes para promover modelos responsáveis de desenvolvimento econômico.

Com efeito, há uma ligação clara entre a proteção da natureza e a construção duma ordem social justa e equitativa. Não pode haver renovação da nossa relação com a natureza, sem uma renovação da própria humanidade (cf. Laudato si’, 118). Enquanto as nossas sociedades experimentarem divisões, sejam elas étnicas, religiosas ou econômicas, todos os homens e mulheres de boa vontade são chamados a trabalhar pela reconciliação e a paz, pelo perdão e a cura dos corações. Na obra de construção duma ordem democrática sã, fortalecendo a coesão e a integração, a tolerância e o respeito pelos outros, a busca do bem comum deve ser um objetivo primário. A experiência demonstra que a violência, os conflitos e o terrorismo se alimentam com o medo, a desconfiança e o desespero que nascem da pobreza e da frustração. Em última análise, a luta contra estes inimigos da paz e da prosperidade deve ser conduzida por homens e mulheres que, destemidamente, acreditam e, honestamente, dão testemunho dos grandes valores espirituais e políticos que inspiraram o nascimento da nação. 

Aproxima-se o Advento, tempo propício a preparar-se para a vinda do Senhor


O Advento é o tempo de preparação para celebrar o Natal e começa quatro domingos antes desta festa. Além disso marca o início do Novo Ano Litúrgico católico, que neste ano começará no domingo, 29 de novembro. Nas famílias, os preparativos para o Natal, a correria para a compra dos presentes, além dos diversos compromissos de fim de ano, podem fazer com que o verdadeiro sentido deste tempo seja esquecido. Por isso, é deve-se recordar que a principal preparação neste período deve ser interior, na espera da vinda de Jesus.

Advento vem do latim “ad-venio”, que significa “vir, chegar”. Começa no domingo mais próximo a festa de Santo André Apóstolo (30 de novembro), podendo ser adiantado até 27 de novembro ou ser atrasado até o dia 3 de dezembro.

O Advento está dividido em duas partes. As primeiras duas semanas servem para meditar sobre a vinda final do Senhor. As leituras da Missa convidam a viver a esperança na vinda do Senhor em todos os seus aspectos: sua vinda ao fim dos tempos, sua vinda agora, cada dia, e sua vinda há dois mil anos. As duas semanas seguintes servem para refletir concretamente sobre o nascimento de Jesus e sua irrupção na história do homem no Natal.

Nos templos e casas se colocam as coroas de Advento, a cada domingo se acende uma vela. Do mesmo modo, os paramentos do sacerdote e as toalhas do altar são roxos, como símbolo de preparação e penitência. A exceção é o terceiro domingo, o Domingo Gaudete (da alegria), no qual pode se usar a cor rósea.

A fim de fazer sensível esta dupla preparação de espera, durante o Advento, a Liturgia suprime alguns elementos festivos. Na Missa, não é proclamado o hino do Glória.

O objetivo desses simbolismos é expressar de maneira tangível que, enquanto dura peregrinar do homem, falta-lhe algo para que seu gozo completo. Quando o Senhor se fizer presente no meio do seu povo, a Igrejaterá chegado à sua festa completa, representada pela Solenidade do Natal.

“O tempo do Advento, que hoje começamos de novo, restitui-nos o horizonte da esperança, uma esperança que não desilude porque está fundada na Palavra de Deus. Uma esperança que não decepciona, simplesmente porque o Senhor nunca desilude! Ele é fiel! Ele não desilude! Pensemos e sintamos esta beleza”, disse o Papa Francisco no Ângelus do primeiro domingo do Advento, em 2013. 

"Me chamem Francisco" terá première mundial no Vaticano


O primeiro filme sobre a vida do Papa Francisco intitulado “Call Me Francesco” (Me chamem Francisco) terá première mundial na Sala Paulo VI, no Vaticano, na terça-feira, 1° de dezembro, antes de entrar em cartaz nos cinemas italianos no dia 3. Dirigido por Daniele Luchetti, produzido pela TaoDue e distribuído pela Medusa, a película descreve a vida do Santo Padre desde a juventude até 13 de março de 2013, dia de sua eleição à Cátedra de Pedro.

