A equiparação da chamada
“homofobia” ao crime de racismo julgada nesta semana pelo STF é mais um dos
estímulos primitivos com os quais a esquerda forma sua visão de mundo,
despreocupada integralmente de comportamentos de extrema-direita, como a
coerência.
Ministros do STF até há poucos dias soltavam
presos, muitas vezes perigosíssimos ou que somavam o rendimento de uma geração
familiar inteira em roubos, sob o argumento de que o Brasil “prende demais”,
sem muita explicação sobre alguma alternativa além de soltar (e o corolário
inescapável de permitir novos crimes descaradamente) ou sobre o fato de que tal
ocorre porque aqui também se comete crimes demais. Era o chamado “punitivismo”,
preferindo-se sem meias palavras o deixa roubar e deixa matar.
Agora, praticando o infame
ativismo judicial, o STF quer que o Brasil possua uma “lei” que equipare o que
alguém chamar de “homofobia”, sem definição clara, a racismo. A indefinição da
homofobia é extremamente tirânica e orwelliana: não se trata de punir agressões
a alguém por ser homossexual – tal ato já é crime definido pelo
legislador. Trata-se de qualquer coisa de que um homossexual não goste.
Uma igreja que determine que uma relação
homossexual é pecaminosa (como também considera que a masturbação, a traição ou
o sexo antes do casamento é pecaminoso) estará em risco de praticar algo
comparável (na prática, incluído) a um ato “racista”,
como se comportamento fosse o mesmo que cor de pele. Ou o que a turminha no
Twitter chama de “homofobia”, como piadinhas.
Racismo é um crime inafiançável e imprescritível:
além de racismo, apenas a atuação de grupos armados contra a ordem a ordem
constitucional e o Estado de Direito é imprescritível. Racismo
é imprescritível, tortura, assassinato, estupro, seqüestro etc não o são.
O que o STF está fazendo é criando mais um tipo penal que cairá nesta regra: a
tal “homofobia”, um termo criado por ideólogos de esquerda para impedir que
qualquer visão além do pansexualismo seja permitida.
Ou seja: se alguém seqüestrar, estuprar, torturar,
matar, esquartejar alguém e escapar de julgamento por 20 anos (lembrando que é
praxe no Direito brasileiro punir apenas o crime mais
grave), estará free to go. Um homem íntegro, pronto para
freqüentar a sociedade e talvez até freqüentar o banheiro da sua filha (do
contrário, será “transfobia”). Já se fez uma piadinha com a palavra “viado” no
Facebook, talvez ainda mereça mofar na cadeia pelo resto da vida se for
descoberto daqui a 40 anos.