O filme, aguardado com grande expectativa não somente por católicos, conta com emoção e intensidade a história do filho de imigrantes italianos na Argentina – Jorge Mario Bergoglio – desde a vocação surgida durante os anos obscuros da ditadura militar, passando pelo trabalho pastoral nas periferias de Buenos Aires, até se tornar o líder do rebanho católico.

A ideia de contar a vida do Papa Francisco - surgida poucos meses após a sua eleição à Cátedra de Pedro - é de Pietro Valsechi, fundador da produtora TaoDue. O filme, que tem um cast internacional e diretor italiano, será distribuído em todo o mundo, visto que o primeiro pontífice latino-americano une em todo o mundo regiões, línguas, culturas, gerações e classes sociais muito diferentes entre si. 

Itália: manifestação muçulmana contra o terrorismo


Os muçulmanos moderados na Itália fizeram duas manifestações públicas sábado contra o terrorismo, intitulado 'Non nel mio nome' (Não em meu nome), nas cidades de Roma e Milão.

O diretor do Centro Cultural Islâmico da capital italiana, Abdellah Redouane, disse que "o terrorismo não pode atacar em qualquer lugar, em nome dos muçulmanos". A manifestação, que contou com um grande número de pessoas apesar da forte chuva e com forte proteção policial, é a primeira de seu tipo registrada na Itália.

Nos cartazes lia-se: "Solidariedade com as vítimas de Paris", "O Islã é paz", "Não em meu nome", "O Alcorão é contra a violência", "Não ao terrorismo em nome de Deus". Também houve um minuto de silêncio em homenagem às vítimas dos atentados em Paris na última sexta-feira 13.

Na cidade industrial ao norte da Itália, Milão, aconteceu a segunda manifestação, organizada pela Coordenação das Associações islâmicas de Milão. Durante a marcha pelas ruas da cidade, as pessoas gritavam: "Não ao estado islâmico", "Não ao terrorismo, sim às mesquitas". Os fiéis do Islão moderado pediram também ações contra a islamofobia. 

Crescimento do islamismo: será que você está bem informado?


Em abril deste ano, o instituto de pesquisas Pew Research Center, sediado nos EUA, divulgou a informação de que em 2050 “o número de muçulmanos igualará quase ao de cristãos”, desde que as tendências de crescimento de ambas – cristianismo e islamismo – permanecerem inalteradas.

Para chegar a essa conclusão, o documento se baseou em projeções que levaram em conta, principalmente, a taxa de fertilidade, a idade da população, as migrações e as tendências de conversão. O islã “crescerá mais rápido que qualquer outra religião”, afirmava o documento.

Liberdade Religiosa

Contudo, como toda pesquisa meramente quantitativa, esta necessita de uma análise mais profunda da situação. Fatores que influenciam – e muito – no crescimento ou declínio de uma determinada religião ficaram de fora, um deles é o grau de liberdade religiosa de um país em detrimento de outro.

Um muçulmano, por exemplo, pode expor a fé de forma bastante livre em países ocidentais, como a França, o Brasil e até mesmo nos EUA. Por outro lado, em países como a Arábia Saudita um cristão só pode utilizar a bíblia para uso pessoal[1], jamais para pregar nas ruas ou em locais públicos. Em locais como o Afeganistão a situação pode ser ainda mais complexa, chegando a ter parlamentares que defendam a execução de afegãos convertidos ao cristianismo[2]. Nesta lógica, se apenas muçulmanos podem pregar aos cristãos, e não o contrário, disparidades naturalmente começarão a ser observadas.

Repare que nos Emirados Árabes Unidos, país onde a resistência para com os cristãos é menor[3], a pesquisa do Pew Research aponta para um cenário diferente entre 2010 e 2050: crescimento do cristianismo (de 12,6% para 12.9%) e diminuição do islamismo (de 76.9% para 73%).

E o que dizer do número de muçulmanos que se converte em países para os quais emigraram, mas que preferem manter o anonimato a fim de evitar represálias?! É o que acontece, por exemplo, em Berlim, na Alemanha, onde dioceses e paróquias relatam um aumento crescente de muçulmanos em busca de uma nova fé, mas que não fazem disso algo a ser divulgado aos quatro cantos por simples medo dos próprios pares[4].